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Curso ZeroUm

Turmas EsPCEx
Redação – Prof.ª Camila S. M.

PROPOSTA 11
Leia os textos abaixo.

Texto I

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de
soberania.

Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948.

Texto II
A configuração do mundo
O atual mapa do mundo, ou mapa-múndi, representa um momento da geopolítica
internacional, resultado das complexas relações históricas entre territórios, Estados e
nações. O mapa-múndi não é imutável; países ainda podem ser criados, extintos ou
reorganizados.
Diversos povos vivem em constantes conflitos para obter autonomia política sobre
um território, ou seja, lutam contra o domínio ou a invasão de seu território por outros
países. Essa luta por autonomia pode levar à criação de países.
É fundamental compreender conceitos vinculados a territorialidades político-administrativas.
O Estado
O Estado é a forma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento
jurídico que regula a convivência dos habitantes de um país. O governo é a forma como as
instituições políticas e administrativas do país produzem as leis (Poder Legislativo),
colocam-nas em prática (Poder Executivo) e garantem sua execução (Poder Judiciário). Além
disso, há as forças armadas, organizações responsáveis pela defesa do território.
Uma nação pode constituir um Estado soberano. Quando ela ocupa um território e se
organiza politicamente, denomina-se Estado-nação. Na sociedade contemporânea, o
Estado-nação é a forma mais difundida de organização da sociedade. Há Estados-nação que
abrangem diversas nações, como o Reino Unido (que reúne as nações inglesa, galesa,
escocesa e norte-irlandesa).
A Nação
O termo nação pode ser definido como um coletivo humano com características
comuns, como a língua e a religião. Os membros dessa coletividade estão ligados por laços
históricos, étnicos e culturais. Há nações com um Estado constituído, como Brasil,
Alemanha ou o Japão e há nações que almejam constituir-se como Estado, mas ainda não o
são, como os tibetanos, na China, e os curdos, espalhados entre a Turquia, o Irã, o Iraque, o
Azerbaijão, a Síria e a Armênia.
O Território
O território de um país é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. O
território é delimitado por limites políticos, que podem ser naturais, como um rio, uma
cordilheira etc., ou artificiais, estabelecidos com base em outros elementos. De modo geral,
os limites políticos dos países são determinados por traçados tanto naturais quanto
artificiais. O território de um país é formado pelo solo continental e insular, pelo subsolo,
pelo espaço aéreo e pelo território marítimo.
O País
Podemos definir país como um território politicamente delimitado, com unidades
político-administrativas, moeda própria, reconhecimento internacional e, em geral, habitado
por uma comunidade com história própria. Todo país tem um Estado constituído, que exerce
soberania perante outros países, e suas normas, organizadas oficialmente como em
constituições.
Fonte: <https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/eaja/geografia-conceitos-estado-nacao-territorio-e-pais/>

Texto III
A história dos refugiados está intimamente relacionada à das guerras humanas. Esses
conflitos resultam na perseguição a grupos minoritários e na violação generalizada de
direitos humanos, de forma que o grupo afetado precisa buscar refúgio fora de seu país de
origem. Por sua vez, os direitos humanos e o instituto do refúgio estão intimamente ligados,
afinal, um refugiado é, antes de qualquer condição, um ser humano, cujos direitos básicos
devem ser defendidos. A violação de direitos humanos é a maior causa de migrações
forçadas no planeta e, muitas vezes, elas ocorrem também nos países que recebem
refugiados.
Conflitos armados que infringiram direitos humanos se repetiram diversas vezes ao
longo da história. Contudo, apenas no século XX, após as grandes guerras, os Estados
reconheceram a necessidade de coordenação global para lidar com o refúgio. A discussão
sobre o tema se intensificou a partir da Segunda Guerra Mundial, com a rejeição de
migrantes do Leste europeu e políticas de perseguição baseadas em raça e religião
empreendidas pela Alemanha Nazista. Segundo estimativas, 60 milhões de europeus foram
forçadamente deslocados como resultado da Segunda Guerra, constituindo um dos maiores
números de migrantes forçados já existentes.
Tal cenário resultou na criação de campos de refugiados e de uma instituição
responsável por seu tratamento, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
Na época, os países com maior influência acordaram a Convenção Relativa ao Estatuto dos
Refugiados, assinada em 1951, que estabeleceu as normas para o instituto do refúgio.
Entretanto, a Convenção de 1951 era restrita temporal e geograficamente, abarcando apenas
refugiados europeus da Segunda Guerra Mundial. Assim, o Protocolo de 1967 surgiu para
que a Convenção passasse a abranger novos fluxos de refugiados, sem restrições de datas e
espaço geográfico. Ambos os documentos são considerados os principais instrumentos
internacionais a serem utilizados por Estados como guia no tratamento dos refugiados em
seu território.
A partir da Convenção de 1951, é assegurado a qualquer pessoa o direito de procurar
refúgio em outro Estado e dele usufruir. O Estatuto dos Refugiados estabelece que os
Estados signatários proporcionem aos refugiados presentes em seu território uma série de
direitos antes não assegurados. Além disso, outras convenções regionais foram adotadas a
fim de adequar-se aos contextos de cada região, como a Convenção Africana Sobre
Refugiados, criada no âmbito da Organização da Unidade Africana e a Declaração de
Cartagena, vigente na América Latina. Atualmente, as migrações são divididas em duas
categorias: forçadas e voluntárias.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, “o termo migrante,
geralmente, abrange todos os casos em que a decisão de migrar é tomada livremente pela
pessoa em decorrência (concernida) de ‘razões de conveniência e sem a intervenção de
fatores externos que a obriguem’. Desta forma, esse termo se aplica às pessoas e a seus
familiares que vão para outro país ou região com vistas a melhorar suas condições sociais e
materiais, suas perspectivas e de seus familiares”.

Texto com adaptações. FONTANA, Eduarda; ZIMNOCH, Larissa; LORENTZ, Luísa Acauan. A crise migratória no século
XXI: anomalia ou consequência da política internacional?. RIPE: Relações Internacionais para Educadores, v. 4. 2017.

Efeitos de uma emergência social do século XXI: a crise migratória

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