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MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO
“O ano de 2022 foi marcado pela concretização da estratégia de crescimento em fontes 100% renováveis de energia, e pelo avanço da
AES Brasil para o cumprimento do objetivo estratégico de ser a melhor escolha do cliente no mercado livre, oferecendo soluções
resilientes, competitivas e responsáveis.
Neste ano, destacamos a aquisição de Ventos do Araripe, Caetés e Cassino, que adicionaram 456 MW de capacidade instalada ao
portfólio da Companhia, totalmente contratadas no mercado regulado. O Enterprise Value desta operação foi de R$ 1,9 bilhão, cujo
funding contou com o sucesso na captação de cerca de R$ 1 bilhão no aumento de capital privado. Com esta aquisição, a AES Brasil
passa a contar com 5,2 GW de capacidade instalada, 100% renovável (49% eólico/solar e 51% de hídrica), dos quais 4,2 GW operacionais
e 1,0 GW em construção, tornando-se um dos maiores players renováveis do país.
Adicionalmente, anunciamos a aquisição de até 305 MW de capacidade de desenvolvimento eólico, oriundo da vitória do processo
competitivo da Unidade Produtiva Isolada (UPI) Cordilheira dos Ventos, no âmbito do processo de recuperação judicial da Renova.
Destacamos a evolução das obras dos Complexos Tucano e Cajuína. Em Tucano, mais de 95% da construção já está concluída, e 24 dos
52 aerogeradores estão em operação. A expectativa é que até o final do 2T23 Tucano esteja 100% em operação. Cajuína Fase 1
apresenta evolução de 78% das obras, tendo 21 aerogeradores montados de um total de 55. A Fase 2 conta com mais de 18% dos
marcos de construção alcançados. A expectativa é de que o Complexo Cajuína inicie suas operações em 2023.
Em termos de regulação, 2022 foi marcado por um importante passo rumo à abertura total do mercado livre de energia, o que significa
que todos os consumidores conectados à alta tensão serão elegíveis a migrar para o mercado livre e poderão escolher o seu fornecedor
de energia a partir de 01 de janeiro de 2024. Com mais consumidores habilitados a comprar energia direto dos geradores, a AES Brasil
está pronta para atender a esta nova demanda com a comercializadora varejista, que ocupa posição de destaque no ranking de
comercializadores varejistas no Brasil.
Tivemos avanços também nas discussões regulatórias sobre Hidrogênio Verde (H2V), que irão gerar oportunidades para o futuro da
Companhia. Nessa frente, assinamos um pré-contrato com o Porto de Pecém para avançarmos no estudo de viabilidade para produção
de 2 GW de H2V por ano.
Enceramos o ano de 2022 com um EBITDA de R$ 1,2 bilhão, crescimento de 37% em relação a 2021, refletindo, principalmente, a
melhora da margem hídrica e a melhor performance operacional dos parques eólicos e solares. O Lucro Líquido de 2022 foi de R$ 320
milhões. Essa melhora expressiva já é resultado da nossa estratégia de crescimento e diversificação do portfólio, que passa a refletir
agora, e de forma crescente até a entrada total em operação dos ativos em construção, em nossos resultados financeiros.
Por fim, vale destacar que neutralizamos 100% de nossas emissões históricas de gases de efeito estufa, mantivemo-nos pelo 16º ano
consecutivo na carteira do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, e seguimos sendo AAA no MSCI, a única empresa de
energia da América Latina com essa avaliação.
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SUMÁRIO
DESTAQUES DE 2022 .................................................................................................................................................................. 4
3
DESTAQUES DE 2022
• CRESCIMENTO & CONSTRUÇÃO
o M&A: Conclusão, em 30 de novembro de 2022, da aquisição 456 MW de capacidade eólica
operacional referente aos Complexos Eólicos Ventos do Araripe, Caetés e Cassino. O Enterprise
Value da operação foi de R$ 1.855 milhões composto: (i) pelo pagamento de R$ 960 milhões; e (ii)
pela assunção de dívida líquida de R$ 895 milhões (data base 30 de novembro de 2022).
o Complexo Tucano (322MW): A evolução geral do projeto ultrapassa 95%. Até fevereiro de 2023,
24 dos 52 aerogeradores iniciaram a operação. A estimativa é que o parque esteja 100%
operacional no 2T23.
o Complexo Cajuína Fase 1 (325 MW): Mais de 78% do projeto executado, com a montagem
completa dos primeiros 21 aerogeradores, além da energização do bay de conexão da Subestação
de Açu III em janeiro de 2023. Na Fase 2 (370 MW), a evolução da construção já superou os 18%,
com destaque para os 47% de avanço das obras civis e 42% de avanço nas obras da subestação
Caju. A estimativa é que o parque inicie suas operações em 2023.
• ESTRUTURA DE CAPITAL
o Aumento de Capital Privado: Em outubro, o Conselho de Administração homologou o Aumento
de Capital, com a emissão de 106.599.446 novas ações ordinárias ao preço de emissão de
R$ 9,61 por ação, totalizando R$ 1.024,4 milhões. A operação contou com suporte importante
da base de acionistas, que subscreveram a 92% das ações emitidas. Os recursos foram utilizados
para viabilizar a aquisição dos Complexos Eólicos Ventos do Araripe, Caetés e Cassino.
o Equalização do funding de Cajuína: Até janeiro de 2023, a Companhia levantou todos os
recursos necessários para a construção de Cajuína 1 e 2 (695 MW de capacidade instalada) via
emissão de R$ 950 milhões em Debêntures, a um custo médio de IPCA +7,07% a.a. e com prazo
de 22 anos, além de empréstimos-ponte que totalizam R$ 1,8 bilhão. A AES Brasil substituirá os
empréstimos-ponte de curto prazo por financiamento de longo prazo no nível do projeto, à
medida que as condições do mercado evoluam para um cenário favorável.
• REGULAÇÃO
o Abertura do Mercado Livre: O Ministério de Minas e Energia publicou, em 28 de setembro, a
Portaria nº 50/2022, que torna elegível todos os consumidores do mercado de alta tensão à
migração para o Mercado Livre, podendo assim escolher seu fornecedor de energia a partir de
01 de janeiro de 2024. Nesse cenário, a Companhia mantém posição de destaque no ranking de
comercializadores varejistas no Brasil, estando preparada para atender aos novos entrantes do
mercado livre.
o Revisão Ordinária de Garantia Física: O Ministério de Minas e Energia publicou a Portaria nº
709/2022, que aprovou a metodologia, os critérios, as premissas e as configurações para Revisão
Ordinária de Garantia Física de Energia das Usinas Hidrelétricas despachadas centralizadamente
no Sistema Interligado Nacional, com início da vigência em 1 º de janeiro de 2023. Para a
Companhia, estima-se que que esse processo resultará em uma perda de energia alocada de,
4
aproximadamente, 9 MWm ao ano, considerando a geração do MRE ajustada pelo impacto do
GSF esperado.
o Hidrogênio Verde: Em 22 de setembro, a AES Brasil assinou um pré-contrato com o Complexo
Industrial Portuário de Pecém, com o objetivo de iniciar estudos de viabilidade para a produção
de até 2 GW de hidrogênio verde a partir de eletrólise e de até 800 mil toneladas de amônia verde
por ano. Trata-se da primeira iniciativa da Companhia nesta nova fronteira no mercado brasileiro,
que reúne as condições ideais para a produção desta nova fonte de energia, de forma a liderar o
movimento de transição energética e permitir o alcance das metas globais de descarbonização.
• ESG:
o Crédito de Carbono: A AES Brasil comercializou, pela primeira vez, 465.807 créditos de carbono,
oriundos dos parques Eólicos de Mandacaru e Salinas, correspondente a R$ 12 milhões de receita
reconhecida em 2022. A Companhia avalia a possibilidade de comercializar mais 2,8 milhões de
créditos dos parques eólicos e solares com COD a partir de 2016.
o Carbono Neutro: No 3T22, a AES Brasil neutralizou todas as suas emissões de gases de efeito
estufa desde o início das suas operações no país. Essa conquista foi alcançada por meio da compra
de créditos de carbono certificados pela ONU para compensação das emissões a partir de 1999.
o MSCI: Pelo segundo ano consecutivo, a AES Brasil é a única empresa de energia da América Latina
com a classificação “AAA” no MSCI, um dos principais rankings de avaliação da resiliência de uma
empresa aos riscos Ambientais, Sociais e de Governança (ESG).
o ISE: A Companhia integra, pelo 16º ano consecutivo, a carteira do Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) para o ano de 2023, dentre um total de 61 empresas selecionadas por seu
reconhecido comprometimento com as melhores práticas ESG.
Adicionalmente, a Companhia disponibiliza um arquivo Excel com o histórico dos dados financeiros e operacionais.
Para acessá-lo, clique aqui.
1
Em função da criação e listagem da AES Brasil Energia S.A. em 29 de março de 2021, as informações apresentadas ao longo deste documento contemplam
os resultados da AES Operações (antiga AES Tietê) para o 1T21.
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A AES BRASIL
PERFIL CORPORATIVO
AES Brasil investe há mais de 20 anos no Brasil e é uma geradora de energia elétrica 100% renovável. Possui
portfólio diversificado, capacidade instalada de 4,2 GW em operação e mais de 1,0 GW em construção (Tucano
e Cajuína), totalizando 5,2 GW de capacidade instalada exclusivamente renovável.
Ceará
5,2 GW Mandacaru – 108 MW
capacidade instalada
Rio Grande do Norte
Cajuína (em construção) – 695 MW
Ventus – 187 MW
Salinas – 50 MW
1 – Participação indireta da The AES Corp por meio da AES Holdings Brasil (AHB) e AES Holdings Brasil II (AHB II). Inclui o aumento de Capital pela
Capitalização de Ágio, com a emissão de 3.221.370 novas ações que, em 31 de dezembro de 2022, eram temporariamente detidas pela AHB. Após
a conclusão da operação, ocorrida em janeiro de 2023, 1.547.966 ações foram transferidas ao BNDESPar, na proporção e nos termos do Contrato
de Cessão de Diretos celebrado entre a AHB e a BNDESPar. Com isso, ao final de janeiro de 2023, a posição do Controlador passou a ser de 47,32%
e a detida pela BNDESPar, de 6,98%; 2 – Conclusão da estruturação societária no 4T22; 3 – Composto por Ventos do Araripe e Caetés, adquiridos
pela AES Brasil em novembro/2022. O parque de Cassino está consolidado na AES Operações
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PORTFÓLIO
FONTE EÓLICA
Garantia Física
Entrada em Cap. Instalada MWm Preço PPA Fim da
Complexos Eólicos O&M % AES Brasil MME (Bruta, Início do PPA Fim do PPA
operação (MW) Contratado (R$/MWh)1 Autoriz.
MWm)
Cajuína3 - - - 1.040,4 - - - - - -
1 – Data base: dezembro/22; 2 – Sujeito a alteração em função de otimizações nos projetos; 3 – Considera 250 MW de Cordilheira dos Ventos (adquirido da Renova), sujeito a
alteração em função de otimizações nos projetos
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FONTE SOLAR
Garantia
Cap.
Entrada em Física MME MWm Preço PPA Fim da
Complexos Solares O&M % AES Brasil Instalada Início do PPA Fim do PPA
operação (Bruta, Contratado (R$/MWh)1 Autoriz.
(MW)
MWm)
OPERAÇÃO 295,1 65,2 65,2
Guaimbê – SP - - - 150,0 29,5 29,5 - - - -
LER 2014 Interno - 2018 150,0 29,5 29,5 out/17 set/37 347,86 2050
Ouroeste – SP - - - 145,1 35,8 35,7 - - - -
Boa Hora – LER 2015 Interno 100% 2019 69,1 15,9 15,9 nov/18 out/38 420,07 2051
Água Vermelha – LEN 2017 Interno 100% 2019 76,0 19,9 19,9 jan/21 dez/40 181,69 2053
PIPELINE 411,0
Solar Arinos - MG - - - 378,0 - - - - - -
AGV VII - SP - - - 33,0 - - - - - -
1 – Data base: dezembro/22
FONTE HÍDRICA
Garantia Física
Localização Bacia Cap. Instalada Garantia Física Vencimento
Usinas Hidrelétricas Revisada1
(Estado) Hidrográfica (MW) (Bruta, MWm) da Concessão
(Bruta, MWm)
PROJETOS EM CONSTRUÇÃO
A Companhia está na fase final de construção de 322,4 MW de capacidade instalada no Complexo Eólico Tucano,
na Bahia e de outros 695,0 MW de capacidade instalada no Complexo Cajuína, no Rio Grande do Norte.
No Complexo Eólico Tucano, a evolução geral do projeto já ultrapassa 95%. Até fevereiro de 2023, 24 dos 52
aerogeradores iniciaram a operação. A estimativa é que o parque esteja 100% operacional no 2T23.
O Complexo Eólico Cajuína – Fase 1 está em fase de montagem dos aerogeradores, sendo 21 dos 55 já concluídos.
Atualmente, mais de 78% do projeto foi executado, sendo 94% de todo o trabalho civil, 73% dos trabalhos na
Subestação Caju e 100% na conexão da Subestação de Açu III, que foi energizada em janeiro de 2023.
Na Fase 2, a evolução da construção já superou os 18%, com destaque para 47% de avanço das obras civis e 42%
de avanço nas obras da subestação Caju. A estimativa é que o parque inicie sua operação no 2S23.
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Complexo Eólico Complexo Eólico Complexo Eólico
Complexos em Construção
Tucano Cajuína – Fase 1 Cajuína – Fase 2
Características Gerais
Capacidade Instalada¹ (MW) 322,4 324,5 370,5
Localização BA RN RN
Quantidade de Aerogeradores 52 55 65
Fator de Capacidade Estimado (P50) 49% 55% 54%
Energia Vendida (MWm) 130 225
Nº de PPAs Supridos 2 5
Duração Média dos PPAs 17,4 anos 18,1 anos
Fim da Autorização 2055 2055
Construção
Início da Construção fev/21 dez/21 mai/22
Entrada em Operação (e) 1S23 1S23 2S23
Outorga ✓ ✓ ✓
Parecer de Acesso² ✓ ✓ ✓
Benefício TUST/TUSD ✓ ✓ ✓
Características Financeiras
≅80% do capex ≅70% do capex
Financiamento
(Debênture + BNB) (Debênture + Bridge)
3
Capex Total (R$ mi) 1.515,0 4.257,8
3
Capex (R$ mi/MW) 4,7 6,1
1 – Passível de alteração em caso de mudança no layout no projeto; 2 – Documento que formaliza a conexão do ativo à rede de transmissão; 3 – Valores reais em jan/23, considera
o CAPEX total dos projetos com constituição de JV.
DESEMPENHO OPERACIONAL
GERAÇÃO CONSOLIDADA
Geração (GWh) 4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
GERAÇÃO HÍDRICA
Estrutura do Sistema
A receita decorrente da geração hídrica está relacionada à estratégia de alocação de energia adotada pela
Companhia, e não diretamente ao seu volume de geração, uma vez que as hidrelétricas fazem parte do
Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), mecanismo financeiro de compartilhamento do risco hidrológico.
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As usinas da AES Brasil representam aproximadamente 2% de toda a garantia física hídrica que compõe o MRE.
Neste contexto, os resultados decorrentes da geração hidrelétrica não estão relacionados puramente ao volume
de geração da Companhia, mas sim ao desempenho de todo o conjunto de usinas pertencentes a este mecanismo,
de forma proporcional à representatividade de cada agente neste sistema.
O despacho das usinas hidrelétricas pertencentes ao MRE é determinado pelo Operador Nacional do Sistema
(ONS) e foi maior no 4T22 e em 2022, em decorrência das melhores afluências no período quando comparado ao
cenário hídrico adverso registrado ao longo de 2021.
Para tabela com maiores detalhes da geração hidrelétrica por usina nos períodos referenciados, clique aqui.
GERAÇÃO EÓLICA
A geração eólica bruta foi de 726,1 GWh no 4T22, 30,6% acima da geração do 4T21 (556,0 GWh), e 2.315,7 GWh
no ano de 2022, 7,7% superior à geração de 2021 (2.149,4 GWh). Abaixo destacamos as principais explicações
sobre as variações:
• Alto Sertão II: a geração no Complexo totalizou 312,6 GWh no 4T22, aumento de 8,8% em relação ao
mesmo período de 2021 (287,2 GWh), em decorrência do melhor regime de ventos na comparação entre
os trimestres (7,5 m/s no 4T22 vs. 7,2 m/s no 4T21).
2
Média de Longo Termo
3
Indicador que considera a disponibilidade das Unidades Geradoras (UGs), estando ela conectada ao sistema ou parada disponível. Verifica o tempo (em
horas) que a UG está disponível e a qualidade da disponibilidade.
10
Em 2022, houve aumento de 3,8% na geração (1.401,4 GWh em 2022 vs. 1.350,2 GWh em 2021), em
função do aumento de 1,0 p.p. da disponibilidade média do parque (96,5% em 2022 vs. 95,5% em 2021).
A velocidade dos ventos se manteve estável entre os períodos (8,2 m/s).
O curtailment totalizou 39,3 GWh em 2022, redução de 14,6% em relação a restrição de 2021
(46,0 GWh), em decorrência do avanço da infraestrutura de transmissão para o escoamento da geração,
com novas linhas entrando em operação em 2022. A Aneel regulamentou as definições das regras de
ressarcimento aos geradores afetados, cabendo à CCEE estruturar a metodologia e a operacionalização
destas regras, ainda sem prazo definido.
• Ventus: a geração no Complexo totalizou 130,4 GWh no 4T22, aumento de 3,0% em relação ao 4T21
(126,6 GWh), reflexo da maior disponibilidade do parque na comparação entre os períodos (83,4% no
4T22 vs. 78,6% no 4T21), parcialmente compensado pela redução dos ventos no período (8,0 m/s no
4T22 vs. 8,6 m/s no 4T21).
Em 2022, a geração bruta do Complex o atingiu 369,1 GWh, redução de 20,2% em comparação ao ano
de 2021 (462,7 GWh), reflexo: (i) da menor disponibilidade dos ativos (81,6% em 2022 vs. 83,4% em
2021); (ii) da menor velocidade de ventos (7,1 m/s em 2022 vs. 7,7 m/s em 2021); e (iii) da maior
incidência de curtailment em 2022 (5,6 GWh em 2022 vs. 1,8 GWh em 2021), ocorrida principalmente
durante o 3T22. O aumento da incidência de curtailment é explicada pelas manutenções na região que
reduziram a capacidade de escoamento da geração, aliadas à escassez de novas linhas de transmissão
em um cenário de aumento do número de parques eólicos no nordeste.
Vale mencionar que o complexo possui um índice contratual de disponibilidade de 96% junto ao
fornecedor FSA (Full Service Agreement). Neste sentido, a Companhia provisiona mensalmente a multa
devida pelo fornecedor sobre a menor disponibilidade do ativo, a ser recebida (caixa) ao final de cada
ciclo anual.
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Disponibilidade Média Consolidada4 (%) Média dos Ventos (m/s)
+1,6 p.p. +0,7 p.p. 9,6 8,5
9,3
89,6 88,4 89,1 8,2 8,2
88,0 8,9
8,4 8,1
8,6 7,6
7,7 7,5
8,0
7,2 7,1
7,5
4T21 4T22 2021 2022 4T21 4T22 2021 2022
Para tabela com maiores detalhes da geração eólica por complexo nos períodos referenciados, clique aqui.
GERAÇÃO SOLAR
Os complexos solares registraram geração bruta de 161,3 GWh no 4T22, estável na comparação com o 4T21. Em
2022, a geração bruta foi de 593,9 GWh, aumento de 2,8% em comparação a 2021 (577,8 GWh).
• Complexo Guaimbê: a geração solar bruta totalizou 74,0 GWh, redução de 2,0% se comparado ao 4T21
(75,5 GWh), decorrente da menor irradiância (257,2 W/m² no 4T22 vs. 271,4 W/m² no 4T21) dado o
aumento das chuvas na região, parcialmente compensada pela maior disponibilidade dos ativos no
período (97,4% no 4T22 vs. 95,3% no 4T21).
Em 2022, a geração bruta foi de 277,9 GWh, estável na comparação com o ano de 2021, explicado,
principalmente, pela maior disponibilidade da usina (98,4% em 2022 vs. 96,0% em 2021), parcialmente
mitigado pela menor irradiância (221,9 W/m² em 2022 vs. 231,8 W/m² em 2021).
• Complexo Ouroeste (Boa Hora e Água Vermelha): a geração solar bruta totalizou 87,3 GWh no 4T22,
com crescimento de 1,7% em relação ao 4T21 (85,8 GWh). Em Boa Hora, a geração bruta foi de
40,8 GWh, 2,0% inferior na comparação entre os trimestres, refletindo a menor disponibilidade no
período (99,6% no 4T22, vs. 99,8% no 4T21), parcialmente compensado pelo aumento da irradiância
(256,9 W/m² no 4T22, vs. 249,3 W/m² no 4T21). Em Água Vermelha, a geração bruta foi de 46,4 GWh,
5,3% superior na comparação trimestral, refletindo o aumento da irradiância (264,3 W/m² no 4T22, vs.
251,0 W/m² no 4T21) e a maior disponibilidade do parque (98,6% no 4T22 vs. 94,1% no 4T21).
Em 2022, a geração em Ouroeste totalizou 316,0 GWh, aumento de 5,3% em relação ao ano de 2021
(300,0 GWh). A variação decorre, principalmente, do expressivo aumento da disponibilidade de Água
Vermelha após manutenções e trocas de equipamentos ocorridas ao longo de 2021 (disponibilidade de
87,8% em 2021 para 97,8% em 2022), fazendo com que o indicador consolidado atingisse 97,9% em
2022 (vs. 94,6% em 2021).
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Disponibilidade média ponderada pela capacidade instalada de cada ativo
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Disponibilidade Média Consolidada5 (%) Irradiância Média (W/m²)
249,3 221,9
4T21 4T22 2021 2022 4T21 4T22 2021 2022
Para tabela com maiores detalhes da geração solar por complexo nos períodos referenciados, clique aqui.
DESEMPENHO COMERCIAL
MERCADO DE ENERGIA
O desempenho de 2022 foi caracterizado pela recuperação da situação hidrológica adversa apresentada em 2021,
refletindo a melhora nas afluências e nos níveis dos reservatórios entre os períodos.
A afluência média do SIN foi de 96,0% da MLT no 4T22 (vs. 91,8% no 4T21) e 97,7% em 2022 (vs. 72,4% em 2021).
Como resultado, os reservatórios do Brasil registraram altos níveis de volume útil ao longo de 2022 (média de
63,0% no ano), acima da média do ano anterior (34,5% em 2021) e da média histórica dos últimos 10 anos de
44,7%.
De acordo com dados do ONS, a carga de energia do SIN atingiu 68,8 GWm ao final de 2022, com ligeiro
crescimento de 0,3% na comparação com o ano de 2021. Este desempenho refletiu as temperaturas mais amenas
registradas nos últimos meses de 2022, combinado com o impacto da desaceleração macroeconômica da
demanda por energia elétrica.
Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Afluência
(% MLT, SIN)
113,9 116,6
124,6 93,3 103,3
95,1 95,2
86,7 86,5 90,1 81,5 89,4 88,9
95,1
82,2 69,1 79,6
71,8
63,0 70,0 63,6 62,7 63,4
57,6 53,0 59,5
Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
5
Disponibilidade média ponderada pela capacidade instalada de cada ativo
13
Como consequência, o GSF médio foi de 76,5% no 4T22 e de 85,2% em 2022, vs. 63,0% no 4T21 e 71,9% em 2021.
Adicionalmente, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o submercado SE/CO manteve-se no limite
inferior estabelecido pela ANEEL para 2022 ao longo de todo o 4T22 (R$ 55,70/MWh), 58,8% inferior ao valor
médio registrado no 4T21 (R$ 135,22/MWh).
GSF (%) Histórico PLD SE/CO (R$/MWh)
Fonte: CCEE
Dados em R$/MWh, data base: dez/2022 2022 2023 2024 2025 2026
Preço Médio de Venda 194 198 191 191 193
ACR¹ 257 240 240 240 240
ACL - Portfólio Hídrico 172 175 169 163 152
ACL - Portfólio Eólico (Tucano e Cajuína) 0 192 178 178 178
É importante destacar que a AES Brasil tem por estratégia a contratação máxima de seu portfólio hídrico até sua
expectativa de GSF para o ano, deixando um volume para o mecanismo de hedge contra o GSF. Neste sentido, a
Companhia já possui esta estratégia equacionada para o curto e médio prazo, e está continuamente trabalhando,
especialmente a partir do seu braço de comercialização, para a manutenção desta estratégia.
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BALANÇO ENERGÉTICO6 – Hídrico
Em 2022, a Companhia adotou a estratégia de seguir à alocação do MRE entre os meses do ano.
Em função do cenário hídrico adverso durante o ano de 2021 e buscando mitigar os efeitos e recompor o lastro,
a Companhia realizou as compras antecipadas de energia para equalização do balanço energético de 2022, em
linha com sua estratégia comercial. Abaixo destacamos o balanço energético hídrico dos períodos:
4T21 4T22
GF após
2.997 2.902
perdas e MRA
Alocação
1.887 2.221
de Energia
2021 2022
GF após 10.630
10.819
perdas e MRA
Alocação 9.056
7.883
de Energia
4.410 212
129 4.809 198
129
Compras
6
Balanço gerencial, considerando operações intercompany
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DESEMPENHO FINANCEIRO CONSOLIDADO
Em função da criação e listagem da AES Brasil Energia S.A. em 29 de março de 2021, as informações apresentadas
ao longo deste documento contemplam os resultados da AES Brasil Energia S.A. referentes ao 4T22 e ano de 2022,
e resultado proforma considerando a AES Tietê Energia no 1T21 para compor o ano de 2021.
7 Receita líquida menos compra de energia para revenda, taxas e encargos setoriais.
16
Margem Operacional Líquida – Trimestre (R$ milhões)
+71,7%
95,2
294,6
Em 2022, a receita operacional líquida totalizou R$ 2,8 bilhões, aumento de 13,3% vs. 2021 (R$ 2,5 bilhões). A
margem operacional líquida8 da AES Brasil totalizou R$ 1,7 bilhão em 2022, incremento de 35,3% vs. a margem
operacional líquida de 2021 ajustada pelo ressarcimento do GSF no 1T21. A variação entre os períodos pode ser
explicada, principalmente, pela:
• Hídrica: aumento de R$ 254,5 milhões, justificado pela combinação do maior volume de energia vendido
(+7,3%) a um preço médio de venda 12,0% superior na comparação entre os períodos
(R$ 180/MWh em 2022 vs. R$ 161/MWh em 2021), refletindo a gestão ativa do portfólio em um ambiente
de hidrologia favorável.
• Eólica: aumento de R$ 127,4 milhões, reflexo, principalmente: (i) da contabilização de R$ 58,9 milhões
referente à compensação por atraso das obras do Complexo Eólico Tucano; (ii) do melhor desempenho
dos ativos operacionais; (iii) da contribuição de 12 meses dos Complexos Mandacaru e Salinas,
incorporados ao portfólio em maio/21; (iv) da incorporação ao portfólio de Ventos do Araripe, Caetés e
Cassino em dezembro/22; e (v) atualização anual do preço dos contratos regulados por inflação.
Adicionalmente, em 2022 houve a venda de 466 mil créditos de carbono, oriundos dos parques Eólicos de
Mandacaru e Salinas, correspondente a R$ 12,0 milhões de receita reconhecida em 2022.
• Solar: aumento de R$ 22,0 milhões, refletindo o aumento de 2,8% no volume de energia gerada em
decorrência da maior disponibilidade média dos parques (+3,4 p.p. em 2022 vs. 2021) e da atualização
anual do preço dos contratos regulados por inflação, parcialmente compensado pela menor irradiância
em Guaimbê no período (-4,3% vs. 2021).
• Outros: crescimento de R$ 8,9 milhões, reflexo, principalmente, da evolução do desempenho varejista e
do início das atividades da AES Comercializadora no 2S22, com a referida marcação a mercado dos
contratos futuros.
8
Receita líquida menos compra de energia para revenda, taxas e encargos setoriais.
17
Margem Operacional Líquida – Acumulado (R$ milhões)
+35,3%
127,4 22,0 8,9 1.719,0
254,5
90,9
Em 2022, os custos e despesas totalizaram R$ 535,3 milhões, 18,0% acima do montante ajustado pelos efeitos
não recorrentes em 2021 (R$ 453,7 milhões), reflexo de:
• Não Recorrentes:
o 2021: total de R$ 48,1 milhões beneficiando os resultados de 2021, sendo R$ 29,0 milhões
referentes à revisão do earn-out provisionado quando da aquisição de Alto Sertão II em 2017,
R$ 6,8 milhões do recebimento de sinistro em Ventus, R$ 9,6 milhões referentes à venda dos
18
ativos de Geração Distribuída e R$ 1,8 milhões relativos a rateio oriundo do processo de falência
do Banco Santos.
o 2022: aumento de R$ 2,6 milhões, reflexo, principalmente, da: (i) manutenção bianual das eclusas
no valor de R$ 13,0 milhões; e (ii) ajuste de R$ 1,7 milhão relacionado ao fechamento do preço
de compra do Complexo Solar Guaimbê Holding pela Companhia; compensado pela reversão de
R$ 10,0 milhões de provisão para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) e pelos créditos de
PIS/COFINS de anos anteriores, no montante de R$ 3,4 milhões.
• Crescimento: gastos relacionados aos contratos de O&M, TI e auditoria dos novos Complexos eólicos
adquiridos ao longo do período (Mandacaru, Salinas, Ventos do Araripe, Caetés e Cassino), além dos
gastos relacionados a entrada em operação de Tucano.
• Recorrentes: despesas de TI referentes ao projeto de modernização e melhoria dos sistemas, além de
gastos relacionados à contratação de consultoria, auditoria, publicações, assessoria legal e ambiental,
seguro de executivos e remuneração da administração.
Custos e Despesas Operacionais – Acumulado (R$ milhões)
+18,0%
20,7 535,3
14,1 2,6
44,3
48,1 453,7
405,6
EBITDA
A AES Brasil registrou um EBITDA de R$ 359,9 milhões no 4T22, valor 76,7% superior ao 4T21.
• Hídrica: aumento de R$ 69,1 milhões, reflexo do menor volume de compra de energia no 4T22 aliado ao
maior preço médio de venda na comparação entre os períodos.
• Eólicas: aumento de R$ 80,7 milhões, decorrente, principalmente: (i) do recebimento de R$ 32,0 milhões
(compensação por atraso das obras em Tucano); (ii) da incorporação de Ventos do Araripe, Caetés e Cassino
ao portifólio da AES Brasil em dezembro/22, (iii) do maior volume de energia gerada em função do aumento
da disponibilidade dos ativos entre períodos; e (iv) da atualização anual do preço dos contratos regulados;
parcialmente compensado pelo menor regime de ventos entre os períodos.
• Solares: redução de R$ 1,7 milhão, reflexo da menor geração em Guaimbê, em função da menor irradiância
no período pelo aumento das chuvas na região do parque.
• Outros: aumento de R$ 8,1 milhões, reflexo da performance da comercializadora varejista e do desempenho
da AES Comercializadora, cujas atividades iniciaram no 2S22, parcialmente compensado pelos custos e
despesas de holding.
19
EBITDA – Trimestre (R$ milhões)
+76,7%
80,7 8,1 359,9
-1,7
69,1
203,7
Em 2022, o EBITDA consolidado atingiu R$ 1.183,7 milhões, 36,9% superior ao EBITDA de 2021 ajustado pelo
reconhecimento do GSF no 1T21, explicado por:
• Hídrica: aumento de R$ 146,1 milhões, reflexo da melhora nas condições hidrológicas de 2022 em relação à
crise hídrica observada em 2021. No período, o preço médio de venda foi 12,0% superior em relação a 2021,
aliado ao maior volume vendido (+7,3% vs. o ano de 2021), parcialmente mitigado pelo maior volume de
energia comprado (+9,0% vs. o 2021) a um preço médio 6,4% inferior a 2021.
• Eólicas: aumento de R$ 93,5 milhões, reflexo: (i) do recebimento da compensação por atraso das obras do
Complexo Eólico Tucano; (ii) do melhor desempenho dos ativos operacionais contratados no mercado
regulado; (iii) da contribuição de 12 meses dos Complexos Mandacaru e Salinas; e (iv) da incorporação ao
portfólio de Ventos do Araripe, Caetés e Cassino em dezembro/22.
• Solares: aumento de R$ 41,9 milhões, reflexo do maior índice de disponibilidade médio dos parques em 2022
(+3,4 p.p) combinado com a recuperação de Água Vermelha após manutenções e trocas de equipamentos
ocorridas ao longo de 2021, que impactaram negativamente a performance do ativo em 2021.
• Outros: aumento de R$ 1,6 milhões, reflexo, principalmente, da performance da comercializadora varejista
e do desempenho da AES Comercializadora, cujas atividades iniciaram no 2S22, parcialmente compensado
pelos custos e despesas de holding.
EBITDA – Acumulado (R$ milhões)
+36,9%
41,9 1,6 1.183,7
93,5
146,1
35,9 900,7
864,8
20
RESULTADO FINANCEIRO
O resultado financeiro líquido registrado no 4T22 foi negativo em R$ 71,0 milhões e negativo de R$ 308,6 milhões
em 2022. Abaixo destacamos a abertura na comparação entre os períodos:
Resultado Financeiro (R$ milhões) 4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
Receitas Financeiras
As receitas financeiras somaram R$ 118,5 milhões no 4T22 (vs. R$ 8,0 milhões no 4T21) e R$ 392,2 milhões em
2022 (vs. R$ 87,0 milhões em 2021).
O aumento na comparação de ambos os períodos pode ser explicado, principalmente, pelo crescimento nos
rendimentos de aplicações financeiras decorrente: (i) da melhor estratégia de alocação dos recursos disponíveis
para aplicação; (ii) maior taxa média de rentabilidade no período (CDI 4T22: 13,65% vs. 4T21: 7,63% e 2022:
10,27% vs. 2021: 4,46%); e (iii) maior saldo médio de caixa na comparação entre os períodos.
Despesas Financeiras
As despesas financeiras somaram R$ 189,5 milhões no 4T22 (vs. R$ 130,4 milhões no 4T21) e R$ 700,9 milhões
em 2022 (vs. R$ 539,9 milhões em 2021). O aumento na comparação de ambos os períodos pode ser explicado,
principalmente, por:
• Encargos de Dívida: crescimento em função do maior saldo de dívida entre períodos e pelo maior custo
CDI dos últimos 12 meses (CDI médio 2022: 10,27% vs. 4,46% em 2021) impactando 51% da dívida atrelada
a esse indexador.
• Atualização Monetária de Empréstimos e Debêntures: redução em função do IPCA registrado no
trimestre (1,63% no 4T22 vs. 2,96% no 4T21) e no ano (5,79% em 2022 vs. 10,06% em 2021), impactando
34% das dívidas (indexada ao IPCA).
• Juros Capitalizados: aumento nos juros transferidos para o imobilizado e intangível em curso, decorrente
dos financiamentos tomados para a construção dos Complexos Eólicos Tucano e Cajuína.
21
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
O resultado da equivalência patrimonial foi positivo em R$ 1,9 milhão no 4T22 e R$ 20,0 milhões em 2022. A
variação apresentada em ambos os períodos reflete o reconhecimento de compensação contratual
(R$ 12,3 milhões no 4T22 e R$ 38,7 milhões no ano) decorrente do atraso de fornecedor do Complexo Eólico de
Tucano para a Joint Venture com a Unipar (50% AES Brasil). O montante reconhecido foi parcialmente
compensado pela incidência de custos e despesas de produção, operação e financeiras, dada a entrada em
operação gradativa do ativo.
LUCRO LÍQUIDO
Em função dos fatores mencionados acima, o lucro líquido consolidado foi de R$ 137,4 milhões no 4T22 (vs.
Prejuízo de R$ 31,5 milhões no 4T21) e de R$ 320,1 milhões em 2022 (vs. R$ 517,5 milhões em 2021).
Importante destacar que o lucro líquido de 2021 reflete: (i) constituição do imposto de renda diferido ativo,
ocorrido no 3T21 no montante de R$ 532,6 milhões; e (ii) impacto do ressarcimento do GSF no 1T21, líquido de
imposto de renda no montante de R$ 23,7 milhões. Ajustados por estes efeitos, 2021 registraria prejuízo de
R$ 38,8 milhões.
ENDIVIDAMENTO
A AES Brasil encerrou o 4T22 com dívida bruta9 consolidada de R$ 11,0 bilhões, 76,4% superior ao mesmo período
de 2021 (R$ 6,2 bilhões). O aumento do saldo é explicado pela: (i) 1ª emissão de Debêntures da AES Brasil no
montante de R$ 1,1 bilhão, ocorrida no 1T22; (ii) desembolso do BNB no Complexo Tucano II, no montante de
R$ 333,0 milhões; (iii) captação da 1ª debênture de Cajuína AB1 de R$ 950 milhões; (iv) captação via instrumento
4131 de R$ 200 milhões no 4T22; (v) captação da 1ª nota comercial de Potengi Holdings (JV de Cajuína com BRF)
no montante de R$ 700 milhões no 4T22; e (vi) assunção da dívida no montante de aproximadamente
R$ 1,1 bilhão referente à aquisição de ativos de Ventos do Araripe e Caetés no 4T22, além dos movimentos citados
abaixo na AES Brasil Operações.
A AES Brasil Operações encerrou o trimestre com dívida bruta10 consolidada de R$ 6,1 bilhões, 9,9% superior ao
4T21. A variação entre os períodos é explicada, principalmente, pela: (i) captação da 10ª emissão de Debêntures
no montante de R$ 750 milhões no 4T22; (ii) assunção da dívida no montante de R$ 133 milhões referente à
aquisição de ativos de Cassino no 4T22; e (iii) juros e atualizações monetárias incorridos entre os períodos.
Em 31 de dezembro, o caixa11 consolidado da AES Brasil somava R$ 4,3 bilhões, e a AES Brasil Operações finalizou
o trimestre com um caixa de R$ 1,7 bilhão. Desta forma, a dívida líquida consolidada da AES Brasil e da AES
Operações é apresentada conforme abaixo:
9
Considera Empréstimos, financiamentos e debêntures do passivo circulante e não circulante, liquidas das operações de derivativos a elas relacionadas,
operações de compra e venda de energia e cessão de crédito
10
Considera Empréstimos, financiamentos e debêntures do passivo circulante e não circulante, liquidas das operações de derivativos a elas relacionadas e
operações de compra e venda de energia
10
Considera Empréstimos, financiamentos e debêntures do passivo
22
AES Brasil AES Operações
Endividamento (R$ milhões)
2021 2022 Var 2021 2022 Var
Dívida Bruta 6.216,5 10.967,1 76,4% 5.527,1 6.074,6 10,8%
Caixa 1.712,3 4.284,8 150,2% 1.860,4 1.733,1 -6,4%
Dívida Líquida 4.504,2 6.682,3 48,4% 3.666,6 4.341,5 19,5%
Nota: Considera garantias de financiamento para compor o Caixa a partir de 2022
A AES Brasil possui 51% do seu endividamento consolidado total atrelado ao CDI e 34% atrelado ao IPCA. O prazo
médio do endividamento consolidado ao final de 2022 era de 4,9 anos, considerando a amortização dos
financiamentos de curto prazo que foram tomados para fazer frente ao CAPEX de Cajuína. Como estratégia, em
momento oportuno, a Companhia irá voltar ao mercado para substituir os financiamentos de curto prazo por
dívidas longas nos projetos, alongando assim o prazo médio consolidado e substituindo a exposição ao CDI por
IPCA.
Cronograma de Amortização (R$ milhões)12 Prazo Médio (anos)
4.285
2.247 2.371
2.089
1.692 5,7 5,4
1.187 4,4 4,9
1.174
4,3
992
547 626
1.060
700 Bridge
Bridge
Caixa 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 - 2045 4T21 1T22 2T22 3T22 4T22
51% CDI+
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
TJLP+
34% 2,4 2,4 2,4 2,4 2,1 Pré
1,3 1,5 1,5 1,5 1,6
11
Fluxo composto por amortização do principal, líquido de operações de derivativos relacionadas.
13
Valores relativos ao principal de empréstimos, financiamentos e debêntures, líquido de operações de derivativos relacionadas.
14
Custo médio da dívida calculado com CDI de fechamento e IPCA acumulado (últimos 12 meses) na data de fechamento do trimestre. Tanto custo quanto
prazo referem-se ao principal de empréstimos, financiamentos e debêntures, líquido de operações de derivativos relacionadas.
15
O EBITDA Ajustado é o somatório dos últimos doze meses (i) do resultado operacional conforme apresentado nas demonstrações financeiras consolidadas,
excluindo receitas e despesas financeiras; (ii) todos os montantes de depreciação e amortização; e (iii) todos os montantes relativos a despesas com entidade
de previdência privada. No caso de uma aquisição, considera o EBITDA ajustado proforma do ativo adquirido, consolidado com o da Companhia, relativo aos
doze meses anteriores à data de liquidação da aquisição.
23
debêntures, e instrumentos de derivativos para eliminação do risco cambial das dívidas offshore, menos o saldo
de caixa e equivalente de caixa, investimentos de curto prazo e contas reservas vinculadas às dívidas.
INVESTIMENTOS
Em função do crescimento da Companhia e consequente avanço na construção dos Complexos Eólicos Tucano e
Cajuína, os investimentos da AES Brasil totalizaram R$ 618,1 milhões no 4T22 e R$ 2,2 bilhões em 2022.
O crescimento na linha de modernização e manutenção reflete, principalmente: (i) as modernizações nas usinas
hídricas, em função da realização de investimentos postergados em 2021 pela crise hídrica (R$ 49,6 milhões no
4T22 e R$ 115,1 milhões em 2022); e (ii) estratégia de turnaround dos ativos eólicos adquiridos via M&A –
Complexos Eólicos Mandacaru e Salinas (R$ 23,6 milhões no 4T22 e R$ 54,3 milhões em 2022).
Em expansão, o aumento do CAPEX no Complexo Eólico Cajuína no 4T22 e no ano de 2022 reflete o avanço nas
obras. Adicionalmente, a Companhia realizou investimentos na estrutura comum de Cajuína para
desenvolvimento de seu pipeline.
24
Plano de Investimento 5 anos - CAPEX
A Companhia prevê investir aproximadamente R$ 3,1 bilhões no período de 2023 até 2027, destinados: (i) à
expansão dos projetos já contratados e com plano de construção definido (Complexos Tucano e Cajuína); (ii) ao
desenvolvimento de pipeline de Cajuína e AGV VII; e (iii) à modernização e manutenção dos ativos em operação,
conforme apresentado na tabela a seguir:
Investimentos (R$ milhões)¹ 2023E 2024E 2025E 2026E 2027E Total
Modernização e Manutenção 159,0 118,8 127,3 86,8 92,3 584,2
Desenvolvimento de Projetos - Cajuína Fases 3 e 4 e AGV VII (pipeline) 402,4 66,5 0,4 0,0 0,0 469,3
Expansão 1.956,8 40,8 0,0 0,0 0,0 1.997,6
Complexo Tucano 252,5 0,0 0,0 0,0 0,0 252,5
Complexo Cajuína 1.704,3 40,8 0,0 0,0 0,0 1.745,1
Total Investimentos 2.518,3 226,1 127,7 86,8 92,3 3.051,1
Juros e Mão de Obra Capitalizados² 493,3 43,6 7,0 4,1 2,6 550,6
1 – Valores reais em janeiro de 2023, proporcionais à participação da AES Brasil nos casos de constituição de joint ventures; 2 – Considera juros de
capitalização de dívida dos projetos em construção
3.303
4.285
-3.425 -152 -52 -53 -81 370
547 Amortizações 20234
1.025
1.922
2.867 Investimentos
20235
1 – R$ 1.712 milhões de disponibilidade e R$ 209 milhões de garantias de financiamento; 2 – Considera Aumento de Capital Privado homologado em out/22 e aporte do sócio
preferencialista da Guaimbê Holding; 3 – Parcela destinada ao sócio preferencialista da Guaimbê Holding e aporte dos sócios nas JV’s de autoprodução; 4 – Amortização de
principal, líquido de operações de derivativos; 5 – Considera participação de 100% dos projetos de Tucano e Cajuína e capex de modernização e manutenção.
25
CONTEXTO REGULATÓRIO
REVISÃO ORDINÁRIA DE GARANTIA FÍSICA (USINAS HIDRELÉTRICAS)
Em 02 de dezembro, o MME publicou a Portaria Nº 709/2022, que aprovou a metodologia, os critérios, as
premissas e as configurações para Revisão Ordinária de Garantia Física de Energia das Usinas Hidrelétricas
despachadas centralizadamente no Sistema Interligado Nacional (“SIN"), para início da vigência em 1º de janeiro
de 2023.
O cálculo de Garantia Física de energia das plantas de geração e suas revisões são de competência da Empresa de
Pesquisa Energética (“EPE”) e seguem metodologias e critérios definidos pelo MME. Já o processo de revisão
periódica (a cada cinco anos) foi estabelecido para incentivar o equilíbrio entre as usinas participantes do
Mecanismo de Realocação de Energia (“MRE”).
Uma vez que as usinas da Companhia fazem parte do MRE, seu resultado decorre do desempenho conjunto de
todas as usinas pertencentes a esse mecanismo de forma proporcional à participação de cada agente neste
sistema. Considerando os dados finais divulgados na Portaria, aliados à redução da Garantia Física das usinas da
Eletrobras, ocorrida no âmbito da Lei da Privatização (14.182/2021) e vigente a partir de janeiro de 2023, estima-
se que a participação da AES Brasil no MRE16 será de 2,18%, uma redução de 0,02 p.p. frente aos 2,20% anteriores
à revisão ordinária, o que corresponde a uma perda de energia alocada de, aproximadamente, 9 MWm ao ano
para a Companhia, considerando a geração do MRE ajustada pelo impacto do GSF esperado.
Abaixo, destacamos a variação de Garantia Física para cada usina hidroelétrica da Companhia:
G. Física Atual G. Física Revisada
Usinas AES Brasil Var
(MWm) (MWm)
ABERTURA DO MERCADO
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, em 28 de setembro, a Portaria nº 50/2022, que permite aos
consumidores do mercado de alta tensão (igual ou superior a 2,3 kv) serem elegíveis à migração para o Mercado
Livre e possam escolher seu fornecedor de energia a partir de 01 de janeiro de 2024.
A liberalização representa continuidade dos esforços envidados pelo Ministério de Minas e Energia na abertura
de mercado, conforme previsto em regulamentações anteriores e um avanço em relação ao limite de 500 kW
definido pela Lei n º 9.427/1996, ao permitir que qualquer consumidor de alta tensão (Grupo A),
16
Desconsiderando os valores de garantia física de PCHs contidas no MRE que não passaram por revisão.
26
independentemente do seu consumo, possa escolher o seu fornecedor. Também é claramente definida a
segregação entre atacado e varejo, estabelecendo que os consumidores com carga individual inferior a 500 kW
devem ser representados por agente varejista perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A abertura do mercado traz maior liberdade de escolha aos consumidores, com a consequente ampliação do
ambiente competitivo. Com essa medida, o MME calculou que aproximadamente 106 mil unidades consumidoras
estarão aptas a migrar para o mercado livre.
A AES Brasil destaca sua atuação no mercado varejista e ocupa posição relevante dentre os demais agentes. Desde
a sua criação, em 2019, o braço varejista da AES Brasil fechou contratos com 87 clientes, totalizando 44 MWm
comercializados.
O próximo passo de abertura do mercado alcançará a baixa tensão, incluindo clientes residenciais, por exemplo,
e deverá permitir o acesso de todos os consumidores de energia elétrica ao mercado livre. Em se tratando de uma
mudança necessária, porém de grande relevância e que carece de ampla discussão com o mercado, o MME abriu
a Consulta Pública 137/2022, visando obter subsídios para a regulamentação da abertura total do mercado, de
forma que o consumidor residencial possa escolher o seu fornecedor livremente a partir de 2028, e o comercial e
o industrial a partir de 2026. Importante destacar que a abertura do mercado aos clientes de alta tensão traz um
mercado potencial para a comercialização de energia de cerca de R$ 10 bilhões17, a partir de 2024.
HIDROGÊNIO VERDE
Em 04 de agosto, foi publicada a Resolução nº 6, do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que institui
o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), e estabelece a estrutura de governança do programa.
O Brasil tem grande potencial de se destacar nesse mercado, dada a forte exposição de sua matriz energética às
fontes renováveis de energia. Além disso, o país possui ampla gama de recursos energéticos que podem ser
utilizados para a produção de hidrogênio de baixo carbono, por diversas rotas tecnológicas.
Neste contexto, a AES Brasil assinou, em 22 de setembro, um memorando de entendimentos com o Porto de
Pecém, para avançar com os estudos de viabilidade para produção de até 2 GW de hidrogênio verde e de até 800
mil toneladas de amônia verde por ano, seguindo sua estratégia de contribuir para descarbonização da matriz
energética global, por meio de novas tecnologias que ajudem os clientes nesta missão. A Companhia tem interesse
em viabilizar a uma planta de produção e comercialização de hidrogênio verde e seus derivados utilizando o
terminal cearense para exportar sua produção, principalmente, para países da Europa.
O hidrogênio verde é um vetor energético que desperta o interesse do mercado na medida em que as metas de
redução de emissões de gases de efeito estufa se tornaram mais desafiadoras e seu custo vem se tornando
competitivo, com a diversificação de fontes de energias renováveis.
De forma a dar continuidade ao PNH2, em dezembro de 2022, o Ministério de Minas e Energia divulgou, por meio
de consulta pública – CP MME nº147, de 2022, uma versão preliminar do Plano de Trabalho Trienal do Programa
Nacional em questão. O Plano de Trabalho contém um conjunto de ações para a construção de um mercado de
Hidrogênio Verde no país.
O lançamento do Plano de Trabalho vem acompanhado de dois novos desenvolvimentos no segmento, a produção
da primeira molécula de hidrogênio verde no Ceará, e a certificação de uma certificadora independente de sua
produção de hidrogênio verde, em Pernambuco. O Plano de Trabalho inclui ações voltadas ao mapeamento da
cadeia de valor do hidrogênio e possíveis falhas de mercado, análise de externalidades, revisão de marcos
17
Crescimento potencial de volume, considera preço DCIDE de out/2022.
27
regulatórios e elaboração de propostas de incentivo à utilização do hidrogênio. Também prevê estudos em
matéria de tributação e incentivos tributários, de forma a atuar organizadamente para o desenvolvimento
sustentável de toda a cadeia do Hidrogênio Verde.
28
• Adicionalmente, está prevista a combinação entre o Despacho Regional, metodologia anteriormente vigente,
e o Despacho Nacional, que intensifica o sinal locacional.
A AES Brasil possui tarifa estabilizada para o seu portfólio – portanto, não passível das alterações apontadas acima
até o respectivo vencimento do período de estabilização – conforme a seguir:
• Portfolio Hídrico: não possui tarifa estabilizada.
• Complexo Eólico Alto Sertão II: 36% do portfólio com fim do período de estabilização no Ciclo 2021-2022, e
os 64% restantes no Ciclo 2022-2023.
• Complexo Eólico Ventus: fim do período de estabilização no Ciclo 2021-2022.
• Complexos Eólicos Mandacaru e Salinas: fim do período de estabilização no Ciclo 2023-2024.
• Complexo Eólico Tucano: 67% do portfólio com fim do período de estabilização no Ciclo 2030-2031, e os 33%
restantes no Ciclo 2031-2032.
• Complexo Eólico Cajuína: fim do período de estabilização no Ciclo 2031-2032.
• Complexo Solar Guaimbê: fim do período de estabilização no Ciclo 2026-2027.
• Complexo Solar Boa Hora: fim do período de estabilização no Ciclo 2028-2029.
• Complexo solar Água Vermelha: fim do período de estabilização no Ciclo 2029-2030.
SERVIÇOS ANCILARES
Em 08 de dezembro, o Ministério de Minas e Energia divulgou a Portaria nº 710/GM/MME, que trata da abertura
da Consulta Pública nº 145/2022 sobre a prestação de serviços ancilares no Sistema Interligado Nacional (SIN),
conforme Nota Técnica nº 33/2022/CGDE/DMSE/SEE.
A referida Nota Técnica estabeleceu as seguintes diretrizes setoriais a serem observadas:
• Clareza e transparência na definição dos requisitos sistêmicos: necessidade da identificação dos requisitos
sistêmicos pelo ONS e pela EPE, a fim de delimitar os respectivos recursos a serem disponibilizados para o
suporte às condições de segurança, confiabilidade e qualidade da operação do SIN, observados os custos
associados.
• Neutralidade tecnológica: proporcionar a oportunidade da prestação de serviços ancilares por diferentes
fontes de geração de energia elétrica, instalações e equipamentos, sempre compatíveis com a regulação do
setor.
• Adoção de mecanismos concorrenciais, quando viável.
• Alinhamento ao princípio da modicidade tarifária.
• Qualidade e confiabilidade do serviço prestado.
A consulta pública fica aberta até 08 de março de 2023, conforme Portaria nº 722/GM/MME que prorrogou o
prazo inicialmente estabelecido para as contribuições dos agentes. A partir das contribuições, serão elaboradas
propostas de diretrizes que evidenciem a robustez das iniciativas já em curso sob as diversas óticas de atuação
(planejamento, operação e regulação), fomentando a priorização do tema nas respectivas agendas de trabalho.
29
LASTRO E ENERGIA
Em 14 de dezembro, o Ministério de Minas e Energia divulgou a Portaria nº 712/GM/MME, que trata da abertura
da Consulta Pública nº 146/2022 sobre a avaliação de propostas metodológicas no que tange ao tema “Separação
Lastro e Energia”.
A consulta pública visa coletar contribuições sobre três principais relatórios: (i) Metodologia de Quantificação dos
Requisitos de Lastro de Produção e Capacidade; (ii) Metodologia de Referência para a Quantificação da
Contribuição da Oferta: Lastro de Produção e Capacidade; e (iii) Precariedade de Limite de Oferta e Mecanismo
para Cobertura de Exposições". Todos os materiais datam de 2021 e são produções da Empresa de Pesquisa
Energética (“EPE”), já divulgados anteriormente.
A consulta fica aberta até 14 de março de 2023 e, a partir das contribuições entregues pelos setores e pela
sociedade, espera-se avaliar o proposto e eventuais novas possibilidades de mecanismos a serem considerados
na proposta de separação de lastro e energia, incluindo a experiência internacional e os próprios avanços do
mercado brasileiro nos últimos anos com a realização de leilões de capacidade.
PERFORMANCE ESG
DIRETRIZES E COMPROMISSOS
A AES Brasil acredita que seu modelo de negócios contribui diretamente de forma positiva para os principais
desafios socioambientais da sociedade. Nesse sentido, a Companhia estabeleceu um conjunto de compromissos
e metas para a gestão ESG – sigla em inglês que significa o gerenciamento de aspectos, riscos e oportunidades
ambientais (Environmental), sociais (Social) e de governança corporativa (Governance). Os compromissos e metas
foram definidos com base em três temas principais: Mudanças Climáticas, dentro do pilar de meio ambiente;
Diversidade, Equidade e Inclusão, em social; e Ética e Transparência em governança.
Os Compromissos ESG 2030 tem como ponto de partida os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da
Agenda 2030, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), tendo seis ODS como prioritários:
Desde 2007, a AES Brasil integra o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, que avalia o desempenho das
companhias listadas quanto às respectivas práticas de sustentabilidade. A Companhia é signatária do Pacto Global
da ONU desde 2006, apoiando a promoção dos direitos humanos e práticas de trabalho relativas ao meio
ambiente e ao combate à corrupção. A Companhia faz parte da cobertura dos principais ratings ESG, como
Sustainalytics e MSCI, sendo que neste último é a única companhia de energia na América Latina a obter uma nota
AAA18, demonstrando o compromisso com a transparência e as melhores práticas ESG do mercado.
Como destaque do trimestre no pilar Ambiental, a AES Brasil passou pelo processo anual de auditoria externa
para manutenção da certificação ISO 14001 (assim como da ISO 45001, de Saúde e Segurança). Como resultado,
teve zero não conformidades na auditoria das duas certificações.
18
Em 2021 e 2022, a AES Brasil recebeu a classificação ESG nível AAA pelo MSCI.
30
A AES Brasil segue com o compromisso de contribuir para a transição energética com o aumento de fontes
renováveis na matriz elétrica brasileira, para que os clientes evitem a emissão de gases de efeito estufa. Na frente
de preservação e proteção da biodiversidade, em linha com a meta anual de reflorestamento de Mata Atlântica
e Cerrado, foi concluído o plantio de aproximadamente 134,5 hectares de plantas nativas, totalizando 217.635
árvores plantadas no período. De encontro com o compromisso de "Até 2030, aumentar em ao menos 20% o
reflorestamento além do compromisso de recuperação das áreas ocupadas”, foram reflorestados mais 10
hectares de forma voluntária no 4T22.
Além disso, a Companhia manteve ações de preservação de três espécies ameaçadas de extinção, parte da lista
da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e selecionadas em conjunto com o órgão ambiental
para o monitoramento.
No pilar Social, os projetos de Investimento Social Privado foram reorganizados em um programa denominado
AES Brasil Gera+. O Programa reúne todas as iniciativas promovidas junto às comunidades, desenvolvidas em
quatro pilares: inclusão produtiva e empreendedorismo, segurança hídrica, educação e proteção de direitos. No
período, houve a conclusão do projeto Geração+ em municípios do interior de São Paulo, onde colaboradores da
AES Brasil participaram como voluntários e usaram seu amplo conhecimento em ações com foco no tema energia
para as crianças das escolas participantes.
Outros três projetos sociais com foco no pilar de inclusão produtiva e empreendedorismo foram iniciados em
comunidades vizinhas aos Complexo Eólico Alto Sertão II (BA) e Complexo Eólico Mandacaru (CE). Nas
comunidades vizinhas ao Complexo Eólico Cajuína, a Companhia iniciou a primeira etapa de um projeto de
segurança hídrica. Comunidades e famílias participantes do projeto receberão cisternas e poços, com o objetivo
de contribuir para o acesso à água no semiárido. Iniciamos, também na região, a seleção de 126 mulheres que
participarão do projeto de inclusão produtiva, que oferecerá capacitação técnica e assessoria rural para produção
na agricultura familiar e geração de renda.
Adicionalmente, a Companhia manteve a gestão do relacionamento com as comunidades nas regiões dos
Complexos Eólicos Tucano e Cajuína, com a realização de treinamentos para os trabalhadores das obras sobre
temas como direitos humanos e respeito às comunidades locais, bem como ações de comunicação para os
moradores das regiões.
Em relação ao Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão, a AES Brasil se aproximou da meta de 30% de
mulheres na alta liderança até 2025, alcançando o número de 25% ao final de 2022 (vs. 18% ao final de 2021).
Além disso, a Companhia realizou a seleção de 76 mulheres para o curso de formação técnica para operação e
manutenção de parques eólicos junto ao SENAI do Rio Grande do Norte, exclusivo para o público feminino.
No pilar Governança, a AES Brasil teve a sua primeira Compliance Week, evento que reuniu aproximadamente
350 colaboradores em debates sobre ética, valores e cultura da integridade. No decorrer da semana, foram
realizados debates online com palestrantes externos, que reiteraram a mensagem sobre a importância da
cultura de integridade para os negócios, importância no monitoramento do canal de denúncia, exemplos de
comportamentos impróprios e a valorização da diversidade, equidade e inclusão.
A tabela com a evolução dos principais indicadores do período pode ser acessada aqui.
Para informações detalhadas das iniciativas desenvolvidas na Companhia, consulte o Relatório de Performance
ESG, atualizado trimestralmente, e o Relatório Integrado de Sustentabilidade.
31
ANEXOS
Com o intuito de auxiliar investidores e analistas no processo de modelagem, a Companhia disponibiliza um
arquivo Excel com o histórico dos dados financeiros e operacionais. Para acessá-lo, clique aqui.
Fonte Hídrica
Afluência - SIN (% MLT) 91,8 96,0 4,2 p.p. 72,4 97,7 25,3 p.p.
Afluência - SE/CO (% MLT) 91,2 89,1 -2,0 p.p. 71,7 85,2 13,5 p.p.
Nível Reservatórios - SIN (%, final do período) 33,2 58,0 24,8 p.p. 33,2 58,0 24,8 p.p.
Nível Reservatórios - SE/CO (%, final do período) 25,7 51,2 25,5 p.p. 25,7 51,2 25,5 p.p.
GSF (%) 63,0 76,5 13,6 p.p. 71,9 85,2 13,3 p.p.
Afluência Bacia Rio Grande (% MLT) 95,1 84,0 -11,1 p.p. 60,7 78,1 17,4 p.p.
Afluência Bacia Rio Tietê (% MLT) 76,1 83,7 7,5 p.p. 66,7 73,9 7,3 p.p.
Disponibilidade (%) 98,3 96,0 -2,3 p.p. 95,0 94,5 -0,5 p.p.
Fonte Eólica
Ventos (m/s)
Alto Sertão II 7,2 7,5 3,0% 8,2 8,2 -0,4%
Ventus 8,6 8,0 -7,7% 7,7 7,1 -7,7%
Mandacaru 9,6 9,3 -3,9% 8,5 7,5 -11,4%
Salinas 8,9 8,4 -5,0% 8,1 7,6 -6,7%
Ventos do Araripe1 - 6,9 n.a. - 6,9 n.a.
Caetés1 - 8,0 n.a. - 8,0 n.a.
Cassino 1 - 6,7 n.a. - 6,7 n.a.
Disponibilidade (%) 88,0 89,6 1,6 p.p. 88,4 89,1 0,7 p.p.
Alto Sertão II 96,2 96,2 0,0 p.p. 95,5 96,5 1,0 p.p.
Ventus 78,6 83,4 4,8 p.p. 83,4 81,6 -1,7 p.p.
Mandacaru 72,1 76,7 4,6 p.p. 70,3 72,9 2,6 p.p.
Salinas 93,3 94,4 1,1 p.p. 90,8 94,9 4,2 p.p.
Ventos do Araripe1 - 85,2 n.a. - 85,2 n.a.
Caetés1 - 89,7 n.a. - 89,7 n.a.
Cassino 1 - 97,1 n.a. - 97,1 n.a.
Curtailment (GWh) 2,8 4,0 44,4% 47,7 47,0 -1,4%
Alto Sertão II 2,3 2,4 4,8% 46,0 39,3 -14,6%
Ventus 0,5 0,7 42,1% 1,8 5,6 218,3%
Mandacaru 0,0 0,8 - 0,0 1,6 -
Salinas 0,0 0,1 - 0,0 0,6 -
Ventos do Araripe1 - 0,0 n.a. - 0,0 n.a.
Caetés1 - 0,0 n.a. - 0,0 n.a.
Cassino 1 - 0,0 n.a. - 0,0 n.a.
Fonte Solar
Irradiância (W/m²)
Guaimbê 271,4 257,2 -5,2% 231,8 221,9 -4,3%
Boa Hora 249,3 256,9 3,1% 225,8 227,4 0,7%
Água Vermelha 251,0 264,3 5,3% 229,0 230,8 0,8%
Disponibilidade (%) 96,0 98,2 2,2 p.p. 94,6 97,9 3,4 p.p.
Guaimbê 95,3 97,4 2,1 p.p. 96,0 98,4 2,4 p.p.
Boa Hora 99,8 99,6 -0,2 p.p. 98,9 97,1 -1,8 p.p.
Água Vermelha 94,1 98,6 4,5 p.p. 87,8 97,8 10,0 p.p.
1 – Considera a geração bruta realizada no mês de dezembro/22, dada a conclusão da aquisição em 30 de novembro de 2022.
32
DESEMPENHO DA GERAÇÃO POR FONTE
FONTE HÍDRICA
Geração
4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
Usinas Hidráulicas (GWh)
Energia Gerada Bruta 1.654,0 2.082,7 25,9% 6.795,7 8.398,6 23,6%
Água Vermelha 920,2 1.051,7 14,3% 3.699,4 4.602,3 24,4%
Bariri 95,2 147,4 54,8% 406,8 462,9 13,8%
Barra Bonita 73,3 108,9 48,6% 303,2 341,6 12,7%
Caconde 14,9 80,3 438,2% 129,3 302,2 133,6%
Euclides da Cunha 45,2 110,4 144,1% 214,9 389,8 81,3%
Ibitinga 121,1 161,4 33,3% 495,4 536,3 8,2%
Limoeiro 12,5 31,5 151,0% 58,0 113,9 96,4%
Nova Avanhandava 217,3 220,6 1,5% 864,9 929,6 7,5%
Promissão 146,4 163,9 12,0% 599,5 693,5 15,7%
Mogi / S. Joaquim / S. José 7,7 6,6 -14,6% 24,2 26,5 9,2%
Energia Gerada Líquida 1.635,0 2.050,8 25,4% 6.663,8 8.367,2 25,6%
FONTE EÓLICA
Geração
4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
Parques Eólicos (GWh)
Energia Gerada Bruta 556,0 726,1 30,6% 2.149,4 2.315,7 7,7%
Alto Sertão II 287,2 312,6 8,8% 1.350,2 1.401,4 3,8%
Alto Sertão II - LER 2010 120,3 132,1 9,8% 586,2 605,4 3,3%
Alto Sertão II - LEN 2011 166,9 180,5 8,1% 764,1 796,0 4,2%
Ventus 126,6 130,4 3,0% 462,7 369,1 -20,2%
Mandacaru¹ 89,4 93,2 4,3% 213,8 252,1 17,9%
Salinas¹ 52,8 51,9 -1,8% 122,6 155,1 26,5%
Ventos do Araripe2 - 49,4 n.a. - 49,4 n.a.
2
Caetés - 70,6 n.a. - 70,6 n.a.
Cassino2 - 18,1 n.a. - 18,1 n.a.
1 – Para 2021, considera a geração bruta realizada a partir de maio, dada a conclusão da aquisição em 30 de abril de 2021; 2 – Considera a
geração bruta realizada no mês de dezembro, dada a conclusão da aquisição em 30 de novembro de 2022.
FONTE SOLAR
Geração
4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
Parques Solares (GWh)
Energia Gerada Bruta 161,3 161,3 0,0% 577,8 593,9 2,8%
Guaimbê 75,5 74,0 -2,0% 277,8 277,9 0,0%
Ouroeste 85,8 87,3 1,7% 300,0 316,0 5,3%
Boa Hora 41,7 40,8 -2,0% 152,7 148,3 -2,9%
Água Vermelha 44,1 46,4 5,3% 147,3 167,7 13,8%
33
AES BRASIL ENERGIA – BALANÇO E DRE19
Balanço Patrimonial (R$ milhões) 31/12/2022 31/12/2021 Balanço Patrimonial (R$ milhões) 31/12/2022 31/12/2021
Ativo Total 18.932,4 11.846,1 Passivo Total e Patrimônio Líquido 18.932,4 11.846,1
Ativo Circulante 4.778,5 2.339,9 Passivo Circulante 1.840,3 1.813,6
Ca i xa e equi va l entes de ca i xa 195,9 657,0 Fornecedores 259,3 361,3
Inves timentos de curto pra zo 3.587,7 1.055,3 Emprés timos e fi na nci a mentos e debêntures 877,2 936,4
Contas a receber de cl i entes 335,8 364,5
Impos to de renda e contri bui çã o s oci a l a pa ga r 17,8 48,6
Impos to de renda e contri bui çã o s oci a l a recupera r 94,3 73,1
Outros tri butos a pa ga r 48,6 41,0
Outros tri butos a recupera r 6,8 1,4
Di vi dendos e juros s obre ca pi tal própri o a pa ga r 0,3 1,2
Ins trumentos fi na ncei ros deri va tivos 69,3 3,5
Provi s ões pa ra proces s os judi ci a i s e outros 23,5 22,2
Ca uções e depós i tos vi ncul a dos 287,2 60,3
Ins trumentos fi na ncei ros deri va tivos 88,2 13,5
Conta de res s a rci mento 21,1 21,1
Enca rgos s etori a i s 14,3 14,4
Outros a tivos 180,6 103,7
Obri ga ções de a qui s i ções 138,0 112,3
Ativo Não Circulante 14.153,9 9.506,2
Tri butos di feri dos 129,3 112,4 Conta de res s a rci mento 298,3 218,8
Ca uções e depós i tos vi ncul a dos 327,8 187,5 Outra s obri ga ções 75,1 43,9
Ins trumentos fi na ncei ros deri va tivos 0,6 0,0 Passivo Não Circulante 11.518,3 5.998,2
Conta de res s a rci mento 4,2 11,7 Emprés timos e fi na nci a mentos e debêntures 10.017,9 5.280,1
Outros a tivos 49,9 26,3 Pa s s i vo de a rrenda mento 171,7 102,2
Inves timentos em control a da s e joi nt ventures 107,5 87,5 Tri butos di feri dos 141,4 8,6
Imobi l i za do, l íqui do 11.173,8 7.343,2 Obri ga ções com benefíci os pós -emprego 110,7 133,8
Intangível , l íqui do 2.360,9 1.737,5 Provi s ões pa ra proces s os judi ci a i s e outros 72,0 67,1
Ins trumentos fi na ncei ros deri va tivos 218,7 35,9
Obri ga ções de a qui s i ções 108,1 165,9
Conta de res s a rci mento 433,4 69,4
Outra s obri ga ções 244,4 135,1
Patrimônio Líquido 5.573,8 4.034,2
Ca pi tal s oci a l s ubs cri to e Integra l i za do 2.197,0 2.116,0
Res erva de ca pi tal 1.259,1 321,5
Res erva de l ucros 1.090,8 939,2
Outros res ul tados a bra ngentes -155,6 -153,6
Subtotal 4.391,2 3.223,1
Pa rtici pa çã o de a ci oni s ta nã o control a dor 1.182,6 811,2
19
Em função da criação e listagem da AES Brasil Energia S.A. em 29 de março de 2021, as informações apresentadas para o 1S21 contemplam os resultados
da AES Operações (antiga AES Tietê) para o 1T21.
34
Demonstração dos Resultados (R$ milhões) 4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
Receita Operacional Líquida 731,9 760,8 3,9% 2.511,7 2.845,1 13,3%
Custo com Energia (437,3) (254,8) -41,7% (1.205,5) (1.126,1) -6,6%
1
Margem Líquida 294,6 505,9 71,8% 1.306,3 1.719,0 31,6%
Custos com Operação (91,0) (156,0) 71,5% (404,8) (545,1) 34,7%
Outras Receitas (despesas) Operacionais 0,1 10,0 10292,7% (0,7) 9,8 n.a.
EBITDA 203,7 359,9 76,7% 900,7 1.183,7 31,4%
(-) Ressarcimento GSF 0,0 0,0 n.a. (35,9) 0,0 n.a.
EBITDA Ajustado 203,7 359,9 76,7% 864,8 1.183,7 36,9%
Depreciação & Amortização (120,7) (140,4) 16,3% (476,1) (505,9) 6,3%
EBIT 83,0 219,5 164,5% 424,6 677,8 59,6%
Resultado Financeiro (122,4) (71,0) -42,0% (453,0) (308,6) -31,9%
Receitas Financeiras 8,0 118,5 1376,3% 87,0 392,2 351,1%
Despesas Financeiras (130,4) (189,5) 45,3% (539,9) (700,9) 29,8%
Resultado de Equivalência Patrimonial (0,6) 1,9 n.a. (0,6) 20,0 n.a.
Resultado Antes dos Tributos (40,0) 150,4 n.a. (28,9) 389,2 n.a.
Imposto de Renda e Contribuição Social (52,3) (17,4) -66,8% (69,7) (74,5) 6,9%
Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 60,8 4,3 -92,9% 616,2 5,4 -99,1%
Lucro (Prejuízo) Líquido (31,5) 137,4 n.a. 517,5 320,1 -38,1%
(-) Ressarcimento GSF2 0,0 0,0 n.a. (23,7) 0,0 n.a.
3
(-) IR Diferido 0,0 0,0 n.a. (532,6) 0,0 n.a.
Lucro (Prejuízo) Líquido Ajustado (31,5) 137,4 n.a. (38,8) 320,1 n.a.
1 – Margem líquida é o resultado da receita líquida menos o custo com energia e marcação a mercado dos contratos futuros da AES Comercializadora;
2 – Ressarcimento do GSF, líquido do imposto de renda, ocorrido no 1T21; 3 – Constituição de IR Diferido, ocorrido no 3T21.
35
RESULTADOS POR FONTE
RESULTADOS TRIMESTRAIS
Indicadores Financeiros 4T21
(R$ milhões) Consolidado Hídricas Eólicas Solares Outros1
Receita Líquida 731,9 567,6 125,5 47,8 (9,1)
Custo com energia (437,3) (414,6) (21,7) (4,3) 3,4
Margem Líquida 294,6 153,0 103,8 43,5 (5,7)
Custos e Despesas Operacionais (114,9) (89,6) (29,5) (1,0) 5,1
Outras Despesas (Receitas) Operacionais 24,0 27,5 (2,7) (0,3) (0,5)
EBITDA 203,7 91,0 71,6 42,2 (1,0)
RESULTADOS ANUAIS
Indicadores Financeiros 2021
1
(R$ milhões) Consolidado Hídricas Eólicas Solares Outros
Receita Líquida 2.511,7 1.934,4 457,9 159,5 (40,1)
Custo com energia (1.205,5) (1.133,8) (93,5) (13,6) 35,4
Margem Líquida 1.306,3 800,6 364,4 145,9 (4,7)
Custos e Despesas Operacionais (444,1) (338,1) (95,9) (8,7) (1,3)
Outras Despesas (Receitas) Operacionais 38,5 42,8 (3,2) (1,2) 0,1
EBITDA 900,7 505,3 265,3 136,0 (5,9)
Ressarcimento GSF (35,9) (35,9) 0,0 0,0 0,0
EBITDA Ajustado2 864,8 469,4 265,3 136,0 (5,9)
36
ENDIVIDAMENTO
Dívidas (R$ milhões) Montante¹ Vencimento Custo Nominal
AES Brasil Energia - Consolidado 10.967,1
AES Brasil Energia 1.296,7
1ª Emissão de Debêntures 1.096,1 mar/25 CDI + 2,30% a.a.
Empréstimo 4131 (captação em 2022)⁴ 200,5 nov/24 CDI + 1,60% a.a.
Complexo Tucano (Debênture) 336,6
1ª emissão de Debêntures – Holding II 336,6 set/41 IPCA + 6,06% a.a.
Complexo Tucano (BNB) 343,4
Tucano F1 89,2 jul/45 IPCA + 2,26% a.a.
Tucano F2 76,2 jul/45 IPCA + 2,26% a.a.
Tucano F3 89,2 jul/45 IPCA + 2,26% a.a.
Tucano F4 88,8 jul/45 IPCA + 2,26% a.a.
Complexo Cajuína 1.631,4
Cajuína AB1 - 1ª Emissão de Debêntures 931,6 jun/44 IPCA + 7,07%% a.a.
Potengi - 1ª Nota Comercial 699,8 jun/24 CDI + 1,70% a.a.
Complexo Araripe 567,4
Ventos de São Tito (BNDES) 468,8 abr/32 TJLP + 2,02% a.a.
Ventos de São Tito - 1ª emissão de Debêntures 98,6 jun/28 IPCA + 8,86%% a.a.
Complexo Caetés 552,1
Ventos de São Tomé (BNDES) 454,1 abr/32 TJLP + 2,02% a.a.
Ventos de São Tomé - 1ª emissão de Debêntures 98,0 jun/27 IPCA + 9,24%% a.a.
Outros 165,0
AES Brasil Operações - Consolidado 6.074,6
AES Brasil Operações² 5.537,9
5ª Emissão de Debêntures 120,3 dez/23 IPCA + 6,54% a.a.
6ª Emissão de Debêntures - 2ª série 426,7 abr/24 IPCA + 6,78% a.a.
8ª Emissão de Debêntures 204,5 mai/30 IPCA + 6,02% a.a.
9ª Emissão de Debêntures - 1ª série 1.434,3 mar/27 CDI + 1,00% a.a.
9ª Emissão de Debêntures - 2ª série 787,5 mar/29 IPCA + 4,71% a.a.
9ª Emissão de Debêntures - 3ª série 225,1 mar/29 IPCA + 4,71% a.a.
10ª Emissão de Debêntures 752,9 dez/27 CDI + 1,50% a.a.
Empréstimo 4131 (captação em 2020)⁴ 600,0 dez/25 CDI + 1,50% a.a.
Empréstimo 4131 (captação em 2021)⁴ 803,6 mar/26 CDI + 1,48% a.a.
Brasventos Eolo (BNDES) 59,8 out/29 TJLP + 2,51% a.a.
Brasventos Miassaba (BNDES) 60,0 out/29 TJLP + 2,71% a.a.
Rio dos Ventos 3 (BNDES) 63,0 out/29 TJLP + 2,51% a.a.
AES Tietê Eólica 71,0
1ª Emissão de Debêntures - 1ª série 25,0 dez/25 IPCA + 7,61% a.a.
1ª Emissão de Debêntures - 2ª série 46,0 dez/25 IPCA + 7,87% a.a.
Complexo MS (BNDES) 43,3
Mar e Terra 9,8 nov/29 TJLP + 1,88% a.a.
Embuaca 10,8 mai/30 TJLP + 1,76% a.a.
Icaraí 10,7 out/29 TJLP + 1,66% a.a.
Bela Vista 12,0 nov/29 TJLP + 1,66% a.a.
Complexo MS (BNB)³ 130,8
Mar e Terra 37,8 mai/33 2,5% a.a.
Embuaca 34,2 mai/30 2,5% a.a.
Icaraí 24,1 mai/31 2,5% a.a.
Bela Vista 34,8 mai/30 2,5% a.a.
Complexo Santos (BNDES) 108,4
São Jorge 40,4 dez/30 TJLP + 2,45% a.a.
São Cristóvão 44,8 dez/30 TJLP + 2,45% a.a.
Santo Antonio de Pádua 23,2 dez/30 TJLP + 2,45% a.a.
Complexo Cassino (BNDES) 132,4
Brisa 46,9 jul/31 TJLP + 2,18% a.a.
Vento 44,8 jul/31 TJLP + 2,18% a.a.
Wind 40,7 jul/31 TJLP + 2,18% a.a.
Outros 50,7
1 – Saldo contábil atualizado, considerando principal, juros e custos da transação; 2 – Não considera arrendamento financeiro; 3 – Custos
das operações offshore estão representadas após operações de derivativos, que protege 100% do fluxo de caixa; 4 – Taxa pré
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INDICADORES ESG
Pilar Indicadores 4T21 4T22 Var 2021 2022 Var
Consumo total de água (m3)1 1.695,0 2.998,4 76,9% 7.230,0 8.532,3 18,0%
Intensidade hídrica (m³/GWh) 1 3,7 5,1 35,8% 3,8 3,8 -1,6%
Consumo total de energia elétrica (MWh) 4 4.528,3 3.954,2 -12,7% 11.556,0 10.012,9 -13,4%
Sites certificados pelo Sistema Gestão Ambiental ISO 14001 (%) 5 1,0 0,7 -26,0% 1,0 0,7 -26,0%
Total de hectares de Mata Atlântica e Cerrado restaurados (ha) 6 188,4 144,5 -23,3% 251,5 253,9 1,0%
Total de mudas de árvores produzidas 200.000 217.635 8,8% 1.000.000 1.054.108 5,4%
Total de espécies ameaçadas de extinção conservadas 2 3 50,0% 2 3 50,0%
Investimento em projetos de biodiversidade (R$) 7 7.360.253,0 8.637.278,0 17,4% 16.412.919,7 23.788.738,0 44,9%
Número total de empregados 534 594 11,2% 534 594 11,2%
Mulheres 145 178 22,8% 145 178 22,8%
Homens 389 416 6,9% 389 416 6,9%
8
Alta liderança (gerências e acima) 44 59 34,1% 44 59 34,1%
Mulheres 8 14 75,0% 8 14 75,0%
Homens 36 45 25,0% 36 45 25,0%
Taxa de rotatividade total (%) 424,0% 371,0% -12,5% 1810,0% 1444,0% -20,2%
Taxa de rotatividade voluntária (%) 311,0% 287,0% -7,7% 1585,0% 1256,0% -20,8%
Nº acidentes fatais - colaboradores próprios 0,0 0,0 - 0,0 0,0 -
Social
Nº acidentes fatais - terceiros 0,0 0,0 - 0,0 0,0 -
LTI Rate - colaboradores próprios 0,0 0,0 - 0,2 0,0 -100,0%
LTI Rate - terceiros 0,0 0,3 - 0,0 0,1 -
Recordable Rate - colaboradores próprios 0,0 0,0 - 0,2 0,0 -100,0%
9
Recordable Rate – terceiros 0,6 2,0 214,1% 0,5 1,2 154,3%
Acidentes em comunidades 0 0 - 0 0 -
5
Sites certificados ISO 45001 (%) 100,0% 74,0% -26,0% 100,0% 74,0% -26,0%
Colaboradores próprios treinados em saúde e segurança (%) 10 98,0% 98,9% 0,9% 97,0% 97,1% 0,1%
10
Colaboradores terceiros treinados em saúde e segurança (%) 98,0% 100,0% 2,0% 99,0% 99,6% 0,6%
Membros no Conselho de Administração 11 11 - 11 11 -
Mulheres 3 4 33,3% 3 4 33,3%
Homens 8 7 -12,5% 8 7 -12,5%
Governança Independentes 4 4 - 4 4 -
Conselheiros Internos 7 7 - 7 7 -
Total de parceiros avaliados em critérios de ética e compliance 45 42 -6,7% 179 176 -1,7%
Manifestações recebidas no AES Helpline 11 12 17 41,7% 33 65 97,0%
1 – Considera todas as unidades de negócio em operação. A captação de água aumentou entre os períodos devido ao aprimoramento da contabilização dos ativos eólicos Ventus, Mandacaru e Salinas em 2022;
2 – Somatória de resíduos perigosos e não perigosos destinados;
3 – As emissões de GEE geradas consideram o somatório dos escopos 1, 2 e 3. A Intensidade de emissões considera somente escopos 1 e 2. A diminuição entre os períodos se deve à substituição dos cubículos
alimentadores de energia nos Complexos Eólicos Ventus, Mandacaru e Salinas, que vinham causando um aumento significativo das emissões de hexafluoreto de enxofre (SF6);
4 – Consumo total de energia elétrica proveniente do SIN – Sistema Interligado Nacional;
5 – A partir de 2022, a Companhia definiu que os ativos em operação, incorporados em sua base por meio de M&A, passarão pelo processo de implementação do sistema de gestão no primeiro ano da aquisição,
no segundo ano pela maturidade e consolidação e no terceiro ano pelo processo de certificação externa, devido à necessidade de diagnósticos de adequação e melhoria dos processos, alinhados ao padrão
adotado pela empresa para todos os negócios. A queda entre os períodos se deve à aquisição dos ativos eólicos Ventos do Araripe (PI), Caetés (PE), e Cassino (RS) em 2022;
6 – Pode haver alterações significativas de produtividade entre trimestres devido a eventos climáticos;
7 – O aumento significativo entre os anos de 2021 e 2022 ocorreu pois, a partir de 2022, passamos a considerar também os valores de CAPEX;
8 – Cargos de gerência, diretoria, vice-presidência e presidência;
9 – O aumento no número de acidentes em 2022 se deve quase totalmente às obras de construção do Complexo Eólico Cajuína, e está relacionado ao aumento expressivo no número de colaboradores terceirizados
e consequentemente de horas-homem trabalhadas. Foram executadas ações para redução do indicador;
10 – A AES Brasil possui meta de 95% de participação mensal dos colaboradores nas reuniões de segurança do pessoal AES e terceiros;
11 – Houve aumento em resposta à intensificação da comunicação e treinamentos internos, o que traz maior confiança dos colaboradores no canal AES Helpline, ampliando a sua utilização. O retorno das
atividades presenciais também ocasionou aumento de preocupações e, consequentemente, dos relatos.
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