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Carlos João
N°711220102
Carlos João
N°711220102
Supervisor:
Filipe André Angst
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RESUMO
O presente estudo aborda sobre a Mudança Curricular e de métodos pedagógicos: vivencias dos
estudantes do Instituto Industrial – Lichinga (2021 à 2022), tem como objectivo analisar a
Mudança Curricular e de métodos pedagógicos. Especificamente, pretende-se (1) identificar os
métodos pedagógicos; (2) descrever as percepções dos professores sobre o Currículo; e (3) propor
práticas de inovação na implementação dos conteúdos do currículo. Tendo em vista responder a
questão “até que ponto a mudança curricular e de métodos influencia na qualidade de ensino e
aprendizagem no Instituto Industrial? O estudo optou por uma abordagem metodológica
qualitativa, com recurso à leitura apoiada pelas técnicas de entrevista, observação e análise
documental para constatar o nível de realidade que não pode ser quantificado. Portanto, a
importância desta pesquisa está no facto de que as constatações e resultados deste estudo poderão
ajudar para o desenho de um plano de acção e a tomada de atitudes que conduzam ao alcance das
mudanças desejadas face às inovações introduzidas e melhorar, com isso, os discursos e as
práticas em contextos pedagógicos, não só, ao nível micro, mas também, aos níveis meso e macro
da educação em Moçambique; visto que, reforma curricular é a transformação política educativa
de um país a nível de estratégias, objectivos e prioridades, que tem como denominador comum: a
introdução de algo novo.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre "Mudança Curricular e de métodos pedagógicos: vivencias dos
estudantes do Instituto Industrial – Lichinga (2021 à 2022) ʺ,dedica-se a analisar à Mudança
Curricular e de métodos pedagógicos. Assim, a “mudança” é o acto ou efeito de mudar,
deslocação, modificação, transformação, alteração e variação. Entretanto, nota-se que todos os
termos nos conduzem a um movimento de introdução de algo novo. É assim que a mudança desde
os tempos teve o seu entendimento. Na perspectiva de se construir o currículo que se adequasse
especificamente às práticas, às condições educacionais humanas, políticas económicas,
socioculturais existentes essencialmente no sentido de repor o respeito entre os homens, e
contribuir para recuperar a qualidade de ensino como em qualquer processo de mudança
curricular, tanto a nível de reforma, como ao nível de inovações, existem pressupostos que
necessitam de serem analisados, tendo em conta que as questões de educação e de currículo que se
relacionam com processos mais amplos que exigem decisões ao nível mais elevado do poder
político e governamental de um país.
Neste contexto, a mudança curricular significa qualquer transformação que é introduzida de
forma intencional no sistema educativo ou em qualquer dos seus subsistemas, visando a sua
evolução de forma controlada ou a ultrapassagem de pontos críticos que tiveram sido detectados.
Ainda, nesta linha de pensamento, a mudança pode variar dependendo do seu âmbito, origem,
forma de implementação, grau e tipo de controlo das consequências resultantes. Neste sentido, a
mudança pode estar associada a uma evolução gradual, sendo este termo frequentemente utilizado
para referir as alterações que se registam ou se concretizam de forma progressiva e que são
provocadas por agentes internos ou externos do processo de mudanças.
Do que se sabe, a introdução do novo currículo, além de defender uma base curricular comum,
deve reforçar a necessidade de maiores mudanças, feitas através de diferentes propostas. Portanto,
defende-se que a reforma curricular deve facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, numa
perspectiva de interdisciplinaridade e contextualização dos mesmos. Esta pesquisa pretende
avaliar no Instituto Industrial, da Cidade de Lichinga, respectivamente, o impacto das mudanças
introduzidas no ensino, com o pressuposto de que a reforma curricular implica mudanças em
várias dimensões, no que respeita às mudanças ou inovações, pois, de acordo com Da Silva
(2008), as mudanças permitem avaliar em que medida a reforma curricular é plausível para
melhorar a educação. Salienta-se que a mudança curricular cria a sensação de movimento e gera
expectativa no campo de educação.
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De entre várias inovações, foram introduzidas mudanças no que tange ao Currículo. Com esta
inovação esperava-se que ao nível do Instituto acontecessem mudanças quanto a (1) introdução de
saberes locais das comunidades onde o Instituto se situa; (2) previsão de uma margem de tempo
que permita acomodação do currículo; (3) negociação entre as instituições educativas e as
respectivas comunidades para a leccionação dos conteúdos; (4) planificação adequada com vista a
integração das matérias propostas para o currículo; (5) reserva de 20% do tempo total, em cada
disciplina, para acomodar o currículo com experiencias locais.
1.1.Contextualização
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1.2. Tema
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1.4. Objectivos
Marconi e Lakatos (2003) dizem que toda a pesquisa deve ter um objectivo determinado para
saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. Para o presente projecto, elaboramos dois
tipos de objectivos, sendo um geral e restantes específicos.
O que se pretende que mude nas práticas pedagógicas com a introdução do Currículo no
Instituto?
Que acções formativas são desenvolvidas para que os professores ajudem na concretização
das mudanças ao nível do Instituto?
Que percepções têm os professores, gestores e supervisores sobre o currículo e as
mudanças que se pretendem?
Que inovações são desenvolvidas pelos professores no que tange aos métodos
pedagógicas?
Quais são as mudanças e os desafios que acontecem com a introdução do Currículo no
Instituto Industrial?
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1.6. Justificativa
O motivo da escolha deste tema reside no facto do mesmo ser de extrema importância, uma vez
que, a educação técnico-profissional (ETP) é um processo pelo qual o homem através da sua
capacidade para aprender, adquire experiências que actuam sobre a sua mente e o seu físico e
através disso há uma necessidade de saber como a mudança curricular e de métodos pedagógicos
influencia na qualidade de ensino e aprendizagem no Instituto Industrial de Lichinga. Não só, o
facto de a ETP ser o meio de preparação de recursos humanos necessários ao crescimento de um
país e ao seu desenvolvimento me motivou para levar avante um estudo desta natureza. E não só,
o facto de o autor ter tido convivência com vários quadros formados no referido Instituto
“Instituto Industria e Comercial de Lichinga” despertou em mim um ardente desejo de querer
entender na íntegra o papel desta instituição para o desenvolvimento sócio-económico de
Moçambique e com especial enfoque para o da Cidade da Lichinga. Entretanto, é reconhecível no
meio académico a importância da Educação técnico profissional na formação dos indivíduos e
desenvolvimento das capacidades intelectuais visto que a Educação técnico profissional incuti no
indivíduo um espírito empreendedor, uma autonomia, uma liberdade, um padrão cultural que faz
com que o individuo tenha uma nova forma de encarar à sua situação social, me entusiasmou a
realizar um estudo desta natureza.
A importância desta pesquisa está no facto de que as constatações e resultados deste estudo
poderão ajudar para o desenho de um plano de acção e a tomada de atitudes que conduzam ao
alcance das mudanças desejadas face às mudanças introduzidas e melhorar, com isso, os discursos
e as práticas em contextos pedagógicos, não só, ao nível micro do Instituto, mas também, aos
níveis meso e macro da educação em Moçambique.
No que se refere ao nível académico, espera-se que este estudo sirva de contributo como um
acervo bibliotecário de consulta para outros prossecussores que se interessem em desenvolver o
tema relacionado com as reformas curriculares.
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Nos caris profissional, o estudo referente a Mudança Curricular e de métodos pedagógicos, vai
ajudar o Instituto Industrial – Lichinga, a compreender a eficácia das polícias educacionais e
contributo das inovações providas das reformas curriculares.
Portanto, no âmbito social o estudo servirá de elemento basilar, porque como reza a história, a
educação está ao serviço da sociedade e, a melhoria de qualidade de ensino por via de mudanças
visa resolver os problemas que apoquentam a sociedade.
Quanto a delimitação temporal, a pesquisa será baseada mediante o período de 2021 à 2022, a
escolha deste período deve-se ao facto da obtenção de mais informações relevantes e coesas a
cerca da Mudança Curricular e de métodos pedagógicos: vivencias dos estudantes do Instituto
Industrial.
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CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO
Neste capítulo, serão apresentados os aspectos chaves, referentes à conceitualização e das teorias
que dão suporte para o presente estudo. Para uma sustentabilidade do tema proposto no presente
projecto de pesquisa, importa referir que serão utilizadas abordagens de alguns autores e leis
consideradas relevantes sobre a mudança curricular e de métodos pedagógicos.
Libânio (2003), concorda com o autor afirmando que a educação de qualidade é aquela mediante a
qual a escola promove, para todos, domínio dos conhecimentos e desenvolvimento de capacidades
cognitivas e afectivas indispensáveis ao atendimento das necessidades individuais e sócias dos
alunos, bem como a inserção no mundo e a construção da cidadania como poder de participação,
tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Este autor acrescenta sustentando que a busca do conhecimento implica orientar e desafiar antes,
acompanhar e estimular durante, avaliar e propor novos desafios. Uma experiencia e aquela que
não tem único caminho, permite desenvolvimento de capacidades cognitivas e afectivas
indispensáveis ao atendimento das necessidades individuais e sócias dos alunos, bem como a
inserção no mundo e a constituição da cidade também como poder de participação, tendo em vista
a construção de uma sociedade justa e igualitária.
2.1.Educação
Para Durkheim (1968), a educação, ou seja, “a acção exercida pelas gerações adultas sobre as que
não estão ainda maduras para a vida social”, tem como objectivo principal “suscitar e desenvolver
na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e morais exigidos pela sociedade (…)
pelo meio a que pertence”. É um conceito que da ênfase ao carácter social e global da educação. A
forma mais usual desta é a educação formal, que inclui programas escolares, ministrados e
avaliados por agentes especializados, e cuja leccionação abarca um conjunto de actividades
obrigatórias e facultativas, desenvolvidas dentro ou fora da escola. (p.51)
Esta perspectiva confere à educação activa um papel relevante na formação do educando ou aluno
através de uma “relação adaptativa optimizante que se consuma mediante a comunicação e
acção”.
Neste caso os agentes principais são a escola, a família, o meio e, nalguns casos, também, a
profissão. Completamente a esta acção, nota o mesmo autor a importância da educação
permanente, direccionada especialmente para indivíduos em idade adulta.
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Educação pode ser entendida de acordo com Cotrim (1982) como “o processo pelo qual o homem
através de sua capacidade para aprender, adquire experiências que actuam sobre a sua mente e o
seu físico”. (p.14)
Segundo Mazula (1995) “a educação é um sistema, com auxílio de diversas estratégias visando
alcançar finalidades e objectivos específicos definidos pela sociedade”. (p. 305)
Para Newitt (1997) “a educação é basicamente a maneira de uma sociedade preparar as gerações
mais novas para o desempenho de uma função útil na sociedade”. (p.383)
Por definição, o ensino técnico constitui em uma modalidade de ensino vocacional, orientada para
a rápida integração do aluno no mercado de trabalho. A educação profissional tem como
objectivos não só a formação de técnicos de nível médio, mas a qualificação, a requalificação, a
profissionalização para trabalhadores com qualquer escolaridade, a actualização tecnológica
permanente e a habilitação nos níveis médio e superior. A educação profissional deve levar ao
«permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva». (Perrenoud, 1997: 45).
A educação profissional integrada ao ensino médio se constitui, em uma retomada de ensino e
desenvolvimento de estratégias educacionais capazes de se contraporem à dualidade estrutural do
sistema de ensino que historicamente foi implementado em Moçambique. A educação profissional
no país sempre esteve associada à formação de mão-de-obra, pois, desde os primórdios de sua
formação profissional, foram registadas várias decisões de carácter assistencialista destinadas a
amparar os órfãos e os demais desvalidos da sorte. Portanto, o Sendo o Ensino Técnico-
Profissional uma componente importante do Sistema Nacional de Educação, que tem por missão
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garantir aos cidadãos o acesso a uma formação científico-técnica, altamente qualificada, para
responder às necessidades do desenvolvimento económico e social, a estratégia de
desenvolvimento do Ensino Técnico Profissional é parte integrante do Plano Estratégico de
Educação. Nela se identificam as opções e acções prioritárias de intervenção do Governo e seus
parceiros internos e externos, visando ajustar a formação técnico-profissional aos desafios do
desenvolvimento económico do país.
Assegurar a formação integral e técnica dos jovens em idade escolar, de modo a prepará-los para o
exercício de uma profissão;
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Em Moçambique o Ensino Técnico Profissional compreende três níveis: O elementar, o básico e o
médio. A duração dos cursos vária de três a quatro anos de acordo com a área ou ramo e o nível.
A organização curricular dos cursos técnicos compreende quatro áreas: a formação geral, a
formação básica, a básica específica e a de especialidade.
O ensino técnico tem um carácter terminal. Pelo facto de também ter como objectivo proporcionar
os conhecimentos necessários para o prosseguimento de estudos, com a actual organização
curricular, a componente de formação geral e básica acaba reduzindo as possibilidades de uma
maior profissionalização dos alunos.
Até 2001, a rede de instituições públicas e privadas de Educação Técnica Profissional era
constituída por 65 escolas e institutos (39 tuteladas pelo Ministério de Educação, 22 por outros
ministérios e 10 pertencentes a grandes empresas públicas e privadas).
Apesar dos esforços desenvolvidos, o país não dispõe ainda de um subsistema de Ensino Técnico
Profissional que possa responder eficazmente aos complexos desafios da fase actual de
desenvolvimento socioeconómico
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2.3. Conceito de currículo
Antes de conceptualizar o currículo, é importante frisar que o termo é usado com vários sentidos e
várias definições têm sido apresentadas, de acordo com diversos autores e mediante a evolução do
pensamento curricular. A definição dada pelo dicionário refere que, o currículo é curso, pequena
carreira, sucessão de factos que marcam cultura e profissionalmente a carreira de uma pessoa.
Neste conceito denota-se a visão gradativa do currículo, o que sugere a sua contextualização.
Entretanto, o currículo nos dias de hoje encarado como relação de poder é desvinculado de
algumas manifestações populares que a educação devia ensinar, como forma de as perpetuar.
Na construção do currículo escolar devem ser considerados os aspectos como o que ensinar, como
ensinar, por que ensinar e quando avaliar (Barbosa & Favere, 2013).
De acordo com Goodson (1995), “ na etimologia básica do termo currículo, a palavra latina
Scurrere, correr e refere a curso (ou carro de corrida) ” (p.31). Denota-se nesta citação que o
termo currículo é definido como curso a ser seguido. Repare-se que tratar dessa maneira ao
currículo é excluir os problemas sociais e de poder.
Para Silva (2000), etimologicamente a palavra “currículo” vem do latim curriculum, “pista de
corrida”(p.14). E, no curso dessa corrida, que é o currículo, acabamos por nos tornar o que somos.
Nesta visão, o autor adianta, ainda, que nas discussões que se faz sobre o currículo, deixa-se à
tona o conhecimento.
A perspectiva actual, de acordo com Reis citado em Piletti (2010) defende que “currículo é tudo
que acontece na vida de uma criança, na vida de seus pais e professor. Tudo que cerca o aluno, em
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todas as horas do dia, constitui matéria para o currículo” (p.50). Esta teoria, como se pode
depreender procura resguardar os valores de uma comunidade escolar. É o que devia comportar
todo o currículo escolar.
Estes desideratos, uma vez transformados podem ser traduzidos em conceitos como inovação,
renovação, mudança e melhoria que tem como denominador comum: a introdução de algo novo.
Entretanto, foi aprovada recentemente a Lei do SNE, aprovada pela Lei n o 18/2018, de 28 de
Dezembro, preconiza que a educação básica obrigatória passa a ser de nove classes, contra as sete
do decreto anterior, aprovado em 1992. Dentre as novidades, destacam-se a divisão em seis
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subsistemas de educação, nomeadamente։ Pré-escolar, Geral, Adultos, Profissional, Formação de
Professores e Ensino Superior.
Assim, com a adaptação do programa curricular orientado para as necessidades das escolas, desde
que tal medida não contrarie os princípios, objectivos e concepção do SNE. Deste modo a Lei
aprovada altera a actual realidade do ensino, que determinava que o ensino público era gratuito e
obrigatório da 1ª à 7ª classe, sendo extensivo à 9ª classe a partir do presente ano. O ensino
primário completo (1ª à 7ª Classe) é concluído na 6ª classe e só será ministrado por um professor
até ao fim do ensino primário, ou seja, o secundário tem início na 7ª e termina na 12ª classe.
Na óptica de Moreira (1999), a ideia de reforma associa-se a ideia de progresso ou mudança que
pressupõe a introdução de novos programas, tecnologias e processos que gerem maiores
eficiências, racionalidade e controle dos resultados.
De acordo com Hard (1996) citado em Hernández (2000) a inovação é “qualquer aspecto novo
para um indivíduo dentro de um sistema” (p.19). Neste contexto, o que é inovação para um pode
não ser para o outro dentro de um mesmo ambiente. Esse autor ainda refere que, “a inovação não
é a mesma coisa para quem a promove, para quem a facilita e para quem a põe em prática ou para
quem recebe seus efeitos. (…) uma inovação resulta da confluência de uma pluralidade de olhares
e opiniões que procedem dos que tem algum tipo de relação com ela”. Com isso, não basta inovar
só por inovar. Qualquer que seja a inovação deve-se traduzir.
Para Castanho (2002): A inovação é acção de mudar. Alterar as coisas, pela introdução de algo
novo. Não se deve confundi-la com invenção (criação de algo que não existia) ou com descoberta
(acto de encontrar o que existia e não era conhecido). A inovação consiste na aplicação de
conhecimentos já existentes. (…) Inovar consiste em introduzir novos modos de actuar em face de
práticas pedagógicas que aparecem como inadequadas ou ineficazes.
Segundo Saviani (1989) inovar é “ utilizar outras formas e é entendida como colocar a experiência
educacional a serviços de novas finalidades” (p.26). Neste contexto, deve-se inovar a partir do
questionamento das finalidades da experiência educacional.
Segundo Pereira (2011), a inovação curricular tem de ser entendida como sendo “introdução de
mudanças de forma planificada visando produzir uma melhoria da acção educacional”.
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A inovação curricular pode envolver a uma parte do processo de ensino-aprendizagem. Assim, por
inovação curricular, pode ser percebida como sendo a criação de respostas novas aos desafios
oferecidos por um dado contexto educacional, a partir da análise e reflexão que se faz da actual
situação, verificando avaliativamente as efectivas contribuições que tais inovações podem
oferecer para enfrentar os desafios e produzir as melhorias esperadas.
Em termos estruturais, afirmamos que houve inovação se há algo novo num determinado
processo.
2.6. Teorias Curriculares
A propósito desta matéria várias são as teses que foram desenvolvidas por diversos autores, uns
que denominam mudanças e outros por reforma ao fenómeno de alteração de uma política.
Privilegiando a conceitos constantes no dicionário, a “mudança” é o acto ou efeito de mudar,
deslocação, modificação, transformação, alteração, variação. Portanto, nota-se que todos os
termos nos conduzem a um movimento de introdução de algo novo. É assim que a mudança desde
os tempos teve o seu entendimento.
Goodson (2001) mantém a ideia de que um currículo construído social e historicamente, sempre
em mutação, não pode ser ensinado como se fosse algo fixo e incontestável. Nesta acepção está
mais claro que os conflitos instalados entre as teorias curriculares são uma forma de mudança
dialéctica de pensar sobre o currículo.
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2.9.Estudos Realizados
2.9.1.Estudos Empíricos Localizados
Com alguns estudos similares do mesmo assunto, o mesmo recorre alguns artigos, obras e
informações disponíveis nas plataformas digitais, tais como as publicações de Sílvia Isabel
Pestana Neves (2012), que realizou um estudo similar que aborda o tema sobre “Currículo e
manuais escolares em contexto de flexibilidade curricular. Estudo de processos de
recontextualização) ”, que tem o objectivo geral de estudar a reforma curricular, inovações e
mudanças que acontecem para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem dos alunos.
Outrossim, o estudo é baseado nos autores Luís Ausse (2014), que retracta da questão sobre
Inovação e mudanças nas práticas pedagógicas no Currículo Local do Ensino Básico em Lichinga,
Dissertação publicada pela Faculdade de Educação e Comunicação, No entanto, o estudo é
apoiado principalmente nos artigos referentes pela lei 18/2018 de 28 de Dezembro e Lei 9/92, que
versa sobre os aspectos ligados ao tema em estudo.
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CAPÍTULO III – DESENHO METODOLÓGICO
2. Metodologia
Neste capítulo apresentamos de forma clara todos os passos a ser seguidos para a realização do
trabalho, onde optaremos pela abordagem qualitativa que culminara com a revisão
bibliográfica/documental bem como a realização do trabalho de campo, mediante os instrumentos
de recolha de dados como os casos de entrevista e observação.
2.1. Pesquisa quanto aos objectivos
Quanto aos objectivos a presente pesquisa é bibliográfica, uma vez que será baseado nas
diferentes matérias existentes que trata sobre a Mudança Curricular e de métodos pedagógicos.
A pesquisa bibliográfica nos permitira saber o que já existe sobre a literatura de Mudança
Curricular e de métodos pedagógicos, onde ajudara a fazer análises com base nas consultas ao
acervo bibliográfico sobre o tema que pretendemos estudar que nos servira para construção da
fundamentação teórica.
Para Andrade (2010), a pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação,
uma vez que constitui o primeiro passo para todas as actividades académicas. Uma pesquisa de
laboratório ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar.
Seminários, painéis, debates, resumos críticos, monográficas não dispensam a pesquisa
bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho
ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das conclusões.
Portanto, se é verdade que nem todos os alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo,
não é menos verdadeiro que todos, sem excepção, para elaborar os diversos trabalhos solicitados,
deverão empreender pesquisas bibliográficas (p. 25).
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2.2. Formas de abordagem
Para Creswell (2014), a pesquisa qualitativa é um conjunto de práticas que transformam o mundo
visível em dados representativos, incluindo notas, entrevistas, fotografias, registros e lembretes.
Os pesquisadores qualitativos buscam entender um fenómeno em seu contexto natural.
De modo geral, a pesquisa qualitativa é uma abordagem que pressupõe que o significado dado ao
fenómeno é mais importante que sua quantificação.
Quanto ao método, a pesquisa em destaque é dedutivo pelo facto, de apresentar teorias e leis sobre
uma realidade da (Mudança Curricular e de métodos pedagógicos), e o pesquisador como
elemento chave apenas vai descrever e interpretar o fenómeno que irá se deparar no campo de
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pesquisa" que o método dedutivo que trata de sair das questões gerais aos particulares, pois a
partir das teorias e leis já existentes sobre o tema, determinamos a situação particular do mesmo.
Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, pressupõe que só a razão é
capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objectivo de explicar o
conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de
análise do geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o silogismo, construção lógica
para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras,
denominada de conclusão.
Uma investigação pode ser definida como sendo o melhor processo de chegar a soluções fiáveis
para problemas, através de recolhas planeadas, sistemáticas e respectiva interpretação de dados. É
uma ferramenta da máxima importância para incrementar o conhecimento e, deste modo,
promover o progresso científico permitindo ao Homem um relacionamento mais eficaz com o seu
ambiente, atingindo os seus fins e resolvendo os seus conflitos.
Como referem Ludke e André (1986) e Santos (1999, 2002) investigar é um esforço de elaborar
conhecimento sobre aspectos da realidade na busca de soluções para os problemas expostos.
Consideramos que, tal como Bell (1997), “uma investigação é conduzida para resolver problemas
e para alargar conhecimentos sendo, portanto, um processo que tem por objectivo enriquecer o
conhecimento já existente”.
O problema em estudo nesta pesquisa, surgiu mediante as mudanças curriculares no que toca a
qualidade de ensino.
2.4.2. Instrumentos e Procedimentos de colecta de dados da pesquisa
Para Marconi e Lakatos (2010), o processo de colecta de dados é a etapa da pesquisa, onde se
aplica os instrumentos e técnicas definidas pelo pesquisador a fim de colectar dados e informações
necessárias à realização da pesquisa, tomando um cuidado com a utilização dos instrumentos
definidos, evitando erros nesta etapa.
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A apresentação dos instrumentos e procedimentos de colecta e interpretação de dados nas
pesquisas científicas variam consoante o tipo, a classificação e a natureza das mesmas.
A posição do autor do presente trabalho encontra suporte científico e teórico em que considera
que a leitura analítica é feita com base nos textos seleccionados embora seja necessário a adição
de novos textos e a supressão de outros tantos, a postura do pesquisador nesta fase, deverá ser de
analisa-los como se fossem definitivos. Ainda, na óptica do Gil(2007),a finalidade da leitura
analítica é a de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas
possibilitem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa.
O conteúdo será analisado na base de várias obras referentes ao plano de aulas, análise de
conteúdo e categorização dos aspectos que constituem o problema (assentes nos objectivos
específicos) e faremos a confrontação das informações recolhidas.
2.4.4. Estratégia da Interpretação
Para o presente estudo, será definida como população-alvo, o conjunto formado pelos professores,
técnicos, alunos e membros da Direcção do Instituto Lichinga.
Segundo Marcon & Lakatos (2001) diz que "amostra é uma parcela conveniente selecionada do
universo ou população; é um subconjunto do universo, isto é, a amostra é o subconjunto do
universo da população por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse
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universo ou população. A presente pesquisa quanto ao tipo de amostragem, será usada a
amostragem por acessibilidade ou por conveniência.(p.49)
De acordo com Gil (2007) afirma que "o pesquisador selecciona os elementos a que tem acesso,
admitindo que estes possam de alguma forma, representar o universo ou seja, este tipo de
amostragem não precisa de um rigor estatístico e é utilizado em estudos qualitativos. (p. 104)
De acordo Bell (2004) discutindo sobre as técnicas de colecta de dados, afirma que os ʺmetodos
multiplos são adequados quando pretendemos avaliar de forma mais complexa a um aspecto mais
controverso".(p.125)
Para Vilelas (2009) "a triangulação consiste na utilização de vários métodos para a recolha de
dados de modo que haja convergência quanto a representação exaustiva da realidadeʺ.
Assim sendo, combinação dos métodos permite superar as eventuais limitações que ocorrem na
utilização de apenas um único método de investigação. Portanto, serão usados os seguintes
métodos ou técnicas de colecta de dados: Entrevista, observação e análise documental (Vilelas,
2009, p. 23).
Na pesquisa vai se usar a observação, que é uma técnica para colecta de dados, através na qual o
pesquisador utilizará os seus sentidos para colecta de dados acerca da problemática da Mudança
Curricular e de métodos pedagógicos.
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Ela nada mais é do que uma fonte subsidiária de dados, os quais permitirão ao observador chegar
a um resultado preciso dos factos analisados. Sobre ela discorreremos um pouco mais, com vista a
demarcar os traços que lhe são peculiares.
2.9. Entrevista
A Entrevista será dada aos Professores, e os superiores hierárquicos do Instituto, tendo em vista a
recolher as percepções sobre a Mudança Curricular e de métodos pedagógicos; as práticas
pedagógicas desenvolvidas por estes três actores e perspectivar acções factíveis para a consecução
das inovações resultantes do Currículo.
Conforme Marconi & Lakatos (2002) referem que "a entrevista é um encontro entre duas pessoas
a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante a uma
conversação profissional".
Sobre a ética de investigação, Vilelas (2009) defende que o “investigador tem de proteger o
investigado contra inconvenientes susceptíveis de lhe fazer mal ou prejudicar”. Adianta ainda que
“investigar é necessário, mas é preciso ter cuidado para não interferir no direito e na dignidade das
pessoas”(p.372).
Para isso, na realização desta pesquisa foram assegurados todos os direito: tratamento justo e
equitativo ao investigado antes, durante e após a sua participação; privacidade; confidencialidade
e integridade, embora algo não fácil, uma vez que o estudo obedece uma periodicidade, marco que
pode tornar susceptível a nomeação dos investigados. Ainda, observou-se a honestidade,
legalidade e o compromisso de citar devidamente as fontes e com o compromisso de partilhar o
produto da pesquisa a escola envolvida.
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O pesquisador terá na posse a sua credencial, para ir se apresentar no local onde vai desenvolver o
seu estudo, isto é, irá marcar audiência aos Superiores hierárquicos da instituição.
Aos participantes, o pesquisador irá tecer esclarecimentos de que todos que forem apoiar será
apenas para a concretização do estudo e a informação servirá somente para a pesquisa e que todos
os seus direitos serão reservados. Portanto, os entrevistados merecerão a dignidade total, acima de
As limitações de pesquisa são as barreiras que vão enfrentar o pesquisador no campo no momento
de recolha de informações a concretização do seu trabalho de forma sustentável. São as limitações
dum estudo, as dificuldades encaradas no decurso da pesquisa, por exemplo, assuntos culturais,
económicas, políticas, que por ventura possam inviabilizar a materialização do estudo pretendido
(Sampieri, 2006).
Deste modo, para a realização deste estudo, terão algumas limitações tais como: a falta de
material, manuais, artigos para a obtenção de informações, as dificuldades para a aceder aos dados
da Instituição devido aos constrangimentos sigilosos ou seja, não fornecimento de informações
achadas confidenciais para as pessoas entrevistadas e as limitações financeiras elevadas as
despesas de internet, transporte, impressão, telefone celular, computador entre outros para a
realização do trabalho.
2.1.1. Localização da área de estudo
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4.CRONOGRAMA
Quadro 1. Cronograma de Execução das Actividades
No ACTIVIDADES PERIODOS DE TRABALHOS (MESES)
Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novemb
ro
01 Levantamento de Dados
02 Análise e interpretação
de doados
03 Pesquisa bibliográfica
04 Entrega da Dissertação
09 Defesa da Defesa
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5. REFRÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Andrade (2010). Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos
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