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VIII.

AGENTES PÚBLICOS
PONTOS MAIS COBRADOS – Os gráficos abaixo demonstram os pontos mais cobrados dessa matéria, quais
sejam: servidores públicos que ocupam cargo de provimento efetivo, questões atinentes ao acesso a esses car-
gos, concurso público, estágio probatório, vencimentos e questões relativas ao PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR.

Audioaula

Videoaula

Questões
Número de acertos = ______ 131
Questões resolvidas
CONCEITO
O termo agente público é uma designação genérica que abrange todas as pessoas que
desempenham funções públicas, mandato, cargo ou emprego estatal, de forma definitiva
ou transitória, remunerada ou gratuita. Nesse sentido, o art. 2º da Lei 8.429/1992 define:
“Art. 2° Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu-
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de Audioaula
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)”
Portanto, os agentes políticos, os militares, os servidores públicos, os particulares em colaboração e todos aque-
les que desempenham em algum momento a função estatal são considerados agentes públicos.

AGENTES POLÍTICOS
Os agentes políticos são aqueles que exercem a função pública de alta direção do Estado e compõem a
cúpula diretiva do Governo. A vinculação desses agentes com o Poder Público é uma vinculação estatutária,
estabelecida mediante o ingresso desses à máquina estatal, em regra, por meio das eleições. Ex: Presidente da
República, Parlamentares, Governadores, Prefeitos, Ministros, Secretários, etc. Destaca-se que os cargos de
Ministro de Estado e Secretário são cargos políticos, haja vista que são cargos ligados à alta gestão, a despeito
do fato de que o ingresso desses agentes à máquina estatal não ocorre através das eleições, e sim mediante a
nomeação para o exercício de cargos em comissão.
A competência dos agentes políticos encontra expressa previsão constitucional e, em virtude do alto escalona-
mento desses agentes, esses não estão sujeitos às regras gerais aplicáveis aos servidores públicos. Ademais,
convém destacar que não há relação de hierarquia entre os agentes políticos. Assim, é incorreto afirmar que um
governador ou secretário de Estado, por exemplo, esteja subordinado ao Presidente da República.
Cumpre ressaltar que alguns autores, como Hely Lopes Meirelles, entendem que os magistrados e os membros
do Ministério Público também se encontram inseridos nessa categoria de agentes políticos. Há, ainda, corrente
que defende que os membros dos Tribunais de Contas são agentes políticos. Posicionamento do
CESPE
SERVIDORES EFETIVOS
A palavra “efetivo” transmite a noção de continuidade, permanência, manutenção do agente na prestação daque-
la atividade. De fato, os cargos de provimento efetivo serão ocupados, em caráter definitivo, por agentes
admitidos por meio de Concurso Público. Esses agentes, após aprovação no Concurso, estabelecem um
vínculo estatutário (não contratual - o Estatuto é a Lei da carreira) com o ente estatal e poderão adquirir a tão
sonhada estabilidade. Esse regime garante a estabilidade/permanência do servidor público no exercício de suas
funções, protegendo-o contra influências políticas e partidárias.
O regime estatutário desses agentes é o regime adotado para fins de provimento de cargos públicos pelos entes
da Administração Pública Direta, Autarquias, Fundações e Associações Públicas, ou seja, pelas entidades que
possuem personalidade jurídica de direito público. Portanto, os servidores efetivos desempenham suas fun-
ções nessas entidades. Desse modo, dispõe o caput do art. 41 da CF/88:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
FICA A DICA
Em razão do fato de não se tratar de vínculo de natureza contratual, o ente público poderá promover alter-
ação unilateral no regime aplicável aos servidores estatutários, desde que sejam respeitados os direitos
adquiridos.
Portanto, o servidor público não tem direito adquirido à imutabilidade de seu regime jurídico, de sorte
que não há violação a direito quando se altera, por exemplo, a jornada de trabalho ou escalonamento
hierárquico da carreira.
Questões
132 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
Destaca-se que durante o período de três anos
ATENÇÃO: iniciais de exercício, denominado período proba-
o servidor público não tem direito adquirido tório, o agente será submetido a uma avaliação
à imutabilidade de seu regime jurídico especial de desempenho e a aquisição da es-
tabilidade estará condicionada a um resultado
QUESTÃO CESPE
O direito adquirido garante a imutabilidade satisfatório nessa avaliação. Essa avaliação
de regime jurídico e busca proteger os tem a finalidade de verificar se o servidor, no exer-
direitos dos cidadãos contra as alterações cício de suas funções, atende ao Princípio da Efi- Audioaula
que o Estado realiza nas leis que regem ciência previsto no caput do artigo 37 da CR/88.
o serviço público.
Errado Contudo, é importante lembrar que a avaliação de desempenho não
acontece apenas durante o estágio probatório. A referida avaliação
também será promovida depois que o servidor já alcançou a estabilidade administrativa, pois este deve continuar
sendo eficiente na prestação dos serviços.
Adquirida a estabilidade, o servidor somente poderá perder o cargo nas hipóteses previstas no § 1º do art. 41 da
CF/88:
SEMPRE CAI EM
Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: PROVA – TEM QUE
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; DECORAR!
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
rada ampla defesa.
As hipóteses dos incisos I e II também estão elencadas na Lei 8.112/90:
“Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa”
Para além das hipóteses elencadas acima, de forma excepcional, o § 4º do art. 169 da Constituição Federal de
1988 admite a exoneração de servidores estáveis quando esta for imprescindível para o cumprimento do
limite de despesa com pessoal estabelecido em Lei Complementar. Vejamos:
“A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)[...]” § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste ar-
tigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o
cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão
ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. [...]
Na situação descrita temos a hipótese de exoneração do servidor estável para fins de cumprimento dos limites de
gastos com despesas de pessoal. Nesse caso, não será possível que a lei crie novo cargo, emprego ou função
para suprir as mesmas atividades desempenhadas pelo servidor que foi exonerado durante o prazo de quatro
anos, nos termos do § 6° do art. 169 da CR/88:
“Art. 169, § 6°. O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será con-
siderado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais
ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.”
Ademais, nesse caso o servidor exonerado receberá, a título de indenização, um mês de
remuneração relativo a cada ano de serviço prestado, em conformidade com o art. 169, §5°
da CR/88:
§ 5° O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização Questões
Número de acertos = ______ 133
Questões resolvidas
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
Destaca-se que para que esse servidor exonerado retorne aos quadros administrativos, o
único caminho é prestar um novo concurso público.
Por fim, conforme estabelece o art. 19 da Lei Complementar n. 101/2000, a despesa total
com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os seguintes percentuais
de receita líquida:
Audioaula
• União: 50%
• Estados: 60%
• Municípios: 60%

FICA A DICA

Demissão
Destaca-se que, no caso de servidores efetivos que ainda não são estáveis, a demissão deverá ser precedida de um processo que
o Supremo Tribunal Federal denomina como processo administrativo simplificado. Afinal, ainda que o servidor não tenha adquirido
a estabilidade, deve lhe ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, haja vista que a demissão, no Direito
Administrativo, é uma PENALIDADE aplicada ao servidor público, seja ele estável ou não, em razão do cometimento de ilegalidade
grave, como será visto adiante.
Nesse sentido, devemos lembrar que, caso verificado algum vício de legalidade ligado à aplicação da QUESTÃO DE PROVA
penalidade de demissão do servidor público, esse ato deverá ser anulado e, conforme determina o RECORRENTE. NÃO
§2º do art. 41 da CF/88, o servidor que tiver seu ato de demissão anulado pela via judicial deverá ser PERCA ESSE PONTO!
reintegrado aos quadros do Poder Público:
“Art. 41, § 2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.”
Ademais, o §3º do mesmo dispositivo ainda completa:
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

REQUISITOS PARA INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO


A Lei nº 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas de direito público federais. Essa norma estabelece em seu art. 5º que:
Art. 5º. São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira; - estrangeiros na forma da lei
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
Por fim, destaca-se que aos servidores públicos estatutários são garantidos alguns direitos trabalhistas, são
eles: garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; décimo terceiro
salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; remuneração do trabalho noturno
superior à do diurno; salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei; duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos; remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em cinquenta por cento a do normal; gozo de férias anuais remuneradas com,
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; licença à gestante, sem prejuízo do
emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; licença-paternidade, nos termos Questões
134 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
fixados em lei; proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei; redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
FICA A DICA

• Conforme determinação da Lei nº 8.112/90 (art. 7º), “a investidura


QUESTÃO ESAF
em cargo público ocorrerá com a posse.” Ao servidor público federal que prestar
• Quanto ao trabalho noturno, a Lei nº 8.112/90 determina, em seu serviço entre as vinte e duas horas de Audioaula
art. 75, que “o serviço noturno, prestado em horário compreen- um dia e as cinco horas da manhã do
dido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, terá dia seguinte, ainda que em regime de plantão, será devido
o valor-hora acrescido de 25%, computando-se cada hora como ao pagamento de adicional noturno.
cinquenta e dois minutos e trinta segundos.” Correto

CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO VITALÍCIO


Os cargos de provimento vitalício são aqueles que conferem ao ocupante a garantia de que somente poderá
ser demitido diante do reconhecimento da prática de infração para a qual seja cominada a penalidade de
demissão por meio de sentença judicial com trânsito em julgado.
Ademais, nos cargos vitalícios o estágio probatório é reduzido, tendo a duração de dois anos, após esse período
o agente adquire a vitaliciedade. São detentores de cargo vitalício os Magistrados, membros do Ministério
Público e membros do Tribunal de Contas.

DIFERENÇAS ENTRE CARGO EFETIVO E CARGO VITALÍCIO

Cargos vitalícios Cargo Efetivo

Magistrados, membros do
Todos os cargos públicos, com
Tribunal de Contas e membros do Cargo
exceção dos cargos vitalícios.
Ministério Público.

Estágio probatório de 2 anos. Estágio probatório de 3 anos. Estágio Probatório

Sentença judicial transitada em


julgado; processo administrativo
Sentença judicial transitada em
disciplinar; avaliação de desem- Hipóteses de perda do cargo
julgado.
penho e redução de despesas
com pessoal.

FICA A DICA
Todo cargo público (lembre-se da diferença entre cargo e emprego público) encontra-se condicionado ao regime jurídico estatutário.

AGENTES MILITARES
Os agentes militares formam uma categoria de servidores públicos, que possuem vinculação estatutária própria,
organizados com base na hierarquia e na disciplina. Nos termos do art. 42 da CF/88 são militares:
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
Também são agentes militares os integrantes das Forças Armadas, constituídas pela
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica.
Destaca-se que os agentes militares contribuem para o regime PRÓPRIO de previdência,
conforme dispõe o caput do artigo 40 da CR/88:
Questões
Número de acertos = ______ 135
Questões resolvidas
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efe-
tivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente fed-
erativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 103, de 2019)

FICA A DICA
Os agentes militares possuem regime estatutário PRÓPRIO e uma das maiores diferenças entre esses em Audioaula
relação aos servidores públicos civis é a vedação ao direito de sindicalização, greve e filiação partidária
aos militares.

CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO EM COMISSÃO


O cargo de provimento em comissão, conhecido como cargo de confiança, é aquele cujo ocupante pode ser livre-
mente nomeado e exonerado, independentemente da aprovação em concurso público. Esse tipo de cargo
encontra respaldo no art. 37, V da Constituição Federal:
Art. 37, V As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento. ATENÇÃO – QUESTÃO
Destaca-se que esses cargos são acessíveis a todos, sendo de livre RECORRENTE NAS PROVAS
As funções de confiança não se
nomeação ou exoneração, podendo esse agente ser desligado do
confundem com os cargos em
cargo imotivadamente (exceção ao Princípio da Motivação), sem comissão, visto que estes são ocupados
instauração de processo administrativo e sem direito ao contraditório transitoriamente, sem a necessidade
e a ampla defesa. Contudo, convém destacar que, a despeito da de concurso, e aquelas só podem ser
exoneração tratar-se de uma exceção à obrigatoriedade de motivação titularizadas por servidores públicos
ocupantes de cargos efetivos.
dos atos administrativos, caso a autoridade pública apresente motivo
para exoneração e tal motivo for falso, em conformidade com a Teoria Correto
dos Motivos Determinantes, o ato de exoneração será nulo, haja vista
que o vício no motivo enseja o vício de legalidade no ato.
Os cargos de confiança estão relacionados às atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V da
CF/88).
FICA A DICA

Ao criar cargos públicos de provimento em comissão, o legislador deve fixar um percentual desses cargos destinado aos servi-
dores que já são titulares de cargo público de provimento efetivo, de sorte que as vagas remanescentes serão destinadas à
nomeação de qualquer pessoa, conforme escolha feita pela autoridade administrativa. Nesse caso, o servidor efetivo pode ser
nomeado para exercer um cargo de direção, chefia ou assessoramento e receberá, adicionalmente à sua remuneração referente
ao cargo efetivo, acréscimo decorrente do cargo em comissão. Ex: aquele que foi nomeado para o ocupar o cargo de provimento
efetivo de Procurador do Estado poderá ser nomeado para ocupar um cargo de provimento em comissão de Procurador Chefe.
Cargos em Comissão = X% servidores que ocupam cargo efetivo + X% Indivíduos que não possuem vínculo com a Administração
= 100% dos cargos em comissão;
Remuneração do servidor público estatutário nomeado para ocupar cargo em comissão: Remuneração referente ao cargo
efetivo + X% Remuneração referente ao cargo em comissão;
Remuneração do indivíduo nomeado para ocupar cargo em comissão: Remuneração relativa ao Cargo em Comissão;

Os ocupantes dos cargos de provimento em comissão contribuirão para o Regime GERAL


de Previdência Social do INSS estabelecido nos artigos 201 e segs. da CF/88, em confor-
midade com o artigo 40, §13 da CF/88, haja vista que não possuem vínculo de natureza
definitiva com a Administração Pública.
Conforme entendimento do STF, as gestantes titulares de cargo de provimento em co-
missão gozam de estabilidade provisória. Segundo o Supremo Tribunal Federal: Questões
136 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
“O acesso da servidora pública e da trabalhadora
QUESTÃO FCC gestante à estabilidade provisória, que se qualifica como
Servidora pública ocupante de inderrogável garantia social de índole constitucional, supõe
cargo em comissão, no gozo de
a mera confirmação objetiva do estado fisiológico de
licença-gestante, tem direito à
gravidez, independentemente, quanto a este, de sua prévia
estabilidade provisória.
comunicação ao órgão estatal competente ou, quando for o
Correto caso, ao empregador.”
Ademais, o parágrafo único do art. 69 da Lei nº 8.112/90 determina que: “a servidora gest- Audioaula
ante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações
e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e
não perigoso”.

FUNÇÃO DE CONFIANÇA
A função pública de confiança encontra previsão no art. 37, V da CR/88:
“Art. 37, V. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; [...]”.
Portanto, conforme descrito acima, tanto no cargo público de provimento em comissão quanto na função de con-
fiança deve haver uma relação de confiança entre aquele que nomeia e quem é nomeado, sendo que ambos
são de livre nomeação e de livre exoneração e destinam-se às atividades de direção, chefia ou assessoramento.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
É importante não confundir os conceitos função de confiança e cargo em comissão. A função de confiança somente pode ser exercida
por servidores públicos de carreira, exclusivamente no exercício das atribuições de direção, chefia e assessoramento. Portanto, ao
contrário do cargo de comissão que é de livre nomeação e exoneração a qualquer pessoa, a função de confiança depende de
vinculação estatutária prévia com o serviço público. Ex.: um agente que ocupa o cargo de Procurador (vinculação estatutária prévia) e
exerce a função de confiança de chefe da procuradoria.
Desse modo, os órgãos da Administração Pública terão à sua disposição um número de cargos de comissão que em parte serão des-
tinados aos servidores estatutários e noutra parte para as pessoas que não possuem qualquer vínculo com a Administração Pública.
1. Cargos em Comissão = X% Servidores que ocupam cargo efetivo + X% Indivíduos que não possuem vínculo com a Administração;
2. Função de Confiança: Servidores que ocupam cargo efetivo
O regime jurídico aplicável aos detentores de função pública será sempre o regime estatutário e o regime de previdência é o regime
próprio do servidor do artigo 40 da CF/88.

QUESTÃO CESPE
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA Os agentes temporários que
desempenham, por tempo determinado,
A Função Pública Temporária encontra previsão no art. 37, IX da CR/88: atividades de excepcional interesse
público são agentes públicos cuja
“Art. 37, IX. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo contratação somente pode ser feita no
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional âmbito da administração direta.
interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020) Errado
Nesse sentido, a lei de cada ente federado deverá trazer um rol taxativo
de hipóteses urgentes ou excepcionais, com caráter temporário, em que a Administração direta, as Autarquias
e as Fundações Públicas poderão realizar contratações temporárias e excepcional,
tendo em vista o relevante interesse público.
A Lei 8.745/93 regulamenta a contratação temporária no âmbito dos órgãos da adminis-
tração federal direta, bem como das Autarquias e Fundações Públicas. Nesse sentido, o art.
2º da Lei 8.745/93 estabelece: HIPÓTESES destacadas
Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional em negrito COBRADAS
NAS PROVAS DOS
interesse público:
ÚLTIMOS ANOS Questões
I - assistência a situações de calamidade pública;
Número de acertos = ______ 137
Questões resolvidas
II - assistência a emergências em saúde pública;
III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
IV - admissão de professor substituto e professor visitante;
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro;
VI - atividades (...)
VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para suprir a
falta de professor, pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, decor- Audioaula
rente de licença para exercer atividade empresarial relativa à inovação.
VIII - admissão de pesquisador, de técnico com formação em área tecnológica de nível intermediário
ou de tecnólogo, nacionais ou estrangeiros, para projeto de pesquisa com prazo determinado, em
instituição destinada à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação;
IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de declaração, pelo ministro de Estado do Meio Ambiente,
da existência de emergência ambiental na região específica (...)
X - admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão das instituições federais de
ensino, respeitados os limites e as condições fixados em ato conjunto dos Ministérios do Planejamento,
Orçamento e Gestão e da Educação. (Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)
XI - admissão de professor para suprir demandas excepcionais decorrentes de programas e projetos de
aperfeiçoamento de médicos na área de Atenção Básica em saúde em regiões prioritárias para o Sistema
Único de Saúde (SUS), mediante integração ensino-serviço, respeitados os limites e as condições fixados
em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Saúde e da Educação.
(Incluído pela Lei nº 12.871, de 2013)
XII - admissão de profissional de nível superior especializado para atendimento a pessoas com deficiência,
nos termos da legislação, matriculadas regularmente em cursos técnicos de nível médio e em cursos de nível
superior nas instituições federais de ensino, em ato conjunto do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
e Gestão e do Ministério da Educação. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
FICA A DICA
Os casos urgentes são aqueles em que não há tempo suficiente para instaurar o concurso público.
A despeito do fato de que a referida contratação independe de concurso público, a mesma deverá ser feita mediante processo
simplificado de seleção. Entretanto, nas hipóteses excepcionais (calamidade pública e emergência ambiental), tal processo
simplificado é dispensado.

Destaca-se que não é possível a contratação de servidores temporários para fins de substituição de servi-
dores efetivos. Nesse sentido, a lei estabelece que estes servidores não poderão receber quaisquer atribuições
ou funções não previstas no respectivo contrato.
Esses servidores necessariamente contribuirão para o Regime Geral de Previdência Social INSS.

EMPREGO PÚBLICO
Empregado público é o agente público que firma um vínculo contratual de emprego com a Administração Pública,
regido pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). O referido vínculo celetista é menos protetivo do que o
regime estatutário (os empregados públicos não podem adquirir estabilidade) e será estabelecido junto às
pessoas jurídicas de direito privado que compõem a Administração Pública Indireta (Empresas Públicas, Socie-
dade de Economia Mista e Fundações Públicas de Direito Privado).
Entretanto, destaca-se que esses agentes se submetem a algumas restrições aplicadas aos servidores públi-
cos em geral no que se refere à vedação de acumulação de cargos ou empregos públicos,
seus atos estão sujeitos ao controle judicial (através dos remédios constitucionais), estão
sujeitos à aplicação de Lei de Improbidade Administrativa, devem prestar concurso público
previamente à celebração do contrato de emprego, seus salários estão submetidos ao teto
constitucional e etc.

Questões
138 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
FICA A DICA
Destaca-se a possibilidade de vinculação de empregados públicos às pessoas jurídicas de direito públi-
co que compõem a Administração Pública Direta caso os mesmos tenham sido contratados antes da
Constituição Federal de 1988, momento em que não havia restrição quanto ao vínculo de emprego nessas
entidades.

A despeito do regime jurídico dos empregados ser estruturado pelo Direito do Trabalho, faz-
se imperiosa a realização de Concurso Público para a constituição do mencionado vín- Audioaula
culo contratual. Entretanto, mesmo diante da obrigatoriedade de prestar concurso público,
os empregados não podem adquirir estabilidade.
Contudo, tal fato não significa dizer que esses agentes possam ser demitidos a qualquer tempo. A doutrina ma-
joritária entende que os empregados públicos estão sujeitos à demissão devidamente motivada. Tal assertiva
está fundamentada no fato de que o regime jurídico aplicado ao empregado público é predominante-
mente privado, mas não exclusivamente privado, sofrendo grande influência do regime jurídico de direito
público.
Entretanto, o Tribunal Superior do Trabalho tem se posicionado pela aplicabilidade da dispensa imotivada
do empregado público. Contudo, o Supremo Tribunal Federal, por sua vez, proferiu decisão no sentido
de que é obrigatória a motivação da dispensa unilateral de empregado por Empresa Pública e Sociedade
de Economia Mista. A despeito do fato de tratar-se de julgado proferido em relação à servidor da Empresa de
Correios e Telégrafos, a qual aplica-se o regime de Fazenda Pública, o entendimento vem se consolidando para
fins de assegurar o contraditório aos servidores de empresas estatais. Fiquem atentos!
Além disso, após a posse, os empregados públicos não se sujeitam ao período de estágio probatório, mas a
um período de experiência de 90 dias. Os empregados públicos contribuem necessariamente para o Regime
GERAL de Previdência Social – INSS dos artigos 201 e segs. da CF/88 e artigo 40 § 13° da CF/88.
FICA A DICA
CARGO X EMPREGO”

Cargo:
Emprego público:
1. criação mediante lei
1. criação mediante lei
2. extinção mediante lei
2. extinção mediante lei
3. ingresso mediante concurso
3. ingresso mediante concurso público
4. estágio probatório
4. regime celetista
5. Administração Direta, autarquias e fundações
5. sem estágio probatório
6. vinculo legal com o Estado
6. sem estabilidade
7. estabilidade
7. vinculo contratual com o Estado.

AGENTES PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO


Trata-se dos particulares que não foram aprovados em Concurso Público e nem integram os quadros administra-
tivos, ou seja, não possuem vinculação permanente e remunerada com o Estado. Contudo, exercem funções es-
tatais. As principais categorias de particulares que atuam em colaboração com o poder público são as seguintes:
• Agentes delegados ou delegatórios: são particulares que exercem determinada atividade, obra ou serviço
público, em regime de concessão, permissão ou autorização. Esses agentes exercem tais funções em
nome próprio, por sua conta e risco e sob a fiscalização do ente delegante. Ex.: concessionárias prestadoras
de serviço de transporte público.
• Agentes honoríficos, convocados, nomeados, requisitados, designados: são
agentes convocados ou nomeados para a prestação de um
HIPÓTESE
serviço público relevante (munus público), de caráter transitório e, MAIS COBRADA
em via de regra, sem remuneração. Ex.: jurados do Tribunal do Júri
e mesários nas eleições.
• Gestores de negócio ou Agentes Necessários: são agentes que atuam voluntária e
espontaneamente em situações excepcionais, nas quais a Administração Pública não Questões
Número de acertos = ______ 139
Questões resolvidas
consegue, por si só, atender uma demanda emergencial. Ex.: particulares que auxiliam
no resgate de pessoas em caso de enchentes ou catástrofes naturais.
• Delegados de função ou ofício público: titulares de cartório.

ACESSO A CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS


A Constituição Federal permite o ingresso nas carreiras públicas, desde que cumpridos
os demais requisitos da lei, aos brasileiros natos, aos naturalizados e também aos Audioaula
portugueses equiparados (art. 12, §1°, da Constituição Federal). Em caráter excepcional
a Constituição da República define alguns cargos que somente podem ser preenchidos por brasileiros natos.
Ex: Presidente; Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do
Senado Federal e etc. Nesse sentido, o art. 37, I da CF/88 determina que:
“Art. 37. I os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisi-
tos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;”
Destaca-se que, em conformidade com o dispositivo transcrito, via de regra, a nacionalidade brasileira (nata ou
naturalizada) é um requisito para a ocupação de cargos, empregos e funções públicas. Contudo, excepcional-
mente, os estrangeiros podem ocupar cargos públicos, desde que haja previsão legal.
Lado outro, o inciso II do art. 37 da CF/88, determina a obrigatoriedade, em regra, da realização de concurso
público para se tornar servidor público:
“Art. 37, A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência e, também, ao seguinte:
II. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos, proibidas contratações exclusivamente em razão
da análise de títulos ou currículos.
Entretanto, a exigência do concurso público não se aplica em algumas situações, são elas: a) ocupação de
cargo em comissão; b) funções de confiança conferida aos detentores de cargo efetivo; c) contratação tem-
porária nas hipóteses previstas; d) agentes políticos que ingressam mediante eleições; e) particulares que
atuam em colaboração com a Administração; f) contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de
combate a endemias; g) magistrados que ingressam no serviço público pelo quinto constitucional; h) contratação
de professores nas Universidades Federais.

FICA A DICA
• Conforme estabelece a súmula 266 STJ, “o diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e
não na inscrição para o concurso público”.
• O acesso a alguns cargos (como o cargo de juiz ou de membro do Ministério Público) exige, no mínimo, três anos de atividade
jurídica. O Supremo Tribunal Federal definiu que os três anos de atividade jurídica contam da data de conclusão do curso de
direito e que o momento de comprovação da atividade jurídica é a data de inscrição no concurso.
• A criação e extinção de cargos públicos deve ser realizada mediante a edição de lei, cabendo destacar uma exceção, prevista
no art. 84, VI, ao estabelecer que compete ao Presidente da República, mediante decreto, dispor acerca da extinção de cargos
e funções públicas, quando vagos.
• Os critérios adotados pela banca examinadora de um concurso não podem ser revistos pelo Poder Judiciário.

VALIDADE DO CONCURSO
É importante destacar que, nos termos do art. 37, III da Constituição Federal, o concurso
têm validade de dois anos, prorrogável por uma única vez, por igual período:
Art. 37, III. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, pror-
rogável uma vez, por igual período;
O referido prazo será contado da data de homologação do concurso. Destaca-
Questões
140 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
se que o edital poderá estabelecer prazo menor de validade do que 2 anos. Entretanto, o
prazo estabelecido vincula o prazo de prorrogação. Desse modo, caso tenha sido instaurado
concurso público com a validade de 6 meses, o mesmo poderá ser prorrogado por mais
6 meses. Caso a validade do concurso público seja de 2 anos, o mesmo poderá ser
prorrogado por mais 2 anos.
Conforme estabelece o art. 37, IV, da Constituição Federal: “durante o prazo improrrogável
previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
Audioaula
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego na carreira.”
Portanto, impõe-se a conclusão de um concurso para que novo concurso seja aberto, haja vista que “não se
abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não
expirado” (art. 12, §2º da Lei 8.112/90).

CONTROLE DE LEGALIDADE DOS CONCURSOS


A Administração Pública, caso verifique ilegalidade no procedimento de seleção, deve anular o concurso público.
Tal anulação pode ser realizada, ainda, pelo Poder Judiciário o qual desempenha o controle de legalidade dos
atos e procedimentos administrativos, desde que provocado. Caso o candidato, prejudicado em razão dessa
anulação, ajuíze mandado de segurança, cabe ressaltar que o prazo de decadência para impetração de 120 dias
conta-se da data do efetivo prejuízo sofrido pelo indivíduo e não da data de publicação do edital.
FICA A DICA
Conforme estabelece o Decreto 6.944/2009, a Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas em âmbito federal devem publi-
car integralmente, no Diário Oficial da União, edital de concurso com antecedência mínima de sessenta dias da realização da primeira
prova (art. 18, I), salvo nos casos em que o ministro de Estado, mediante ato motivado, reduzir o referido prazo.

TIPOS DE CONCURSO
O concurso pode ser de provas ou de provas e títulos. O concurso de provas será realizado para a composição
dos quadros relativos a cargos e empregos de menor complexidade. Os concursos de provas e títulos, por sua
vez, referem-se ao provimento de cargos com maior complexidade. Nesse último caso, a ordem classificatória
será definida pelo resultado da ponderação entre o resultado das provas e a pontuação de títulos.
Não se admite concurso público exclusivamente de títulos. A provas de títulos em concursos públicos não podem
ostentar natureza eliminatória, tendo caráter exclusivamente classificatório.
São pressupostos para abertura de Concurso Público: a) necessidade de preenchimento das vagas; b) disponi-
bilidade financeira para remuneração desses cargos.
Destaca-se que a exigência de requisitos diferenciados ao acesso a determinado cargo somente se justifica
quando a natureza ou complexidade da função a ser exercida exigir. Ex.: exigência de altura mínima para ocu-
pação do cargo de delegado.
FICA A DICA
QUESTÃO CESPE
• Em decorrência do inciso I do art. 37 da CF/88, é vedado que os editais de con- Segundo o entendimento recente do STF e
curso público estabeleçam exigências sem base legal, ou seja, a Adminis- do STJ, o fato de haver instauração de inqué-
tração não pode impor condições/requisitos para a participação no certame. rito policial ou propositura de ação
Nessa medida, é importante destacar que o edital NÃO é instrumento idôneo para
penal contra candidato inscrito em concurso
o estabelecimento de limite mínimo de idade para inscrição em concurso público,
público é causa para a sua eliminação
sendo que para que seja legítima tal exigência, é imprescindível a previsão em lei.
do certame.
• O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado
Concurso, deve ser comprovado no momento de inscrição do certame. Errado
• Súmula vinculante 44: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habili-
tação de candidato a cargo público”
• Súmula 684 “É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público”.
• A mera instauração de processo criminal ou inquérito policial não são suficientes para impedir o bra-
sileiro de ocupar cargo público ou concorrer para tanto, afinal, conforme art. 5º, LVII da CF/88, “ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Número de acertos = ______ 141


Questões resolvidas
FICA A DICA
• A limitação de acesso a cargos públicos por motivo de idade, sexo, estado civil, altura somente é possível em
razão das funções a serem exercidas pelo servidor que irá preencher o cargo objeto do concurso. Destaca-
se que somente a lei pode definir os requisitos de ingresso, não podendo ser suprimida a ausência de
determinação legal.
• Súmula Vinculante Nº. 43: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação e concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a car-
reira na qual anteriormente investido”.
• Súmula Nº 683 “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, Audioaula
da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza do cargo a ser preenchido.”
• Súmula Vinculante Nº 44 “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público”.

Conforme entendimento do STF, a legalidade dos exames psicotécnicos em prova de MUITO


concurso público está condicionada ao preenchimento de três requisitos: previsão legal (é IMPORTANTE
insuficiente a mera exigência no edital); adoção de critérios objetivos e científicos;
possibilidade de revisão do resultado pelas vias recursais.

EXCEÇÕES AO CONCURSO PÚBLICO


São exceções à regra do Concurso Público para provimento de cargos: cargos em comissão de livre nomeação e
livre exoneração; cargos eletivos; servidores temporários contratados em razão de excepcional interesse público;
ex-combatentes, agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (nesse caso a lei 11.350/06
prevê a realização de um processo seletivo público diferenciado); agentes detentores de mandatos eletivos; ex-
combatentes; Ministros dos Tribunais Superiores; quinto constitucional (art. 94 da CF/88) e empregados OAB.

NULIDADE DO CONCURSO
Caso verificado alguma irregularidade no concurso público, a invalidação do certame enseja à invalidação da
nomeação realizada. Contudo, cabe destacar que os atos praticados por este agente irregularmente investido,
em razão da Teoria da Imputação Volitiva e por terem sido editados com aparência de legalidade, devem ser
mantidos. Ademais, a nulidade do ato de nomeação dos servidores não pode justificar o NÃO pagamento dos
vencimentos pelos serviços prestados. A contraprestação pelo trabalho será devida, sendo vedado o enriqueci-
mento ilícito pela Administração.

ATIVIDADE JURÍDICA
Em determinadas carreiras públicas, para fins de preenchimento de cargos, conforme estabelece o texto
constitucional, é exigido a demonstração de prazo de exercício de atividade na área jurídica, no intuito de verificar
a experiência necessária para execução de determinadas funções.
Nesse sentido, após a conclusão do curso de graduação em Direito, inicia-se a contagem do tempo de atividade
jurídica exigido para o preenchimento de alguns cargos (é vedada a contagem utilizando o tempo de estágio
acadêmico). A atividade jurídica pode ser conceituada como aquela exercida com exclusividade por bacharel
em Direito, abarcando ainda o efetivo exercício de advocacia em 5 (cinco) atos privativos de advogado em
causas ou questões distintas.

VAGAS RESERVADAS PARA NEGROS


Em 09 de junho de 2014, foi publicada a lei 12.990/14, que estabeleceu a reserva de um
percentual de 20% das vagas de concursos públicos, no âmbito da Administração Direta
e Indireta da União, para os candidatos negros e pardos, nas situações em que o número
de vagas estipulado no edital seja igual ou superior a três.
Nesse sentido, poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que Questões
142 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme
os quesitos da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Caso seja
constatada falsidade na declaração, o candidato será eliminado do concurso e, caso tiver
sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua nomeação, mediante procedimento admin-
istrativo.
Destaca-se que, caso não seja suficiente o número de candidatos negros aprovados para
ocupar as vagas reservadas, essas vagas serão preenchidas pelos demais candidatos apro-
Audioaula
vados.

DIREITOS DO SERVIDOR APROVADO EM CONCURSO


A aprovação em concurso público gera direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado dentro do número
de vagas (RE nº 598099). Portanto, a Administração encontra-se vinculada ao número de vagas prevista no
edital. No entanto, o STF entendeu que deve ser levado em conta situações excepcionalíssimas. Desse modo, a
Adminis­tração pode deixar de nomear até mesmo os candidatos aprovados dentro do número de vagas
disponibilizadas no edital em virtude de fato grave, imprevisível e superveniente. Ou seja, em situações
excepcionais devidamente justificadas, a Administração poderá deixar
QUESTÃO DE PROVA
De acordo com o entendimento mais recente de nomear candidatos aprovados em concurso público.
do STF, a administração não é obrigada a
Destaca-se que o candidato aprovado em concurso público tem direito
nomear os candidatos aprovados no núme-
ro de vagas definidas no edital de concurso,
de precedência, ou seja, durante o período de vigência do concurso
desde que haja razão de interesse público o candidato aprovado tem prioridade na convocação em relação aos
decorrente de circunstâncias extraordinári- aprovados em um novo concurso. Além disso, as nomeações serão
as, imprevisíveis e supervenientes. realizadas em conformidade com a ordem de clas­sificação, ou seja, os
Correto candidatos possuem direito a não preterição na ordem classificatória.
Nesse sentido, são situações em que candidatos aprovados em con-
curso público adquirem o direito de serem nomeados, quais sejam:
• Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas estabelecido no edital;
• Hipótese de nomeação em preterição a ordem classificatória, ocorre quando a Administração Pública nomeia
o 3º colocado e não o 1º colocado. Nessa situação, a mera expectativa de nomeação transforma-se em
direito adquirido líquido e certo imediato à posse (amparado por mandado de segurança), uma vez que
outro candidato foi nomeado em flagrante desrespeito à ordem
QUESTÃO DE PROVA
classificatória;
Para o STJ, o candidato aprovado em concur-
• Hipótese de contratação temporária para cargo cujo provimen- so público, mas classificado fora do número de
to poderia ser realizado por candidato aprovado em concurso vagas previstas no edital, tem direito subjetivo
à nomeação se o candidato imediatamente
público;
anterior na ordem de classificação, aprovado
• Hipótese em que ocorre a requisição de servidores para o exer- dentro do número de vagas e convocado, tiver
cício de cargo cuja função poderia ser realizada por candidato manifestado a sua desistência.
aprovado em concurso público; Correto
• Hipótese de desistência do candidato aprovado na posição imediatamente anterior;
• Hipótese que importe na prática de ato inequívoco da Administração que torne incontestável a necessidade
do preenchimento de novas vagas.
Destaca-se que compete ao candidato o acompanhamento, via Diário Oficial ou internet,
das publicações referentes ao concurso público. Entretanto, a Administração Pública tem o
dever de intimar pessoalmente o candidato quando houver decurso de tempo razoável entre
a homologação do resultado e a data da nomeação.

Questões
Número de acertos = ______ 143
Questões resolvidas
FICA A DICA

Súmula n. 15 do Supremo Tribunal Federal, a qual dispõe que “Dentro do prazo de validade do concurso, o can-
didato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observânda da classificação”.

CLÁUSULA DE BARREIRA
Audioaula
A cláusula de barreira refere-se às limitações impostas para que o candidato continue na
disputa pelo cargo. Ex: no concurso do Ministério Público prevê que somente serão corrigidas as redações dos
300 primeiros colocados.
A mencionada cláusula retrata um critério meritório e, conforme entendimento do STF, não enseja qualquer
ofensa a dispositivos constitucionais.

RESERVA DE VAGAS PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA


Conforme estabelece o §2º do art. 5, da Lei 8.112/90:
“Art. 5º, §2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para
tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso”.
A mencionada previsão decorre da proibição de discriminação ao trabalhador. Nesse sentido, serão reservadas
vagas específicas que serão disputadas somente por portadores de deficiência, conforme regras estabelecidas
no edital.
Cumpre ressaltar que a pessoa com deficiência física participará de concurso em igualdade de condições com
os demais candidatos quanto ao conteúdo das provas, avaliação e critérios de aprovação, horário e lo-
cal de aplicação e nota mínima exigida para todos os candidatos. Entretanto, esses candidatos irão concorrer a
vagas disputadas somente entre os portadores de deficiência.

FICA A DICA

O STF (MS 26.310/DF) entendeu que é válido o edital de concurso


para o preenchimento de duas vagas que não reserva nenhuma para
deficientes. Isso porque, nesse caso, a reserva de uma vaga corresponderia QUESTÃO DE PROVA
a 50% das vagas, percentual este muito acima do percentual estabelecido Conforme entendimento atual do STF, é dever da
pela lei. Administração Pública nomear candidato apro-
Concurso para cadastro de reserva - o concurso realizado para cadastro vado em concurso público dentro das vagas pre-
de reserva NÃO enseja direito subjetivo à nomeação. vistas no edital, em razão do Princípio da Boa-Fé
No que se refere à nomeação de novas vagas durante o prazo de validade e da proteção da confiança, salvo em situações
do concurso, a jurisprudência está longe de um posicionamento pacífico. excepcionais caracterizadas pela necessidade,
No RE 837311 o plenário ressaltou que incumbe a Administração avaliar superveniência e imprevisibilidade.
discricionariamente a necessidade de novas convocações. Desse modo, o Correto
surgimento de novas vagas não gera o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas do edital.
Entretanto, cabe destacar o posicionamento do STJ (RMS 33.875 - MT, Primeira Turma, DJe 22/6/2015; e AgRg nos EDcl nos EDcl
no Ag 1398319-ES, Segunda Turma, DJe 9/3/2012) segundo o qual o candidato aprovado fora do número das vagas previstas no edital
de concurso público tem direito subjetivo à nomeação quando candidato imediatamente anterior na ordem de classificação, aprovado
dentro do número de vagas, for convocado e manisfestar desistência.
Nesse mesmo sentido, destaca-se que o candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de
concurso público tem direito subjetivo à nomeação quando o candidato anterior na ordem de classificação
manifestar a desistência (RMS 33.875-MT, Primeira Turma)

Questões
144 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
OCUPANTES DE CARGO PÚBLICO
O caput do art. 3º da Lei Federal nº 8.112/90 define cargo público como:
“Art. 3º, caput. Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas
na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor”
Neste sentido, o cargo público representa uma posição/conjunto de atribuições na estrutura
organizacional da administração. O parágrafo único do art. 3º da Lei Federal nº 8.112/90 Audioaula
prescreve a necessidade de lei para a criação de cargos públicos:
“Art. 3º, parágrafo único Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão”

FICA A DICA
Momentos da vida funcional do servidor público: 1º Aprovação em Concurso Público; 2º Provimento; 3º Posse; 4º Exercício;
5º Estágio Probatório; 6º Avaliação de Desempenho; 7º Estabilidade; 8º Saída do Cargo.
Destaca-se que a criação, transformação e a extinção de cargo, emprego ou função sempre depende de lei. Entretanto, caso
tratar-se de cargo vago, e somente nessa hipótese, o cargo poderá ser extinto mediante decreto (art. 84, VI, b da CF/88).
Entretanto, atente-se ao fato de que algumas bancas de concursos entendem que a criação de empregos públicos nas Empre-
sas Públicas e Sociedades de Economia Mista não depende de lei.

DEFINIÇÕES IMPORTANTES:
• Servidor Público: aquele investido em cargo público;
• Provimento: ato administrativo constitutivo hábil a promover o ingresso na Ad- POSSE MEDIANTE PRO-
ministração. O provimento pode ser em cargo efetivo ou em cargo de comissão. CURAÇÃO
Atenção para os conceitos
Além disso, o provimento pode ser originário (Ex.: nomeação) ou derivado, o de POSSE e EXERCÍCIO
qual pressupõe relação jurídica prévia com o Estado (Ex.: promoção, readap-
tação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução).
• Posse: ocorre com a assinatura do termo de posse, na qual irão constar as atribuições, deveres, responsabi-
lidades e direitos inerentes ao cargo. O prazo para a posse é de 30 dias contados da publicação do ato de
provimento, podendo se dar mediante procuração específica. A posse em cargo público dependerá
de prévia inspeção médica oficial.
O prazo para posse será contado do término do impedimento se o servidor estiver em uma das seguintes situ-
ações na data de publicação do ato de
O direito à licença e afastamento do provimento: LICENÇAS MAIS COBRADAS
servidor em estágio probatório tem ESTÃO ASSINALADAS EM
sido recorrente nas provas! • Licença por motivo de doença em NEGRITO
Licenças para tratamento de assuntos pessoa da família;
particulares poderão ser concedidas, por
discricionariedade da administração públi- • Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro
ca, a servidor ocupante de cargo efetivo, • Licença para o serviço militar;
ainda que esteja cumprindo o estágio pro-
batório, pelo prazo de até três anos con- • Licença para capacitação
secutivos, desde que sem remuneração. • Férias;
Errado • Participação em programa de treinamento regu-
MACETE larmente instituído ou em programa de pós-gradu-
Servidor em estágio probatório não abre ação stricto sensu no País;
a MA TRA CA!
• Convocação pelo júri e outros serviços obrigatóri-
Isso é, não tem direito a licença para:
MAndato Classista;
os por lei;
TRAtar de assuntos particulares; • Licença à gestante, à adotante e à paternidade;
CApacitação.
• Licença para tratamento da própria saúde, até o Questões

Número de acertos = ______ 145


Questões resolvidas
limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público pre-
stado à União, em cargo de provimento efetivo;
• Licença por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
• Licença para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
• Licença por convocação para o serviço militar;
• Deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
• Participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar represen- Audioaula
tação desportiva nacional, no país ou no exterior, conforme disposto em lei específica.
Exercício: após a assinatura do termo de posse o servidor deverá entrar em exercício, ou seja, atuar no efetivo
desempenho das atribuições do cargo ou função. O servidor tem o prazo de 15 dias para entrar em exercício,
contados da data da posse, sob pena de exoneração da função de confiança;
Estágio Probatório: trata-se do período de avaliação durante o qual se deve demonstrar capacidade e aptidão
para o exercício do cargo, função ou emprego. Desse modo, o servidor deve demonstrar: assiduidade, disci-
plina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. O prazo de duração do estágio probatório
é de 3 anos, com exceção do estágio probatório relativo a cargos vitalícios cuja duração é de 2 anos. Além
disso, durante o estágio probatório, o servidor terá direito somente às seguintes licenças e afastamentos:
licença por motivo de doença na família; licença por afastamento do cônjuge ou companheiro; licença
para serviço militar; licença para atividade política; afastamento para exercício de mandato eletivo; afas-
tamento para estudo ou missão no exterior; afastamento para servir e organismo internacional no qual o
Brasil participe; afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso
para outro cargo na Administração Pública Federal.

FICA A DICA

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação.
Súmula Nº 22, STF: “o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo”.
Súmula Nº 21, STF: “funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as for-
malidades legais de apuração de sua capacidade”. Portanto, é nula a dispensa de servidor em estágio probatório sem o devido
processo administrativo que garanta o contraditório e ampla defesa.
Destaca-se, ainda, o disposto no art. 1º da Lei 9717/98:

“Art. 1º-A. O servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ou o militar dos
Estados e do Distrito Federal filiado a regime PRÓPRIO de previdência social, quando cedido a órgão ou entidade de outro ente
da federação, com ou sem ônus para o cessionário, permanecerá vinculado ao regime de origem”

Avaliação especial de desempenho: avaliação ao qual o servidor está sujeito que, nos termos que a lei dis-
puser, será realizada quatro meses antes de encerrado o período de estágio probatório. Desse modo, sendo
a avaliação favorável o servidor será efetivado, caso a avaliação seja desfavorável o servidor será exonerado
(mediante processo administrativo simplificado, assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa);
Estabilidade: direito à permanência. O servidor estável somente perderá o cargo em razão de sentença judicial
transitada em julgado, processo administrativo disciplinar (assegurado o direito ao contraditório e a ampla
defesa), procedimento de avaliação periódico de desempenho e nas situações em que seja necessário a redução
de despesas.
Vencimento: parcela fixa definida em lei para remunerar uma determinada carreira
de servidores estatutários – valor fixado em lei. O vencimento acrescido das van-
tagens de caráter permanente é irredutível, podendo haver redução em algumas
situações, como nos casos de redução de valores do teto constitucional.
Vencimentos (no plural): é sinônimo de remuneração e significa o conjunto de todas as
parcelas remuneratórias, permanentes ou não, recebidas pelo servidor estatutário. Questões
146 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
Assim, os vencimentos são compostos pela soma do vencimento-básico mais todas as
vantagens pecuniárias (adicionais, gratificações e verbas indenizatórias). O vencimento
do servidor somadas as vantagens permanentes é irredutível (respeitado o valor do
teto constitucional), sendo vedado o recebimento de remuneração inferior a um salário
mínimo. LEMBREM-SE: O VENCIMENTO PODE SER INFERIOR ao salário mínimo,
os vencimentos NÃO. Destaca-se que somente mediante lei poderá haver alteração na
remuneração dos servidores públicos.
Audioaula
O vencimento, remuneração e proventos não serão objeto de arresto, sequestro ou penho-
ra, salvo nos casos de prestação de alimentos resultantes de decisão judicial.
FICA A DICA
É expressamente proibida a prestação de serviços gratuitos.
Subsídio: subsídio é o montante remuneratório único que exclui a possibilidade de percepção de outras vantagens pecuniárias
variáveis. Deve ser fixado por lei específica, e encontra-se previsto no artigo 39, §§ 4° e 8° da CR/88, segundo o qual:
“Art. 39, § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
Art. 39, § 4° O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os ministros de Estado e os secretários estaduais e municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
XI.”

Indenizações: trata-se das gratificações ou adicionais que não são


QUESTÃO CESPE
incorporados ao vencimento. Ex: ajuda de custo por mudanças, ajuda de custo Além do vencimento, poderão ser
por falecimento, diárias por deslocamento, indenização de transporte, auxílio- pagos ao servidor indenizações,
moradia. No caso de recebimento de diárias, se o agente não se afastar da gratificações e adicionais, vanta-
gens que serão incorporadas ao
sede por algum motivo de força maior, o servidor público ficará obrigado seu vencimento.
a restituir integralmente o valor recebido, no prazo de cinco dias; Errado
Cabe ressaltar que a ajuda de custo será realizada quando do deslocamento
permanente do servidor, deslocamento feito no interesse da população, sendo vedado o duplo pagamento. As
diárias, por sua vez, serão pagas se o deslocamento do servidor for temporário, feito no interesse da Adminis-
tração e custeia despesas com pousada, alimentação e locomoção.
FICA A DICA
Prof., todos os servidores que se deslocam em caráter transitório terão direito a diárias?
Não! Vejamos o teor legal:
Despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou mi-
crorregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per-
noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

FICA A DICA
Adicional de Insalubridade -> causam mal à saúde do servidor.
Adicional de Periculosidade -> causam risco à vida de quem o exerce.
Adicional de Penosidade -> devido aos servidores que exercem suas atividades em zonas de fronteira ou em
localidades que as condições justifiquem-no.
Adicional de Serviço Extraordinário -> acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho quando o
servidor extrapolar a sua jornada normal de trabalho.
Auxílio-Moradia -> consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com
aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês
após a comprovação da despesa pelo servidor.
Questões
Número de acertos = ______ 147
Questões resolvidas
Férias: o servidor tem direito a 30 dias de férias, que
podem ser acumuladas em até 02 períodos. O servidor QUESTÃO FGV
deve completar o período de 12 meses de exercício para ter A convocação para júri consti-
tui hipótese de interrupção das
direito a usufruir das férias. As férias do servidor somente
férias de servidor público.
poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, Correto
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou
eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade. Audioaula

Gratificações: as gratificações são vantagens oferecidas aos servidores quando da retribuição pelo exercício
de função de direção, chefia e assessoramento; gratificação natalina (13º salário); adicional pelo exercício de
atividades insalubres, perigosas ou penosas; adicional pela prestação de serviço extraordinário (hora extra
sendo remunerada pelo acréscimo de 50% em relação à jornada normal); adicional noturno; adicional de férias
(adicional de 1/3 da remuneração do período).

FICA A DICA
Conforme entendimento do STJ, “quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento in-
devido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra
desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público.” (Resp. 1244182/PB, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção,
julgado em 10/10/2012).
A corte superior também já se posicionou acerca do auxílio-transporte, definindo que ele tem o escopo de custear as despesas com o
deslocamento dos servidores do local de trabalho para a residência (e vice-versa), independentemente de o mesmo ser realizado
por meio de veículo próprio ou coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual.

TETO REMUNERATÓRIO
O teto remuneratório refere-se ao limite máximo de remuneração para quaisquer agentes públicos (art. 37, XI,
Constituição Federal e Emenda Constitucional n. 41/2003), incluídas as vantagens de qualquer natureza, sendo
que esta não poderá exceder o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$39.200,00), sendo que:
• O teto nos Municípios é o subsídio do Prefeito;
• O teto nos Estados e Distrito Federal: subsídio do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados estaduais e distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça (limitado a 90,25% do subsídio mensal do ministro do STF) no âmbito do Poder Judiciário,
extensivo também aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e Defensores Públicos.
Cumpre destacar que, em conformidade com o art. 37, §9º da Constituição Federal, as Empresas Públicas,
Sociedades de Economia Mista e suas subsidiárias estão submetidas ao teto remuneratório quando receberem
recursos oriundos da Administração Pública Direta para pagamento de custeio e despesa de pessoal.
Também convém destacar que, nos termos do art. 37, X da CF/88, “a QUESTÃO CESPE
remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º No cômputo do limite remuneratório
do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei especí- (chamado de teto constitucional), devem
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão ser consideradas todas as parcelas perce-
bidas pelo agente público, incluídas as de
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”
caráter indenizatório.
Errado
FICA A DICA

A jurisprudência vem entendendo que se excluem do teto remuneratório as verbas indenizatórias, benefícios
previdenciários, remuneração decorrente de cargos públicos de magistério acumuláveis, e o exercício de
função cumulativa. No que tange às possibilidades em que é admissível a acumulação de cargos, empregos
e funções, o teto remuneratório será analisado em cada cargo. Desse modo, a soma das remunerações
PODERÁ ultrapassar o limite remuneratório.

Questões
148 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
LICENÇAS
As licenças representam os benefícios nos quais o servidor fica um tempo sem exercer
suas funções. Desse modo, o servidor público dispõe de modalidades de afastamentos e de
licenças que estão previstas por legislação específica e relacionadas pela necessidade do
servidor e da administração pública.
Em relação às modalidades e às suas especificidades, seguem os diferentes tipos de afas-
tamentos e licenças previstos pela legislação brasileira. Audioaula
a) Por motivo de doença de familiar (art. 83): será concedida sem prejuízo dos vencimentos. Trata-se de uma
decisão vinculada da Administração Pública, contudo, a licença será deferida apenas se a assistência direta do
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário. Ademais, nos primeiros 60 dias o servidor permanece com a remuneração, entretanto,
nos 90 dias seguintes, perde esse direito. O prazo para esse tipo de licença é de até 150 dias.
b) Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro (art. 84): concedida por prazo indeterminado (e
sem remuneração) para o servidor acompanhar o cônjuge que foi deslocado dentro do território nacional, para o
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos poderes Executivo e Legislativo. Nesse caso, não é devida
a remuneração.
c) Para o serviço militar (art. 85): Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma
e condições previstas na legislação específica;
d) Para exercício de atividade política (art. 86): O servidor terá direito a QUESTÃO CESPE
licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha Como medida que contribui para a
melhoria da qualidade de vida do
em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do servidor público, lhe é facultado
registro de sua candidatura perante a Justiça. O servidor candidato a cargo optar pela acumulação de períodos
eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de licença-capacitação, caso não
de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será seja possível usufruí-los após cada
período aquisitivo.
afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Errado
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito eleitoral. Importante
ressaltar que a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses;
e)­Para capacitação profissional (art. 87): a cada quinquênio (05 anos) de efetivo exercício, o servidor poderá
afastar-se do exercício do cargo efetivo para participar de curso de capacitação profissional, no interesse da
Administração, sem prejuízo da remuneração, por até três meses. Caso o servidor não usufrua desse
benefício, não haverá cumulação, ou seja, a lei não permite a acumulação de dois períodos de licença-
capacitação;
f) Para tratar de interesses particulares (art. 91): será concedida a critério da Administração para ocupante de
cargo efetivo, pelo prazo de 3 anos sem remuneração. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo,
a pedido do servidor ou no interesse do serviço público;
g) Para o desempenho do mandato classista (art. 92).

AFASTAMENTO
A Lei 8.112/90 prevê hipóteses de afastamento, são elas:
• Para servir a outro órgão ou entidade (art. 93);
• Para o exercício de mandato eletivo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração
(art. 94); (art. 94);
• Para estudo ou missão no exterior (art. 95);
• Para participação de programa de pós-graduação stricto sensu no país (art. 96-A).
O servidor público pode, ainda, ausentar-se, sem prejuízo da remuneração:
• Por um dia para doação de sangue;
• Por dois dias, para se alistar como eleitor;
• Por oito dias em razão de casamento, falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma- Questões
Número de acertos = ______ 149
Questões resolvidas
drasta ou padrasto, filhos, enteados (...)
Para se ausentar do país para estudo ou missão oficial, o servidor deve atender às exigên-
cias previstas nos arts. 95 e 96 da Lei nº8.112:
“Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do país para estudo ou missão oficial, sem
autorização do presidente da República, presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, so-
mente decorrido igual período, será permitida nova ausência. Audioaula
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida
exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido QUESTÃO PROVA
Em conformidade com a
período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da Lei n.º 8.112/1990, o servi-
despesa havida com seu afastamento. dor público poderá ser
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática. afastado do Brasil para
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este ar- missão oficial por tempo
tigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas indeterminado.
em regulamento. Errado
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de
que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.”
O afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país será concedido apenas
se a participação não puder ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação
de horário. Ademais, deve haver o interesse da Administração, pois esse afastamento não comprometerá a
percepção de remuneração pelo agente.
Ademais, o servidor terá que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual
ao período do afastamento concedido. Caso esse servidor solicite exoneração do cargo ou aposentadoria
antes do cumprimento desse período de permanência, será obrigado e ressarcir o órgão ou entidade
pelos gastos em seu aperfeiçoamento.

AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO


Nos termos do art. 38 da CF/88:
“Art. 38. Ao servidor público da Administração Direta, Autárquica e Fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração;”
Destaca-se que quando o agente público, que ocupa cargo ou emprego público, passa a exercer mandato ele-
tivo, a regra é que ele fique afastado do exercício daquela atividade, percebendo apenas o subsídio referente ao
mandato eletivo. Contudo, o agente poderá exercer mandato de vereador e, caso houver compatibilidade de
horários, poderá cumular as funções e perceber tanto as vantagens remuneratórias referentes ao cargo
efetivo, vitalício ou emprego público como o subsídio referente ao cargo eletivo de vereador. Vejamos o
que dispõe o inciso III do art. 38 da CF/88:
“Art. 38, III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as van-
tagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior.”
Por fim, os incisos IV e V ,do mesmo dispositivo prescrevem que:
“Art. 38, IV. Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-
dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
V. na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a
esse regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)” Questões

150 Número de acertos = ______


Questões resolvidas

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