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SETE-SANGRIAS 

Nome Científico: Cuphea carthagenensis   (Jacq.) J.F.Macbr.

Família botânica: Lythraceae

Sinonímias: Balsamona pinto Vand., Cuphea balsamona Cham. & Schltdl., Lythrum


carthagenenseJacq., Cuphea pinto Koehne

Nomes populares: sete-sangrias, erva-de-sangue, pé-de-pinto, guanxuma-vermelha 

OBS.: Várias espécies de Cuphea são denominadas popularmente “sete-sangrias”. Este nome foi
dado pelo caboclo brasileiro por acreditar, ainda no tempo em que se usava fazer sangria nos
doentes, que seu infuso valia por sete "sangrias". O gênero Cuphea, com mais de 200 espécies,
encontra-se distribuído em vários países, sendo no Brasil a sua maior representação (HOEHNE,
1939). 
Existem no Brasil outras espécies deste gênero com características, propriedades e nomes populares
semelhantes: Cuphea racemosa (L.f.)Spreng. , Cuphea mesostemonHoehne e Cuphea
calophylla Cham&sch. 

Origem ou Habitat: É nativa de toda a América do Sul e ocorre como planta ruderal de
crescimento espontâneo em pastagens e terrenos baldios de todo o Brasil, sendo considerada
indesejada pelos agropecuaristas.

Características botânicas: Cuphea carthagenensis é uma erva ereta, com até 0,6 m de altura,
muito ramificada, setosa-pubescente, caule avermelhado, às vezes base lenhosa. Folhas 0,9-3,5 c,
de comprimento e 0,4-1,6cm de largura, simples, opostas, elípticas a lanceoladas, ásperas,
pecioladas, pubescentes. Flores com 2 bracteolas, dispostas nas axilas das folhas, cerca de 0,5 cm de
comprimento, cálice gamossépalo, internamente piloso, pétalas violáceas ou rosadas, obovadas,
presas no ápice do cálice, estames inclusos, inseridos mais ou menos na metade do cálice, ovário
súpero. Semente alada. 

Uso popular: Segundo as comunidades da Ilha de Santa Catarina


As partes aéreas C. carthagenensis são empregadas na forma de decocto, internamente como
depurativo do sangue, para ativação da circulação, em distúrbios do coração, para diminuir a taxa
de colesterol e para diabetes. Outra espécie de sete-sangrias , a C. calophylla Cham.& schltdl. é
utilizada nestas comunidades com as mesmas indicações.
Segundo a literatura
As plantas do gênero Cuphea são consideradas na medicina popular como laxativas e anti-
inflamatórias (SOEZIMA et al., 1992); febrífugas (HOEHNE, 1939; GONZÁLEZ et al., 1994);
depurativas (HOEHNE, 1939; GRENAND et al., 1987). Na Guatemala, o decocto de Cuphea
carthagenensis é utilizado no tratamento da gonorréia e no Brasil é usado como antimalárico. No
México, o extrato aquoso das folhas frescas de Cuphea calophyllaé utilizado como hipotensor e
diurético. Cuphea glutinosa é considerada emenagoga e o decocto de Cuphea strigulosa é usado no
Peru como antidiarréico e estomáquico (GONZÁLEZ et al., 1994), em irritação das vias respiratórias e
insônia como indicação popular , e uso comprovado na prevenção de doenças cardiovasculares,
diminuição do colesterol e e antioxidante(MARONI 2006 plantas botucatu);em doses mais
concentradas o infuso é usado externamente para psoríase e outras dermatoses(FRANCO 2004
med. Dos simples) 

Composição química: Estudos demonstraram que as partes aéreas de Cuphea


carthagenensis contêm os ácidos graxos, ácido láurico e ácido mirístico, β-sitosterol, estigmasterol,
β-amirina, ácidos betulínico e ursólico, além da nova substância cartagenol (GONZÁLEZ et al., 1994).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A literatura consultada não informa sobre efeitos adversos
nas doses recomendadas. Doses altas podem causar diarréia (Terra ,água e chá 1995);não é indicado
o uso em crianças ( LORENZI 2008 ) Uma pessoa que usou aCuphea carthaginensis referiu ter tido
reação alérgica (coceira pelo corpo, picaçada) e que, após três tentativas de uso com a mesma
reação , atribuiu o fato ao uso da planta.(informação coletada por Simionato,C.) 

Contra-indicações: Estudos em ratos não mostraram alterações na gestação, não significando


que possa ser usada em humanos sem mais pesquisas. Também não é indicado seu uso em crianças.

Posologia e modo de uso: Infuso –uma colher de sobremesa da parte aérea em 1 xícara de


água ,tomar até 3 xícaras ao dia
Xarope – preparar ao infuso 1 xícara média de açúcar, levar ao fogo até dissolver e tomar uma
colher de sopa 3 vezes ao dia para tosse, respiração difícil e insônia (LORENZI 2008) 

Referências: 

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas e plantas: A medicina dos simples. 6.ed. Erechim: EDELBRA, 2001. 207 p. 

HOEHNE, F. C. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais. São Paulo: Departamento de Botânica do Estado,
1939. p. 206-209.

GONZÁLEZ, A. G.; VALENCIA, E.; BERMEJO BARRERA, J.; GRUPTA, M. P. Chemical components of Cuphea species.
Carthagenol: a new triterpene from C. carthagenensis. Planta Med., [S.I.], v. 60, p. 592-593, 1994. 

GRENAND, P.; MORETTI, C; JACQUEMIN, H. Pharmacopéas tradicionales en Guyane. Paris: Orstom, 1987 
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, 2008. 
MARONI, B. C.; DI STASI, C.; MACHADO, S. R. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu: guia ilustrado. São Paulo:
UNESP, 2006. 194p. 

SOEZIMA et al., 1992)

http://toptropicals.com/catalog/uid/cuphea_carthagenensis.htm - acesso em 09/06/2011


http://www.virboga.de/Cuphea_carthagenensis.htm - acesso em 09/06/2011
http://www.hear.org/starr/images/species/?q=cuphea+carthagenensis&o=plants&s=date
- acesso em 09/06/11
htpp://www.tropicos.org - acesso em 09 de junho de 2011

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