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ANOTAÇÕES EM AULA

Estratificação social
• Conceito que analisa a existência de grupos hierarquicamente estabelecidos em uma sociedade.

• A estratificação social pode ser explicada por diversos elementos, como, por exemplo, renda, religião,
origem ou etnia.

• Os elementos que configuram a estrutura hierárquica de um povo são construídos socialmente, sendo
sociologicamente explicados a partir de um determinado contexto.

Sociedade de castas da Índia


PAULO MANZI

Brâmanes – Sacerdotes

Xátrias – Guerreiros

Vaixás –
Comerciantes

Sudras –
Operários

Exemplo de pirâmide social


Párias
dividida em castas.
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Mobilidade social
• Possibilidade de um indivíduo migrar de um grupo social para outro.

• Existem dois modelos de mobilidade: ascensão social (migração de um grupo em posição socialmente
inferior para uma superior) e declínio ou queda social (passagem de um grupo socialmente superior
para outro inferior).

• A mobilidade pode ser obtida mediante esforços ou conquistas individuais (como nas sociedades de
classes) ou por concessões de grupos superiores (como nas sociedades estamentais).

• No modelo de castas não existe a possibilidade de ocorrer mobilidade social. Os indivíduos nascem e
permanecem no mesmo grupo social até a sua morte.

Pirâmide sociedade açucareira


PAULO MANZI

Aristocratas
senhores de engenho

Homens livres
senhores de terras sem engenho, fer-
reiros, carpinteiros, capatazes etc.

Escravos
“mãos e pés do senhor” Exemplo de pirâmide social dividi-
da em estamentos, onde há pouca
mobilidade social.
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Status social: construção da noção de prestígio a partir de


características individuais
• Conceito determinado pela configuração de prestígio social presente em características individuais.

• Assim como os elementos que determinam as desigualdades sociais, a noção de status também é cons-
truída socialmente.

• O status pode ser “adquirido” (quando conquistado por ações individuais reconhecidas coletivamente,
como, por exemplo, a profissão) ou “atribuído” (mediante características individuais que não podem
ser transformadas, como a etnia).

• Alguns dos principais elementos que determinam status na sociedade brasileira são renda, etnia, gênero,
formação educacional, local de moradia e profissão.

• Os indivíduos que não possuem as características geradoras de status acabam por ser estigmatizados
nas relações sociais.
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Concentração de riqueza
• Fenômeno presente em sociedades marcadas por intensas desigualdades, onde grande parte da riqueza
produzida acaba por ficar nas mãos de uma pequena parcela de indivíduos.

• Tal situação acaba por dificultar as possibilidades de mobilidade social (principalmente no que se refere
à ascensão social dos estratos mais pobres).

• Historicamente, o Brasil tem apresentado um quadro Nos barracos da cidade (barracos)


de intensa concentração de riqueza nas mãos de grupos
elitizados.
“(...) Mas ninguém quer abrir mão
Mesmo uma pequena parte
• Nesse sentido, podemos destacar a concentração de ri- Já seria a solução
queza e poder nas mãos das elites agrárias durante todo o Mas a usura dessa gente
período da República Velha, onde os coronéis (lideranças Já virou um aleijão
locais) dominavam com extrema violência as camadas
populares. Ao mesmo tempo, representantes dos grandes Ô-ô-ô, ô-ô
latifundiários se revezavam no poder, fazendo com que a
Gente estúpida
concentração de terras e riquezas fosse mantida.
Ô-ô-ô, ô-ô
Gente hipócrita.”
• Esta configuração social tem adequado retrato no trecho
da canção abaixo: GIL, Gilberto; LIMINHA. Nos barracos da cidade (barracos).
In: GIL, Gilberto. Dia Dorim Noite Neon. São Paulo: Warner Music, 1988.
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Classe social
• Na produção sociológica existem diferentes conceitos de classe social, que procuram assinalar a
existência de grupos desigualmente situados nas sociedades.

• O conceito de classe é em geral explicado a partir de atributos relacionados à esfera econômica.

• Para Marx, por exemplo, o conceito de classe era a posição que o indivíduo ocupava nas relações de pro-
dução.

• Já Weber compreendeu a dinâmica dos grupos na sociedade capitalista a partir de três elementos: a classe
(representada pelo acúmulo de riqueza e capital), o status (prestígio social obtido) e a política (capacidade
de um indivíduo de influenciar nas decisões coletivas).
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Capitalismo
• Modo de produção que surge na Idade Moderna. Teve base nas propostas liberais, difundidas pelo
mundo a partir das Revoluções Industrial e Francesa.

• Não deve ser analisado somente pelo viés econômico, mas também como modelo de organização social
(a partir da formação das classes sociais e de suas desigualdades).

• Tem como características básicas a defesa da propriedade privada, a busca pelo lucro, o livre mercado
e a intensa industrialização.

• As principais críticas relacionadas a esse sistema referem-se à intensa exploração sofrida pelos traba-
lhadores, à reprodução das desigualdades sociais, à defesa do consumismo como ideal de felicidade e
à transformação dos elementos essenciais das relações sociais em mercadorias.
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A Cepal e a construção de um pensamento desenvolvimentista


para a América Latina
• A Comissão Econômica para a América Latina e • Teorias produzidas pela Cepal:
Caribe (Cepal) foi criada em 1948 como um órgão - Teoria do subdesenvolvimento: pensada a partir
da ONU para elaborar estudos voltados para o de- do antagonismo entre os “países centrais” (carac-
senvolvimento da América Latina. terizados pelo intenso desenvolvimento industrial)
e os “países periféricos” (nações subdesenvol-
• Entre seus principais pesquisadores estiveram os vidas), caracterizado pelo comportamento ativo
brasileiros Celso Furtado e Fernando Henrique Car- dos primeiros frente a passividade dos segundos
doso, o argentino Raul Prebisch e o chileno Enzo no contexto das dinâmicas econômicas globais.
Faletto. - Teoria da dependência: baseada nos princípios da
teoria do subdesenvolvimento, buscava ampliar a vi-
• Dos debates realizados surgiram teorias sobre o são desta, agregando a noção de imperialismo a partir
chamado subdesenvolvimento do continente e os da dependência que os países periféricos tinham em
possíveis caminhos para sua superação. relação aos países centrais. O atraso tecnológico e a
ausência de poder nas relações comerciais por parte
• Atualmente, a Cepal busca trabalhar a construção de dos países periféricos reforçavam esta dependência.
um desenvolvimento sustentável para o continente A teoria afirmava também que a dominação não era
latino-americano. exercida apenas por grupos externos, mas também
por elites locais, que colaboravam na reprodução da
exclusão das classes populares.
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Globalização e desenvolvimento
• A consolidação do modelo neoliberal a partir do início da década de 1980 acarretou também a imple-
mentação do “Estado Mínimo”.

• Algumas de suas características são: o aumento das privatizações de empresas estatais, a redução dos
gastos públicos e o fortalecimento das instituições financeiras em detrimento das instituições da so-
ciedade civil (como, por exemplo, o enfraquecimento da atuação de sindicatos).

• Durante todo o período de auge do modelo neoliberal as tendências desenvolvimentistas foram sendo
substituídas por políticas de caráter “global” (como oposição às de desenvolvimento a partir do Estado
nacional).

• Com as sucessivas crises do neoliberalismo pelo mundo durante todo o início do século XXI, as teorias
desenvolvimentistas voltaram a ser pensadas. A partir do viés dos grupos excluídos pela globalização
em curso, tem-se tentado estimular a geração de empregos (principalmente para os jovens) e consolidar
os direitos das minorias sociais até então marginalizadas.

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