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ESTADO DE SANTA CATARINA – PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


CEM SÂO LUÍZ

Nome: ______________________________________________________________________
Disciplina: Geografia
Professora Rafaela Cardoso
Data: ______/_________/________.

Estados nacionais na ordem mundial


Os conceitos de Estado, país e nação
Estado, no sentido jurídico-político, é uma entidade que exerce o
controle sobre um território com limites precisos. Essa palavra nomeia
também as unidades internas de alguns Estados nacionais, como o
Brasil, o México e os Estados Unidos da América.
No cotidiano, Estado e país costumam ser utilizados como sinônimos.
Porém, como vimos, Estado é um conceito jurídico-político e
pressupõe a existência de controle sobre um território nacional e a
existência de diversas instituições de governo. Já país tem mais um
sentido geográfico e define a região habitada por uma etnia (do grego
éthnos, que significa ‘povo’), que pode não ter o controle desse
território. Por exemplo: a região habitada pela etnia curda se estende secessão: separação
de parte do território
principalmente pelos territórios de quatro Estados nacionais da Ásia: de um Estado
nacional.
Turquia, Iraque, Síria e Irã (observe o mapa a seguir). Essa região é
chamada de Curdistão, que significa ‘país dos curdos’. A palavra nação é
muito utilizada com dois sentidos diferentes. No sentido cultural, é usada
como sinônimo de etnia. Por exemplo, podemos dizer que no Brasil há
305 etnias ou nações indígenas. Já no sentido jurídico-político é usada como sinônimo de Estado nacional. Isso ocorre,
por exemplo, com o nome da entidade que reúne 193 Estados do mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU).
Em setembro de 2017, a população do Curdistão iraquiano participou de uma consulta pública para decidir se queria
ou não a separação e a criação de um Estado curdo soberano. Cerca de 93% dos votos foram pelo “sim” à
independência, mas o governo iraquiano não aceitou a decisão e interveio para evitar a secessão.

Limites e fronteiras dos Estados


Limite, fronteira e divisa são conceitos importantes para o estudo da geografia política e, embora interligados e
complementares, são diferentes. Limite é uma linha imaginária, materializada ou não na paisagem, que separa dois
territórios, como no caso dos Estados nacionais. É definida por acordos internacionais e, nos mapas políticos, é
representada por uma linha contínua. Divisa é a materialização do limite, portanto, visível na paisagem. Pode ser
constituída por marcos fixados
no terreno (uma cerca, um muro ou monumentos, por exemplo) ou algum elemento natural (como um rio ou a crista
de uma montanha).
O limite do Brasil com seus vizinhos, por exemplo, é em grande parte estabelecido por divisas naturais. Há, porém,
alguns trechos das fronteiras brasileiras cujos limites estão baseados em divisas artificiais, como ruas e monumentos.
Observe o mapa abaixo e a fotografia ao lado para compreender melhor esses conceitos.

Limites e divisas servem para demarcar as fronteiras entre Estados nacionais. Fronteira é uma faixa de transição com
largura variável entre os territórios de dois Estados nacionais, na qual os habitantes dos dois lados do limite se
relacionam, estabelecem intercâmbios econômicos e culturais e circulam com maior ou menor liberdade, dependendo
da relação entre esses países. Podem até mesmo criar novos dialetos, como o espanglês ou spanglish (combinação
dos termos em inglês spanish, ‘espanhol’, com english, ‘inglês’), nas comunidades latinas dos Estados Unidos,
sobretudo na zona de fronteira com o México. Apesar disso, valem, de cada um dos lados do limite, as leis e normas
do respectivo Estado, assim como as respectivas moedas e sistema de impostos. A fronteira entre dois Estados, ao
mesmo tempo que serve para separar seus territórios com a fixação de limites e divisas – como vemos nas
representações cartográficas –, permite também uma intensa relação entre pessoas na zona fronteiriça de ambos os
lados. Essa relação pode ser facilitada pela ausência de barreiras, como acontece na maior parte da fronteira do Brasil
com seus vizinhos, ou dificultada pela construção de barreiras que limitam a circulação, como acontece em boa parte
da fronteira entre os Estados Unidos e o México, por exemplo. Observe o mapa e a fotografia. A compreensão de
outros aspectos da organização e do funcionamento do Estado nacional é facilitada se estudarmos sua origem histórica
e seu desenvolvimento até os dias de hoje. É isso que veremos, resumidamente, a seguir.

Quantos países existem no mundo?


Ao observar um mapa-múndi, é comum pensarmos: quantos países existem no mundo? A resposta depende de como
definimos o conceito de país. Se consideramos país como sinônimo de Estado soberano reconhecido
internacionalmente, definição mais comum, então há 193 países no mundo (desde a entrada do Sudão do Sul em
2011). Essa é a contagem da Organização das Nações Unidas (ONU; vamos estudá-la neste capítulo). Então, essa
resposta depende também da fonte que consideramos. No entanto, há dois países que não são membros da ONU, mas
participam como Estados observadores nas sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas: Vaticano (Europa), único
país soberano e com total reconhecimento internacional que não é membro, e Palestina (Oriente Médio), país cuja
soberania ainda não está totalmente reconhecida e cujo status internacional ainda é indefinido. Em 2012, a Assembleia
Geral da ONU, em votação com 138 votos favoráveis (entre os quais o do Brasil), 9 contrários e 41 abstenções, decidiu
alterar o status da Palestina para Estado não membro observador. Ou seja, 71,5% dos membros da ONU reconhecem
o Estado da Palestina. Entre os que não reconhecem estão os Estados Unidos, o Canadá e o México (estes dois devido
à pressão estadunidense), diversos países da União Europeia e Israel. A Divisão de Cartografia da ONU, com base na
classificação da Organização Internacional para Padronização (ISO – sigla em inglês de International Organization for
Standardization), contabiliza 249 países ou áreas no mundo. Aí estão incluídos:

■ países independentes reconhecidos internacionalmente, como é o caso dos Estados-membros da ONU e do

Vaticano;

■ países que não são totalmente reconhecidos, como é o caso da Palestina, do Kosovo (sudeste da Europa) e de

Taiwan (país insular localizado no leste da Ásia, no oceano Pacífico);


■ áreas não independentes, que estão sob o controle de outros países, como Ilhas Cayman e Ilhas Virgens Britânicas

(territórios ultramarinos do Reino Unido localizados no Caribe, no oceano Atlântico). Kosovo, por exemplo, era parte
do território da Sérvia até 2008, quando declarou sua independência política. Até fevereiro de 2018, 116 países tinham
reconhecido sua soberania, entre os quais os Estados Unidos, o Japão e todos os países da União Europeia, com
exceção da Espanha, que tem movimentos separatistas em seu próprio território e não quer abrir nenhum precedente.
Entre os países que não reconhecem a independência kosovar estão a Rússia, a China, a Índia e o Brasil. Apesar do
amplo reconhecimento internacional, Kosovo ainda não é membro da ONU. Para um país se tornar membro das ações
Unidas é preciso a recomendação dos 15 membros do Conselho de Segurança e a aprovação pela Assembleia Geral. A
Rússia, aliada histórica da Sérvia, possivelmente vetaria essa indicação.

Resumo
• País e Estado
É necessário, contudo, estabelecer a diferença entre Estado e País. Enquanto o primeiro é uma instituição formada por
povo, território e governo, o segundo é um conceito genérico referente a tudo o que se encontra no território
dominado por um Estado e apresenta características físicas, naturais, econômicas, sociais, culturais e outras. No nosso
caso, o Brasil é o país e a República Federativa do Brasil é o Estado.

• Nação
Por outro lado, o conceito de Nação, por sua vez, também possui suas diferenças e particularidades em relação aos
demais termos supracitados. Nação significa uma união entre um mesmo povo com um sentimento de pertencimento
e de união entre si, compartilhando, muitas vezes, um conjunto mais ou menos definido de culturas, práticas sociais,
idiomas, entre outros. Assim sendo, nem sempre uma nação equivale a um Estado, ou a um país ou, até mesmo, a um
território, havendo, dessa forma, muitas nações sem território e sem uma soberania territorial constituída. A Espanha
é um exemplo clássico de Estado multinacional, ou seja, com um grande número de nações vivendo em seu território.
Existem os espanhóis, mas também existem os catalães, uma nação atualmente sem um Estado soberano e, portanto,
sem um território político definido, além dos bascos, navarros e alguns outros. A maior parte dessas nações reivindica,
inclusive, a criação de seus Estados independentes, com a delimitação de seus respectivos territórios, algo que ainda
não foi conseguido.

• Nacionalismo
Muitos Estados, para garantirem o exercício de suas soberanias em seus territórios, tentam criar entre os seus
habitantes um sentimento nacional, ou seja, a ideia de que aquele país equivale a uma nação geral, o que costuma ser
chamado de nacionalismo. O estímulo ao nacionalismo é visto com bons olhos por muitas pessoas no sentido de essas
valorizarem os seus territórios e suas populações, mas é preciso ter cuidado, pois os fatos históricos já demonstraram
que um nacionalismo extremo pode provocar uma onda de fascismo.

• Estado Nação
Um estado-nação é uma área geográfica que pode ser identificada como possuidora de uma política legítima, que
pelos próprios meios, constitui um governo soberano. Enquanto um estado é uma entidade política e geopolítica, uma
nação é uma unidade étnica e cultural. O termo "estado-nação" implica em uma situação onde os dois são
coincidentes. O Estado-nação afirma-se por meio de uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma
soberania, sobre um povo, num dado território com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias
também. O conceito de um estado-nação pode ser comparado e contrastado com o de um estado multinacional,
cidade-estado, impérios, confederações, e outras formações de estados dos quais podem sobrepor-se. Ao longo da
história, existiram estados-nações em diferentes épocas e lugares do mundo, e atualmente representam a forma
dominante de organização geopolítica mundial.

O Estado nação

É essencialmente formado por três elementos:


1. O Território
Território é uma área delimitada e definida pela relação entre diferentes indivíduos ou grupos. Sua acepção pode
ser tida, primordialmente, em dois aspectos distintos: no âmbito do direito administrativo o termo irá se referir à
porção da superfície terrestre onde existe a validade de determinado contrato social (por exemplo: a Constituição
da República Federativa do Brasil é vigente em todo o território nacional); por outro lado, é um termo que se refere
às inúmeras interações humanas com o meio natural e que irão definir as diversas formas de expressão desta
interação.
2. Um Povo
É unânime a necessidade do povo como elemento para a constituição e existência do Estado, sendo certo afirmar,
por isso mesmo, que não é possível a existência do Estado sem ele, notadamente porque, em última análise, é
para ele que o Estado se forma.
3. Soberania
A soberania está relacionada ao poder ou a autoridade exercida por um determinado território.

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