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CLASSES GRAMATICAIS – REVISÃO | PROF.

MAICON CAMARGO | ESCOLA GOMES CARNEIRO


Na Língua Portuguesa há dez classes de palavras (ou classes gramaticais) pertencentes à MORFOLOGIA (estudo da forma
das palavras): São elas: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
SUBSTANTIVO: é toda a palavra que denomina um ser; usada para nomear pessoas, coisas, animais, lugares e sentimentos. Essas
palavras normalmente vêm acompanhadas de artigo.
Exemplo: O cachorro tomou banho.
Os substantivos classificam-se em:
• Comum (nome para todas as cadeiras) / Próprio (nome de uma pessoa específica) Ex.: cadeira / Maria
• Concreto (tem forma e são tocáveis) / Abstrato (não tem forma e não é tocável) Ex.: carro / amor
• Primitivo (não derivam de outras palavras) / Derivado (criados através dos primitivos) Ex.: pedra / pedreira
• Simples (possuem um elemento) / Composto (possuem mais de um elemento) Ex.: flor / beija-flor
• Coletivo (designam grupos) Ex.: colmeia (de abelhas) / cardume (de peixes)

ARTIGO: é a palavra que normalmente vem antes do substantivo para determiná-lo ou indeterminá-lo. Os artigos classificam-se em:
• Definidos: o / a / os / as
• Indefinidos: um / uns / uma / umas.

ADJETIVO: é a palavra que caracteriza ou diz algo sobre o substantivo.


Exemplo: Aquela moça (SUBSTANTIVO) é muito bonita (ADJETIVO).
Os adjetivos classificam-se em:
• Simples: Formado por uma só palavra. Ex: O homem é brasileiro.
• Composto: Formado por duas palavras. Ex: Meu celular é verde-claro.
• Primitivo: É aquele que dá origem a outros adjetivos. Ex: O homem é belo.
• Derivado: É aquele que deriva de outros adjetivos. Ex: O homem é belíssimo (derivado da palavra “belo”)

NUMERAL: é uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração.
Os numerais classificam-se em:

• Cardinais (indicam quantidade): Por exemplo: um, dois, cem, mil, etc.
• Ordinais (indicam ordem): Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc.
• Fracionários (indicam porção): Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc.
• Multiplicativos (indicam número de vezes): Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
• Coletivos (indicam conjuntos quantitativos): Por exemplo: dezena, dúzia, milheiro, etc.

PRONOME: é a palavra que substitui, acompanha ou referencia outra palavra (o substantivo).


Exemplo: João saiu. / Ele saiu (o pronome “ele” referenciou o “João”)

Os pronomes classificam-se em:


• Pronomes pessoais:

OBLÍQUOS
PESSOA CASO RETO
Átonos Tônicos
1ª (singular) Eu me mim, comigo
2ª (singular) Tu te ti, contigo
3ª (singular) Ele/Ela o, a, se, lhe ele, ela, si
1ª (plural) Nós nos nós, conosco
2ª (plural) Vós vos vós, convosco
3ª (plural) Eles/Elas os, as, se, lhes eles, elas, si

• Pronomes de tratamento (designar pessoas): Por exemplo: você, senhor, senhora, senhorita, Vossa Senhoria, Vossa
Excelência, Vossa Santidade, Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Magnificência.
• Pronomes possessivos (indicam posse): Por exemplo: meu(a/s), teu(a/s), seu(a/s), nosso(a/s).
• Pronomes demonstrativos (indicam posição): Por exemplo: este(a/s), isto, esse(a/s), isso, aquele(a/s), aquilo.
• Pronomes interrogativos (usados em questionamentos): Por exemplo: que, quem, qual(is), quanto(a/s).
• Pronomes relativos (retomam uma palavra mencionada): Por exemplo: que, quem, onde, o qual, a qual, os quais, as quais,
cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
• Pronomes indefinidos (fazem referências não específicas): Por exemplo: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo,
algum, algumas, nenhuns, nenhuma, todo, todos, outra, outras, muito, muita, pouco, poucos, certo, certa, vários, várias,
tanto, tantos, quanta, quantas, qualquer, quaisquer, bastante, bastantes.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Não confundir pronomes INTERROGATIVOS com RELATIVOS.


Exemplos:

Qual o nome do filme? (usado para formular uma pergunta).


O livro qual li é uma obra-prima da literatura brasileira. (retoma/explica o substantivo "livro").
VERBO: é a palavra que exprime ação, estado, fenômeno da natureza ou outros processos.
Exemplo: O menino estudou para a prova.

Obs.: Na análise sintática temos verbos de ligação (ligam o sujeito a uma característica) e os verbos significativos ou de ação
(ação do sujeito, processos ou fenômeno da natureza).

Os verbos NÃO variam em grau e gênero.

Variam em:

Tempo: Os verbos variam em tempo para indicar quando a ação verbal acontece:
• Presente: ação no momento da fala. Ex: Eu canto.
• Pretérito: ação anterior ao momento da fala. Ex: Eu cantei.
• Futuro: ação posterior ao momento da fala. Ex: Eu cantarei.

Número: Os verbos variam em número para concordar com o sujeito:


• Singular: um sujeito. Ex: Eu canto.
• Plural: mais de um sujeito. Ex: Nós cantamos.

Pessoa: Os verbos variam em pessoa para indicar quem realiza a ação verbal:
• 1ª pessoa: eu, nós. Ex: Eu canto, nós cantamos.
• 2ª pessoa: tu, vós. Ex: Tu cantas, vós cantais.
• 3ª pessoa: ele, ela, eles, elas. Ex: Ele canta, elas cantam.

Modo: Os verbos variam em modo para indicar a intenção do falante:


• Indicativo: indica certeza, fatos reais. Ex: Eu canto.
• Subjuntivo: indica dúvida, desejo, vontade etc. Ex: Quer que eu cante?
• Imperativo: indica ordem, pedido ou conselho. Ex: Cante!

Voz: Os verbos variam em voz para indicar quem pratica ou sofre a ação verbal:
• Ativa: o sujeito pratica a ação. Ex: O menino chutou a bola.
• Passiva: o sujeito sofre a ação. Ex: A bola foi chutada pelo menino.

OBSERVAÇÃO 1: CONJUGAÇÃO é a forma como o verbo se modifica em tempo, modo e pessoa. Existem verbos regulares e
irregulares na conjugação.
OBSERVAÇÃO 2: LOCUÇÕES VERBAIS ocorrem quando dois verbos ou mais executam uma ação. (Ex.: foi chutada = chutou)

ADVÉRBIO: é a palavra invariável que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio.
Exemplo: Caminhei rapidamente na calçada. (a palavra “rápido” está modificando o sentido do verbo “caminhar”).

Os principais advérbios indicam circunstâncias de:

• Tempo: ontem, hoje, amanhã, já, cedo, tarde, antigamente...


• Lugar: aqui, ali, acolá, aí, lá, perto, longe, acima, abaixo, dentro, fora...
• Modo: depressa, devagar, bem, mal, calmamente, alegremente...
• Intensidade: muito, menos, pouco, mais, bastante...
• Negação: não, absolutamente...
• Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente...
• Afirmação: sim, certamente, realmente…

DICA: normalmente as palavras que terminam com o sufixo “mente” são advérbios.

PREPOSIÇÃO: é uma palavra que liga um termo dependente a outro principal.


Exemplo: Gosto de bolo. (A palavra “bolo” está subordinada ao verbo “gostar”).
As principais preposições (ESSENCIAIS) são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE,
POR, SEM, SOB, SOBRE, TRÁS.

CONJUNÇÃO: é a palavra invariável que liga duas palavras com o mesmo valor numa oração ou duas orações entre si.
As conjunções (coordenativas) classificam-se em:
• Conjunções aditivas: e, nem, também, bem como, não só.., mas também.
• Conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante; .
• Conjunções alternativas: ou, ou…ou, já…já, ora…ora, quer…quer, seja…, seja
• Conjunções conclusivas: logo, pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte;
• Conjunções explicativas: que, porque, porquanto, pois, isto é.

INTERJEIÇÃO: são palavras invariáveis que expressam uma emoção, um sentimento. Normalmente são
acompanhadas de exclamação ( ! ). Podem ser de alegria (ah! oh! oba!), de aplauso (viva! bis! bravo!), de
chamamento (oi! olá! alô!), de dor (ui! ai!), de silêncio (silêncio! psiu!), de surpresa (oh! ah!), de advertência
(cuidado! atenção!), de alívio (ufa! arre!), de admiração (ah! oh! puxa! nossa!), de desejo (oxalá!, tomara!), de
saudação (salve! viva! olá!), de terror (ui! credo! cruzes!).
ANÁLISE SINTÁTICA DE PERÍODO SIMPLES – REVISÃO | PROF. MAICON CAMARGO | ESCOLA GOMES CARNEIRO

Na Língua Portuguesa a análise sintática se dedica ao estudo das funções que as palavras adquirem umas em relação às
outras. Análise sintática depende da ORAÇÃO e está dividida da seguinte forma:

TERMOS DA ORAÇÃO
SUJEITO: aquele ou aquilo de quem se fala alguma coisa. Pratica a ação do verbo. O núcleo é a palavra mais importante do sujeito.
Entre os tipos de sujeito estão:

Simples: contém um núcleo: Ex.: Os alunos passaram na prova. (Sujeito: Núcleo(s): alunos)

Composto: contém dois ou mais núcleos. Ex.: Os alunos e os professores visitaram a biblioteca. (Núcleo(s): alunos – professores)

Oculto: não aparece na oração. Ex.: Acreditei nas suas palavras (Sujeito: Eu – pronome na 1 ª pessoa do singular)
OBS.: Também pode ser chamado de elíptico ou desinencial

Indeterminado: quando não se pode identificar quem exatamente praticou a ação. Ocorre nas seguintes condições:

- Verbos estão na 3ª pessoa do plural (eles/elas).


Ex.: Estavam ansiosos para as férias. (Sujeito: Eles – pronome na 3ª pessoa do plural. Por mais que consigamos definir o pronome a
partir do verbo, o fato de estar no plural não define quem exatamente estava ansioso).

- Verbos na 3ª pessoa do singular + pronome “se” + preposição.


Ex.: Precisa-se de funcionários experientes.
PRECISA: verbo conjugado na 3ª pessoa
-SE: pronome
DE: preposição

OBS.: O “se” acompanhado do verbo na 3ª pessoa e da preposição é conhecido como ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO.

Caso de exceção: quando o sujeito é determinado por um contexto. Ex.: João e Maria viviam juntos. Caminhavam até a escola todos
os dias. (Quem caminhavam? – ELES. Como a oração anterior mencionou os nomes, o sujeito do verbo “caminhavam” não é
indeterminado e sim composto).

Inexistente: quando não há sujeito praticando a ação do verbo. Ocorre nas seguintes condições:

- Verbos indicando fenômenos da natureza.


Ex.: Nevou muito em Gramado.

- Verbo haver no sentido de existir.


Ex.: Não havia gente na rua. (verbo impessoal: 3ª pessoa do singular).

- Verbo fazer no sentido de tempo ou clima.


Ex.: Faz anos que não vejo meu filho.

OBS.: O sujeito inexistente também é conhecido como oração sem sujeito.

PREDICADO: aquilo que se fala do sujeito. O predicado inclui o verbo. Está dividido em:

Verbal: quando o verbo é de ação. Ex.: As crianças brincaram de esconde-esconde. (Brincaram: ação do sujeito)

Nominal: quando o verbo é de ligação (liga o sujeito a uma característica – adjetivo). Ex.: O aluno é dedicado. (“é” + adjetivo
“dedicado” – característica do aluno).

Verbo-nominal: quando se tem um verbo de ação + característica do sujeito – adjetivo). Ex.: O aluno saiu feliz da aula. (sair = ação
+ adjetivo “feliz” – característica do aluno).

OBS.: O núcleo de um predicado é o próprio VERBO.

PREDICATIVO (DO SUJEITO): nome dado a uma característica do sujeito (que está dentro do predicado). Ex.: O aluno é dedicado.
(Predicado: é dedicado / predicativo: dedicado)

TRANSITIVIDADE VERBAL: relação entre um verbo e seu complemento (objeto). Divide-se em:

Verbos transitivos (VT): são aqueles que precisam de complemento (objeto). Possuem duas formas:

• Direto (VTD): o verbo não precisa de preposição. Ex.: A menina bebeu suco. (Entre o verbo “bebeu” e o objeto “suco” não
há preposição. Portanto, “bebeu” é um VERBO TRANSITIVO DIRETO).

• Indireto (VTI): o verbo precisa de preposição. Ex.: A menina precisou de ajuda. (Entre o verbo “precisou” e o objeto “ajuda”
há a preposição “de”. Portanto, “precisou” é um VERBO TRANSITIVO INDIRETO).

Verbo intransitivo (VI): são aqueles que não precisam de complemento (objeto), pois têm sentido completo. Ex.: Vovó morreu. (o
verbo “morreu” não precisa de complemento (objeto), pois ele sozinho possui todo o sentido necessário para entender a oração. Por
isso é um VERBO INTRANSITIVO).

Verbo transitivo direto-indireto ou bitransitivo (VTDI ou VB): são aqueles que precisam de dois complementos (objetos), um direto
(sem preposição) e um indireto (com preposição). Ex.: A turma convidou o professor para a formatura. (O verbo “convidar” exige dois
complementos (objetos). O primeiro é “professor”, que por não ter preposição, é DIRETO. O segundo é “formatura”, que por ter a
preposição “para” é INDIRETO. Logo, “precisar” neste contexto, é um VERBO BITRANSITIVO).
COMPLEMENTOS VERBAIS: são os objetos que completam o sentido dos verbos transitivos (direto ou indireto) ou verbos
bitransitivos. Dividem-se em:

• Objeto direto: palavra que complementa um VERBO TRANSITIVO DIRETO (sem preposição).
Ex.: A menina bebeu suco. (Objeto direto do verbo “bebeu”: SUCO).

• Objeto indireto: palavra que complementa um VERBO TRANSITIVO INDIRETO (com preposição).
Ex.: A menina precisou de ajuda. (Objeto indireto do verbo “precisou”: AJUDA).

PREDICATIVO (DO OBJETO): nome dado a uma característica do complemento do verbo (objeto), que está dentro do predicado.
Ex.: Papai achou a casa bonita. (O verbo transitivo direto “achou” está sendo completado pelo objeto direto “casa”. A palavra “bonita”
refere-se ao objeto. Por isso, “bonita” é um PREDICATIVO DO OBJETO).

COMPLEMENTO NOMINAL: palavra que, junto de uma preposição, completa o sentido de um NOME (que pode ser um substantivo –
abstrato ou concreto –, um adjetivo ou um advérbio).
• Ex.: A casa de madeira é linda. (O substantivo concreto “casa” tem seu sentido completado pela palavra “madeira”, que faz
uso da preposição “de”).

• Ex.: A certeza da vitória é certa. (O substantivo abstrato “certeza” tem seu sentido completado pela palavra “vitória”, que faz
uso da preposição “da”).

• Ex.: Frituras fazem mal ao fígado. (O advérbio “mal” tem seu sentido completado pela palavra “fígado”, que faz uso da
preposição “ao”).

• Ex.: Márcio está ansioso pela chegada. (O adjetivo “ansioso” tem seu sentido completado pela palavra “chegada”, que faz
uso da preposição “com”).

AGENTE DA PASSIVA: palavra que indica QUEM pratica a ação de um verbo quando ele está na voz passiva.
Ex.: A atividade foi realizada pelo aluno. (A ação verbal “foi realizada” está na voz passiva, sendo praticada “pelo aluno” e não pela
estrutura “A atividade”. Logo, “pelo aluno” é AGENTE DA PASSIVA).

OBS.: O agente da passiva está sempre relacionado a uma LOCUÇÃO VERBAL. Uma locução verbal é quando DOIS (ou mais)
verbos executam a ação de um (Ex.: FOI REALIZADA = REALIZOU).

ADJUNTO ADNOMINAL: palavra que caracteriza e especifica substantivos. Ex.: A filha caçula é esperta. (O artigo “a” e o adjetivo
“caçula” estão definindo a palavra “filha. Logo, ambas são ADJUNTOS ADNOMINAIS, pois estão especificando qual filha é a esperta
– que, no caso, é a filha caçula).

ADJUNTO ADVERBIAL: palavra que, dentro da oração, modifica o sentido de um verbo, um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Francisco andava rapidamente. (O advérbio de modo “rapidamente” modifica o sentido do verbo “andava”, indicando a forma a
qual Francisco praticava a ação de andar).

VOCATIVO: parte isolada da oração que busca chamar alguém (o interlocutor). É sempre acompanhado por vírgula.
Ex.: Oi, pessoal! (A palavra “pessoal” é quem está sendo chamado. A palavra “oi” está acompanhada da vírgula).

APOSTO: parte da oração que explica outro termo da oração. Fica entre vírgulas, travessões ou após dois pontos.

Ex.: Ana, a aluna nova, parecia tímida. (A expressão “a aluna nova”, que está entre vírgulas, explica quem é a Ana).

Ex.: O dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – tornou-se feriado nacional. . (A expressão “Dia da Consciência Negra”, que
está entre travessões, explica a expressão “O dia 20 de novembro).

Ex.: João de fazer muitas coisas: tomar banho de mar, pescar e surfar. (A expressão “tomar banho de mar, pescar e surfar” explica
(cita) o que João gosta de fazer).

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