Você está na página 1de 10

Revolução Iraniana

Introdução
O Irã é um país do Oriente Médio muito
presente nos noticiários por conta de seu
governante autoritário e agressivo. Muito
do que o país é hoje é fruto de uma
revolução ocorrida na década de 1970 que
colocou os dogmas da religião islâmica
acima de todos os valores democráticos
comuns nos outros países do mundo.
Pré-revolução
Na década de 1970 o Irã era governado pelo xá
Reza Pahlevi, o qual desenvolvia um governo
concentrando os poderes em um pequeno círculo
de amigos e aliados. Desde a década de 1940 o
líder do país se mantinha no governo do Estado,
sem se preocupar muito com as diferenças entre
os pobres e os ricos, esta se intensificou no
decorrer da década de 1970. O regime do xá Reza
Pahlevi gerava críticas ao plano econômico, mas
principalmente quanto ao seu modo autoritário de
conduzir a política no país.
Cinema Rex
Em 19 de agosto, na cidade de Abadan, no sudoeste do
país, quatro incendiários trancaram a porta do cinema
Cinema Rex e atearam fogo. No que seria o maior
ataque terrorista da história antes dos ataques de 11 de
setembro, 422 pessoas dentro do teatro morreram
queimadas. Khomeini imediatamente culpou o xá e a
SAVAK por iniciar o incêndio e, devido à atmosfera
revolucionária generalizada, o público também culpou
o xá por iniciar o incêndio, apesar da insistência do
governo de que eles não estavam envolvidos. Dezenas
de milhares de pessoas saíram às ruas gritando
"Queimem o Xá!" e "O xá é o culpado!"
Aiatolá Khomeini
A monarquia autoritária do xá possuía grande afinidade com
o Ocidente, o que suscitava mais críticas dos opositores. O
personagem com voz mais expressiva na oposição ao
governante do Irã era o aiatolá Ruhollah Khomeini. O líder
religioso e da oposição vivia exilado em Paris e de lá mesmo
comandou as forças de oposição ao governo do xá,
defendendo reformas sociais e econômicas no Irã, além de
recuperar os valores religiosos e tradicionais do islamismo.
Aiatolá Khomeini foi uma figura polarizadora que teve um
impacto duradouro no Irã e nas relações internacionais,
moldando o país de acordo com seus princípios islâmicos e
influenciando a dinâmica geopolítica do Oriente Médio.
Dezembro de 1978
Em 2 de dezembro de 1978, começaram os protestos de
Muharram. Batizados com o nome do mês islâmico em
que começaram, os protestos de Muharram foram
impressionantemente cruciais. Mais de dois milhões de
manifestantes foram às ruas, lotando a Praça Shahyad. Os
manifestantes exigiam que o xá Mohammad Pahlavi
renunciasse ao poder e que o aiatolá Khomeini voltasse do
exílio. Os protestos cresceram incrivelmente rápido,
atingindo entre seis e nove milhões de pessoas na primeira
semana. Cerca de 5% da população foi às ruas nos
protestos de Muharram. Tanto começando quanto
terminando no mês de Muharram, os protestos tiveram
sucesso e o Xá deixou o poder no final daquele mês
Revolução
O general americano Robert Huyser, vice-comandante da
OTAN, entrou no Irã. Embora a opção de um golpe militar
pró-xá ainda fosse uma possibilidade, Huyser se reuniu com
líderes militares (mas não com o xá) e estabeleceu reuniões
entre eles e os aliados de Khomeini com o objetivo de chegar
a um acordo sobre o governo de transição de Bakhtiar. O
embaixador Sullivan discordou e tentou pressionar Huyser a
ignorar os militares e trabalhar diretamente com a oposição
de Khomeini. No entanto, Huyser venceu e continuou a
trabalhar com os militares e a oposição. Ele deixou o Irã em 3
de fevereiro. O xá estava particularmente amargurado com a
missão de Huyser e sentiu que os Estados Unidos não o
queriam mais no poder. Na manhã de 16 de janeiro de 1979,
Bakhtiar foi oficialmente nomeado primeiro-ministro. No
mesmo dia, um xá choroso e sua família deixaram o Irã para
o exílio no Egito, para nunca mais voltar
Volta de Khoemeni
Bakhtiar convidou Khomeini de volta ao Irã, com a intenção de
criar um estado semelhante ao Vaticano na cidade sagrada de
Qom, declarando que "em breve teremos a honra de receber em
casa o aiatolá Khomeini". Em 1º de fevereiro de 1979,
Khomeini retornou a Teerã em um Boeing 747 da Air
France fretado. Multidões agora eram conhecidas por cantar
"Islã, Islã, Khomeini, nós o seguiremos" e até mesmo
"Khomeini for King". Quando perguntado por um repórter
como ele se sentiu voltando para seu país de origem após um
longo exílio, Khomeini respondeu "Nada". Em 5 de fevereiro,
em seu quartel-general na Escola Refah, no sul de Teerã, ele
declarou um governo revolucionário provisório, nomeou o líder
da oposição Mehdi Bazargan nacionalista religioso, como seu
próprio primeiro-ministro, e ordenou aos iranianos que
obedecessem a Bazargan como um dever religioso.
Colapso da monarquia
O colapso final do governo provisório não islâmico
ocorreu às 14h do dia 11 de fevereiro, quando o Conselho
Militar Supremo se declarou "neutro nas atuais disputas
políticas... a fim de evitar mais desordem e derramamento
de sangue". Todos os militares receberam ordens de voltar
para suas bases, efetivamente cedendo o controle de todo
o país a Khomeini. Revolucionários tomaram prédios do
governo, estações de rádio e TV e palácios da dinastia
Pahlavi, marcando o fim da monarquia no Irã. Bakhtiar
escapou do palácio sob uma saraivada de balas, fugindo
do Irã disfarçado. Mais tarde, ele foi assassinado por um
agente da República Islâmica em 1991 em Paris. 11 de
fevereiro é o "Dia da Vitória da Revolução Islâmica", um
feriado nacional com manifestações patrocinadas pelo
estado em todas as cidades.
Referencias
https://www.infoescola.com/historia/revolucao-
islamica/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu
%C3%A7%C3%A3o_Iraniana#Inc
%C3%AAndio_do_cinema_Rex

Você também pode gostar