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PORTUGUESA
(Parte 2)
Autora - Deliamaris Fraga Acunha
SUMÁRIO
Caro aluno, nesta unidade, continuaremos o estudo da Análise Sintática Interna. Na aula anterior, vimos que
os termos essenciais de uma oração são o sujeito e o predicado, e que também há os termos integrantes e
os acessórios. Veremos todos esses detalhes a fim de, mais tarde, entender como funcionam as regras de
pontuação em nossa língua.
Tudo isso apenas para saber pontuar?
Sim, é na pontuação que muitos problemas de compreensão de textos surgem e, para que esses problemas
sejam evitados, precisamos entender as regras de pontuação. Essas regras existem com base na estrutura da
oração e dos períodos que formam os textos que produzimos.
Começaremos, então, com o estudo do predicado, pois, como já vimos na unidade anterior, uma oração é
formada por sujeito (o ser de quem falamos) e predicado (aquilo que falamos sobre esse ser).
O que não for sujeito, na oração, será predicado.
Depois deste estudo, veremos que há outros termos que compõem a oração. Compreenderemos que eles
normalmente se ordenam de determinada maneira e que, quando mudamos essa ordem, precisamos de
pontuação adequada na escrita.
Vamos, então, ao predicado!
LÍNGUA PORTUGUESA
1 PREDICADO
A seguir, apresentaremos uma explicação sobre a classificação do predicado. Na prática, essa
classificação não é tão útil quanto a classificação do sujeito; no entanto, sempre é bom perceber
como construímos nosso pensamento e, quanto mais analisamos, mais precisos poderemos ficar em
nossa produção verbal!
Estar não é um verbo de ação. Nessa oração, o verbo serve para ligar o sujeito à palavra que o
caracteriza.
É por essa razão que chamamos esses verbos de VERBOS DE LIGAÇÃO, pois servem para ligar sujeito
e PREDICATIVO DO SUJEITO, termo que caracteriza o sujeito, mas não está ligado diretamente a ele.
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
Ele é.
É o quê?
O verbo “ser” não diz nada sozinho; ele precisa de um elemento, o PREDICATIVO DO SUJEITO, para
revelar algo sobre o sujeito.
Os principais verbos de ligação são: ser, estar, andar, ficar, parecer, permanecer, continuar, virar.
Mas para que o verbo seja “de ligação”, deverá haver um PREDICATIVO DO SUJEITO depois dele. Caso
contrário, o verbo terá outro valor, e o predicado não será mais nominal.
Veja, na sequência, alguns exemplos.
VERBOS DE LIGAÇÃO, POIS APENAS LIGAM O VERBOS SIGNIFICATIVOS, POIS NÃO LIGAM O
SUJEITO À SUA CARACTERÍSTICA. SUJEITO À SUA CARACTERÍSTICA.
A menina anda triste. A menina anda sobre os trilhos do trem.
A menina virou mulher. A menina virou a mesa.
A menina está feliz. A menina está em casa.
Veja que as expressões “sobre os trilhos do trem”, “a mesa” e “em casa” não qualificam o sujeito,
não são, portanto, predicativos do sujeito.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Você deve ter percebido que a única oração que pode ser finalizada com um ponto é a da alternativa
A, pois o verbo sair tem sentido completo mesmo sozinho. Até poderíamos acrescentar informações
como “saiu ontem”, “saiu rapidamente”, “saiu com os amigos”, mas essas informações são
acessórias, e não obrigatórias.
Esse tipo de verbo é chamado de INTRANSITIVO, ou seja, não aceita transações, não se relaciona.
Verbo intransitivo é aquele que não exige complemento algum.
São também verbos intransitivos: partir, nascer, morrer, desaparecer etc.
E as outras orações de nosso exemplo? Veja:
a) Ela saiu. b) Ela quer algo. c) Ela gosta de algo. d) Ela oferece algo a alguém.
Mas qual é a diferença entre os modelos B, C e D? Não são todos transitivos? O que os diferencia é o
tipo de complemento que esses verbos exigem!
Verbo transitivo direto é o verbo que exige complemento e a ele se liga diretamente, sem necessidade
de preposição.
Temos o VERBO e ALGO, veja:
Eu comprei flores.
Verbo transitivo indireto é um tipo de verbo que exige complemento que a ele se liga por meio de
PREPOSIÇÃO. Por isso é indireto, pois, entre ele e o complemento, há uma preposição, o caminho é
indireto.
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
O verbo transitivo direto e indireto é um tipo de verbo “faminto”, pois exige dois tipos de
complementos. Observe:
Perceba que um complemento se liga diretamente ao verbo e o outro se liga por meio de preposição.
Seus complementos também são nomeados e são chamados de objeto direto e objeto indireto.
Observe:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Zelar: verbo.
Pelas crianças: complemento verbal (objeto indireto).
Agora veja:
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
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LÍNGUA PORTUGUESA
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
FIQUE ATENTO!
Todas essas informações são necessárias para que saibamos pontuar adequadamente os textos, pois
você deve ter percebido que o predicativo fica sempre no final da oração e, caso queiramos colocá-lo
em outra posição, deveremos isolá-lo entre vírgulas. Veja:
O menino olhou para a mãe desconfiado.
ou
Desconfiado, o menino olhou para a mãe.
ou
O menino olhou, desconfiado, para a mãe.
3 VOZES VERBAIS
Ainda nesta unidade, é importante tratar de algo que não tratamos anteriormente, uma das variações
do verbo: a VOZ.
Não explicamos antes porque, para entendermos esse conteúdo, precisávamos saber o que é sujeito
e o que são verbos transitivos ou intransitivos. E agora você já sabe!
Então, vamos lá!
Chamamos de VOZ VERBAL a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica ou sofre a ação verbal.
Observe:
a) A professora lê uma redação.
b) A redação foi escrita por um de seus alunos.
c) O menino machucou-se.
Na 1ª oração, o sujeito é “A professora”.
Esse sujeito pratica a ação expressada pelo verbo.
Na 2ª oração, o sujeito é “A redação”.
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Esse sujeito não pratica a ação expressada pelo verbo, ele sofre a ação.
Na 3ª oração, o sujeito é “O menino”.
Esse sujeito pratica e recebe a ação expressada pelo verbo.
Dizemos que há voz ativa quando o sujeito pratica a ação expressada pelo verbo, e assim dizemos
que a oração está na VOZ ATIVA.
Exemplo: Cada aluno disse o seu nome.
Quando o sujeito sofre ou recebe a ação expressada pelo verbo, dizemos que a oração está na VOZ
PASSIVA.
Exemplo: A tarefa foi passada pela professora.
Quando o sujeito pratica e recebe a ação expressada pelo verbo, dizemos que a oração está na VOZ
REFLEXIVA.
Exemplo: Lúcia penteou-se antes do passeio.
Então, o verbo pode ser ATIVO, PASSIVO ou REFLEXIVO.
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
Você percebeu que o sujeito da voz ativa se torna o agente da voz passiva analítica?
E o objeto direto da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva?
Também é importante perceber que o verbo SER da voz passiva deve ficar no mesmo tempo e modo
do verbo da voz ativa.
Veja que “minha” e “agradáveis” são termos que estão determinando e caracterizando os substantivos
vida e momentos. São adjuntos, portanto, adnominais.
Os adjuntos adnominais podem ser representados por adjetivos ou locuções adjetivas, artigos,
pronomes adjetivos ou numerais.
Adjetivos ou locuções adjetivas:
Já dissemos anteriormente que locução é um conjunto de palavras que formam uma unidade. Então,
LOCUÇÃO ADJETIVA é o grupo de palavras que tem valor de adjetivo (de rei = real). Veja outras
locuções: fio de aço, homem sem escrúpulos, amor de mãe, livro do mestre etc.
Artigos:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Favorável é uma palavra que exige complemento, representado aqui por ao trabalho.
Adjunto adnominal:
O amor de mãe é sublime.
A palavra amor não exige complemento, mas nós acrescentamos a ela uma característica, “de mãe”,
que é um termo acessório apenas.
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
4.3 APOSTO
Chamamos de aposto o termo da oração que se liga a um nome com a função de explicar, esclarecer,
identificar, discriminar esse nome. Veja:
Lúcia, aluna do terceiro ano, foi bem na prova.
Desejo-lhe uma coisa: felicidade.
Roubaram tudo: discos, joias, dinheiro, documentos.
O aposto vem sempre separado por sinais de pontuação: vírgulas, travessões, parênteses.
4.4 VOCATIVO
É um termo isolado dentro da oração que tem a função de indicar o elemento a quem nos dirigimos.
Exemplos:
Ronaldo, não provoque o juiz.
Alunos, dirijam-se à secretaria.
É muito fácil reconhecer o vocativo, pois ele vem separado por vírgula e admite a anteposição da
interjeição “ó”. O vocativo pode estar no início, no meio ou no fim da frase.
Dirijam-se à secretaria, alunos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observe o resumo que mostramos a seguir. Ele pode ajudá-lo a revisar todas as informações desta
unidade, para que você saiba utilizá-las, mais tarde, na hora de pontuar!
Lembre que receitas não curam! Também na escrita é assim: para escrever bem, é preciso usar o que
lemos, exercitar, praticar.
Faça os exercícios indicados no anexo!
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo: Saraiva,
2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
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UNIDADE 5 - SINTAXE INTERNA II
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova Gramática do português contemporâneo: nova ortografia.
Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto: Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
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UNIDADE 6
Concordância, Regência e Crase
Para entender essas diferenças entre a escrita e a fala, vamos lembrar aquilo que já estudamos até
aqui, pois, ao conhecer a sintaxe interna, observamos que as palavras se relacionam no interior da
oração, e essa relação deve ser feita com cuidado para que nossa mensagem tenha coerência – pelo
menos na escrita, já que, na fala, a coerência se dá naturalmente, pois está contextualizada!
Estudaremos, então, a maneira como se dão essas relações, ao analisar a concordância verbal, assim
como as preposições que os verbos exigem, a regência verbal e a consequente crase, quando for o
caso.
Também nesta unidade, que trata das relações entre as palavras, veremos a relação entre os nomes
na concordância nominal.
1 CONCORDÂNCIA VERBAL
CONCORDÂNCIA VERBAL é o estudo das relações entre o sujeito das orações e o verbo, pois a regra
diz que o verbo concordará em número e pessoa com o sujeito a que se refere, como já vimos na
unidade 4.
É por isso que “as mina pira” deve ser apenas uma brincadeira, pois, se falamos das minas (e deveria
ser mina), então o verbo pirar deve ficar no plural, não é mesmo?
E há regras específicas para a flexão de alguns verbos. Essa forma (as mina pira) fere a primeira regra
de concordância verbal. Vamos ver?
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
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LÍNGUA PORTUGUESA
Sim, fica estranho, mas “a menina” está no singular e é palavra que se refere a pessoa, então, o
verbo ficará no singular para concordar com ela. Você pode melhorar essa construção invertendo a
ordem das palavras na frase: “A menina é as alegrias da casa”. Pronto! Melhorou, não?
Vejamos outro exemplo:
O menino era as esperanças da família.
» » Em terceiro lugar, vêm os números:
São 12 horas.
É uma hora.
Hoje são 20 de março.
Veja que, nesses casos, a concordância se dará com o numeral.
» » Enfim, se não há “pessoas” nem “números”, a concordância será facultativa:
Na vida, nem tudo são flores.
ou
Na vida, nem tudo é flores.
Observe que o verbo fica sempre como se o sujeito fosse você ou vocês.
Então, se aparecer um pronome de tratamento na sua frase, troque-o por
“você” e conjugue o verbo adequadamente.
Vossa Excelência saiu cedo.
Você saiu cedo.
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
d) Sujeito composto
É normal que, quando o sujeito for composto, o verbo fique no plural, não é mesmo? Sim, essa é a
regra geral que você vai seguir na maioria dos casos. Veja:
Paula e Bebeto se amavam.
Mas como somos falantes em eterna criação, aparecem sempre casos especiais com o sujeito composto:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Se o sujeito é um coletivo, o verbo deve ficar no singular, pois a palavra está no singular.
O grupo saiu.
A multidão aplaudia entusiasmada.
A turma cantava alto.
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
2 REGÊNCIA VERBAL
Já vimos, em outra unidade, que quem “manda” no verbo é o sujeito, não é? Mas o verbo também
dá ordens!
E é dessas ordens que trata a REGÊNCIA VERBAL, mecanismo que regula as ligações entre o verbo e
seus complementos.
Na unidade 5, você viu os verbos que exigem complementos, que chamamos de OBJETO DIRETO ou
OBJETO INDIRETO, conforme a exigência ou não de preposição, lembra?
Também vimos que há verbos intransitivos, ou seja, que não exigem complemento algum.
Normalmente sabemos qual é a exigência de cada verbo, mas sempre há casos especiais, e é o que
estudaremos agora.
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LÍNGUA PORTUGUESA
3 CRASE
A palavra “crase” vem do grego “Krasis”, que quer dizer fusão, contração. Surgiu da necessidade de
evitar-se um hiato (encontro das vogais “aa”). Na escrita, a crase é sempre assinalada pelo acento
grave ( ` ).
Veja que o primeiro “a” é sempre PREPOSIÇÃO e pode fundir-se com:
a) o artigo definido feminino “a” (a + a = à);
Exemplo: Escrevi a (preposição) a (artigo) professora. (aa = à professora).
b) o “a” inicial dos pronomes demonstrativos “aquele”, “aquela” e “aquilo”:
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
Na verdade, não seriam necessárias regras para o uso da crase, pois é possível perceber claramente
quando há o encontro de dois “as”. No entanto, nem todos percebem esse encontro, por isso foram
criadas algumas maneiras facilitadoras de identificar e marcar a crase.
Veja essas regras a seguir.
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
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LÍNGUA PORTUGUESA
4 CONCORDÂNCIA NOMINAL
Chamamos de CONCORDÂNCIA NOMINAL a relação entre as palavras que pertencem à classe dos
nomes (substantivo, pronome, numeral) e as palavras que se ligam a esses nomes.
Veremos, a seguir, esses casos.
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
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LÍNGUA PORTUGUESA
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UNIDADE 6 - CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo: nova
ortografia. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto: Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
Lembre que regras são a consequência da análise do funcionamento da língua. Para lembrar essas
regras, é preciso escrever, praticar! Faça “bastantes” exercícios!
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UNIDADE 7
Nexos Frasais
1 PERÍODO COMPOSTO
Na unidade 4, vimos o que é oração e o que é período. Agora veremos como se constituem esses
PERÍODOS, que podem ser SIMPLES ou COMPOSTOS.
PERÍODO ORAÇÃO
Simples Uma oração, chamada “absoluta”.
Composto Mais de uma oração.
O período composto pode ser formado por orações coordenadas, que simplesmente se ordenam na
frase, sem desempenhar nenhuma função sintática umas em relação às outras.
Já as orações subordinadas têm uma relação de dependência em relação à oração principal, pois as
orações desempenham alguma função sintática em relação à oração principal, e por isso se subordinam
– são as ORAÇÕES SUBORDINADAS.
Função sintática é aquela função que as palavras exercem dentro da frase ou do período, fruto da
relação entre as palavras, lembra? Também na unidade 4, você encontra essa explicação sobre AS
CLASSES DE PALAVRAS E FUNÇÃO DAS PALAVRAS.
Veja o quadro a seguir. Nele colocamos um esquema das duas formas de relação que existem entre
as orações.
COORDENAÇÃO SUBORDINAÇÃO
Orações Assindéticas* Oração Principal
Orações Sindéticas:
Oração Subordinada (de acordo com a função
• Aditivas
sintática que exerce):
• Adversativas
• Adjetiva
• Alternativas
• Substantiva
• Conclusivas
• Adverbial
• Explicativas
*Observação: Na seção sobre coordenação, veremos que sindéticas e assindéticas são orações com ou
sem conjunção no início.
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UNIDADE 7 - NEXOS FRASAIS
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LÍNGUA PORTUGUESA
a) Adjetiva restritiva
A oração adjetiva do grupo A é indispensável ao sentido da frase, pois, como o adjunto adnominal,
determina, restringe o termo antecedente. Vamos chamá-la de “oração subordinada adjetiva
restritiva”.
b) Adjetiva explicativa
A oração do grupo B, que tem função de aposto, apenas explica, esclarece o termo antecedente.
Logo, vamos chamá-la de “oração subordinada adjetiva explicativa”.
Quais são os dois tipos de orações subordinadas adjetivas? Elas podem ser RESTRITIVAS ou EXPLICATIVAS.
ATENÇÃO!
As orações restritivas, assim como os adjuntos adnominais, não são separadas por pontuação.
As orações adjetivas explicativas, assim como o aposto, devem ser isoladas por vírgulas.
a) Elementos de coesão das orações adjetivas
Agora que você já sabe o que é uma oração adjetiva, veremos os elementos de coesão que servem
para unir, conectar, as orações subordinadas à principal.
Na unidade 3, vimos as diferentes classes de palavras. Também vimos que existem vários tipos de
pronomes, mas não fizemos um detalhamento dos pronomes relativos. Agora faremos isso, pois são
eles os responsáveis pela conexão entre essas orações.
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As orações subordinadas substantivas são introduzidas por conjunções chamadas de integrantes. Logo,
o “quê” dessas orações não é pronome relativo, mas CONJUNÇÃO INTEGRANTE.
Trabalhamos até aqui a relação entre os termos das orações, representados por adjetivos ou
substantivos, e sua “transformação” em orações adjetivas e substantivas.
2) concessivas: dão ideia de concessão, e concessão exprime uma contrariedade, ou seja, apesar
de se agir de determinada maneira, não se obtém o que se quer ou deseja.
São elas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de que.
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UNIDADE 7 - NEXOS FRASAIS
Exemplos:
Obtivemos resultados regulares embora tivéssemos estudado bastante.
Mesmo que tenhamos estudado muito, não obtivemos excelentes resultados.
3) condicionais: indicam condição.
São elas: se, desde que, contanto que, caso.
Exemplos:
Sairei contigo desde que não me incomodes.
Se me incomodares, não sairei contigo.
4) conformativas: exprimem ideia de semelhança, paralelismo, conformidade de ideia.
São elas: conforme, segundo, como, consoante.
Exemplos:
Faremos o passeio conforme havíamos combinado.
De acordo com o que combinamos, faremos o passeio.
5) comparativas: estabelecem uma comparação entre aspectos expressos na oração principal e na
oração subordinada.
São elas: como, mais... do que, menos... do que.
Exemplos:
Talvez ninguém pense como nós (pensamos).
Ele estuda menos do que eu (estudo).
Normalmente omitimos o verbo das orações comparativas para evitar a repetição.
6) consecutivas: exprimem ideia de consequência.
São elas: que (precedida de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que.
Exemplos:
Havia tantos problemas que desistiu dos projetos.
Observe que a palavra “tantos” fica na oração principal.
Tal era sua preocupação que não conseguia dormir.
Sua preocupação era tanta, que a consequência foi não conseguir dormir, por isso é uma conjunção
consecutiva.
7) finais: exprimem finalidade, objetivo.
São elas: a fim de que, para que.
Exemplos:
Estudaremos a fim de sermos aprovados.
Para que obtenhamos sucesso, estudaremos.
8) proporcionais: indicam paridade, aumento ou diminuição em proporção da ideia que é comparada
com aquela expressada na oração principal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais.
Exemplos:
Certamente envelhecemos à medida que o tempo passa.
Quanto mais estudo, mais percebo minha ignorância.
Assim como o adjunto adverbial no final de frase não necessita de separação por vírgula, uma
oração adverbial no final do período não exige vírgula. No segundo exemplo, como a oração
adverbial está deslocada do final, deverá ser separada por vírgula.
9) temporais: indicam ideia de tempo, em que momento se dá a ação da oração principal.
São elas: quando, depois que, desde que, logo que, assim que, enquanto, mal.
Exemplos:
Houve a votação depois que acabou o debate.
Quando acabou o debate, houve a votação.
Lembre que não basta colocar a conjunção para que haja relação de
finalidade, tempo, conformidade etc. Toda a estrutura do período deve
mostrar essa relação.
Isso é bem fácil de entender quando analisamos a conjunção “como”,
pois, dependendo da maneira como construímos o período, a circunstância
será de causa, comparação ou conformidade.
Veja:
- Como estava cansada, não quis ir à festa.
como = porque: CAUSA
- Ela gosta de festas como o irmão (gosta).
como = da mesma forma que: COMPARAÇÃO
- Como havíamos combinado, nos encontraremos na festa da turma.
como = conforme: CONFORMIDADE
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UNIDADE 7 - NEXOS FRASAIS
Conclusivas: expressam uma conclusão em relação ao que foi dito na oração que as antecedem.
São elas: logo, portanto, por conseguinte, por isso.
Exemplos:
João saiu, logo não está em casa.
Não o vi chegar, portanto não sei se está em casa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Veja que, antes de uma coordenada explicativa, temos uma ordem ou um desejo. Essa é a diferença
entre esse tipo de oração e a oração subordinada adverbial causal.
Você pode encontrar mais exemplos deste conteúdo nas gramáticas que
já indicamos neste livro e nos seguintes endereços:
<http://www.brasilescola.com/gramatica/periodo-composto-
coordenacao.htm> e
<http://www.brasilescola.com/gramatica/oracoes-coordenadas-
oracoes-subordinadas.htm>.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo: nova
ortografia. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto: Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
Lembre que a análise do funcionamento da língua é importante para que possamos transpor para a
produção escrita aquilo que na oralidade é facilmente compreendido por meio de pausas, expressões
visuais e entonações. Saber as funções sintáticas pode nos ajudar a pontuar corretamente os textos
que produzirmos, pois as regras de pontuação se baseiam na análise sintática. Então, faça exercícios
para memorizá-las!
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UNIDADE 8
Pontuação
Ao chegar à última unidade, você já é capaz de identificar as orações que organizam os períodos e parágrafos
dos textos. Ao perceber a diferença entre orações coordenadas e subordinadas, ao reconhecer termos como
aposto, vocativo, adjunto adverbial, você já pode também pontuar corretamente e adequadamente os textos
que produzir.
Este é um dos objetivos deste estudo: usar os sinais de pontuação adequados para a compreensão e clareza
nas suas produções textuais.
Você verá que, para dominar as regras de pontuação, é preciso conhecer a função sintática dos termos, assim
como a sintaxe externa e suas orações. Em função dessas relações entre os termos da oração e entre as
orações, criaram-se algumas regras para orientar o uso dos sinais de pontuação.
Vamos a elas!
a) Vírgula ( , )
Apesar de sua frequência, faremos a explicação do seu uso com detalhes após a explanação dos
outros sinais, pois é o uso da vírgula que mais apresenta problemas entre os sinais de pontuação.
b) Ponto e vírgula ( ; )
Tem mais força que a vírgula e menos que o ponto-final. São poucos os casos em que se usa ponto
e vírgula. Veja para que serve esse sinal.
» » Separar orações independentes que são muito extensas, principalmente se elas já possuem
partes separadas por vírgulas.
Exemplo:
Eu, apressadamente, achei que deveríamos chamar as crianças para o jantar; mamãe, porém,
mais experiente, entendeu que deveríamos aguardar a chegada da noite.
» » Para separar as partes de decreto, portaria, sentença, acórdão ou documento análogo
quando se fazem enumerações.
Exemplo:
Neste parque, não será permitido:
1) dar alimento aos animais;
2) correr;
3) circular em motocicletas;
4) banhar-se no lago.
» » Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da
oração, colocada após o verbo.
Exemplo:
Queria encontrar todos os itens da lista no mercado; encontrei, porém, apenas um.
c) Dois-pontos ( : )
O uso de dois-pontos marca a suspensão da voz numa frase não concluída.
Veja quando se emprega.
» » Para anunciar a fala de personagens em narrativas de ficção.
Exemplo:
A menina disse:
– Quero colo.
» » Para anunciar uma citação alheia.
Exemplo:
Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: “Tristeza não tem fim, felicidade sim.”
» » Para anunciar uma enumeração.
Exemplo:
Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.
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UNIDADE 8 - PONTUAÇÃO
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LÍNGUA PORTUGUESA
» » indicar citações textuais de outra autoria, isto é, trechos do que outros autores disseram ou
escreveram;
» » indicar palavras ou expressões estrangeiras, gírias ou arcaísmos;
» » enfatizar palavras ou expressões.
Exemplo:
Convidaram todo o grupo para um “brunch” no novo hotel.
j) Travessão ( — )
Possui duas funções básicas:
» » marcar a mudança de interlocutor nos diálogos;
» » dar destaque a palavras ou expressões no interior das frases, da mesma maneira que se
usam parênteses ou vírgulas.
Exemplo:
Já em fevereiro — mês do carnaval no Brasil — recebemos muitos turistas estrangeiros.
Agora, com mais detalhes, veremos o emprego da vírgula.
Usa-se vírgula:
a) para separar termos enumerados;
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Então, ao encerrar esta unidade referente ao emprego dos sinais de pontuação, leia o texto a seguir
e observe a pontuação que ele apresenta.
Logo em seguida, colocamos o mesmo texto com termos sublinhados, a fim de marcar e justificar
a pontuação que há nele. Assim, você perceberá o uso dessas regras na composição do texto que,
apesar de ter sido publicado em 1998 na revista Caros Amigos (<www.carosamigos.com.br>), ainda
é atual.
Boa leitura!
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LÍNGUA PORTUGUESA
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2008.
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CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo: nova
ortografia. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto: Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
Caro aluno, chegando ao final deste livro, espero que você tenha percebido como são importantes
o conhecimento e a análise do funcionamento da língua para que possamos transpor à produção
escrita aquilo que, na oralidade, é facilmente compreendido por meio de pausas, expressões visuais e
entonações. A pontuação correta, como você viu, exige o conhecimento das funções sintáticas. Então,
faça exercícios para memorizar e reforçar esses conhecimentos!
Para escrever com arte e precisão, é necessário o exercício diário e a vontade de cativar o leitor.
Desejo a você uma produção escrita cativante!
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