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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA – ISTA

________________________________________________________________
Criado pelo Decreto nº 24/07 do Conselho de Ministros, em 07 Maio de 2017
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

PRONOMINALIZAÇÃO

O DOCENTE
__________________
DOMINGOS MEZES

CAXITO -MARÇO
2022/2023
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA – ISTA
________________________________________________________________
Criado pelo Decreto nº 24/07 do Conselho de Ministros, em 07 Maio de 2017
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

PRONOMINALIZAÇÃO

Trabalho apresentado ao Professor: Domingos Menezes


no curso de ________, como requisito parcial para
avaliação na cadeira de: Língua Portuguesa.

GRUPO Nº
2º ANO
SALA: 02
PERÍODO: TARDE

Estudantes:
1. Albino Joaquim
2. José Diazono

CAXITO - MARÇO

2022/2023
ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................1

1. PRONOMINALIZAÇÃO............................................................................................................2

1.1. Regras para articulação de verbos com pronomes.............................................................2

2. CLITIZAÇÃO OU CLITÍCOS....................................................................................................3

2.1. Colocação dos pronomes clíticos.......................................................................................3

2.1.1.O clítico na posição pós-verbal ou enclítica....................................................................3

2.1.2. O clítico ocorre na posição pré-verbal, isto é próclise nas seguintes condições:............4

2.1.3. O clítico na posição pós-verbal ou enclítica...................................................................5

2.1.4. Os clíticos ocorrem na posição medial............................................................................5

2.1.5. Os clíticos ocorrem na posição mesoclítica....................................................................6

2.1.6 Subida do clítico...............................................................................................................6

3. CONCLUSÃO..............................................................................................................................7

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................8
INTRODUÇÃO

Neste trabalho será abordado o tema acerca da pronominalização tendo em conta a sua
definição e regras para o seu uso. Posteriormente abordar-se-á o tema clitização e suas
características.
Neste sentido, Pronominalização (de pronominalizar +-ção) é um termo gramatical (do
domínio linguístico) utilizado para designar a substituição de um nome ou de um sintagma
nominal por um pronome (pessoal, possessivo, demonstrativo).

Portanto, como se refere a um conteúdo gramatical, tal palavra ocorre com bastante
frequência nos sumários das aulas de línguas e nas fichas de trabalho de Português, em que se
solicita, precisamente, a substituição de um nome/substantivo ou de um sintagma nominal por um
pronome adequado à frase e, consequentemente, correspondente à respetiva função sintática.

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1. PRONOMINALIZAÇÃO

É um termo gramatical utilizado para designar a substituição de um nome ou de um


sintagma nominal por um pronome (pessoal, possessivo e demonstrativo) ou melhor substituição
do complemento direto ou indireto na oração por um pronome pessoal correspondente, visando a
correta articulação entre o verbo e o pronome.

1.1. Regras para articulação de verbos com pronomes

Quando juntamos pronomes aos verbos, devemos ter em consideração as seguintes regras:

a. Quando a forma verbal termina em vogal, o pronome não sofre alterações


Ex: Vi o filme.> Vi-o
b. Quando a forma verbal termina em “r”, “s” ou “z” estas consoantes caem e o pronome
pessoal passa a ser: -lo, -la, -los, -las.
Ex: Vou ver o Luís.> Vou vê-lo.
Tu contas histórias.> Tu conta-las.
Ele faz os trabalhos de casa.> Ele fá-los.
c. Se a forma verbal terminar em “m” ou em ditongo nasal (õe, ão), o pronome tomará as
formas: -no, -na, -nos, -nas.
Ex: Os alunos viram o filme.> Os alunos viram-no.
O João põe o livro na estante.> O João põe-no na estante.
d. Quando a forma verbal estiver no modo condicional, o pronome coloca-se entre o radical do
verbo e as terminações verbais (-ia, -ias, -íamos, -íeis, -iam). No entanto, como o radical
termina em ‘r”, este cai e o pronome ganha um “l’, tomando a forma: (-la, -lo, -las, -los).
Ex: Eu levaria a bicicleta para a escola.> Eu levá-la-ia para a escola.
Tu convidarias os teus amigos para a festa.> Tu convidá-los-ias para a festa.
e. Quando a forma verbal estiver no futuro, o pronome coloca-se entre o radical do verbo e as
terminações verbais (-á, -ás, -á, -emos, -eis, -ão). No entanto, como o radical termina em
“r”, este cai e o pronome ganha um “l” tomando a forma, -lo, -la, -los, -las.
Ex: Ele entregará a encomenda a tempo.> Ele entregá-la-á a tempo.
Eles pedirão a prenda a mãe.> Eles pedi-la-ão a mãe.

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f. Se a frase estiver negativa, o pronome vai para antes do verbo, sem sofrer alterações (tal
como em alguns casos em que a frase está na forma interrogativa).
Ex: Ele não levou o livro para a aula.> Ele não o levou para a aula.
Já leste o livro todo?> Já o leste todo.
g. Casos especiais: sempre que na frase se encontrem duas formas de pronome pessoal,
complemento direto e indireto, elas contraem-se formando uma só palavra (em qualquer
tempo verbal).
Ex: Já li o livro. Posso emprestar-to (te o).
Encontraste a peça? Então dá-ma (me a)

2. CLITIZAÇÃO OU CLITÍCOS

Os clíticos têm sido caracterizados como formas semelhantes a palavras, mas que
dependem estruturalmente de uma palavra vizinha numa dada construção. O Português é uma
língua com pronomes clíticos de 1ª, 2ª e 3ª. Pessoas (me, te, se, lhe, nos), que conservam a flexão
casual e que, consoante os contextos sintácticos, ocorrem em posição proclítica, mesoclítica ou
enclítica. Cunha e Cintra (1999:78) definem o clítico pronominal como sendo o elemento que se
combina fonologicamente com palavras com que não forma construções morfológicas, ficando a
depender do acento dessas palavras e podendo ser enclítico, proclíse e mesoclítico.

2.1. Colocação dos pronomes clíticos

Os pronomes clíticos podem ocorrer em posições: pré-verbal ou proclítica, medial ou


mesoclítica e em pós-verbal ou enclítica. Esta colocação obedece a diferentes regras como se
apresentam a seguir: sendo o pronome átono objecto directo ou indirecto do verbo, a sua posição
lógica ou normal é a ênclise.

2.1.1.O clítico na posição pós-verbal ou enclítica

a. Na frase declarativa positiva. Ex: Joguei-os fora; Eles entretiveram-se bastante.


b. Na frase interrogativa directa total positiva. Ex: O Manuel entregou-lhe o livro?
c. Na frase subordinada infinita positiva. Ex: O Jardineiro tencionava levá-los ao jardim.
d. Nas frases com infinitivos soltos, mesmo quando modificados por negação. Ex: Para não
decepcioná-lo, deixei a garrota passar.
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e. Quando o pronome tem a forma de o (sobretudo no feminino) e o infinito regido da
preposição “a”. Ex: Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
f. Nas locuções verbais em que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio. Ex1: O
roupeiro veio interromper-me. Ex2: Que poderá dizer-nos aquele estúpido? Ex3: Ia
desenrolando-se a paisagem.
g. Ao verbo auxiliar, quando se verificarem essas condições descritas anteriormente. Ex1:
Ia-me desfazendo dos problemas. Ex2: Vão-me resgatar, sem meandros nem centavos.
h. Quando o verbo principal estiver no particípio passado, o pronome átono não pode vir
depois dele, neste caso, ocorre a ênclise ao verbo auxiliar. Ex: Tenho-o feito sempre, mas
hoje é que o percebeste.

2.1.2. O clítico ocorre na posição pré-verbal, isto é próclise nas seguintes


condições:

a. Na frase declarativa negativa. Ex: não vos via há muito tempo. Jamais o teria imaginado.
b. Na frase interrogativa directa parcial. Ex: quem te mandou ao mercado? Onde as
guardou?
c. Nas subordinadas relativas. Ex: O jovem que lhe amachucou o carro é aquele.
d. Nas orações subordinadas temporais. Ex1: Dou-te o livro quando mo pegares. Ex2:
Sempre que se magoava voltava para mim.
e. Nas frases introduzidas pelas palavras: também, até, ainda, tudo, alguém, nunca, nada,
apenas, só, todos, jamais, tudo, já, ambos, entre outras. Ex: Até o macaco se safou dessa.
f. Não há fontes bibliográficas no documento atual. Quando o verbo está no futuro do
presente ou no futuro do pretérito, dá-se a proclíse ou mesóclise. Ex: Eu me calarei/ eu
calar-me-ei.
g. Nas orações iniciadas por palavras exclamativas, bem como as que exprimem desejo
(optativas). Ex: Que Deus o abençoe!
h. Em frases com o gerúndio regido da preposição “em”. Ex: Em se ela anuviando, em a não
vendo….
i. Há casos em que se insere uma ou mais palavras entre o pronome átono em próclise e o
verbo, sendo o mais comum a intercalação com a negativa não. Ex: Era impossível que
lhe não deixasse uma lembrança. Ex: Há tanto tempo que não o via.

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j. Nas orações subordinadas desenvolvidas, inclusive quando a conjunção está oculta. Ex1:
O sufrágio que me vai dar está para mim uma congregação. Ex2: A minha mãe ordenou
me mandassem buscar ao seminário.
k. Note-se que, em frases em que ocorram tempos compostos ou a passiva de ser, os clíticos
colocam-se à esquerda ou à direita dos verbos se se derem as condições indicadas
anteriormente. O mesmo acontece quando ocorrem em frases com verbos modais (dever e
poder) e perífrases aspectuais (estar a, começar a). Ex1: os rapazes não o devem convidar/
os rapazes não devem convidá-lo. Ex2: Quanto aos contos, a Maria os está a escrever/
Quanto aos contos, a Maria está a escrevê-los.

2.1.3. O clítico na posição pós-verbal ou enclítica

a. Na frase declarativa positiva: Ex: Joguei-os fora; Eles entretiveram-se bastante.


b. Na frase interrogativa directa total positiva: Ex: O Manuel entregou-lhe o livro?
c. Na frase subordinada infinita positiva: Ex: O Jardineiro tencionava levá-los ao jardim.
d. Nas frases com infinitivos soltos, mesmo quando modificados por negação. Ex: Para não
decepcioná-lo, deixei a garrota passar.
e. Quando o pronome tem a forma de o (sobretudo no feminino) e o infinito regido da
preposição “a”. Ex: Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
f. Nas locuções verbais em que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio. Ex: 1
O roupeiro veio interromper-me. Ex;2 Que poderá dizer-nos aquele estúpido? Ex:3 Ia
desenrolando-se a paisagem.
g. Ao verbo auxiliar, quando se verificarem essas condições descritas anteriormente: Ex: Ia-
me desfazendo dos problemas; Ex2: Vão-me resgatar, sem meandros nem centavos.
h. Quando o verbo principal estiver no particípio passado, o pronome átono não pode vir
depois dele, neste caso, ocorre a ênclise ao verbo auxiliar. Ex: Tenho-o feito sempre, mas
hoje é que o percebeste.

2.1.4. Os clíticos ocorrem na posição medial

Só quando o verbo estiver no futuro do indicativo ou no condicional. Ex: O rei tê-lo-á


convidado para ministro; Eu apresentar-te-ia ao director, se mo pedisses; Eles dar-lhe-ão uma
oportunidade
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2.1.5. Os clíticos ocorrem na posição mesoclítica

A posição mesoclítica ocorre nas formas verbais do futuro e do condicional, nas


condições que não aconselham a posição enclítica do pronome.

 Ex.: a) Ele dir-lhe-á se tenho ou não razão.

b) O Simão dir-lhes-ia, se quisesse.

A mesóclise deve-se à origem das formas do futuro e do condicional. Estas formas eram
analíticas, constituídas pela justaposição do infinitivo do verbo principal e das formas reduzidas
do presente e do imperfeito do indicativo do verbo haver (amar-te-ei procede de amar te hei;
mandar-me-ás de mandar me hás, etc.).

2.1.6 Subida do clítico

Este processo consiste na selecção de um verbo do qual o pronome clítico não é


dependente para hospedeiro verbal, MATEUS et all (2003: 856).

Ex: O João tinha-o já convidado várias vezes; O convite foi-lhe finalmente enviado.

Sublinha-se também o facto de os clíticos se diferenciarem de outros pronomes átonos


(artigos e preposições) por seleccionarem a categoria sobre a qual ocorrem, o verbo.Chama-se
atenção ao facto de, na posição medial, ocorrendo em alguns casos com verbos no infinitivo e por
vezes com auxiliares. Portanto, é uma área de conhecimento que exige do falante muita cautela,
sensibilidade e proeza no tratamento da língua

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3. CONCLUSÃO

Neste trabalho foram abordados os temas pronominalização e clitização, conteúdo que


ainda é desconhecido por muitos no nosso país.

A pronominalização e a clitização são estratégias muito eficazes, que melhoram os nossos


discursos e articulações, ou seja, facilita-nos a fala na maioria das vezes, mas o estranho é que
não têm sido vistas como tal nossa sociedade.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BENVENISTE, E. (1988). Problemas de linguística geral I. Campinas: Pontes/


Editora da UNICAMP.
 BERNARDO, Carla da Penha. (1996). Edição do Manuscrito Noticiário Maranhense,
descrição do Maranhão, suas contendas e peregrinas circunstâncias de
1685.Dissertação de Mestrado em Filologia Românica. Rio de Janeiro: Faculdade de
Letras/UFRJ.
 BUESCU, Maria Leonor Carvalhão. (Org.) (1983). Copilaçam de todálias obras de
Gil Vicente, vol. 1, Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.
 CAFEZEIRO, Edwaldo. (ed. de) (1980). Coletânea Teatro França Júnior/Tomo II.
Volume 5, Rio de Janeiro: MEC/SNT/FUNARTE.
 Ciberdúvidas.iscte-iul.pt: 31/08/2020
 Linguaportuguesa8ano.blogspot.com: 31/08/2020
 Rectasletras.blogspot.com: 02/09/2020

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