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BOLDO SETE-DORES

Nome Científico: Plectranthus barbatus  Andrews

Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)

Sinonímias: Coleus barbatus (Andr.) Benth.


Nomes populares: boldo, boldo-de-jardim, boldo-africano, boldo-silvestre, boldo-nacional,
falso-boldo, boldo-do-reino, malva-santa, malva-amarga, sete-sangrias, sete-dores, folha-de-oxalá,
tapete-de-oxalá.

Origem ou Habitat: É originária da Índia (LORENZI; MATOS, 2008).

Características botânicas: é um arbusto perene, pubescente, com aproximadamente 1,5m de


altura. Folhas com 4 – 8 cm de comprimento, 2,5 – 6 cm de largura, simples, opostas, ovado-
oblongas, com margem dentada, pubescentes em ambas as faces, pecioladas. Inflorescência ereta,
do tipo racemo. Flores azul-violáceas , com até 2 cm de comprimento, hermafroditas, fortemente
zigomorfas, 5 pétalas e 5 sépalas, corola bilabiada, lábio inferior maior, em forma navicular. Fruto
formado por quatro núculas.

Partes usadas: folhas

Uso popular: O chá preparado por infusão ou maceração a frio é empregado na má digestão e
azia e mal-estar gástrico em geral, bem como em desordens hepáticas. Usa-se mascar as folhas
engolindo o sumo lentamente para tratamentos de azia.
Também emprega-se a planta externamente no combate de piolhos.

Composição química: As folhas fornecem até 0,1% de óleo essencial rico em guaieno e
fenchona, responsáveis pelo seu aroma, alguns constituintes fixos de natureza terpênica, como a
barbatusina e ciclobarbatusina, e outros compostos correlatos e princípios amargos (MATOS, 2000).

Interações medicamentosas: Não usar junto com metronidazol ou dissulfiram (ANVISA).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Segundo Simões et al. (1986), apesar de terem sido
constatadas várias atividades biológicas para Coleus barbatus, sua ação terapêutica ainda não foi
totalmente estabelecida.
Preparações muito concentradas ou uso prolongado podem causar irritação gástrica. Há também
registro de um caso de sensibilidade a esta espécie.

Contra-indicações: Não deve ser utilizado em gestantes, lactantes, crianças, pessoas com
hipertensão (pressão alta), hepatites e obstrução das vias biliares. Pessoas que fazem uso de
medicamentos para o sistema nervoso central devem evitar o uso(ANVISA).

Posologia e modo de uso: O infuso é preparado com uma colher de chá das folhas secas ou
com uma colher de sopa das folhas frescas picadas para uma xícara de chá de água fervente.
A maceração é obtida a partir de uma colher de sopa das folhas frescas picadas para uma xícara de
chá de água fria. Deixa-se em repouso por 10 horas, coando-se a seguir.
No combate de piolhos: o decocto das folhas é misturado numa caneca com sabão de coco ou
glicerina sob aquecimento, deixando-se esfriar e endurecer.
Observações: É muito utilizado na medicina ayurvédica a espécie denominada C. forskohlii, na
Índia(9). Na literatura consultada somente Cunha et al. (2003) considera Coleus forskohlii como uma
espécie distinta de Plectranthus barbatus (sin. Coleus barbatus).

Referências:

ALASBAHI, R. H.; MELZIG, M. F.; Plectranthus barbatus: a review of phytochemistry, ethnobotanical uses and
pharmacology - Part 1. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 76, n. 7, p. 61-653, mai. 2010.

ALBUQUERQUE,R. L. et al Diterpenos tipo abietano isolados de Plectranthus barbatus Andrews. Química


Nova, v. 30, n. 8, p. 1882-1886, nov. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n8/a16v30n8.pdf
- Acesso em: 10 de setembro de 2010.

ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p.
52-59.

BRUNETON, J. Farmacognosia: Fitoquímica, Plantas Medicinales. Tradução de Á. V. del Fresno; E. C. Accame;


M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. p. 645

CARRICONDE, C. et al. Plantas medicinais & plantas alimentícias. Olinda: Centro Nordestino de Medicina
Popular, 1996.

COSTA, M. A. et al Plantas e Saúde: Guia introdutório à fitoterapia. Brasília: Governo do Distrito Federal,
1992.

COSTA, M.C.C.D.; Uso popular e ações farmacológicas de Plectranthus barbatus Andrews. (Lamiaceae):
revisão dos trabalhos publicados de 1970 a 2003. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 8, n.
2, p. 81-88, 2006.

CUNHA, A. P.; SILVA, A. P.; ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 2003. p. 246-247.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP:
Instituto Plantarum, 2008. p. 328-329.

MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleções e emprego de plantas usadas em fitoterapia no


Nordeste brasileiro. Fortaleza: EUFC, 1989.

MARDEROSIAN, A.; LIBERTY, L. E. Natural product medicine: a scientific guide to foods, drugs, cosmetics.
Philadelphia: George F. Stickley, 1988.

SIMÕES, C.M.O. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986

WANG, Y. Q. et al Studies on the chemical constituents of Coleus forskohlii. Zhong Yao Cai, China, v. 32, n. 9,
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ZHANG, W.; KONG, L.; Chemical constituents in the introduced Coleus forskohlii. Zhongguo Zhong Yao Za
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http://www.tropicos.org/Name/17602720?tab=synonyms - acesso em 2010.


PESQUISAR: Matos FJA, Alencar JW, Craveiro AA, Machado MIL 1988. Características distintivas de duas
espécies de Coleus usadas em medicina popular. X Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, São Paulo,
Brasil

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