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PEDRO HENRIQUE DA SILVA GOMES

RESENHAS DO DOCUMENTÁRIO: A HISTÓRIA DO PETRÓLEO

São Cristóvão - SE
2019
RESENHAS DO DOCUMENTÁRIO: A HISTÓRIA DO PETRÓLEO

PEDRO HENRIQUE DA SILVA GOMES

Resenha Crítica apresentada à


Universidade Federal de Sergipe
como primeira avaliação da
disciplina de Economia de Petróleo
do curso de Graduação em
Engenharia de Petróleo.
Orientador: Prof. Felipe
Mascarenhas Couto

São Cristóvão - SE
2019
A História do Petróleo 1 – A Era de Ouro das Grandes Companhias

Após 100 anos da civilização do automóvel, especialista mostra que o homem


queimou cerca de metade das reservas mundiais de petróleo que a natureza levou
milhões de anos para produzir. Com a descoberta do petróleo, grandes companhias de
maioria anglo-americanas foram criadas para sua extração, refino, transporte e
comercialização. Grandes Companhias multinacionais deixaram um legado na história
moderna do Ouro Negro.

Inicialmente modesto, porém lendária, a febre do Ouro Negro aconteceu na


Pensilvânia, Estados Unidos. Em 1859, Edwin Drake foi o primeiro à perfurar um poço
para procurar petróleo, foi necessário somente 20 m para ser encontrado, a partir daí
foram desenvolvidas plataformas para perfuração e começaram a perceber que estes
fatos também estavam ligados à estruturas geológicas. Em poucos anos, apesar da
guerra civil travada no sul de 1860 a 1865, a febre do Ouro Negro se espalhou até a
Califórnia.

Em 1850, antes do automóvel, a necessidade do petróleo aumentou rapidamente


devido ao desenvolvimento do transporte por ferrovia e da mecanização que exigiam
lubrificante, que até então era produzido apenas com óleo de baleia. O uso do
lubrificante derivado do petróleo era mais barato e mais eficiente, o que poupou a vida
das baleias, porém, afetou outra área, a are a da iluminação doméstica, pois as lâmpadas
à óleo deixaram de ser privilégio da classe abastada. Os poços de petróleo americano
poderiam suprir todas necessidades da época. Torres de petróleo surgiram em vários
estados dos Estados Unidos devido a legislação americana. Nos Estados Unidos, ao
contrário da maioria dos europeus, o subsolo não pertence ao Estado, mas ao
proprietário da Terra, aproveitando essa lei, milhares de pequenos proprietários
passaram a prospectar toda a terra que possuíam. Os donos de poços eram tão
desorganizados que o excesso de produção de petróleo inundou o mercado, isso
ocasionou o colapso no preço do óleo cru, essa situação imediatamente se transformou
num caos.

Em 1870, John Rockefeller, um rei do petróleo, fundou uma empresa que o


transformou em lenda, a Standard Oil. A ideia genial de Rockefeller foi padronizar a
produção dos produtos refinados, depois de ser possível colocar produtos padrão no
mercado, produtos específicos passaram a ser usados por pessoas diferentes, o petróleo
pôde ser usado em grande escala, em especial pelos automóveis. Os automóveis
necessitavam de um produto padronizado e o petróleo precisava de um mercado mais
padronizado, foi o que percebeu Rockefeller, daí então aproveitou essa oportunidade.
Desde o princípio impôs suas regras para pequenos proprietários e venceu todos
concorrentes, qualquer meio era aceitável para receber seus fins, inclusive chantagens,
corrupção de políticos e juízes, espionagem industrial e violência. Seu desejo de sucesso
era insaciável, em poucos anos, Rockefeller estabeleceu um verdadeiro império do
petróleo, com 70 empresas reunidas, a Standard Oil. Assim como seu bônus,
Rockefeller se tornou um dos homens mais odiado dos Estados Unidos. Em 1890,
pressionado pelos magnatas do petróleo que estavam quase arruinados, o Congresso
Americano batalhou por durante 20 anos, onde Rockefeller foi obrigado a partilhar a
Standard Oil em 34 empresas concorrentes. Apesar de pequenos contratempos,
Rockefeller manteve seu poder, fortuna e influência nos círculos dos magnatas do
petróleo. No decorrer de 30 anos, ele criou o modelo de integração vertical ligando o
refino, transporte e comercialização e por fim a produção do petróleo. Esse modelo foi
usado pelas grandes companhias de petróleo nos Estados Unidos nos 50 ou 75 anos
seguintes.

Com a globalização industrial, o modelo de Rockefeller foi adotado na Europa


pela empresa anglo-holandesa, cujo símbolo é uma concha de vieira, a Royal Dutch
Shell. Nasceu no encontro de Marcos Samuel e Henri Deterding, em 1909 Foi uma das
primeiras na globalização da indústria internacional de petróleo. Henri Deterding
transformou-a em uma empresa global antes da Primeira Guerra Mundial, logo virou
concorrente da Standard Oil no mundo. Embora existisse outras empresas de petróleo, o
mercado era basicamente controlado pela Standard Oil e a Royal Dutch Shell.

Umas das maiores revoluções do transporte começou no século XX, época em


que a lamparina a óleo estava sendo substituída por gás industrializado e depois a
eletricidade. Essa revolução foi de suma importância para o combustível a base de
petróleo até hoje. A descoberta de enormes jazidas de petróleo garantiu que o petróleo
fosse a fonte de potência para os carros. Henry Ford e outros passaram a fabricar
automóveis movidos a gasolina refinada a partir do petróleo. Nos anos 10 e 20, os
automóveis e o consumo de gasolina foram fatores essenciais no crescimento da
indústria petrolífera.
Os Estados Unidos foram pioneiros nas indústrias automobilísticas e
petrolíferas, o que fez com que os transformassem em países industrializados
rapidamente. A supremacia do carvão recebeu o primeiro golpe quando os motores a
diesel derivado do petróleo passaram a ser usados em navios. No século XX, o petróleo
foi interessante para o governo britânico por ser um combustível superior ao carvão para
a marinha real. Um jovem ministro da marinha da época acreditava na importância
estratégica de petróleo no caso de conflitos futuros, infelizmente a Primeira Guerra
Mundial que eclodiu logo depois, provou que estava certo. Foi adotado o conceito da
guerra industrial com base no uso em massa de tropas motorizadas, tanques, transportes
de soldados, artilharia motorizada, aviões e submarinos que deram ao exército um poder
de movimento e destruição. Desde então, ter acesso ao petróleo tornou-se essencial para
países em guerra. O petróleo chegou a ser tão necessitado quanto sangue para guerras.

A França, após a Primeira Guerra Mundial, notou suas fraquezas e necessitava


de petróleo para vencer guerras. Logo, lançou-se em uma política ativa de petróleo a fim
de garantir seu suprimento. Desde o fim da guerra, o petróleo causou profundas
mudanças na sociedade das nações industrializadas. Os EUA, foram mais uma vez os
pioneiros a produzir, consumir e exportar petróleo no mundo e mantiveram sua
supremacia até o final dos anos 60. A indústria automobilística floresceu graças a
imensa expansão da indústria petrolífera e fornecia combustível barato e aparentemente
inesgotável para todo o país, o mesmo fenômeno ocorreu na Europa, embora em menor
escala. A necessidade de petróleo foi cada vez mais procurada, o que desencadeou uma
feroz competição entre as grandes companhias e empresas independentes, pois todos
queiram conquistar novas jazidas nas partes remotas do mundo.

Entre as duas guerras mundiais, as grandes companhias competiram entre si para


buscar fortalecer seu poder, a concorrência ficou cada vez mais acirrada quando os anos
de abundância do pós guerra fizeram com que os preços despencassem. Nesse contexto,
as setes grandes empresas mais poderosas do mundo, 5 americanas e 2 europeias que
mais tarde foram chamadas de setes irmãs, encontraram-se em segredo para pôr um fim
a esse leilão perigoso. O objetivo era tentar controlar a produção e a indústria mundial
do petróleo, assim os preços eram estabilizados e o mundo abastecido de petróleo.
Foram criados basicamente sistema de cotas com o objetivo de manter os preços nos
principais mercados.
Países do Hemisfério Sul tentaram se libertar da hegemonia das setes irmãs. O
país pioneiro foi o México que estava sobre influência dos Estados Unidos, porém com
forte tradição revolucionária. Teve um começo promissor já no início do século XX,
onde havia muitos sinais de petróleo que atraiu prospectores e especuladores, em sua
maioria ingleses e americanos. O governo modernista da época fez desenvolver os
recursos econômicos de seu país de modo similar ao seu vizinho americano. Para
incentivar, o governo deu isenção de impostos de exportação ou isenção parcial de
impostos sobre o capital investido para empresas petrolíferas.

Dominar a produção e o transporte de óleo tem sido um elemento chave para a


vitória. Apesar da impressionante demonstração de poderio militar, a Alemanha
enfrentava com frequência a escassez de petróleo. A vantagem decisiva para os aliados
na Segunda Guerra Mundial foi a abundância do combustível de alta octanagem para
aviação. Enquanto os Estados Unidos tenham grande reserva de petróleo, na Europa era
usado combustíveis sintéticos produzidos em trabalho escravo. Isso foi crucial no céus
da Europa na Segunda Guerra.

Em 1941, os japoneses lançaram um ataque a uma plataforma de petróleo


americana após o congelamento de distribuição decretada por Roosevelt, assim, os
americanos voltaram a sua poderosa economia para indústria de guerra, o petróleo fluía
livremente. Inúmeros navios, tanques, aviões e navios de guerra cruzaram o atlântico
entre os EUA e a Inglaterra.

O final da segunda guerra mundial marcou uma virada na história do petróleo


que daí em diante transformou-se no turbilhão de uma corrida enlouquecida. O
crescimento econômico representou um aumento no consumo de energia e
particularmente de petróleo. O petróleo transformou-se na mais importante fonte de
energia no período de pós-guerra.

A História do Petróleo II – Nacionalismo do Petróleo

Durante o pós-guerra, problemas econômicos e políticos ocorreram entre um


número cada vez maior de países industrializados dependentes de petróleo, e os países
produtores do Hemisfério Sul onde começaram os movimentos nacionalistas. A
sociedade de consumo dos Estados Unidos fluiu livremente, pois não necessitarão de
uma recuperação pós guerra, devido à isso, em 1947 o número de carro nos Estados
Unidos representava 80% do total mundial, embora o país ainda fosse o maior produtor,
consumidor e exportador de petróleo, alguns analistas americanos perceberam que
poderiam tomar outro rumo.

A demanda de petróleo Era maior do que os Estados Unidos podiam suprir.


Depois da Segunda Guerra Mundial, a Europa e o Japão reconstruíram a economia com
o petróleo. As companhia americanas e britânicas começaram a intensificar suas
produções após ter o conhecimento de que o petróleo estrangeiro estava em jazidas
muitas maiores e de exploração mais barata.

Controlar o petróleo do Oriente Médio seria uma fonte prodigiosa de poder


político e econômico, uma vez que o local era uma grande fonte de petróleo, e até então
os Estados Unidos e a Rússia eram os maiores produtores de petróleo, o presidente dos
Estados Unidos e o governante do reino da Arábia Saudita estiveram presentes em uma
reunião com a finalidade de definir o futuro do petróleo. O Presidente Americano
Roosevelt propôs a Abdel Aziz que garante se o acesso privilegiado ao petróleo Saudita
e em Retribuição garantiria sua segurança contra ataques internos e externos, isso ficou
conhecido como o guarda-chuva americano.

Na década de 50, o primeiro triunfo acontecer na região Ghawar, onde foram


descobertos vários campos em uma única jazida com 200km de extensão, essa enorme
mancha de óleo com 2250 km2 de superfície e continua a ser a maior do mundo. A
Texaco e a Royal não conseguiram manejar sozinhas, então se associaram com a Mobil
e a Standard Oil de Nova Jersey, atual ecson, essa associação formou a Arabian
América Oil Company, a ARANCO, um consórcio gigante inteiramente americano.

A Venezuela teve um papel importante no nacionalismo do petróleo. Junto com


o México, a Venezuela foi um dos primeiros produtores de petróleo da América Latina.
Nos anos 10, apesar dos nativos e climas hostis, as grandes companhias anglo-
americanas lideradas pela Shell e Standard Oil, enviaram prospectores em busca de
áreas ricas em petróleo. Especialmente nos anos 20, na bacia de Maracaibo, houve uma
descoberta após a outra, a Venezuela se tornou uma grande fornecedora de petróleo aos
Estados Unidos graças a ampliação na atividade de petróleo realizada pelas grandes
companhias. Desde o apoio de Juan Perez aos grevistas petroleiros, seu sonho e sua luta
foram transformar o petróleo em um meio de promover seu país e países do terceiro
mundo.
Em 1951, o Irã seguir o exemplo da Venezuela e foi o primeiro país a se rebelar
contra a onipotente anglo royal and company e a antiga anglo peach, atualmente British
Petroleum, que havia transformado o país numa colônia petrolífera desde o início do
século XX. Mossadegh apresentou um projeto de lei que autorizava a imediata
nacionalização da anglo iranian, o objetivo desta nacionaliza são era trazer felicidade e
prosperidade ao povo iraniano e garantir a paz no mundo. As grandes companhias e os
governos ocidentais ficaram indignados com a notícia. A nacionalização foi
concretizada em maio de 1951, com a criação da National Iranian Oil Company, o
governo iraniano foi forçado a reconsiderar essa decisão pela Grã-Bretanha, essa
decisão foi catastrófica para o futuro da nova empresa nacional devido ao Irã não
possuir uma elite local de petróleo.

Mossadegh foi deposto e colocado em prisão domiciliar, a ordem foi


brutalmente restaurada e o Xá voltou de seu curto exílio com o apoio dos americanos,
eles se aproveitaram de sua posição dominante para reorganizar o setor petrolífero. O
presidente dos Estados Unidos, general Eisenhower, teve iniciativa de organizar uma
conferência internacional em 1953 que levou a criação de um consórcio controlado
pelas grandes companhias anglo-americanas com uma pequena participação de
companhia francesa de petróleo. Nos anos seguintes, o setor petrolífero iraniano teve
um enorme desenvolvimento, o antigo domínio britânico havia terminado até a queda
do Xá em 1979, o Irã foi controlado pelos americanos.

O petróleo foi usado como arma contra os países ocidentais após um militar
egípcio Gamal Abder Nasser assumir o desafio fracassado de Mossadegh. O principal
meio de transporte do petróleo do Oriente Médio para a Europa estava localizado no
Egito, um pequeno produtor de petróleo denominado Canal de Suez. O Canal de Suez
foi proclamado nacionalista após Nasser assumir o poder em 1956, até então era
administrado por franceses e ingleses com ajuda de Israel, os mesmos tentaram retomar
a posse do canal com o uso de força e lançaram um ataque de desastre políticos, foram
obrigados a se retirar pelos Estados Unidos, pois os americanos estavam na Guerra Fria
e queria uma tem influência na região. Nasser teve a ideia de fechar o canal e sabotar os
navios que atravessavam, como consequência a reserva de petróleo se esgotaram e os
preços dispararam. Ainda em 1956, na França começou o racionamento de combustível.

A nacionalização do Canal de Suez foi crucial para a luta dos árabes para
controlar seu petróleo, o fato de essa nacionalização ser um sucesso, eliminou a
sensação de fracasso que os países árabes e os produtores de petróleo tinha desde a
queda de Mossadegh e seu fracasso de nacionalizar o petróleo no Irã.

Os países do Hemisfério Sul não foram os únicos a enfrentar as grandes


companhias, a Europa, que até então dependera dela para obter petróleo, agora lutava
para se tornar independente as refinarias francesas foram completamente destruídas
pelos bombardeios dos Aliados em 1944. O governo provisório do General Degoll e os
governos seguintes recuperaram e atualizaram a política dos anos 20 especialmente a
regulamentação de 1928 que dava ao estado monopólio da importação de derivados de
petróleo. Após a guerra, medidas foram tomadas para combater o lobby do petróleo
anglo-americano, o capital da antiga companhia francesa de petróleo foi aumentado e a
reconstrução da refinaria transformou-se em um dever nacional.

A política francesa tinha um objetivo precioso que era manter a independência


diante das grandes companhias internacionais, o que fazia com que ela fosse diferente e
original, seu país vizinho, a Itália na década seguinte passou por uma expansão
econômica graças à alta qualidade da indústria automobilística e a criação de uma
Indústria petrolífera estatal. Durante os sombrios anos do pós-guerra a Itália Era um país
derrotado e arrasado, cuja economia depende do Estados Unidos, sem nenhum recurso
indústria dependia das grandes companhias para obter combustível. Uma pequena
empresa de petróleo foi criada pelos fascistas, a AGIP, era o único poder contra o
domínio das grandes companhias. Em 1953 foi fundada a Italy Nacional Office Off and
Hidrocarbonos com a intenção de impedir o monopólio das grandes companhias através
do embaixador Luz Buz, os EUA tentaram impedir a nacionalização alegando a livre
concorrência.

Nos anos seguintes, equipes foram enviados ao hemisfério sul para encontrar novos
campos de petróleo a fim de que a Itália obtivesse um suplemento independente, o
acordo era baseada em respeito e apoio. Em 1955 foi oferecido um contrato a empresa
petrolífera egípcia que era muito mais vantajoso do que os antigos contratos de
concessão de impostos pelas grandes companhias, dois anos depois adotou a mesma
estratégia no Irã, provocando fúria nos americanos que alegava o domínio na região
depois da queda de Mossadegh. Em 1960, a Itália deu um passo importante sobre a
independência energética e iniciou negociações para comprar óleo cru e gás dos
soviéticos nessa época a União Soviética era um grande produtor de petróleo
responsável por 15% do total mundial, ao enfrentar as grandes companhias a Itália
estabeleceu as bases da grande mudança que ocorreu no mundo a partir dos anos 60.

A ideologia marxista prevaleceu no hemisfério sul que lutavam pela sua


independência, em um texto internacional tão explosivo a Shell e a British Petroleum
foram rapidamente seguida pela outras grandes companhias ao decidirem reduzir em
9% os preços de compra do petróleo já baixos, devido a superprodução essa decisão
provocou Ira nos países produtores de petróleo no hemisfério sul, ficando petróleo a sua
principal fonte de vida. Foi decidido criar uma associação denominada Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP) com objetivo de defender interesses comuns,
ainda hoje a principal tarefa dos países-membros é decidir preço de venda comum para
o petróleo. Porém, nos países ocidentais, a criação da OPEP foi ignorada ridicularizado
ou alvo de ceticismo. A OPEP ainda é uma das principais forças no cenário
internacional de petróleo. Durante os anos 60 e 70, os 5 países fundadores, Venezuela,
Arábia Saudita, Irã e Iraque e Kuwait, admitiram outros 6 países, Catar, Líbia,
Indonésia, Abu Dhabi, Argélia e Tunísia, os 11 dominavam o mercado, juntos eram
responsáveis por 54% da produção mundial, 70% das reservas conhecidas e 85% das
exportações. Apesar da incrível força na economia mundial, a OPEP não conseguiu se
livrar do poder das grandes companhias durante os 10 primeiros anos de sua existência,
devido ao domínio das grandes companhias os líderes da OPEP pagaram caro para
possuir espírito de independência.

Durante os anos 60, o conflito Norte x Sul aumentou. Nesse contexto, o petróleo
se transformou em um triunfo político e econômico, três países árabes da OPEP,
Argélia, Líbia, e Iraque ficaram na linha de frente da luta, ao contrário da Arábia
Saudita e do Irã, vistos como fantoche do inimigo imperialista americano, eles tinham
uma ideologia revolucionária e seu líderes Boumediene, Kadafi e Saddam Hussein eram
movidos por um profundo ódio de antes os ocidentais. Em 1969, com a entrada da
Argélia na OPEP, assumiu a liderança na cruzada do petróleo, que ao contrário das
demais países da organização, havia conseguido sua independência pela força das armas
em 1962, depois de 7 anos de guerra contra a França.

A França tornou-se uma das principais nações produtoras de petróleo devido às


jazidas encontradas no Saara enquanto a Argélia ainda era sua colônia em 1956. Em
1960, enquanto o conflito com sua colônia ainda era sobreposto, o petróleo e o gás
supriam a França e a Europa. O fim da guerra foi atrasado em um ano devido ao
encontro secreto entre o governo francês e o governo revolucionário provisório da
Argélia.

A taxa de consumo de petróleo do mundo não se devia apenas a indústria


automobilística. Na época, usava-se petróleo para obter eletricidade, Por isso os
franceses insistiam em uma posição privilegiada, se não exclusiva. Apesar de acordos,
as relações franco-argeliana passaram a piorar nos anos seguintes a independência, na
prática os campos de petróleo do Saara continuaram a ser enclaves franceses explorados
por duas empresas, Royal Fruit que possuíam 90% das ações, embora tenha sido criada
uma empresa local, os argelinos não conseguiram o controle e acusavam os franceses de
deixar pequena quantidade do petróleo.

O impasse entre os países terminou repentinamente em 1971, quando


Boumediene rompeu com os franceses e pela primeira vez na história da OPEP, ousou
impor uma decisão soberana e unilateral. Kadafi também foi influenciado pela agitação
argelina que usou um tesouro de petróleo e desejava usá-lo como força para impulsionar
a revolução, mas precisava controlar as companhias petrolíferas americanas
independentes que se aproveitavam da monarquia arcaica. Em 1962 a Líbia entrou para
a OPEP e se transformou em um dos principais produtores em 1970, Kadafi criou uma
companhia nacional de petróleo para controlar a distribuição interna, a Iraque Petroleum
Company que passou a ser nacionalista após Saddam Hussein assumir a vice-
presidência iraquiana, logo americanos e ingleses tiveram de deixar o país e foram
substituídos por técnicos soviéticos.

Em apenas 16 meses, três países da OPEP conseguiram abalar o poder das


grandes companhias ao controlar pelo menos uma parte de sua produção. Essa vitória se
tornou cada vez mais assustadora para países industrializados que depende dos países da
OPEP para obter petróleo.

A HISTÓRIA DO PETRÓLEO III – O PETRÓLEO COMO ARMA

Foi notório perceber que o petróleo podia tornar uma arma temível. Nos anos 70,
a OPEP produziu cerca de 50% do total mundial, isso fazia com que ela se sentisse
pressionada sobre as grandes companhias que tinha dominado mercado e sobre os países
industrializados que depende da importação de petróleo.
Em 1973, Egito e síria apoiados pela Jordânia, atacaram Israel, as tropas do
Egito cruzar o Canal de Suez e o ataque foi deferido no Yom Kippur, o dia do perdão, o
que fez com que surpreendesse os israelenses, fazendo-os recuar 15km. Apesar de ser
uma guerra local, a guerra do Kippur provocou a maior agitação da história do petróleo.

O presidente dos Estados Unidos quebrou a promessa de seu país e abandonou a


paridade dólar euro e deixou que o dólar desvalorizasse, os países da OPEP foram os
primeiros a sofrer, pois o petróleo era comercializado em dólar, um pequeno incidente
bastou para que a OPEP se sentisse insatisfeita. Os Estados Unidos posicionou
agressivamente em apoio a Israel, que estava à beira da derrota, e então os países árabes
usaram o último triunfo que tinha, a arma do petróleo, enviaram remessa de petróleo
para os países que apoiavam Israel em especial os Estados Unidos.

O preço do óleo cru foi aumentado em 70% após uma reunião no Kuwait com a
presença de 6 países-membros e o corte mensagem de 5% na produção até que Israel
saísse dos territórios ocupados. Houve um acordo após discussões diplomáticas por
americanos e soviéticos para cessar-fogo e impedir que a crise tomasse toda a região.

O preço do combustível disparou e o abastecimento falhou em 1974, esse


desastre sem precedentes ficou conhecido como a primeira crise do petróleo. Essa crise
marcou o fim de 30 anos de riqueza e desperdício de petróleo barato para o ocidente. A
OPEP foi acusada de ser a única responsável por essa catástrofe global, pela primeira
vez foi considerada um cartel agressivo que podia abalar a economia dos países
desenvolvidos.

O aumento os preços foi causado pela ameaça que pairava sobre os países
industrializados e especial sobre o Estados Unidos desde o final dos anos 60 nessa
época o presidente Nixon foi alertado de que o país dependia cada vez mais do petróleo
do Oriente Médio e o petróleo era tão barato que a médio prazo podia acabar com a
indústria petrolífera americana, cada vez menos competitiva devido à diminuição das
reservas nacionais. A súbita a explosão dos preços provocou uma enorme mudança na
indústria petrolífera e redefiniu o papel das grandes companhias.

O controle de todo o processamento do petróleo até os anos 60, era das grandes
companhias que usava ainda o modelo de integração vertical criada por John
Rockefeller. As grandes companhias foram obrigado a fazer mudanças após a primeira
crise do petróleo. Em consequência da crise de 1973 os países da OPEP assumiram o
papel das grandes companhias, nacionalizado e controlando sua reserva de petróleo.
Antes da crise do petróleo, as companhias internacionais públicas e privadas
controlavam 80% da reserva e as companhias nacionais dos países produtores 20%, 10
anos depois os percentuais havia invertido e mantidos até hoje.

O aumento dos gastos com petróleo nos países industrializados, em especial na


Europa, provocou uma Inesperada a crise econômica e social, desemprego, falências,
fechamentos de empresas e estagnação. Na Europa, ocorreram campanhas de
conscientização popular, pois especialista e pessoas comuns perceberam a ameaça do
esgotamento de energia fóssil não renovável. Na França, houve a famosa campanha
“caça ao desperdício”, que usou técnicas de publicidade multimídia.

A explosão dos preços do petróleo também estimulou a pesquisa de técnicas


mais eficientes na indústria petrolífera, para superar o problema as grandes companhias
investirem Frank, uma grande jazida de gás entre a costa da Noruega e Escócia. Graças
ao Progresso técnico e a tecnologia de perfuração em alto mar, a produção do Mar do
Norte quintuplicou entre 1974 e 1978, esse aumento levou os países da Europa, em
especial a Grã-Bretanha e Noruega, a depender menos da produção de petróleo da
OPEP.

Pesquisas são realizadas para reduzir a dependência do petróleo, muitas delas


voltam-se para formas de energia renováveis e não poluentes, mas essas formas de
energia continuam a ser experimentais por falta de incentivo político, porém diferente
no caso da energia nuclear que ocupou o primeiro esforço da diversificação energética.
A França assumiu a ponta na construção de usinas nucleares superando os Estados
Unidos, Japão e demais países europeus, atualmente a França tem um número mais
elevado de usinas nucleares per capita.

A revolução islâmica contra o Xá do Irã começou em 1978 com a greve de


petroleiros em poucos dias a greve paralisou a refinaria de Abadam, uma das maiores do
mundo atingiu todo o setor petrolífero e inflamou o país. O caos e os expurgos que se
seguiram aprofundaram a crise que abalou o mercado de petróleo e escassez, apesar dos
esforços da Arábia Saudita para aumentar sua produção e manter o equilíbrio entre a
oferta e a demanda.

O petróleo logo se transformou em triunfo estratégico na guerra entre dois dos


mais prósperos países da OPEP. Os campos de petróleo eram alvos de ataques por terra,
ar e mar. A crise afetou até países do terceiro mundo que não produziam petróleo e o
aumento dos custos de energia que representam até 90% das importações, provocou
grandes consequências econômicas e sociais.

Nesse período, o superávit comercial dos países da OPEP chegou a 700 bilhões
de dólares. Foram completamente transformados após o superávit, as estruturas sociais e
econômicas de alguns países não estavam prontos para receber tanta renda de modo
centralizado. Graças ao petróleo, o setor da saúde e da educação da Argélia e Iraque
tiveram um crescimento extraordinário. No entanto, projetos ambiciosos demais ou
irrelevantes, fracassaram. Todos os países da OPEP passaram pelo mesmo tipo de
fracasso que demonstra um problema de subdesenvolvimento.

Nos anos 70, a riqueza do petróleo beneficiou a população e foi um meio de


garantir a paz social promovendo o modo de vida com pequeno empreendedorismo e
grande participação do lazer. As famílias reinantes aproveitaram os anos de abundância
para enriquecer ainda mais, investindo uma parte substancial da receita de seu país em
redes financeiras internacionais hein em detrimento de seu país.

Enquanto o consumo mundial de petróleo diminuía graças a economia de


energia e ao uso crescente de energia nuclear, o poder dos países da OPEP aumentava.
Os países consumidores do petróleo obtiveram grande resultado em 1982, quando
houve super produção de petróleo.

A OPEP tentou impedir a crise limitando a produção por meio de cotas a fim de
controlar o mercado, mas suas necessidades financeiras continuaram aumentar e as
cotas não foram respeitadas. As consequências foram desastrosas para os países da
OPEP, cujas dívidas eram altas, então foi percebido em meio à crise que o afastamento
das grandes companhias não foram benéficos e para gerir melhor seu recursos
petrolíferos companhias estrangeiras passaram a ser presente nos países da OPEP.

A História do Petróleo IV – O Esgotamento do Petróleo

O declínio dos recursos petrolífero agrava uma situação já tensa, que pode
ocorrer nas próximas décadas devido ao aumento do consumo. Em 2003, o presidente
americano George W. Bush anunciou o fim das operações do petróleo no Iraque,
mostrando a todo o planeta a superioridade militar americana. Os interesses estratégicos
do petróleo deviam ser combinados com objetivos militares pela Arábia Saudita, porém
controlando o petróleo do Iraque, Arábia Saudita e do Golfo, poderiam ditar políticas
para consumidores na Europa, no Japão, na Índia e no resto do mundo.

As técnicas mais eficientes de exploração, refino do petróleo e a contenção da


demanda europeia causaram superprodução, os preços despencaram em 1998 nessa
circunstância difíceis as grandes companhias conseguiram se adaptar, uniram-se em
posições de petróleo mais poderosos, as super companhias. As pequenas companhias
foram varridas do mapa pelas super companhias, que concentraram suas atividades no
refino, distribuição e petroquímica cujo lucro multiplicaram por 10 desde o final dos
anos 90. Devido ao confuso contexto geopolítico, o preço do óleo cru voltou a subir.

Até o final do século XX, a China era autossuficiente em petróleo. Houve uma
grande mudança Econômica, social e industrial e em apenas um ano o número de carros
subiu 80%, causando um aumento de 30% na importação de petróleo em 2003. A China
produz 2/3 do petróleo que consome, graças aos seus Campos de Petróleo em alto mar,
porém, estimativas apontam que essas reservas estarão esgotadas em apenas 5 anos.

Os americanos precisavam perceber que o petróleo é uma fonte de energia não


renovável e extremamente preciosa. O consumo descuidado do petróleo e o estilo de
vida representa um sério risco ao futuro dos Estados Unidos que precisam de fontes
externas de petróleo. Era necessário encontrar novas fontes para o consumo energético,
foi uma boa razão para retomar a política diplomática com a Rússia, que tinha se
tornado o maior produtor de hidrocarbonetos.

A indústria petrolífera russa voltou a funcionar no final dos anos 90, graças a
recuperação econômica e a sociedade de consumo. As super explorações de jazidas e a
falta de organização da indústria provocaram graves acidentes com grandes
consequências ambientais. Nesse período conturbado, a economia ficou à beira da
Falência e a produção de petróleo caiu pela metade, uma acordo energético foi assinado
pelos presidentes americano e russo, fortalecendo o intercâmbio econômico entre os
dois países. O governo americano prometeu uma grande contribuição à indústria
petrolífera russa, em troca do governo russo em que se o petróleo fluiria para os Estados
Unidos, visando ser seu maior fornecedor em 2010. Apesar de condições promissoras,
as grandes companhias anglo-americanas enfrentaram a oposição dos oligarcas russos
do petróleo.
Em 2001, 7 dos 8 bilhões de Barris cru na novas reservas mundiais vieram da
África ocidental. A aventura pelo petróleo expandiu-se depressa após a luta pela
independência, nesse contexto, as jazidas continuaram sobre o poder das antigas
potências coloniais que ainda controlavam a economia, a política e a cultura de suas ex-
colônias além-mar. Nesses países recém independentes e corruptos, as relações entre os
líderes políticos e as companhias estrangeiras baseavam-se em suborno e união.

O futuro da humanidade está diretamente ligada as especificidades das jazidas e


ao modo de como são exploradas. Em 1970, a produção do petróleo dos Estados Unidos
atingiu o auge, isso foi o início de um novo declínio que nenhuma nova descoberta
conseguiu impedir. Os especialistas concordam que o declínio dos hidrocarbonetos é
inevitável, pois são uma fonte de energia não renovável, porém há pontos de
discordância, a data em que a produção irá cair e o nível de produção que será atingido.

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