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Projeto Nacional de Monitoramento do

PINGUIM-DE-MAGALHÃES
Spheniscus magellanicus

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Ministério do Meio Ambiente
Izabela Mônica Teixeira

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade


Rômulo José Fernandes Barreto Mello

Diretoria de Conservação da Biodiversidade


Marcelo Marcelino de Oliveira

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres


João Luiz do Nascimento

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres


BR-230 Km 10, Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, s/n
CEP 58310-000 – Cabedelo-PB
Fone/Fax:(83) 3245-5001

Base Multifuncional do CEMAVE em Florianópolis/SC


Estação Ecológica Carijós / ICMBio
Rodovia Maurício Sirotski Sobrinho s/n, SC 402 – km02, trevo Jurerê
CEP: 88.053-700, Florianópolis/SC
Telefone (fax): (48)3282-2163, 3369-4231 ou 3369-0349

www.icmbio.gov.br/cemave

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Ministério do Meio Ambiente
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Diretoria de Conservação da Biodiversidade
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres

Projeto Nacional de Monitoramento do

PINGUIM-DE-MAGALHÃES
Spheniscus magellanicus

Brasília – 2010

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Grupo de trabalho para elaboração desta versão do
Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Nome do Representante Nome da Instituição e-mail


Ana Luíza Mendes Gomes Centro de Estudos do Mar – UFPR analumgomes12@yahoo.com.br
Andrea Maranho Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos – GREMAR amaranho@iron.com.br
Ariana Fernandes CETAS – IBAMA/SC ariana.fernandes@ibama.gov.br
Aurelea Mäder ARDEA Consultoria Ambiental auremader@yahoo.com.br
Bianca de Luca Altiere Instituto de Pesquisas Cananéia – IPeC drbiluca@yahoo.com.br
Carlos Alexandre Rey Matias Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ camatias@ensp.fiocruz.br
Claudia Niemeyer Departamento de Patologia – FMVZ/USP clauniemeyer@yahoo.com.br
Cristiane K. M. Kolesnikovas Associação R3 Animal criskolesnikovas@gmail.com
Fernando Guerra APA Cananéia-Iguape-Peruíbe fernando.guerra@icmbio.gov.br
Gisele Pires de M. Dantas Depto. Genética e Biologia Evolutiva, IB/USP dantasgpm@gmail.com
Guadalupe Vivekananda PARNA Superagui guadalupe.vivekananda@icmbio.gov.br
Guilherme Tavares Nunes Centro de Estudos Costeiros Limnologicos e Marinhos – UFRGS gtn.biomar@yahoo.com.br
Ingrid Öberg ESREG Santos – IBAMA/SP ingfurlan@gmail.com
Isaac Simão Neto CEMAVE isaac.simao-neto@icmbio.gov.br
Ivone da Veiga Fausto CECLIMAR / CERAM – UFRGS ivonefausto@yahoo.com.br
Jansen de Araujo Depto. de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas/USP jansentequila@usp.br
José Luiz Catão Dias Departamento de Patologia – FMVZ/USP zecatao@usp.br
Juliana de Azevedo Barros Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (NEMA) barros_juliana@hotmail.com
Luis Gustavo Cardoso Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) euvopabv@yahoo.com.br
Lupércio A. Barbosa Organização Consciência Ambiental – ORCA instituto@orca.org.br
Marcelo Verondino Duarte Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina cetrasamigo@hotmail.com
Marcio Barragana APA Cananéia-Iguape-Peruíbe marciobarragana@yahoo.com.br
Norma Labarthe Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ labarthe@fiocruz.br
Patricia Pereira Serafini CEMAVE patricia.serafini@icmbio.gov.br
Paula Baldassin Instituto Argonauta/ IO-USP/ Aquário de Ubatuba paula@institutoargonauta.org
Pryscilla Maracini Aquário de Guarujá pmaracini@yahoo.com.br
Ralph Eric T. D. V. O. Vanstreels Departamento de Patologia – FMVZ/USP ralph_vanstreels@yahoo.com.br
Raquel Sá Velozo IMA - Instituto Mamíferos Aquáticos raquel@mamiferosaquaticos.org
Rodolfo P. da Silva Filho Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), FURG musbird@furg.br
Rodrigo Ribeiro de Freitas Unidade de Zoologia – UNESC digogaucho@gmail.com
Sabrina Destri E. Campos UFF – Universidade Federal Fluminense s.destri@gmail.com
Sheila Dantas Serra IMA – Instituto Mamíferos Aquáticos sheila@mamiferosaquaticos.org
Tânia de Freitas Raso Ornitopatologia – FMVZ/USP tfraso@usp.br
Tânia Rumi Muraoka Núcleo de Fauna – IBAMA/PR Tania.Muraoka@ibama.gov.br
Tassia Frazatti Garcia Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos – GREMAR tassiaafg@hotmail.com
Valeria Ruoppolo International Fund for Animal Welfare – IFAW vruoppolo@ifaw.org
Viviane Lorenzi Carniel Centro de Estudos do Mar – UFPR viviane_carniel@yahoo.com.br

Projeto Gráfico, diagramação e capa


Denys Márcio de Sousa

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Sumário

Apresentação.............................................................................................................7
Parte I – Informações Gerais................................................................. 9
Introdução........................................................................................................... 11
Informações sobre a espécie e sua história natural......................................... 13
Status e ameaças............................................................................................... 18
Parte 2 – Projeto Nacional de Monitoramento do
Pinguim-de-Magalhães – Proposta 2010 – 2015.....................21
Objetivo do Projeto: Contribuir com a conservação do
Pinguim-de-Magalhães..................................................................................... 23
Referências Bibliográficas....................................................................................... 31

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Apresentação

O Brasil é o país que detém a maior biodiversidade em todo o mundo.


Dentre as espécies da avifauna brasileira constam aquelas que realizam movimentos
migratórios sazonais, compartilhando territórios com outros países. As espécies
migratórias sofrem pressões sem fronteiras, geradas ao mesmo tempo pela
intensificação de atividades humanas em seus locais de reprodução e de alimentação/
invernada. Para aves marinhas, as principais consequências destas ações são advindas
da poluição dos oceanos, da captura incidental por artefatos de pesca, da redução
dos estoques pesqueiros pela intensificação da pesca, do turismo desordenado nas
colônias reprodutivas, da introdução de espécies exóticas, das alterações ecológicas
advindas das mudanças climáticas, da introdução de doenças, da perda/degradação/
fragmentação de habitat, entre outros.
A perda da diversidade genética nas populações destes animais, associadas à
falta de informações, de recursos financeiros e de suporte político para as necessidades
e ações de conservação podem vir a refletir no aumento do número de espécies
presentes na Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção,
oficializada pela Instrução Normativa nº. 3 do MMA, de 27 de maio de 2003.
Zelar pela conservação desta rica avifauna nacional é responsabilidade de cada
cidadão brasileiro, porém as iniciativas e medidas a serem adotadas para reverter este
quadro devem ser tomadas de maneira organizada e conjunta, em prol de um objetivo
comum. Assim, é importante a união de esforços dos governos, da sociedade civil e
das instituições de ensino e pesquisa, visando à conservação da nossa biodiversidade.
Ao se considerar ainda a distribuição geográfica transfronteiriça de algumas espécies,
acordos e cooperação internacional também devem ser considerados e almejados.
O pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma espécie de ave
marinha classificada como Quase Ameaçada (IUCN, 2010). Se reproduz em colônias
numerosas distribuídas pela Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas) e Chile, realizando
anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil.
Com o propósito de evitar o agravamento da situação de ameaça do pinguim-
de-magalhães, iniciou-se em 2010 a elaboração conjunta de um Projeto Nacional de
Monitoramento da espécie, buscando sua construção e implementação coletiva. Este
processo envolveu atores da sociedade e do governo brasileiros.
O intuito deste Projeto é ampliar o conhecimento sobre o pinguim-de-
magalhães no Brasil e otimizar os esforços de pesquisa, reabilitação e monitoramento,
possibilitando a contribuição e integração de iniciativas em prol da conservação.
Tratando-se de uma espécie migratória, estas iniciativas devem ser consideradas em
conjunto com outros países da América do Sul, que detém as colônias reprodutivas.

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Este Projeto Nacional de Monitoramento consiste em uma importante união


de esforços e ao compilar as informações disponíveis sobre a biologia da espécie,
identifica os principais fatores de ameaça e propõe uma série de medidas para
implementação em duas áreas temáticas principais (pesquisa e reabilitação/soltura),
identificando atores potenciais e seguindo uma escala de prazos e prioridades, cujo
principal objetivo é contribuir para a conservação da espécie em longo prazo.
Após a implementação, as ações deste Projeto deverão ser monitoradas
anualmente pelos participantes e o Projeto deverá ser revisado a cada cinco anos
(primeira revisão programada para 2015). Esta metodologia foi proposta como forma
de monitorar e avaliar o sucesso das ações propostas e executadas, além de atualizar
as necessidades de conservação. Entretanto, salientamos que revisões emergenciais
poderão ser efetuadas, a qualquer tempo, caso alguma mudança inesperada ameace
a espécie.
Agradecemos a todos os participantes do workshop que foi realizado de 26
a 29 de outubro de 2010 e a todos os colaboradores que trabalharam na formulação
deste Projeto, em todas as suas fases, demonstrando comprometimento com a
conservação da biodiversidade brasileira.

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PARTE 1

Informações Gerais

Foto: Acervo CEMAVE

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Introdução

Pinguins são sentinelas do ambiente marinho e, a partir de sua observação


e estudo, é possível aprender sobre a natureza e intensidade dos impactos humanos
nos oceanos do hemisfério sul (Boersma 2008). Atualmente existem 18 espécies
reconhecidas de pinguins e, embora nenhuma delas se reproduza na costa brasileira,
quatro já foram registradas em nosso litoral durante a migração invernal: pinguim-
rei (Aptenodytes patagonicus), pinguim-de-penacho-amarelo (Eudyptes chrysocome),
pinguim-de-testa-amarela (Eudyptes chrysolophus) e pinguim-de-magalhães
(Spheniscus magellanicus) (Pacheco et al. 1995, Sick 1997). O pinguim-de-magalhães
é a espécie mais comumente registrada no litoral brasileiro e migra desde suas
colônias reprodutivas na região da Patagônia, pelas correntes oceânicas, em busca da
abundância de alimento na plataforma continental brasileira.
Esta espécie é uma das quatro que compõem o gênero Spheniscus, todas de
clima subtropical, e atualmente a espécie é classificada como Quase Ameaçada pela
lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN 2010). A espécie
é particularmente sensível à presença humana, e há sinais que comprovam declínio
populacional nas últimas décadas em várias de suas populações monitoradas (Luna et
al. 2002, Boersma 2008). Sabe-se que a grande maioria dos animais encontrados no
litoral brasileiro são juvenis, de modo que especula-se que este seria o estágio de vida
mais sensível aos impactos ambientais durante a migração no litoral brasileiro (García-
Borboroglu et al. 2010, Mäder et al. 2010).
A ocorrência do pinguim-de-magalhães no Brasil apresenta sazonalidade
anual. Esses pinguins permanecem nas colônias do sul da América do Sul desde
meados de setembro até meados de abril, quando então adultos iniciam sua migração
em direção ao norte utilizando a plataforma continental (Sick 1997, Pütz et al. 2000,
Putz et al. 2007). Já os jovens pingüins parecem migrar mais tarde, começando a
aparecer um junho e permanecendo até novembro em águas brasileiras (Sick 1997,
Petry e Fonseca 2002, Mäder et al. 2010) e estes podem ficar vagando durante até
quatro anos em alto mar.
A migração invernal destas aves ainda é considerada a “caixa preta”
da ecologia desta espécie, e pode esconder informações relevantes para a sua
conservação (Wilson et al. 2005), em especial na costa brasileira. Pouco se sabe sobre
a dieta durante o período migratório, as rotas de migração, a dinâmica migratória ou
os mecanismos ecológicos que permeiam a sobrevivência neste período. Sequer há
estimativas acuradas da mortalidade de animais na costa, ou qual sua distribuição
geográfica durante a migração. E, talvez o mais preocupante, há uma carência
considerável de informações sobre as atividades humanas e pressões a que estão
submetidos durante sua permanência na plataforma continental brasileira, fatores
que podem ameaçar sua conservação. No momento não dispomos, por exemplo, de
dados consistentes sobre a captura incidental de pinguins em redes de pesca (Luna et
al. 2002). Adicionalmente, existe pouca informação sobre o retorno dos indivíduos
que alcançam a costa do Brasil às suas colônias reprodutivas, especialmente os que
alcançam regiões mais distantes de suas colônias, como o litoral nordestino. Desta
forma, um Projeto Nacional de Monitoramento da espécie torna-se uma importante

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ferramenta para reunir a informação existente e motivar a busca por avançar no


conhecimento para elucidar os movimentos migratórios no Brasil, para garantir o bem
estar dos indivíduos e para assegurar a preservação da espécie.
Por outro lado, muitas instituições tem realizado resgate, reabilitação e
soltura dessas aves ao longo do litoral brasileiro. Contudo, não há unificação de
procedimentos e muitas informações têm sido perdidas com a falta de metodologias
compatíveis e de coletas sistemáticas de cunho científico. Entre os pontos mais
críticos está a não utilização de marcadores individuais padronizados na ocasião da
soltura, havendo variados tipos de marcadores em uso com materiais de confecção,
tamanhos e códigos alfanuméricos distintos. Muitas vezes são utilizados marcadores
sem dados que permitam identificação fácil e precisa. A anilha deve identificar a
instituição responsável e o indivíduo, para possibilitar a comunicação do encontro da
ave marcada ao anilhador, após sua liberação natureza, seja pela população ou por
outros pesquisadores (Barbosa-Filho et al., 2007). Ressalta-se, que é exatamente pela
recuperação de anilhas que se pode estudar se os indivíduos sobrevivem no ambiente
após a soltura. E também, conhecer as rotas migratórias ou de dispersão utilizadas,
incluindo o retorno às colônias. Sabe-se que indivíduos marcados em colônias
reprodutivas da Argentina alcançam à costa brasileira, entretanto pouco se sabe sobre
o retorno desses indivíduos para suas colônias de origem. No entanto, de acordo com
dados do Sistema Nacional de Anilhamento (SNA) coordenado pelo Centro Nacional
de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio), apenas nove
anilhadores titulares (categoria Sênior) possuem histórico de anilhamento do pinguim-
de-magalhães com as anilhas padrão CEMAVE no Brasil (Figura 1), dos quais apenas
seis encontram-se em atividade. Considerando-se a existência do Sistema Nacional de
Anilhamento, definido pela IN. IBAMA N° 27 de 2002, que estabelece as diretrizes e
normas para o anilhamento de aves silvestres no país; e considerando que esta espécie
da fauna silvestre do país revela tendências populacionais de decréscimo, justifica-se
o esforço para a execução de um Projeto de Monitoramento padronizado de suas
populações e de indivíduos que aportam no litoral brasileiro.
Além do anilhamento, que é uma técnica de baixo custo, atualmente dispomos
de estratégias variadas e diversas metodologias para estudar e conhecer a distribuição
espacial e a sazonalidade da ocorrência da espécie no território nacional. Ressaltamos
a importância dos monitoramentos de praia, observações de bordo, estudos genéticos,
de isótopos estáveis, marcação e monitoramento por transmissores satelitais, além de

Figura 1 – Anilhas alares de


aço inoxidável padrão CEMAVE
utilizadas para pingüins.
(Foto: IFAW/M. Booth).

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

outras ferramentas para identificar a ecologia migratória. Estudos complementares


aos anteriormente mencionados também são cruciais para a compreensão da espécie
e incluem análises da dieta, estudos de parasitologia, patologia, epidemiologia,
aprimoramento das técnicas clínico-veterinárias, modelagem populacional e de habitat,
entre outros. Somente com um projeto amplo e integrado, que utilize diversas ferramentas
de análise e monitoramento, poderemos ter condições de avaliar a importância da costa
brasileira como parte do ciclo de vida dessas aves, o que deve orientar as políticas de
conservação elaboradas e implementadas pelas autoridades competentes.
Nesta primeira parte, procuramos apresentar uma compilação breve
sobre o conhecimento existente para o pinguim-de-magalhães, a fim de embasar
e contextualizar a segunda parte do Projeto, que apresenta as ações a serem
implementadas nos próximos cinco anos.

Informações sobre a espécie


e sua história natural
Morfologia
O pinguim-de-magalhães Spheniscus magellanicus (Forster 1781), apresenta
na fase adulta cerca de 65 cm de comprimento e peso médio variável entre quatro
e cinco quilos, sendo que os machos são geralmente maiores (Williams 1995, Sick
1997). Nos adultos, a cabeça, bico e dorso são pretos, com a barriga e peito brancos,
e apresentam um colar e uma faixa peitoral negros ao redor da área ventral branca,
características únicas que o distingue das demais espécies do mesmo gênero (Williams
1995). Ainda, possuem uma faixa branca que inicia sobre os olhos e circunda a face
até a garganta. Indivíduos jovens são acinzentados e não apresentam a faixa peitoral
e da face bem demarcadas.
Não possuem pterílias e as suas penas estão distribuídas por toda a superfície
de sua pele, sendo as aves melhor adaptadas à vida aquática. Entre estas adaptações
observamos que seus ossos não são pneumáticos, sendo aves proporcionalmente
pesadas, com pescoço e bicos grossos, pernas curtas com inserção distal, cauda muito
curta, modificação das asas em aletas que funcionam como remos na locomoção
na água, narinas em fendas e glândulas de sal bem desenvolvidas, com a função
de excreção do excesso de sal a que são expostos nas águas marinhas (Sick 1997).
Além de bem adaptados ao ambiente marinho, possuem adaptações ao frio tais como
espessa “almofada” de penas (que armazena camada de ar), uma espessa camada de
gordura e uma reduzida relação corporal de superfície:volume.

Comportamento
Todas as populações de pinguins-de-magalhães são gregárias, tanto em mar
quanto em terra, ocasião em que desenvolvem atividades reprodutivas (Sick 1997).
Acredita-se que devido ao seu comportamento de darem constantes impulsos
para subirem à superfície para respirar, produzem calor devido à intensa mobilidade,

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

utilizando esta adaptação comportamental contra o frio. No ambiente aquático,


remam com as aletas, deslocando-se com bastante agilidade embaixo d´água (Orr
2000). Nadam com velocidade para fugir de seus predadores mais habituais (tubarões,
pinípedes, orcas, entre outros), podendo atingir 36 a 40 km/h, nadando até 170 km
em um único dia (Pütz et al 2007). Utilizam suas patas e membranas interdigitais
como leme, sendo o primeiro dedo dirigido parcialmente para frente, integrando a
membrana natatória (Sick 1997).
Podem permanecer submersos por minutos e alcançando algumas dezenas de
metros de profundidade. Vêm, portanto, à superfície para respirar e para descansar, ocasião
em que flutuam livremente. Em terra, locomovem-se eretos, apoiando-se na cauda para
descansar. Passam boa parte de suas vidas nas colônias e no período não reprodutivo
viajam muitos quilômetros e usam as zonas costeiras como pontos de descanso.
Sick (1997) salienta que a maioria dos pingüins não apresenta qualquer temor
aparente em relação à presença humana em sua proximidade, e isso é particularmente
notável em colônias reprodutivas, em que os animais até se aproximam ativamente
dos visitantes. Entretanto, já existem estudos que mostram que a intensa atividade
turística nas colônias afetam a reprodução (Yorio e Boersma 1992; Gandini e Frere
1996; Cevasco et al. 2001, Boersma, 2008)

Alimentação
Pinguins-de-magalhães são predadores pelágicos ativos e seus deslocamentos
migratórios estão relacionados à busca por alimentação (Stokes et al. 1998, Pütz et al.
2000, 2007), constituída basicamente de peixes (peixes-rei, anchoítas, entre outros),
além de cefalópodes e crustáceos (Frere et al. 1998, Scolaro et al. 1999, Fonseca et
al. 2001, Schiavini et al. 2005, Pinto et al. 2007, Baldassin et al. 2010). São comuns
os registros de bandos de pinguins-de-magalhães adultos com aproximadamente 100
indivíduos e jovens dispersos sob a plataforma continental do extremo sul do Brasil
(Figura 2) em locais com grandes cardumes de Anchoíta (Engraulis anchoita) junto a
bandos de trinta-réis (Sterna sp.) de junho a outubro (Mäder com. pess.).

Figura 2 – Jovem pingüim sob


a plataforma continental do
extremo sul do Brasil durante o
inverno de 2010.
(Foto: Aurélea Mäder)

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Silva e Ruoppolo (2006) ressaltam que as necessidades calóricas da ave


dependem de seu nível de atividade e estado fisiológico. Por exemplo, sabe-se que
o consumo de peixe aumenta durante a pré-muda e cessa durante a muda, sendo
que nesta última os animais se tornam anoréxicos, podendo perder até 50% do peso.
Após a muda, o pinguim volta a consumir grande quantidade de alimento a fim de
restabelecer sua reserva protéica e de gordura.
Estudos da dieta e ecologia alimentar de pinguins encontrados mortos no
litoral brasileiro relatam que seu comportamento alimentar em geral é oportunista,
consumindo predominantemente moluscos cefalópodes (Fonseca et al. 2001, Petry
e Fonseca 2002, Pinto et al. 2007, Baldassin et al. 2010, Mäder et al. 2010b). Isto
representa um contraste em relação ao observado por estudos de dieta na costa
patagônica, que revelam uma dieta composta predominantemente por peixes (Frere
et al. 1998, Scolaro et al. 1999). Sabe-se que existem gradientes latitudinais na dieta
da espécie, e isto reflete uma adaptação dinâmica à disponibilidade alimentar (Wilson
et al. 2005). Adicionalmente foram identificadas diferenças sutis na alimentação de
machos e fêmeas (Forero et al. 2001, 2002), embora não esteja claro como isto pode
afetar a sobrevivência de machos e fêmeas. Contudo, já há alguns grupos de pesquisa
lidando com a questão e buscando verificar diferenças de dieta e sobrevivência entre
machos e fêmeas na costa brasileira, que potencialmente revelarão o papel do sexo na
dinâmica populacional e migratória.
Os estudos existentes com animais encontrados mortos nas praias permitem,
portanto, inferir itens que são alimento da espécie, mas não determinar qual alimento
é o mais importante ou comum para a população no local estudado. Especialmente
porque os resíduos utilizados para determinar as presas (bicos de cefalópodes e otólitos),
permanecem muitas semanas nos estômagos das aves, que podem ter permanecido
períodos sem alimentar-se devido à sua debilidade.

Reprodução
Anualmente, entre o período de setembro a março, grandes colônias de
pinguins-de-magalhães são formadas na costa do Chile, Argentina (Figura 3) e nas
Ilhas Falkland (Malvinas). A maior delas, Punta Tombo, na costa centro-sul Argentina,
recebe em média 175.000 pares reprodutivos (Schiavini et al. 2005, Boersma, 2008).
Em geral os machos chegam às colônias antes das fêmeas iniciando a
ocupação dos ninhos, o comportamento territorial e de conquista. Pinguins-de-
magalhães cavam tocas ou buscam a sombra de arbustos para realizar a postura e
incubação de seus ovos, vocalizando com freqüência e vigorosidade neste período
(Sick 1997). Tanto para a corte quanto para demonstrar comportamento agressivo
e territorial os machos realizam forte e complexo display acústico, erguendo o bico
verticalmente, estendendo as aletas para trás e vocalizando. Assim que chegam às
colônias, as fêmeas também iniciam a realização deste display mútuo. Um display de
reverência precede a cópula, e o animal o direciona para um ou mais animais, girando
em torno do ninho. Os machos geralmente batem as aletas contra o flanco da fêmea
antes da cópula, esta permite a cópula abaixando-se e encostando a região ventral ao
solo, o macho sobe sobre a fêmea e se move posteriormente para o contato cloacal.
Após a postura de dois ovos não se observam mais cópulas entre o par reprodutivo,

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que é monogâmico durante a temporada de reprodução e fiel de ano a ano, se houve


êxito na estação reprodutiva anterior (Silva e Ruoppolo 2006).

Figura 3 – Indivíduos adultos e


juvenis na colônia reprodutiva
de Isla Martillo, Tierra Del
Fuego, Argentina.
(Foto: CEMAVE/Andrei L Roos)

O intervalo entre a postura dos dois ovos é em geral de 3 a 6 dias, sendo que
o ovo atinge 2 a 5% da massa corporal da mãe e o primeiro ovo é ligeiramente maior
que o segundo. Machos e fêmeas compartilham a incubação, alternando-a em períodos
diários e vocalizando intensamente nas mudanças de turno. O período de incubação
dura de 39 a 42 dias e, após a eclosão dos ovos, o cuidado é biparental, com os pais
alternando períodos de alguns dias entre o cuidado parental e a alimentação no mar.
A alimentação dos filhotes é feita pela regurgitação do conteúdo estomacal dos pais.
Estes apenas deixam o ninho quando o filhote já é capaz de termorregular. Nesta fase,
os filhotes agrupam-se em “creches” (Boersma et al. 1990).
Apesar da presença do cuidado parental, não há uma organização familiar.
Em geral, indivíduos com plumagem juvenil não são tolerados por grupos de adultos.
Aos 70 dias de idade, os filhotes com a plumagem juvenil completa e estatura próxima
à de um adulto, saem do ninho e vão para o mar sem o acompanhamento de seus
pais. No final do primeiro ano de vida, os juvenis mudam a plumagem assemelhando-
se aos adultos, contudo a maturidade sexual só é efetivamente atingida entre quatro e
sete anos de idade (Silva e Ruoppolo 2006).

Muda
Nos pingüins, no processo de muda, as penas antigas são empurradas
pelas novas e todas caem quase que simultaneamente. Durante este período as aves
permanecem fora da água, em jejum, por um período de duas a quatro semanas.
Antes de iniciar a muda, a maioria dos indivíduos ingere uma quantidade maior de
alimentos para ganhar massa corporal e uma reserva calórica na forma de gordura
para enfrentar o período de jejum (Sick 1997, Silva e Ruoppolo 2006).

Distribuição e habitat
A espécie se distribui pelas costas leste e oeste da América do Sul. Suas colônias
estão distribuídas desde a Ilha de Algarrobo no Chile até a região da Península Valdés,
na Província de Río Negro Argentina, passando pelo Cabo Horn, no extremo sul da

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

América do Sul. As colônias reprodutivas nas Ilhas Falklands (Malvinas), distantes


cerca de 483 km da costa Argentina, complementam a população atlântica (Del Hoyo
et al 1992, Schiavini et al 2005).

Deslocamentos e Migração
Durante o período reprodutivo, os pinguins-de-magalhães deixam as colônias
para realizar breves deslocamentos em busca de alimentação. Estes deslocamentos
podem ser diários ou durar alguns dias, contudo os indivíduos repetidamente retornam
para suas colônias, a frequência desse retorno está relacionada com o sucesso
reprodutivo (Pütz et al. 2000, 2002, 2007, Wilson et al. 2005, Boersma,2008).
Os movimentos sazonais migratórios dos indivíduos da espécie na costa do
Oceano Atlântico (principalmente das populações das colônias localizadas nas menores
latitudes), são provavelmente influenciados pela intensificação da força da Corrente
das Falkland/Malvinas (Sick 1997, Vooren e Brusque 1999).
Após a reprodução, os indivíduos realizam a muda de penas, o que precede a
alteração do comportamento das aves para uma vida mais pelágica durante a temporada
não-reprodutiva. O pinguim-de-magalhães realiza longas migrações pelágicas, sendo
tais deslocamentos um evento anual e considerado uma das características da espécie
(Del Hoyo et al 1992, Sick 1997, Schiavini et al 2005, Pütz et al 2000, 2007). As aves
que se reproduzem nas colônias ao extremo sul da Argentina (Ilha Martillo – Tierra
Del Fuego) migram até a região da Península Valdés (42ºS), onde permanecem nos
meses de inverno (Pütz et al 2007). Por outro lado, as aves que se reproduzem nas
Ilhas Malvinas são observadas utilizando a plataforma continental argentina, a oeste
do arquipélago (Pütz et al. 2000). Sabe-se, ainda, que as aves que se reproduzem nas
colônias do norte de sua distribuição, como na Península Valdés e em Punta Tombo,
migram para regiões mais ao norte, como a foz do Rio da Prata (35ºS), sendo alguns
indivíduos encontrados até a costa do Brasil (23ºS - Del Hoyo et al 1992, Stokes
et al 1998, Pütz et al 2000). Excepcionalmente, há relatos de animais encontrados
em distâncias ainda maiores, como na Península Antártica, Austrália e Nova Zelândia
(Barbosa-Filho et al. 2007).

Ocorrência no Brasil
Durante a migração para o norte, alguns indivíduos alcançam à costa brasileira,
sendo comum os registros dessas aves no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina (Sick 1997, Petry e Fonseca 2002, Sander et al. 2003, Pinto et al. 2007, Mäder
et al. 2010a). Alguns autores consideram normal a ocorrência da espécie até 23ºS na
costa do Brasil, o que equivale ao litoral do Rio de Janeiro (Del Hoyo et al. 1992, Sick
1997, Stokes et al. 1998, Pütz et al. 2000, 2007). Embora vague apenas ocasionalmente
no litoral nordestino do Brasil, há registros de ocorrência na costa da Bahia (Sick 1997),
Alagoas (Teixeira et al. 1988) e Pernambuco (Carlos et al. 2005). Contudo, pinguins
monitorados com transmissores de sinal via satélite não atingiram a costa brasileira em
diversos estudos (STOKES et al., 1998, PÜTZ et al. 2000; 2002; 2007).
Durante o ano de 2008, a ocorrência da espécie no litoral brasileiro foi
intensificada, com registro de mais de 4.500 aves vivas que atingiram desde o litoral
gaúcho, ao sul, até o Estado da Paraíba, ao Norte, incluindo praticamente todos os Estados

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

da costa brasileira nas regiões Nordeste (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia), Sudeste e Sul. Discute-se a existência de uma ciclicidade
interanual que leva a episódios atípicos de encalhe de animais, tais como registrados em
2008 e em outros anos (García-Borboroglu et al. 2010, Mäder et al. 2010a).
É possível que o fenômeno tenha causas naturais, associadas a um inverno
mais rigoroso, a El Niño, Oscilação Sul ou a alterações da dinâmica oceanográfica
da Convergência Subtropical. Observou-se que após eventos de tempestade muitos
pingüins debilitados aparecem na costa do sul do Brasil (Sick, 1997, Mäder 2009).
A corrente das Malvinas traz águas frias e nutrientes representando um sistema
de alta produtividade de biomassa (Ciotti et al. 1995). Por esta razão, hipotetiza-se que
a convergência subtropical desempenhe um papel determinante no padrão migratório
dessas aves no litoral brasileiro, uma vez que tudo indica que o comportamento
migratório parece ser predominantemente moldado pela distribuição alimentar
(Stokes e Boermsa 1999, Pütz et al. 2000, 2007). No entanto, estudos precisam ser
desenvolvidos para o conhecimento adequado desta intrigante dinâmica migratória, e
de suas possíveis associações com eventos climáticos globais.

Figura 4 – Juvenis de pinguim-


de-magalhães devolvidos ao
mar após reabilitação com
marcadores alares do CEMAVE
(Foto: IFAW/M. Booth).

Status e Ameaças
As numerosas colônias reprodutivas de pinguim-de-magalhães localizadas nas
costas do Atlântico estão com uma população estimada em cerca de 950.000 pares
(IUCN 2010). A espécie não é considerada globalmente ameaçada, pois é o pinguim mais
abundante nas regiões temperadas, com uma população mundial estimada em 1.300.000
pares reprodutivos. Apesar disso, as duas maiores colônias da Argentina vêm passando
por acentuada diminuição populacional nas últimas décadas (IUCN 2010). Populações de
pinguim-de-magalhães têm decrescido principalmente na sua maior colônia reprodutiva,
localizada em Punta Tombo (Chubut, Argentina, Schiavini et al. 2005).
As razões para esta diminuição populacional são variadas, incluindo a
destruição de habitat e o turismo desordenado, a redução da disponibilidade de
alimentos devido à pesca predatória, a poluição marinha e os derramamentos de óleo

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

ao longo da costa, a captura incidental na pesca, entre outras ameaças (Del Hoyo et
al. 1992, Gandini et al. 1994, Petry e Fonseca 2002, Schiavini et al. 2005, García-
Borboroglu et al. 2006, Pinto et al. 2007, Mäder et al. 2010a). Muitas das colônias
reprodutivas não foram recenseadas há muitos anos, e a falta de compreensão sobre
a dinâmica metapopulacional complica ainda mais uma verdadeira compreensão do
estado de conservação da espécie.
Durante a migração invernal, diversos desafios de origens distintas são
enfrentados por estes animais. Em decorrência destas situações, o grande número
de carcaças encontradas nas praias brasileiras sugere que nosso litoral seja uma
importante área de ocorrência da espécie (Petry e Fonseca 2002, Garcia-Borboroglu
et al 2010). Apesar deste cenário, ainda há poucos dados sobre as enfermidades e as
causas de mortalidade dos animais ao longo da plataforma continental brasileira e sua
costa (Mäder et al. 2010a).
Alguns fatores têm sido apontados como particularmente importantes no
enfraquecimento e mortalidade dos pinguins-de-magalhães durante a migração, entre
eles a contaminação dos oceanos com petróleo e derivados, os acidentes com redes de
pesca, a ingestão de detritos antropogênicos e parasitoses gastrointestinais (Fonseca et
al 2001, Mäder et al. 2010a). Em 37% dos estômagos coletados em 2002-2003 no Rio
Grande do Sul foram registrados itens não orgânicos (Mäder et al. 2007) e em 62%
nas coletas mais recentes de Mäder et al. (2010b).
Os indivíduos que são resgatados passam por triagem e recuperação, neste
momento os animais podem apresentar-se com diversas enfermidades. Além dos
sinais clássicos de desidratação e subnutrição, podem ser evidenciados ferimentos,
traumatismos, intoxicação por óleo e derivados, regurgitação secundária à ingestão
de corpos estranhos como anzol e outras infecções (Ellis e Branch 1994, Cranfield
2003). Dentre as doenças de maior importância estão a aspergilose e a malária, porém
outras desordens, infecciosas ou não, interferem e dificultam o processo de reabilitação
(Clarke e Kerry 1993, Ellis e Branch 1994, Cranfield 2003). O diagnóstico preciso e a
instituição precoce de tratamento adequado podem contribuir favoravelmente para o
sucesso na recuperação e conservação dessas aves.
Uma das ameaças mais latentes e de impacto pouco esclarecido são as
capturas incidentais da espécie pela frota pesqueira industrial brasileira e a ausência de
maiores detalhes sobre a complexa interação do pinguim-de-magalhães com a pesca
artesanal. Cardoso et al (2010, in prep.) registraram a captura incidental de dezenas
de indivíduos em uma única viagem de pesca com redes de emalhe no litoral do Rio
Grande do Sul. Alguns estudos na costa Pacífica documentaram a importância da
mortalidade de pinguins por captura incidental em redes de pesca, demonstrando que
em alguns casos mais de 1300 animais podem morrer em um único episódio (Simeone
et al. 1999, Majluf et al. 2002). Ainda mais difícil de estimar são os impactos indiretos
da pesca sobre a espécie por competição pelo pescado, que levam à mortalidade
por causas secundárias relacionadas ao reduzido sucesso alimentar. Os achados
mais recentes de elevada mortalidade de pinguins no litoral brasileiro apontam um
baixo sucesso de forrageamento como um dos principais fatores envolvidos (Garcia-
Borboroglu et al 2010). A elaboração de um diagnóstico sobre a conservação dos
pinguins em território nacional e a sua relação com a pesca e a manutenção de um
banco de dados com informações históricas sobre a interação destas aves com esta

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

atividade comercial seria ferramenta útil e imprescindível para entender plenamente


suas ameaças e gerir ações em prol de sua mitigação. A aproximação com o setor
pesqueiro, em especial com mestres e tripulações, além de gerar valioso aprendizado
sobre a relação dos pescadores com o mar e suas espécies poderá auxiliar a abordagem
a ser adotada para a implementação de ações conservacionistas.
Ferramenta importante a ser considerada é a sensibilização dos pescadores
e empresários da pesca, que muitas vezes estão desprovidos de informações sobre a
importância da conservação dos pinguins, da biodiversidade e do ambiente marinho
em geral. Os efeitos deste esforço necessário seriam a adoção voluntária de medidas
de mitigação e a efetiva modificação do comportamento dos pescadores em relação
às questões ambientais. Experiências anteriores motivam esta iniciativa e demonstram
que este é um dos caminhos preferenciais a serem seguidos. O conhecimento advindo
destes esforços pode gerar ainda normatizações específicas para o setor, tais como
o Decreto n° 4.810, de 19 de agosto de 2003, que prevê a utilização de medidas
de mitigação específicas para evitar a captura de aves e tartarugas marinhas por
embarcações, conquista advinda dos esforços que culminaram e integram o Plano de
Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis – Planacap.
Quanto aos problemas associados à contaminação dos oceanos com petróleo
e derivados, foi demonstrado que na década de 1980 os incidentes envolvendo aves
petrolizadas ocorriam com frequência ao longo da costa da América do Sul resultando
em causa importante de mortalidade e decréscimo populacional (Boersma et al. 1990).
Nos últimos 20 anos diversos relatos de pingüins petrolizados foram documentados e
publicados, indicando que esta ainda é uma ameaça importante à espécie (Gandini
et al. 1994). Estima-se um grande número de pinguins morrem devido à poluição
crônica com petróleo ao longo da costa argentina (Gandini et al. 1994). Quantidades
consideráveis de animais petrolizados ainda são regularmente encontradas na costa
sul brasileira (Rodrigues et al. 2010, Mäder et al. 2010a), e várias instituições têm se
aplicado ao atendimento e reabilitação destas aves, devolvendo muitos indivíduos ao
mar (Figura 4).
As liberações de petróleo por vazamentos acidentais ou naufrágios são uma
fonte possível de contaminação, contudo não a mais importante, a fonte principal
de petróleo e derivados nos oceanos é advinda de água de lastro contaminada com
óleo ou limpeza de tanques (Boersma 1987, Gandini et al. 1994). Mesmo pequenas
quantidades de óleo podem afetar a capacidade de termorregulação dos pinguins e
sua habilidade de se manter nos oceanos, forçando os animais a virem para as praias
(Ruoppolo et al. 2004).
O incremento dos esforços de pesquisa e reabilitação dos animais afetados
juntamente com medidas preventivas e de controle contra vazamentos de óleo são
cruciais para a compreensão e minimização das tendências demográficas das populações
da espécie. Atualmente existem protocolos padronizados publicados no Brasil e no
mundo, que são utilizados em vários centros de reabilitação do país, entretanto há
ainda necessidade de capacitação técnica do pessoal que os aplica. Ressaltamos o
protocolo de tratamento e reabilitação de pinguins petrolizados utilizado com eficácia
pelo Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM, Museu Oceanográfico/
FURG) e também por outras entidades que adotaram estes procedimentos (Ruoppolo
et al. 2004, Silva e Ruoppolo 2006).

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PARTE 2

Projeto Nacional de
Monitoramento do
Pinguim-de-Magalhães

Proposta 2010-2015

Foto: IFAW/D. Vaquero

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Objetivo do Projeto:
Contribuir com a conservação do
pinguim-de-magalhães

Tema Pesquisa

Meta 1 – Maximização de recursos e esforços para a pesquisa


Ação 1.1 – Identificar os pesquisadores diretamente relacionados com a pesquisa de
pinguim-de-magalhães no Brasil.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 10/01/2011
Indicador: banco de dados elaborado
Interlocutor: Gisele P. M. Dantas(IB – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), Carlos A.R. Matias (FIOCRUZ),
Patrícia P. Serafini (CEMAVE), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ – USP) e Viviane L.
Carniel(CEM)

Ação 1.2 – Identificar pesquisadores e instituições nacionais e internacionais potencialmente


parceiras.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 10/01/2011
Indicador: banco de dados elaborado
Interlocutor: Gisele P. M. Dantas (IB – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), Carlos A.R. Matias (FIOCRUZ),
Patrícia P. Serafini (CEMAVE), Ralph E.T.O.Vanstreels (FMVZ – USP), Valeria Ruoppolo
(IFAW) e Viviane L. Carniel (CEM)

Ação 1.3 – Identificar linhas de pesquisa dos pesquisadores cadastrados junto ao


Banco de Dados.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 10/01/2011
Indicador: banco de dados elaborado
Interlocutor: Gisele P. M. Dantas (IB – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder(ARDEA), Carlos A.R.Matias (FIOCRUZ),
Patrícia P. Serafini (CEMAVE), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ – USP) e Viviane L.
Carniel (CEM/UFPR)

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Ação 1.4 – Identificar projetos ativos e potenciais envolvendo o pinguim-de-magalhães


no âmbito científico nacional.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 10/01/2011
Indicador: banco de dados elaborado
Interlocutor: Gisele P. M. Dantas (IB – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder(ARDEA), Carlos A.R.Matias (FIOCRUZ),
Patrícia P. Serafini (CEMAVE), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ – USP) e Viviane L.
Carniel (CEM/UFPR)

Ação 1.5 – Elaborar banco de dados com as informações geradas pelas ações 1 a 4.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 10/01/2011
Indicador: banco de dados elaborado
Interlocutor: Gisele P. M. Dantas (IB – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder(ARDEA), Carlos A.R.Matias (FIOCRUZ),
Patrícia P. Serafini (CEMAVE), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ – USP) e Viviane L.
Carniel (CEM/UFPR)

Ação 1.6 – Manter o banco de dados atualizado


Prioridade: Média
Dificuldade: Baixa
Data limite: atividade contínua
Indicador: banco de dados atualizados semestralmente durante 5 anos
Interlocutor: Patricia P. Serafini(CEMAVE)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), Carlos A.R. Matias (FIOCRUZ),
Gisele P.M. Dantas (IB – USP), Ralph E.T.O. Vanstreels(FMVZ – USP) e Viviane L.
Carniel (CEM/UFPR)

Ação 1.7 – Elaborar manual prático de campo com recomendações para coleta e
armazenamento de dados e amostras biológicas
Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 10/03/2011
Indicador: manual em pdf divulgado
Interlocutor: Ralph E.T.O. Vanstreels(FMVZ – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Carlos A.R. Matias(FIOCRUZ), José Luiz Catão Dias(FMVZ
– USP), Cris K.M. Kolesnikovas (R3 Animal), Gisele P. M. Dantas (IB – USP), Jansen
de Araujo (Virologia USP), Paula Baldassin (Instituto Argonauta/ IO-USP/Aquário de
Ubatuba), Sabrina D.E. Campos (UFF) e Tânia Raso (FMVZ – USP)

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Ação 1.8 – Atualizar o manual prático de campo.


Prioridade: Média
Dificuldade: Baixa
Data limite: atividade contínua
Indicador: manual atualizado semestralmente
Interlocutor: Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Patricia P. Serafini (CEMAVE), Valeria Ruoppolo (IFAW), Paula
Baldassin (Instituto Argonauta/ IO-USP/Aquário de Ubatuba)

Ação 1.9 – Oferecer cursos de técnicas de coleta de material biológico em aves


marinhas.
Prioridade: Média
Dificuldade: Alta
Data limite: 04/2012
Indicador: curso realizado
Interlocutor: Aurélea Mäder(ARDEA)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como José Luiz Catão Dias (FMVZ – USP), Claudia Niemeyer (FMVZ
– USP), Jansen de Araujo (Virologia USP), Marcio Barragana(APA CIP ICMBIO),
Patrícia P. Serafini (CEMAVE), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ – USP), Paula Baldassin
(Instituto Argonauta/ IO-USP/Aquário de Ubatuba) e Sabrina D.R. Campos(UFF)

Meta 2 – Identificação e fomento ao desenvolvimento de linhas de pesquisa


prioritárias e complementares
Ação 2.1 - Identificar áreas de conhecimento necessárias para a execução da meta.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Baixa
Data limite: 28/10/2010
Indicador: áreas identificadas
Interlocutor: todos
Colaboradores: Todos aqueles que contribuíram, notadamente os presentes no
workshop.

Ação 2.2 - Identificar e divulgar fontes de fomento.


Prioridade: Média
Dificuldade: Média
Data limite: 28/10/2011
Indicador: relatório elaborado e divulgado
Interlocutor: Valéria (IFAW)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), José Luiz Catão Dias (FMVZ – USP),
Patrícia p. Serafini (CEMAVE) e Viviane L. Carniel (CEM/UFPR)

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Ação 2.3 – Sintetizar o conhecimento sobre o pinguim-de-magalhães no Brasil na área


de história natural.
Prioridade: Média
Dificuldade: Alta
Data limite: 28/10/2011
Indicador: relatório elaborado
Interlocutor: Aurélea Mäder (ARDEA)
Colaboradores nas diferentes áreas do conhecimento: Genética – Gisele P. M. Dantas
(IB – USP), Etologia – Cris K. M. Kolesnikovas (R3 Animal), Migração – Claudia
Niemeyer (FMVZ – USP), Dieta – Aurélea Mäder (ARDEA), Interações ecológicas –
Guilherme T. Nunes (UFRGS)

Ação 2.4 – Sintetizar o conhecimento sobre os impactos ao pinguim-de-magalhães


no Brasil.
Prioridade: Média
Dificuldade: Alta
Data limite: 28/10/2011
Indicador: relatório elaborado
Interlocutor: Claudia Niemeyer (FMVZ – USP)
Colaboradores nas diferentes áreas do conhecimento: Pesca – Luis Gustavo Cardoso
(FURG), Saúde pública – Carlos A.R. Matias (FIOCRUZ), Enfermidades Infecciosas
– Jansen de Araujo (Virologia USP), Enfermidades não infecciosas – Ralph E.T.O.
Vanstreels(FMVZ – USP), Poluição marinha – Paula Baldassin (Instituto Argonauta/
IO-USP/Aquário de Ubatuba) e Viviane L. Carniel (CEM/UFPR)

Ação 2.5 – Realizar fórum de identificação de lacunas e prioridades em pesquisa com


pinguim-de-magalhães.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 05/2012
Indicador: fórum realizado
Interlocutor: Claudia Niemeyer(FMVZ – USP)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já
se dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), José Luiz Catão Dias (FMVZ –
USP), Gisele P. M. Dantas (IB – USP), Patrícia p. Serafini (CEMAVE), Paula Baldassin
(Instituto Argonauta/ IO-USP/Aquário de Ubatuba), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ –
USP), Sabrina D.E. Campos (UFF).

Ação 2.6 – Elaborar documento alertando os órgãos de fomento sobre as áreas


prioritárias de pesquisa para a espécie alvo.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Baixa
Data limite: 30 dias após o fórum
Indicador: Documento encaminhado aos órgãos de fomento
Interlocutor: Patricia P. Serafini (CEMAVE)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como José Luiz Catão Dias (FMVZ – USP), Claudia Niemeyer (FMVZ
– USP), Guilherme T. Nunes (UFRGS), Luis Gustavo Cardoso (FURG)

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Meta 3 – Difusão integrada do conhecimento.


Ação 3.1 – Publicar o Projeto Nacional de Monitoramento do pinguim-de-magalhães.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 12/2010
Indicador: Projeto publicado
Interlocutor: Patricia P. Serafini (CEMAVE)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir

Ação 3.2 – Consolidar a lista de discussões on line.


Prioridade: Alta
Dificuldade: Baixa
Data limite: 11/2010
Indicador: número de e-mails cadastrados
Interlocutor: Aurélea Mäder (ARDEA)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Patricia P. Serafini (CEMAVE)

Ação 3.3 – Disponibilizar banco de dados e manual prático de campo on line.


Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 10/04/2011
Indicador: banco de dados disponível
Interlocutor: Patricia P. Serafini (CEMAVE)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA) e Gisele P. M. Dantas (IB – USP)

Ação 3.4 – Elaborar boletim informativo sobre pinguim-de-magalhães.


Prioridade: Média
Dificuldade: Alta
Data limite: 28/04/2011
Indicador: 1 boletim em pdf gerado por semestre
Interlocutor: Aurélea Mäder (ARDEA)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Paula Baldassin (Instituto Argonauta/ IO-USP/Aquário de
Ubatuba)

Tema Reabilitação e Soltura


Meta 4 – Implantação de programas de resgate, reabilitação, soltura e monitoramento.
Ação 4.1 – Realizar diagnóstico das instituições existentes que realizam trabalhos com
a espécie-alvo, identificando potencialidades e lacunas.
Prioridade: Alta

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Dificuldade: Média
Data limite: 07/2011
Indicador: Relatório contendo diagnóstico elaborado
Interlocutor: Valeria Ruoppolo (IFAW)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Andrea Maranho (GREMAR/CRAM-REVIVA), Andrea Rosa
(IBAMA Santos), Ana L.M. Gomes (CEM/UFPR), Bianca L. Altiere (IPeC), Claudia
Niemeyer (FMVZ - USP), Ingrid Öberg (IBAMA Santos) , Paula Baldassin (Instituto
Argonauta/ IO-USP/Aquário de Ubatuba) e Tássia F. Garcia (GREMAR/CRAM-REVIVA).

Ação 4.2 – Realizar mapeamento das áreas de ocorrência da espécie-alvo ao longo da


faixa litorânea brasileira.
Prioridade: Média
Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2013
Indicador: Relatório contendo mapeamento elaborado
Interlocutor: Pryscilla Maracini (Aquário do Guarujá)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se dispuseram,
tais como Claudia Niemeyer (FMVZ – USP), Fernando Guerra (ICMBio), Gisele P. M. Dantas
(IB USP), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ USP) e Raquel S. Velozo (IMA)

Ação 4.3 – Estruturar e regularizar os Centros de Reabilitação (CRs) já existentes.


Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2013
Indicador: Número de CR´s regularizados
Interlocutor: Marcelo V. Duarte (Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Ana L.M. Gomes (CEM/UFPR), Ariana Fernandes (CETAS/SC), Cris
K.M. Kolesnikovas (R3 Animal), Ingrid Öberg (IBAMA Santos), Valeria Ruoppolo (IFAW),

Ação 4.4 – Criar novos CRs e Unidades de Estabilização (UEs) nas lacunas identificadas
pelo diagnóstico feito na ação 1.1
Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2016
Indicador: Número de CR´s criados em áreas de lacuna
Interlocutor: Paula Baldassin (Instituto Argonauta/ IO-USP/Aquário de Ubatuba)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Andrea Maranho (GREMAR/CRAM-REVIVA), Cris K.M.
Kolesnikovas (R3 Animal), Tássia F. Garcia (GREMAR/CRAM-REVIVA)

Ação 4.5 – Realizar uma oficina entre os profissionais envolvidos nos trabalhos de
monitoramento, resgate, reabilitação e soltura dos pinguins para a elaboração de um
protocolo único.
Prioridade: Alta

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2012
Indicador: Oficina realizada
Interlocutor: Rodolfo P. Silva Filho (CRAM)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Andrea Maranho (GREMAR/CRAM-REVIVA), Ana L.M. Gomes
(CEM/UFPR), Claudia Niemeyer (FMVZ USP), Paula Baldassin (Instituto Argonauta/
IO-USP/Aquário de Ubatuba), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ USP), Tássia F. Garcia
(GREMAR/CRAM-REVIVA), Valeria Ruoppolo (IFAW)

Ação 4.6 – Formalizar uma rede de instituições envolvidas na conservação da espécie-alvo.


Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 01/2012
Indicador: Rede criada e formalizada
Interlocutor: Sheila D. Serra (IMA)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Pryscilla Maracini (Aquário do Guarujá)

Ação 4.7 – Criar e manter um banco de dados sobre a espécie-alvo.


Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 01/2013
Indicador: Banco de dados elaborado
Interlocutor: Maurício Tavares (CECLIMAR-UFRGS)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente Ivone V. Fausto
(CECLIMAR-UFRGS)

Ação 4.8 – Fomentar a capacitação dos atores envolvidos diretamente nos trabalhos
de resgate, reabilitação, soltura e monitoramento da espécie-alvo
Prioridade: Média
Dificuldade: Média
Data limite: 01/2013 (contínua)
Indicador: Número de ações de capacitação e de capacitados
Interlocutor: Norma Labarthe(FIOCRUZ)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se dispuseram,
tais como Ana L.M. Gomes (CEM/UFPR) e Cris K.M. Kolesnikovas (R3 Animal)

Ação 4.9 – Captar recursos financeiros (estratégia de marketing, gestão junto a empresas
privadas e órgãos públicos, etc) e estabelecer critérios para a aplicação dos mesmos.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2013 (contínua)
Indicador: Montante de recurso captado e investido
Interlocutor: Guadalupe Vivekananda (ICMBio)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se dispuseram,
tais como Ana L.M. Gomes (CEM/UFPR) e Cris K.M. Kolesnikovas (R3 Animal)

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Meta 5 – Educação e difusão de conhecimento.


Ação 5.1 – Criar e implementar programas de informação e sensibilização da população,
identificando e capacitando agentes e líderes locais para difundir a importância da
conservação da espécie alvo.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 07/2011 (contínua)
Indicador: Programas de informação e sensibilização da população em geral implementados.
Interlocutor: Sheila D. Serra (IMA)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se dispuseram,
tais como Andrea Rosa (IBAMA Santos), Claudia Niemeyer (FMVZ USP), Ingrid Öberg
(IBAMA Santos), Ivani (IBAMA Santos), Pryscilla Maracini(Aquário do Guarujá)

Ação 5.2 – Publicar relatório anual das atividades desenvolvidas pela rede e os
resultados obtidos.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 01/2013 (contínua)
Indicador: Relatórios publicados.
Interlocutor: Valéria Ruoppolo (IFAW)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Ana L.M. Gomes (CEM/UFPR), Andrea Maranho (GREMAR/
CRAM-REVIVA), Gisele P. M. Dantas (IB USP), Paula Baldassin (Instituto Argonauta/
IO-USP/Aquário de Ubatuba), Ralph E.T.O. Vanstreels (FMVZ USP), Tássia F. Garcia
(GREMAR/CRAM-REVIVA)

Meta 6 – Influenciar a elaboração e execução de políticas públicas de maneira


a facilitar os trabalhos de conservação da espécie.
Ação 6.1 – Propor, rever e atualizar periodicamente as normativas oficiais e sugerir adequações
das mesmas ao conhecimento científico e às necessidades de conservação da espécie.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2012 (contínua)
Indicador: Normativas oficiais abordadas
Interlocutor: Ingrid Öberg (ESREG Santos)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Claudia Niemeyer (FMVZ USP)

Ação 6.2 – Solicitar assentos para a rede (ação 1.6) nos conselhos ambientais, comitês
e câmaras técnicas de ordenamento pesqueiro.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Baixa
Data limite: 01/2013
Indicador: Número de Conselhos com participação de membros da rede
Interlocutor: Ingrid Öberg (ESREG Santos)
Colaboradores: todos

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Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães

Ação 6.3 – Contatar os órgãos licenciadores para incluir o estudo da espécie-alvo


nos termos de referência dos licenciamentos de empreendimentos que interfiram no
ambiente marinho e costeiro.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Alta
Data limite: 01/2012 (contínua)
Indicador: Termos de referência abordando o tema proposto
Interlocutor: Lupércio A. Barbosa (Instituto ORCA)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), Cris K.M. Kolesnikovas (R3 Animal)
e Guilherme T. Nunes (UFRGS)

Ação 6.4 – Recomendar aos órgãos licenciadores que os projetos a serem desenvolvidos
decorrentes de compensações e mitigações de empreendimentos impactantes na
ecologia da espécie contemplem as prioridades do Projeto Nacional de Monitoramento
do pinguim-de-magalhães.
Prioridade: Alta
Dificuldade: Média
Data limite: 01/2012
Indicador: Recomendações enviadas em forma de Informação Técnica e/ou Ofício
Interlocutor: Isaac Simão Neto (CEMAVE)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Aurélea Mäder (ARDEA), Guilherme T. Nunes (UFRGS), Ingrid
Öberg (IBAMA Santos)

Ação 6.5 – Sugerir que os dados coletados por condicionantes de licenciamentos


envolvendo monitoramento/resgate de pinguins sejam encaminhados aos bancos de
dados da rede no formato apropriado.
Prioridade: Média
Dificuldade: Baixa
Data limite: 01/2012
Indicador: Ofícios encaminhados com a sugestão proposta
Interlocutor: Isaac Simão Neto (CEMAVE)
Colaboradores: Todos aqueles que puderem contribuir, notadamente os que já se
dispuseram, tais como Ingrid Öberg (IBAMA Santos)

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