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Oriente Médio: outros conflitos importantes

Resumo 1 = Guerra do Golfo: o que foi, causas e consequências!


https://www.stoodi.com.br/blog/historia/guerra-do-golfo/

A Primeira Guerra do Golfo Pérsico, que ocorreu entre 1990 e 1991, foi considerada um dos maiores conflitos
armados naquela região e a maior investida aérea de todos os tempos. Não foi uma guerra mundial, mas mobilizou
dezenas países, sobretudo os Estados Unidos, que lideraram os ataques. A Guerra do Golfo, como ficou conhecida, foi
o primeiro grande conflito armado pós-Guerra Fria, com mobilização internacional.
A Guerra do Golfo foi desencadeada pela invasão do Kuwait pelo Iraque, em 2 de agosto de 1990, por ordem
do ditador Saddam Hussein, com o objetivo de tomar as grandes reservas de petróleo e cancelar uma grande dívida
que o Iraque tinha com o Kuwait. Em 8 de agosto o Iraque anexou formalmente o Kuwait ao seu território.

Uma das causas da Guerra


Saddam Hussein estava tentando recuperar rapidamente a economia do Iraque, após um conflitos desastroso contra o
Irã (entre 1980 e 1988), e viu no Petróleo seu produto mais valioso. Acontece que o preço baixo de venda do barril ― com
responsabilidade, em partes, do Kuwait ― prejudicava os interesses do ditador iraquiano. O Kuwait e a Arábia Saudita
estavam vendendo Petróleo em quantidades superiores às estipuladas pela OPEP, para forçar que mais países aderissem à
organização e para atender a interesses econômicos e acordos com EUA e Europa.
Os problemas entre Iraque e Kuwait aumentaram quando o país (Kuwait) começou a cobrar a dívida iraquiana, e
Saddam Hussein se recusou a pagar. Além disso, o ditador tinha exigências territoriais sobre duas ilhas kuwaitianas, e
acusava o pequeno país de roubar petróleo de reservas iraquianas que ficavam na fronteira.
A invasão do Kuwait e a ameaça potencial que representava para a Arábia Saudita, o maior produtor e exportador de
petróleo do mundo, levou os Estados Unidos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) da
Europa Ocidental a enviar tropas para a Arábia Saudita Arábia para impedir um possível ataque.

O contexto histórico
https://www.brasildefato.com.br/2021/02/28/kuwait-1991-30-anos-da-primeira-guerra-televisionada

Um ponto central para entender o conflito é justamente a guerra anterior protagonizada por Irã e Iraque, de 1980 a
1988, logo após a Revolução Iraniana. Até 1979, o Irã era um dos maiores aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio,
uma relação muito estratégica para os EUA, já que o país abriga uma das maiores reservas mundiais de petróleo.
Porém, em fevereiro daquele ano, a insurgência da Revolução Islâmica resultou na deposição do Xá (imperador)
Mohamma Reza Pahlevi, que sustentava uma monarquia autocrática pró-ocidente, e na instituição de uma república islâmica
teocrática sob o comando do aiatolá (termo que se refere a chefe máximo religioso) Ruhollah Khomeini, o que fez o cenário
geopolítico mudar completamente. Os Estados Unidos decidiram, então, insuflar a guerra entre os países vizinhos aliando-
se a Saddam Hussein, estadista e primeiro ministro iraquiano.
O Iraque foi incentivado a começar o conflito e intensamente financiado pelo Ocidente, do ponto de vista militar e
estratégico. O Iraque também recebeu apoio de outros países árabes do Golfo Pérsico, assustados com a revolução iraniana.
Após oito anos de conflito sangrento, a guerra terminou sem vencedores, com ambos os países extenuados e com
grandes prejuízos em termos de vidas perdidas, com mais de um milhão de mortos.
Foi então que, com o Iraque abalado economicamente, Saddam retomou uma demanda territorial histórica e passou a
alegar que o Kuwait seria uma das províncias iraquianas. A anexação do país, com quem já estava em conflito devido aos
preços dos barris e reservas de petróleo, seria o caminho para fortalecer o Iraque e possibilitar sua recuperação.

Foi criada uma coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido (e mais de 30 países
contribuíram com algum meio militar), que realizaram intensos ataques aéreos no Kuwait e no Iraque, degradando
substancialmente o poder de combate iraquiano. Tida como uma das maiores campanhas armadas da história moderna,
a Guerra do Golfo inseriu sofisticadas tecnologias (na época) no campo de batalha. Isso resultou em uma “guerra
cirúrgica”, que atingiu os alvos específicos.
A chamada operação Tempestade no Deserto foi o apelido dado por George H. W. Bush à operação militar para
expulsar as forças de ocupação iraquianas do Kuwait. Nela, mais de 900 mil solados enviados por duas dúzias de
nações estacionaram-se na região, principalmente na fronteira entre a Arábia Saudita e o Iraque, de onde partiram os
mísseis contra alvos de comando e controle iraquianos.
Ao longo de 5 semanas, houve intenso bombardeio aéreo, contrastando com menos de 100 horas de ataques
terrestres, que levaram a uma vitória esmagadora dos aliados da coalizão. Os iraquianos, encurralados e com um
grande número de mortos entre seus soldados e civis, foram expulsos do Kuwait. Os ataques da coalizão internacional
liderada pelos Estados Unidos causaram a morte de 150 mil civis iraquianos. A operação terrestre acabou sendo um
desastre para os iraquianos e, em menos de 100 horas, as tropas iraquianas batiam em retirada e o Kuwait recuperou a
sua soberania.
Após vencer a guerra e expulsar as tropas iraquianas do Kuwait, o então presidente George H. W. Bush decidiu
não derrubar Hussein ou fragmentar o território do Iraque, para que o país permanecesse como uma espécie de
contrapeso ao Irã, que mais de quatro décadas após a revolução segue como um grande inimigo dos estadunidenses.
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Oriente Médio: diversos conflitos

Resumo 2 = A Guerra do Iraque em 2003: a guerra que espalhou violência e crises pelo mundo
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55351024
Folha on line

Para muitos, foi uma guerra sem motivo. Em março de 2003, forças dos Estados Unidos e do Reino Unido
iniciaram a Guerra do Iraque com um principal objetivo declarado: tomar e destruir as armas de destruição em massa
do regime de Saddam Hussein.
Os meses que precederam a incursão foram marcados pelo medo nos EUA. O governo havia elevado o grau de
alerta para a possibilidade de o país sofrer um novo ataque terrorista. A imprensa destacava as preocupações da Casa
Branca e do Pentágono com a segurança.
Ainda sob o impacto dos ataques de 11 de setembro de 2001, quando a rede terrorista Al Qaeda, sob comando de
Osama bin Laden, promoveu ataques simultâneos às torres gêmeas do World Trade Center (Nova York) e ao Pentágono
(Washington), a população apoiou a iniciativa da chamada guerra preventiva, ou seja, atacar o Iraque antes de sofrer
um ataque.
Após bombardear o Iraque, iniciando o que o governo americano batizou de “Operação Liberdade Iraquiana”,
os dois países ocuparam o território iraquiano. Não encontraram, entretanto, as tais armas de destruição em massa. Os
governos americano e britânico tiveram de aceitar que Saddam Hussein dissera a verdade quando alegou não possuir
os armamentos. O principal motivo da guerra não existia.
A guerra do Iraque teve início em 20 março de 2003 (terminou em 1 de maio do mesmo ano), quando os EUA --
com o apoio do Reino Unido, Espanha, Itália, Polônia e Austrália-- invadiram o país. Em abril de 2003, as forças da
coalizão chegam a Bagdá e tomam o controle da capital, Saddam não é encontrado. A chegada das tropas à capital do
Iraque foi rápida e surpreendentemente tranqüila, já que os rebeldes se esconderam e não resistiram (foram mortos
entre 10.000 e 15.000 iraquianos nesta ocupação). Entretanto, a trégua durou pouco tempo. Os rebeldes passaram a
promover ataques contra soldados e civis, matando milhares de pessoas.
Episódios de violência das forças de ocupação contra a população civil - como a morte de pelo menos 13
iraquianos durante um protesto diante de uma escola em Falluja, em abril - fizeram muitos moradores se voltarem
contra as tropas estrangeiras.
Em dezembro de 2003, Saddam foi capturado em um esconderijo subterrâneo próximo a Tikrit. Quase dois anos
depois, o ex-ditador foi a julgamento por acusações de crimes contra a humanidade, pela morte de 148 xiitas em Dujail,
após uma tentativa de assassinato contra o ditador em 1982. Condenado à morte, foi executado na forca.
Em junho de 2004, um governo interino foi estabelecido e, em outubro, uma nova Constituição foi aprovada. Em
dezembro do mesmo ano, os iraquianos elegem o governo e o Parlamento pela primeira vez.
Os planos da Casa Branca de estabelecer uma guerra "rápida e cirúrgica", com poucas mortes de civis, são
frustrados pelos sucessivos e sangrentos ataques suicidas de rebeldes.
Em agosto de 2003, um caminhão-bomba explode sob a sede da ONU (Organização das Nações Unidas) em
Bagdá. O atentado suicida deixa 22 mortos, inclusive o embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Mello, enviado da ONU
ao Iraque.
Em fevereiro de 2006, outro atentado a bomba destrói uma mesquita xiita em Samarra. O ataque dá início a uma
onda de violência sectária sem precedentes no país.
Em novembro do mesmo ano, seis carros-bomba explodem em diferentes partes do bairro da Cidade Sadr, bastião
xiita em Bagdá, causando as mortes de mais de 200 pessoas.
A partir de 2007, os EUA anunciam um novo plano de segurança, que inclui o envio de 21.5 00 soldados
americanos extras para o país árabe. Os conflitos continuam mas, a partir de junho, quando o envio de reforços é
concluído e as tropas atingem 160 mil soldados, os ataques dos rebeldes diminuem significativamente.
É possível afirmar que a Guerra do Iraque foi a mais importante do século 21. Envolveu duas grandes potências
mundiais contra um influente país árabe localizado no coração do Oriente Médio. Outras grandes potências e
manifestantes no mundo todo tentaram impedi-la, sem sucesso. O conflito durou oito anos, entre a invasão em 2003 e
a saída das últimas tropas de combate dos Estados Unidos, em 2011. Esta guerra matou em torno de 200.000 iraquianos
(a maior parte civis) e 4.487 militares do exército estadunidense. Foram aproximadamente 32.000 feridos do lado dos
Estados Unidos e um custo de quase 1 trilhão de dólares.
Prédios e monumentos históricos completamente destruídos, museus e palácios saqueados, mulheres estupradas,
além do surgimento de movimentos anarquistas que incitavam o ódio. Além disso, houve um crescimento da
deterioração da situação humanitária. O número de refugiados iraquianos por conta da guerra também aumentou.
Acredita-se que houve cerca de 3,9 milhões de refugiados, o que representaria quase 16% da população.
A guerra facilitou o fortalecimento ou surgimento de grupos armados, considerados como terroristas por países
ocidentais, e gerou grande ressentimento contra o Ocidente em boa parte das populações árabe e muçulmana.
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Oriente Médio: diversos conflitos
Resumo 3 = O surgimento do Estado Islâmico
https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/conheca-a-origem-do-estado-islamico/
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55379503

O Estado Islâmico – a mais poderosa organização extremista islâmica da atualidade –, foi criado em 2003, com o
nome Al Qaeda no Iraque (AQI). O grupo agia contra as tropas dos EUA, que estavam presentes desde 2003 no
território iraquiano (Ver sobre guerra no Iraque em 2003), com o pretexto de combater o terrorismo, e os xiitas
locais. Mas, após a morte de seu comandante, Abu Musab al Zarqawi, em 2006, o AQI foi praticamente aniquilado.
No mesmo ano, foi rebatizado como Estado Islâmico do Iraque (EII).
Anos depois, em 2010, o grupo ressurge com um novo líder, Abu Bakr al-Baghdadi e passa a ser conhecido
Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS). O EIIS ganha mais força entre 2011 e 2013, quando se intensifica a
luta dos rebeldes contra o regime sírio (ver sobre guerra da Síria em 2011).
Vários jihadistas - os que promovem a chamada "guerra santa" muçulmana - remanescentes da Al-Qaeda no Iraque
se reorganizaram. Em 2013, nascia o chamado Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIL), conhecido também
por Islamic State of Iraq and Syria (ISIS), no mundo árabe, também chamado de Daesh, que viria a dominar e
aterrorizar partes do Iraque e da Síria e espalhar suas matanças por vários continentes. Ao dominar territórios no Iraque
e na Síria, em junho de 2014, anunciaram a criação de um califado na região, e finalmente passaram a se chamar Estado
Islâmico (EI).
Nas áreas que conquista, o EI rapidamente se organiza para assumir os controles das bases militares, bancos,
hidrelétricas e campos de petróleo. Eles também instauram governo próprio, com ministérios, cortes islâmicos e
aparato de segurança. Inclusive, é com a cobrança de taxa e impostos, junto com a venda ilegal de petróleo, os
sequestros e as extorsões, que o EI garante a sua renda diária.
O califado é uma referência aos antigos impérios islâmicos surgidos após a morte do profeta Maomé. Eles seguem
rigorosamente a lei islâmica – a sharia – e são governados por um califa, que é considerado sucessor de Maomé, seja
geneticamente (como pregam os xiitas) ou escolhido pelo povo (a ideia dos sunitas). O califa é a autoridade máxima
(política e religiosa). Os califados também possuem um caráter expansionista e não reconhecem fronteiras políticas. O
Estado Islâmico, por exemplo, vem realizando ataques sucessivos a diversas cidades sírias e iraquianas, aumentando
sua extensão territorial. O califado mais conhecido é o Império Árabe. O ISIS se expandiu e conquistou diversas
cidades e vilarejos no Iraque e na Síria, principalmente até 2016.
Jihadistas afiliados ao Estado Islâmico operavam na Líbia, tentavam impedir o avanço democrático na Tunísia e
criavam focos de extremismo no Sahel - faixa logo abaixo do Saara, na África. Na Nigéria, o grupo islamista Boko
Haram, responsável por massacres e sequestros de milhares de civis, incluindo crianças, jurou lealdade ao EI em 2015.
Já em outras partes do mundo, incluindo Europa e Estados Unidos, atentados foram muitas vezes cometidos por
indivíduos agindo de forma isolada. Segundo levantamento feito pela rede CNN em 2018, desde 2014 o Isis/EI havia
realizado ou inspirado 143 atentados, em 29 países, deixando 2.043 mortos. A organização assumira o lugar da Al -
Qaeda como a maior patrocinadora de ataques terroristas pelo mundo.
Cada matança era seguida de novos atentados. Bruxelas (Bélgica), Istambul (Turquia), Dhaka (Bangladesh), Nice
(França), Berlim (Alemanha), Estocolmo (Suécia), Barcelona (Espanha), Sinai (Egito), Cabul (Afeganistão), Trípoli
(Líbia), Mastung (Paquistão) e muitas outras cidades foram alvos do terror espalhado pelo EI. Em 2016, 49 pessoas
foram mortas, no que era o pior assassinato em massa da história americana recente. Um americano invadiu a casa
noturna em Orlando com um rifle AR-15 e uma granada. Antes de iniciar o ataque, ele disse ter jurado lealdade a al-
Baghdadi. Em 2017, o Isis assumiu a autoria do atentado a bomba em Manchester, em que 22 foram mortos.
O ano 2017 foi decisivo no recuo do ISIS e perda de seus territórios. As principais derrotas territoriais do EI neste
ano incluem as cidades de Mossul, no Iraque (Batalha de Mosul), de onde foi proclamado o califado em 2014, e Raqqa
na Síria (Batalha de Raqqa), que foi considerada a “capital” do território.
Forças do regime de Assad na Síria, com a ajuda de aviões russos, expulsaram o EI de Palmira (Batalha de Palmira)
de forma definitiva. No Iraque, aos poucos o governo iraquiano foi recuperando as cidades controladas pelo EI. Com
30 mil soldados próprios, 4 mil combatentes da milícia curda e bombardeios aéreos dos Estados Unidos, o Iraque foi
aos poucos tomando partes das cidades. Em 10 /06/ 2017, o Iraque declarou vitória na guerra contra o EI.
Em outubro de 2017, foi a vez de Raqqa, na Síria, considerada a capital do Estado Islâmico. Após uma batalha de
quatro meses, as Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, expulsaram o
EI da cidade. O chamado Estado Islâmico, que já perdera seu largo território, que lhe permitira financiar sua máquina
de guerra e terror, ficava agora sem capital.
Baghdadi, porém, continuava vivo e solto, em algum lugar na região. Mas não por muito tempo. Em 26 de outubro
de 2019, uma operação das forças especiais americanas, utilizando oito helicópteros, atacou uma construção onde ele
estava. O líder do EI chegou a tentar fugir, mas em seguida se matou detonando o colete de explosivos que vestia. No
entanto, o grupo continuava ativo, realizando atentados no Oriente Médio, inspirando grupos armados no norte da
África e influenciando células independentes ao redor do mundo.
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Resumo 4 = Por que a GUERRA DA SÍRIA continua após 11 anos?


. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-56378202 15 março 2021/ Atualizado 18 março 2022

Uma revolta pacífica contra o presidente da Síria, há 11 anos, se transformou em uma violenta guerra civil. O conflito deixou
mais de 380 mil mortos, devastou cidades e atraiu outros países para a disputa.

Como a guerra da Síria começou?


Mesmo antes do início do conflito, o país sofria com alto desemprego, corrupção e falta de liberdade política sob
o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu o pai, Hafez, após sua morte em 2000. Em março de 2011, manifestações
pró-democracia começaram na cidade de Deraa, no sul do país, inspiradas por levantes em países árabes contra
governos opressivos, na chamada Primavera Árabe. Quando o governo sírio reprimiu violentamente as manifestações,
protestos exigindo a renúncia do presidente tomaram as ruas em todo o país.
A agitação se espalhou e a repressão se intensificou. Os partidários da oposição começaram a se armar — primeiro
para se defender e depois para livrar suas áreas das forças de segurança do governo. A violência aumentou rapidamente
e o país entrou em guerra civil. Centenas de grupos rebeldes surgiram e não demorou muito para que o conflito se
transformasse em mais do que uma batalha entre sírios a favor ou contra Assad. Potências estrangeiras começaram a
tomar partido, enviando dinheiro, armamento e combatentes.
À medida que o caos piorava, organizações jihadistas extremistas com seus próprios objetivos, como o grupo
autoproclamado Estado Islâmico (EI) e a Al-Qaeda, se envolveram. Essa situação aumentou a preocupação da
comunidade internacional. Os curdos da Síria, que desejam o direito de autonomia mas não lutaram contra as forças
de Assad, acrescentaram outra dimensão ao conflito.

É preciso entender que quatro forças distintas atuam no conflito:


https://www.todamateria.com.br/guerra-na-siria/
- República Árabe Síria – liderados pelo presidente Bashar al-Assad, as Forças Armadas sírias tentam manter o presidente no poder
e enfrentam três inimigos distintos. Tem o suporte do Iraque, Irã, Hezbollah libanês e Rússia.
- Exército Síria Livre – está formado por vários grupos que se rebelaram contra Bashar al-Assad após o começo do conflito em
2011. Recebem apoio da Turquia, Arábia Saudita e Catar.
- Partido da União Democrática – formado pelos curdos, este grupo armado reivindica a autonomia do povo curdo dentro da
Síria. Desta maneira, curdos iraquianos e turcos se envolveram nesta luta. Tanto o Exército Síria Livre quanto os curdos recebem
o apoio dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá, etc.
- Estado Islâmico – seu principal objetivo é declarar um califado na região. Apesar de terem capturado cidades importantes, foram
derrotados pelas potências ocidentais.

Quais são os lados envolvidos na guerra?


Os principais apoiadores do governo têm sido a Rússia e o Irã. A Rússia - que já tinha bases militares na Síria
antes da guerra - lançou uma campanha aérea em apoio a Assad em 2015, o que foi crucial para virar a guerra a favor
do governo. Os militares russos dizem que seus ataques visam apenas "terroristas", mas ativistas dizem que matam
rebeldes e civis regularmente.
Acredita-se que o Irã mobilizou centenas de soldados e gastou bilhões de dólares para ajudar Assad. Milhares de
milicianos xiitas armados, treinados e financiados pelo Irã — principalmente do movimento Hezbollah do Líbano, mas
também do Iraque, Afeganistão e Iêmen — também lutaram ao lado do exército sírio
A Turquia, as potências ocidentais e vários países do Golfo apoiaram a oposição em vários graus na última década.
A Arábia Saudita, que deseja conter a influência iraniana, armou e financiou os rebeldes no início da guerra. Os EUA,
Reino Unido e França inicialmente forneceram apoio para os grupos rebeldes que eles consideraram "moderados".
Uma coalizão global liderada pelos EUA também realizou ataques aéreos e mandou forças especiais para a Síria a
partir de 2014 para ajudar uma aliança de milícias curdas, árabes, assírias e turcas chamada de Forças Democráticas
Sírias.
Números do Conflito da Guerra da Síria:
• 320.000 a 450.000 pessoas já morreram no conflito e 1,5 milhões ficaram feridas.
• 6,7 milhões de refugiados sírios e 6,5 milhões de pessoas foram deslocadas internamente.
• A produção de petróleo era de 385.000 barris por dia em 2010, porém em 2017 era 8.000 barris/dia.
• 70% da população não têm acesso à água potável e 2 milhões de crianças estão fora da escola.
• Antes da guerra, a população síria era de 24,5 milhões. Agora, calcula-se que seja de 17,9 milhões.
• A pobreza atinge 80% a população, que não têm condições de acesso a alimentos básicos.
• 15 mil militares de 80 nações estão na linha de frente do conflito.
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Oriente Médio: diversos conflitos

Resumo 5 = Conflitos no Oriente Médio: Irã x Arabia Saudita

O Oriente Médio é uma área instável politicamente, o que tem sido agravado pelo crescimento do
fundamentalismo islâmico, que prega o fim do Estado Laico e das relações com o ocidente. O Irã exemplifica essa
situação: Estado teocrático, considera o ocidente decadente e responsável pelo afastamento dos valores religiosos. Seu
governo cerceia meios de comunicação e refuta as exigências internacionais de respeito aos direitos humanos, à
liberdade de imprensa e ao controle da energia nuclear.
Irã e Arábia Saudita tem protagonizado uma das mais fortes rivalidades no Oriente Médio. De um lado, o Irã,
país de maioria xiita que tem como principais aliados na região a Síria, o Iraque e o Hezbollah libanês – organização
política e militar considerada terrorista pelos Estados Unidos (EUA). Entre outros pontos em comum, o eixo se une no
antagonismo ao governo de Israel.
Do outro lado, a Arábia Saudita, nação considerada berço do sunismo. Um dos países culturalmente mais fechados
e intolerantes do mundo. Um lugar onde a religião islâmica fundamentalista comanda as ações e dita leis, regulamentos,
comportamentos e até influencia diretamente no modo de se vestir, se alimentar, se informar e se divertir. Seus
principais aliados são as monarquias absolutistas do Golfo Pérsico, como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Catar.
Além desses países, os sauditas também se alinham com a Jordânia e o Egito. Em comum, este eixo mantém uma
duradoura parceria estratégica com os EUA.
Os últimos dois anos, uma série de fatores contribuiu para elevar a tensão entre Irã e Arábia Saudita na acirrada
disputa pela hegemonia política no Oriente Médio, com destaque para quatro pontos principais:
- Petróleo - O preço do petróleo atingiu um baixíssimo valor nos últimos anos (abaixo de U$ 50,00 em 2020). Uma
das razões é a estratégia dos sauditas de prejudicar seus concorrentes – entre eles o Irã. A Arábia Saudita é o mais
influente membro da Opep, o cartel que reúne os maiores exportadores de petróleo, e vem insistindo em manter a
produção elevada para jogar o preço do barril lá para baixo. Os sauditas sabem que o barateamento do petróleo
prejudica o Irã, que tem uma economia mais vulnerável e dependente do petróleo. Como a Arábia Saudita possui
elevadas reservas internacionais, ela é capaz de lidar com a cotação baixa sem comprometer drasticamente sua
economia.
- Acordo nuclear - O acordo nuclear firmado entre Estados Unidos o Irã deixou a monarquia saudita furiosa. Isso
porque o entendimento tem tudo para elevar o status geopolítico do Irã. Ao concordar em reduzir o alcance de seu
programa nuclear, o Irã terá as sanções impostas pelo Ocidente suspensas. Com isso, o país voltará a integrar
ativamente a economia global, criando grandes oportunidades comerciais e financeiras. Além disso, o acordo nuclear
abre espaço para um entendimento mais amplo entre as potências e o Irã. Os sauditas, que contam com o apoio dos
EUA, temem que os norte-americanos comecem a se alinhar com os iranianos. Contudo, tal panorama voltou a mudar
drasticamente em 2018, quando Donald Trump rompeu o acordo com o Irã e voltou a aplicar sanções econômicas ao
país, num gesto que agradou os sauditas e irritou iranianos.
- Guerra da Síria - O Irã é o principal aliado do regime do ditador sírio Bashar al-Assad no Oriente Médio. Além do
apoio financeiro, logístico e militar, o Irã atua diretamente na guerra com a participação de algumas milícias xiitas. Já
a Arábia Saudita está do outro lado no conflito, fornecendo armas e ajuda financeira aos rebeldes que tentam derrubar
o regime de Assad. Além disso, diversos doadores particulares da Arábia Saudita contribuem para a organização
extremista Estado Islâmico, que também luta contra as tropas sírias.
- Conflito no Iêmen - O Iêmen também é palco de um conflito que opõe as forças sauditas e iranianas. O atual conflito
começou no final de 2014, quando os rebeldes houthis (ligado aos xiitas – Recebem apoio do Irã) tomaram o controle
da capital Sanaa e derrubaram o governo do presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi. Porém, ele fugiu para o sul,
onde contou com o apoio de tropas leais ao governo (com apoio da Arabia Saudita). O país praticamente se dividiu em
dois. Os rebeldes controlam Sanaa, o norte e amplas faixas do oeste. As forças pró-governo controlam o sul e uma boa
parte do centro. A partir daí, o conflito se acirrou, com a Arábia Saudita bombardeando as bases dos Houthi. Após
anos de conflito, a crise humanitária no Iêmen continua a ser considerada a maior do mundo. O conflito armado já
matou e feriu aproximadamente 20.000 civis e causou um imenso sofrimento. Mais de 20 milhões de pessoas (66% da
população) ao redor do país precisa de assistência humanitária.
Para ampliar os conflitos no começo de 2017, a execução do clérigo xiita Nimr Al-Nimr pelo regime saudita
abriu a mais recente crise com o Irã. Considerado terrorista pelos sauditas, Al-Nimr era uma das principais vozes da
oposição no país e um aliado do governo iraniano. Após a morte do líder xiita, a embaixada da Arábia Saudita em
Teerã (capital do Irã) foi atacada por manifestantes. Em resposta os sauditas romperam relações diplomáticas com o
Irã, gesto que foi seguido por aliados como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão.
https://proenem.com.br/enem/geografia/oriente-medio/
https://www.suapesquisa.com/geografia/oriente_medio.htm
https://www.acnur.org/portugues/2021/03/26/seis-anos-de-conflito-no-iemen-deixa-80-da-populacao-abaixo-da-linha-da-pobreza/

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