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Após a primeira guerra mundial (1914-1918), o cenário político internacional sofreu

uma alteração atinente à ênfase analítica nas suas unidades componentes, deixando de centrar-
se principalmente numa análise estatocênctrica para uma visão pluralista dos seus actores com
a formalização da Sociedade das Nações, uma organização internacional que tinha como
objectivo principal guiar o mundo para que não aconteça conflitos militar equiparado ao
desaire ocorrido entre 1914 e 1918. Deste modo, com o surgimento da Sociedade das Nações,
as organizações internacionais ganham impacto quer seja no Direito Internacional, quer seja
no campo das Relações Internacionais
As Organizações Internacionais podem ser Internacionais Governamentais ou Não
Governamentais (ONG); ao que nos importa tratar é sobre Organizações Internacionais
Governamental de carácter regional.
Uma Organização Internacional Governamental é uma associação de Estados, de
forma voluntária, estabelecida por acordo entre os seus membros e dotado de um aparelho de
órgãos permanente, encarregados de prosseguir à realização de objectivos de interesse comum
através da cooperação entre eles.
De acordo com Sousa (2005, p. 131), uma Organização Internacional Governamental é
uma “estrutura institucional formal que transcende as fronteiras nacionais, criada por acordo
multilateral entre os Estados. Traduz vontade política de cooperação e é dotada de organismos
permanentes encarregados da concretização dos objectivos da organização”.
As Organizações Internacionais surgem consoante as necessidades e questões que
escapam do domínio de um único Estado. Tal como fez saber Accioly, Nascimento & Casella
(2012, p. 638) “as Organizações Internacionais multiplicam-se à medida que aumenta a
conscientização a respeito dos problemas específicamente internacionais (…)”.
Numa outra concepção, as Organizações Internacionais são coletividades inter-
estatais, criadas através de um tratado multilateral, com constituição e objeto definidos, que
não possuem territórios ou populações, mas uma associação voluntária de sujeitos de Direito
Internacional, com vontade própria e personalidade jurídica.
Do grupo dos Países da Linha da Frente a SADC
Após as independências dos Estados africanos e o inicio do período de descolonização
no continente, essencialmente a região austral de África, tendo em conta a diversidade
geográfica, económica, política e social, assiste-se uma vontade dos Estados da região austral
de caminhar em direcção ao desenvolvimento.
Com o fim da Guerra Fria (a globalização e a dissolução da URSS), assistiu-se
grandes mudanças no âmbito regional e internacional, dá abertura ao processo de integração
permitindo maior nível de cooperação entre os Estados nas questões políticas, económicas e
sociais.
Os países do continente africano enfrentaram inúmeros desafios ao longo da sua
história, principalmente como consequência da colonização e da exploração.
Para poder solucionar os desafios enfrentados na região austral de África, os chefes de
Estado de Angola (Agostinho Neto), Moçambique (Samora Machel), Botswana (Serets
Khana), Tanzânia (Julius Nyerere) e a então Rodésia do Norte (Kenneth Kaunda) (actual
Zâmbia), fundaram o grupo dos Países da Linha da Frente (PLF) em Abril de 1977. Para
Menezes (2019), a PLF foi o primeiro bloco de coordenação e integração regional
formalmente reconhecida pela Comunidade Internacional e visava a mobilização e
cooperação de esforços para fortalecer os Movimentos de Libertação Nacional que lutavam
contra a opressão colonial na região. Este bloco tinha como objectivo a libertação total dos
povos e territórios oprimidos e sob dominação política, económica e social na África Austral.

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