Você está na página 1de 6

QUEBRA-PEDRA

Nome Científico: Phyllanthusniruri L.

Família botânica: Phyllanthaceae (exEuphorbiaceae)

Sinonímias: P. asperulatus Hutch , P. filiformis Pav. exbaill , P. lathyroides Kunth , P


niruri var. genuinusMüll. Arg.

Nomes populares: erva-pombinha, erva-de-bombinha, arrebenta-pedra e erva-de-quebrante.

Origem ou Habitat: América. 

OBSERVAÇÃO: Além da espécie Phyllanthusniruri outras espécies são utilizadas como por exemplo


a Phyllanthussellowianus Mull. Arg., PhyllanthusurinariaL., Phyllanthustenellus Roxb. e uma planta
de outro gênero da família Euphorbiaceae -Euphorbiaprostata Aiton - são igualmente utilizadas
como quebra-pedra. 

Características botânicas: Phyllanthusninuri é uma erva ereta com até 50 cm de altura, caule


muito fino, folhas dísticas, oblongas, curto-pecioladas e base assimétrica, com até 1 cm de
comprimento, cuja disposição nos râmulos faz lembrar folhas compostas pinadas, com estípulas
avermelhadas. Flores unissexuais, pequenas, amarelas ou esverdeadas, dispostas na parte inferior
dos ramos. Fruto capsular medindo até 1 mm de diâmetro.
Euphorbiaprostata é uma erva rasteira, pilosa, latescente, de talos rosados, folhas de 0,2-1,1 cm de
comprimento e 0,5 cm de largura, simples, largo-elípticas até abovadas ou ovadas, assimétricas na
base, membranosas, alternas. Inflorescência tipo ciátio isolado, saindo do caule e ramos laterais, de
até 0,1 cm de diâmetro. Fruto tipo cápsula, de cerca de 0,1 cm de diâmetro. 

Partes usadas: toda a planta, folhas, frutos, sementes e raízes.

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha


As partes aéreas ou a planta toda são empregadas na forma de infuso ou decocto para o tratamento
de pedras nos rins e como diurético ,dor nas costas.
Segundo a literatura
O decocto da planta inteira é empregado contra febres palúdicas e hidropsia (acúmulo de
serosidades em qualquer parte do corpo) (CUELLAR & ESTEVEZ, 1980). WENIGER & ROBINEAU
(1988) citam o uso da planta inteira como depurativo, diurético, antidiabético e como febrífugo. A
raiz de quebra-pedra é usada para curar a icterícia, quando raspada e moída com leite (CUELLAR &
ESTEVEZ, 1980) ou como decocção com xarope de raspas de laranja (LUTZEMBERGER, 1985). Nas
afecções hepáticas são usadas em chás caseiros tanto as raízes, quanto as folhas (SOUZA et al.,
1991). As últimas também têm sido empregadas como tônico, antidiabético e para combater as
cólicas renais e da bexiga proveniente de cálculos (CUELLAR & ESTEVEZ, 1980). O suco dos frutos é
administrado nos casos de glicosúria (LUTZEMBERG, 1985). 

Composição química: As partes aéreas de Phyllanthusniruri apresentam lignanas, alcalóides,


triterpenos e flavonóides. A semente possui óleo fixo, contendo ácido linolênico, compostos
flavônicos, triterpenóides derivados do lupeol e esteróides (GUPTA et al., 1984; SYAMASUNDAR et
al.,1985; JOSHI et al.,1986; HNATYSZYN et al., 1987; NEGI & FAKHIR, 1988; TEMPESTA et al., 1988;
SINGH et al., 1989; HUANG et al., 1992).

Ações farmacológicas: A ação antiespasmódica de extratos de Phyllanthusniruri pode estar


relacionada aos alcalóides ou flavonóides presentes (CALIXTO et al., 1984; SOUSA et al., 1991).
Estudos clínicos realizados com o chá de quebra-pedra permitiram concluir a respeito do seu efeito
benéfico no tratamento de litíase, facilitando a eliminação de cálculos já formados. Além disso,
houve um retardo no crescimento de cálculos vesicais a nível experimental em ratos. O uso por 3
meses não causou efeito tóxico crônico, assim como não provocou modificações no volume urinário
ou nos parâmetros bioquímicos do sangue e urina analisados (SANTOS, 1990). Os extratos
hidroalcoólicos de Phyllanthusniruri, P. tenellus, P. urinaria e P. corcovadensis mostraram potente
ação antinoceptiva em vários modelos experimentais (GORSKI et al., 1993; SANTOS et al., 1995).
Alguns compostos acíclicos (SINGH et al., 1989) e um efeito protetor de extratos aquosos contra
substâncias citotóxicas (DHIR et al., 1990). Para extratos
de Phyllanthusniruri ePhyllanthusamarus tem sido relatado um efeito benéfico no tratamento de
hepatite B; entretanto, os resultados de vários experimentos realizados para demonstrar esta
atividade, são conflitantes (VENKATESWARAN et al., 1987; MEHROTRA et al., 1990; THAMLIKITKUL
et al., 1991; YEH et al., 1993; DOSHI et al., 1994; BLUMBERG et al., 1989; LEELARASAMEE et al.,
1990; THYAGARAJAN et al., 1988; NIU et al., 1990). O extrato aquoso de P. niruri inibiu a
transcriptase reversa do vírus tipo-1 da síndrome da imunodeficiência humana “HIV-1-RT” (OGATA
et al., 1992).
O tratamento da hepatite B com quebra-pedra foi patenteado por uma empresa norte-americana,
sendo que este efeito é obtido com cápsulas gastroresistentes, uma vez que as substâncias com
atividade antiviral são degradadas no estômago (MATOS, 1994).

Interações medicamentosas: não são relatadas e não há estudos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Planta bem tolerada nas doses usuais, em altas doses pode causar
diarréia, diurese acentuada e hipotensão.(ALONSO,2004) 

Contra-indicações: A espécie Phyllanthusniruri deve ser evitada na gestação e


lactação(ALONSO,2004); por precaução, as outras espécies de Phyllanthus também devem ser
evitadas.

Posologia e modo de uso: Preparar o abafado com uma colher de sobremesa para 1 xícara de
água quente , verter a água sobre a planta rasurada, cobrir por 10 minutos, coar e tomar 1 xícara 3x
ao dia por 3 semanas.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 

CALIXTO, J.B. et al Antispasmodic effects of an alkaloid extracted from Phyllanthussellowianus: a comparative study
with papaverine. Bras. J. Med. Biol. Res., [S.I], v. 17, p. 313-21, 1984. 

CUELLAR, A.C.; ESTEVEZ, P.F. Estúdio fitoquímico preliminar de plantas cubanas. V. Phyllanthusniruri,
Euphorbiaceae. Rev. Cub. Farm., v. 14, n. 1, p. 63-68, 1980. 
DHIR, H. et al. Protection afforded by aquous extracts of Phyllanthus species against cytotoxicity induced by lead and
aluminium salts. Phytotherapy Res., v. 4, n. 5, p. 6-172, 1990. 

GORSKI, F. Potent antinociceptive activity of a hydroalcoholic extract of Phyllanthuscorcovadensis. J. Pharm.


Pharmacol., v. 45, p. 9-1046, 1993. 

GUPTA, D.R.; AHMAED, B. Nirurin: a new prenylated flavanone glycoside from Phyllanthusniruri. J. Nat Prod., v. 47, n.
6, p. 63-958, 1984. 

GUPTA, Mahabir P. (ed.). 270 Plantas MedicinalesIberoamericanas. Santafé de Bogotá, D. C. – Colômbia: CYTED-SECAB,
1995. 

HUANG, Y.L; CHEN, C.C.; OU, J.C. Isolintetralin: a new lignanfromPhyffanthusniruri. Planta Med., v.58, p.473, 1992. 
JOSHI. B.; GAWAD, D.H.; PELLETIER, S.W.; KARTHA, G.; BHANDARY, K. Isolation and structure (X-ray analysis) of ent-
norsecurinine, an alkaloid from Phyllanthus rerun. J. Nat Prod., v.49, n.4, p. 614-20, 1986. 

LEELARASAMEE, A.; TRAKULSOMBOON, S.; MAUNWONGYATHI, P.; SOMANABANDHU, A.; PIDETCHA, P.; MATRAKOOL,
B.; LEBNAK, T.; RIDTHIMAT, W.; 
CHANDANAYINGYONG, D. Failure of Phyllanthusamarus to eradicate hepatitis B surface antigen from symptomless
earners. Lancet, v.335, n.8705, p. 1600-1, 1990. 

LUTZENBERGER, L. Revisão da nomenclatura e observações sobre as angiospermas citadas na obra de Manuel


Cypriano D'Ávila: "Da flora medicinal do Rio Grande do Sul". Porto Alegre: Faculdade de Biologia da UFRGS, 1985. 

LUTZENBERGER, L. Revisão da nomenclatura e observações sobre as angiospermas citadas na obra de Manuel


Cypriano D'Ávila: "Da flora medicinal do Rio Grande do Sul". Porto Alegre: Faculdade de Biologia da UFRGS, 1985.
Dissertação de Bacharelado em Ciências Biológicas, ênfase em Botânica. 

MATOS, F.J.A. Farmácias Vivas - Sistemas de Utilização de Plantas Medicinais Projetado para Pequenas Comunidades.
Fortaleza: EUFC, 1994. 

NEGI, R.S. & FAKHIR, T.M. Simplexine (14-hydroxy-4-methoxy-13,14-dihydronorsecurinine): an alkaloid from


Phyilanthus simplex. Phytochemistry, v.27, n.9, p.3027-8,1988. 

OGATA, T.; HIGUCHI, H.; MOCHIDA, S.; MATSUMOTO, H.; KATO, Α.; ENDO. T.; KAJI, Α.; KAJI, H. HIV-1 reverse
transcriptase inhibitor from Phyilanthusniruri. AIDS Res. Hum. Retroviruses, v.8, η.11, p.1937-44, 1992. 

SANTOS, D.R. Chá de quebra-pedra (Phyllanthusniruri) na litíase urinária em humanos e em ratos. Tese. Curso de Pós-
Graduação em Nefrologia. Escola Paulista de Medicina. Doutorado. São Paulo. 1990. 

SINGH et al., 1989) 


SOUSA, M. P.; MATOS, M. E. O.; MATOS, F. J. A.; MACHADO, M. L. L; CRAVEIRO, A. A. Constituintes químicos ativos de
plantas medicinais brasileiras. Fortaleza: EUFC, 1991. 

SYAMASUNDAR, K.V.; SINGH, B.; THAKUR, R.S.; HUSAIN, Α.; KISO, Υ.; HIKINO. H. Antihepatotoxic principles of
Phyilanthusnirvri herbs. J. of Ethnopharmacology, V.14, p.41-4, 1985. 

VENKATESWARAN et al., 1987; MEHROTRA et al., 1990; THAMLIKITKUL et al., 1991; YEH et al., 1993; DOSHI et al.,
1994; BLUMBERG et al., 1989; 
LEELARASAMEE et al., 1990; THYAGARAJAN et al., 1988; NIU et al., 1990). 

VENKATESWARAN, P.S.; MILLMAN, I.; BLUMBERG, B.S. Effects of an extract from Phyilanthusniruri on hepatitis Β and
woodchuck hepatitis viruses: in vitro and in vìvo studies. Proc. Nati. Acad. Sci. USA., v.84, n.1, p.274-8. 1987. 
WENIGER & ROBINEAU 1988 

Você também pode gostar