Falando da ESPATODEA.

Depois desta linda árvore originária da África estar tão espalhada pelo mundo,
ela está integrada em nos biomas brasileiros.
Entretanto, esta espécie tem sofrido campanhas para serem removidas, sendo
suas flores taxadas de tóxicas para abelhas, fato este controverso. Os estudos
que afirmam esta toxicidade para as abelhas são antigos e limitados em sua
metodologia. Sim, são encontrados insetos mortos em suas flores assim como
em outras espécies de plantas (1). A causa ainda está em aberto, pois a
determinação dos componentes químicos de seu néctar não identificou toxinas
para insetos (2). Por outro lado, existem dados mostrando que larvas de
borboletas crescem nestas árvores e se alimentam de suas folhas. E ainda,
vários compostos com potencial terapêutico foram isolados desta planta que é
usada na medicina popular em outros países (3)
Aí deparamos com outro aspecto bem importante. A espatodea é polinizada
principalmente por beija-flores, contribuindo para sua manutenção em nossa
fauna urbana (4). Se pensarmos num equilíbrio da fauna devemos considerar a
relação das flores da espatódea com maior número de espécies.
Somando-se a isto, devemos ainda lembrar dos benefícios que estas arvores,
como muitas outras conferem principalmente ao ambiente urbano atuando na
melhoria de várias características do microclima.

(Glaucia Santelli)

Referências:
1- P. Cintra, O.Malaspina, O.C. Bueno. PLANTAS TÓXICAS PARA ABELHAS,
out./dez., 2005. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.72, n.4, p.547-551.
2- Adriana Flach. Ecologia química de Maxillariinae, Spathodea campanulata e
Meliponiinae. (2005). Tese de Doutorado, UNICAMP P. Cintra, O.Malaspina, O.C.
Bueno. PLANTAS TÓXICAS PARA ABELHAS, out./dez., 2005. Arq. Inst. Biol., São
Paulo, v.72, n.4, p.547-551.
3- E.J.T.Mbosso e cols Spathoside, a cerebroside and other antibacterial constituents
of the stem bark of Spathodea campanulate. 2008.Natural Product Letters, 22,4:296-
304.
4- V. R. A. Pimentaa , M. M. Diasa & M. G. Reisa Hummingbird (Aves: Trochilidae)
assemblage using resources from the exotic African tuliptree, Spathodea campanulata
(Bignoniaceae) in a Neotropical altered environment, southeastern Brazil. 2020.
Brazilian Journal of Biology 1678-4375 (Online).  Ahead of Print     1/7 1