O documento discute as lutas de resistência no Oriente Médio, com dois palestrantes descrevendo a crise humanitária na Síria e no Iraque como resultado das invasões e guerras civis. Eles argumentam que os EUA são responsáveis pelo retrocesso na democracia e liberdade depois da invasão, e que a violência sobe o regime de Saddam Hussein. O documento também discute como os conflitos servem os interesses das grandes potências em explorar os recursos da região.
O documento discute as lutas de resistência no Oriente Médio, com dois palestrantes descrevendo a crise humanitária na Síria e no Iraque como resultado das invasões e guerras civis. Eles argumentam que os EUA são responsáveis pelo retrocesso na democracia e liberdade depois da invasão, e que a violência sobe o regime de Saddam Hussein. O documento também discute como os conflitos servem os interesses das grandes potências em explorar os recursos da região.
O documento discute as lutas de resistência no Oriente Médio, com dois palestrantes descrevendo a crise humanitária na Síria e no Iraque como resultado das invasões e guerras civis. Eles argumentam que os EUA são responsáveis pelo retrocesso na democracia e liberdade depois da invasão, e que a violência sobe o regime de Saddam Hussein. O documento também discute como os conflitos servem os interesses das grandes potências em explorar os recursos da região.
Estive na semana passada participando do 2º Encontro Internacional de Política Social
e 9º Encontro Nacional de Política Social na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória (ES). A programação dos encontros foi muito intensa e decorreu sobre as manifestações de grupos e movimentos sociais que estão explodindo por todo o mundo capitalista, tomando as ruas, praças e derrubando vários governos, em particular no Oriente Médio. Através dos conferencistas pudemos tomar contato com a realidade de vários países da Europa, Oriente Médios e América Latina e o rebatimento desses acontecimentos na realidade brasileira e nas políticas sociais. Além das análises sobre a crise e as lutas de resistência na Grécia e Espanha, a situação do México e o problema do Narco-Estado naquele país, também tomamos conhecimentos das políticas no Equador, Argentina, Chile e Brasil. Porém, a mesa que mais chamou a atenção foi sobre a situação alarmante das lutas por resistência no Oriente Médio. Majed Nehmé, sírio erradicado na França e editor da Revista Afrique-Asie e Eman Khamas, jornalista iraquiana, fundadora do Observatório Internacional contra a Ocupação do Iraque, nos trouxeram a realidade da guerra civil e a crise política no Orienta Médio como uma tragédia humanitária. Ambos comentaram sobre as notícias que a imprensa internacional deixou de noticiar. As falas foram ilustradas com imagens fortíssimas que impressionaram a todos os presentes no evento. Para se ter uma ideia do tamanho da crise no Oriente Médio, em 1992 um dólar correspondia a quatro dinares, já em 2000, a equivalência era de um dólar para dois mil dinares. Milhares de iraquianos perderam seus empregos e passaram a fazer “bicos” para sobreviverem. O Iraque hoje, segundo dados da ONU, tem uma população aproximada de trinta milhões de iraquianos, sendo que desses, dez milhões vivem na pobreza. Há décadas o Oriente Médio sofre com as guerras internas, invasões externas e todo tipo de violência, cujas principais vítimas foram, e continuam sendo, a população civil dos países dessa região, principalmente mulheres e crianças. Por trás desses conflitos, encontram-se os interesses das grandes potências, em particular os Estados Unidos, e das elites autoritárias que governam essas nações. Não é por acaso que o levante popular conhecido como “Primavera Árabe”, desde 2011, fez milhões de pessoas irem às ruas para lutar por liberdade política e por uma verdadeira democratização desses regimes, sujeitos durante decênios pela bota militar estrangeira e local. Atualmente os níveis de violência, segundo os relatos dos dois expositores, tem superado o período ditatorial de Sadam Russen, sendo que a Forças Militares Norte- Americanas tem sido os principais responsáveis. Para eles, depois da invasão dos Estados Unidos no Oriente Médio houve um retrocesso nas conquistas e avanços daqueles povos com relação a democracia e a liberdade, sobretudo, para as mulheres, trazendo um cenário de desolação e brutalidade. Além do mais, o governo iraquiano, depois da ocupação, tem sido considerado um dos mais corruptos do mundo, impondo uma política fascista e de discriminação. Nos últimos anos há manifestações pacíficas todas as semanas, sendo fortemente reprimidas pelas forças militares. O número de refugiados sírios têm aumentado no Brasil: de 38 em 2012 para 284 em 2013. Em setembro do ano passado, o Brasil foi o primeiro país das Américas a oferecer asilo humanitário especial aos sírios. Há apenas cinco anos atrás, o Iraque e o Afeganistão eram os únicos países que se mantinham em guerra civil, decorrentes dos ataques e da derrubada de seus governos pelos países capitalistas mais desenvolvidos, em retaliação aos ataques de 11 de setembro de 2001. Além destes dois, apenas o Irã encontrava-se em situação instável, também decorrente das retaliações políticas e econômicas dos Estados Unidos. Todos os demais países da região do Oriente Médio estavam em uma situação de estabilidade. Atualmente, praticamente todos os países encontram-se em uma situação instável, caótica ou em guerra civil. A violência que tem tomado estes países tem dois motivos muito claros: o petróleo e o fundamentalismo religioso. O líder dos curdos iraquianos, Masoud Barzani, pediu mais armamentos para a comunidade internacional e justificou que “não estavam combatendo uma organização terrorista, mas sim um Estado terrorista”. O interessante é notar que a indústria bélica norte-americana lucra muito com toda esta barbárie. Nos últimos três anos, mais de cem mil pessoas morreram como resultado da guerra civil que ocorre na Síria, onde se enfrentam grupos insurgentes e as forças representativas do Presidente Bashar al-Assad. Diante dessa batalha sangrenta, em várias partes do mundo uma rede de solidariedade tem se formado através das Redes Sociais ou das assistências humanitárias às vítimas desse massacre. Mas, ainda é muito pouco para deter o famigerado desejo de ganância daqueles que detém o controle político e econômico do mundo. Hoje apenas 1% da população mundial detém 68% da renda do mundo, enquanto que quase a metade da população mundial vive com 3% à 4% da riqueza mundial socialmente produzida. Fica difícil pensar como este 1% da população mundial vive tranquilamente em berço esplêndido...