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Curso de Farmácia Turno Noite

Projeto – Ciclo 2 (Núcleo 10 - Farmácia)

Mini Revisão Cravo da Índia

Celyane Ribeiro Cadó


Luana Cristina Chagas
Lucas Rocha Pinho
Luís Carlos Lanzillota
Márcia Maria Pinto de Almeida
Suely Araújo dos Santos
Thaís da Silva Ferreira

1. Descrição botânica

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O cravo da índia é da ordem da magnoliophyta ou angiosperma
antigamente classificada como dicotiledôneas, mas recentemente modificada
pelo Grupo de Filogenia das Angiospérmicas (Angiosperm Philogeny Group
– APG), que entendem que a dicotiledônea como eudicotiledôneas, são
plantas que possuem dois cotilédones e grão de pólen do tipo tricolpado ou
derivado deste (RAPINI, 2012)
As plantas angiospermas constituem de
cerca de 235.000 espécies, compondo o maior
grupo de plantas, são amplamente diversificadas
no que se refere às suas estruturas vegetativas,
a principal característica das Angiospermas são
as flores, que podem se apresentar isoladas
ou reunidas em inflorescências (cachos,
espigas).
Deste modo são da Classe magnoliopsida eudicotiledôneas,
reforçando plantas com flor, cujo embrião (semente) contém dois ou mais
cotilédones, com axial e folhas com nervação reticulada (AMARAL e SILVA
FILHO, 2010; RAPINI, 2012).
A sua ordem é Myrtales e família myrtaceae, com distribuição
predominantemente pantropical. As flores aromáticas de Myrtaceae são
polinizadas por diversos insetos, esta família é constituída de 140 gêneros e
cerca de 300 espécies que são ricas particularmente em óleos essenciais.
O gênero do cravo da índia é Syzygium, o seu nome botânico inicial é
Syzygium Aromaticum (L.) segundo pesquisadores Merrill & Perry, sendo
uma árvore que chega a altura de 12 a 20 metros, duram aproximadamente
100 anos, atualmente o óleo do cravo da índia, também é denominada
conforme outros pesquisadores de Eugenia caryophyllus; Eugenia
caryophyllata Tumb, Caryophyllus aromaticus L. e Eugenia aromatica
(MAEDA et al. 1990).

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2. Generalidades
O craveiro é nativo das ilhas Molucas, na Indonésia, principalmente
próximo as regiões vulcânicas, onde cresce naturalmente e segundo histórias
nativas, era uma árvore muito respeitada pela população como se fosse uma
mãe, sendo evitado molestá-la com o fogo proveniente de tochas ou fogueiras
e também com o barulho, principalmente na época da floração para que
propiciasse uma farta colheita que trazia riquezas para estas ilhas.
Deste modo, o cravo da índia já era conhecido na China de 260 antes de
Cristo, denominado “tinghiang”, usada para refrescar o hálito, elaboração de
perfumes e incensos, enfeitar e conservar os alimentos. No ocidente seu uso é
registrado desde a época dos romanos a sua difusão ocorreu através das
expedições principalmente marítimas européias que o levavam para diferentes
regiões, principalmente o continente europeu onde era considerado um produto
raro e no final do século XVI, um quilo de cravo da índia correspondia ao valor
de sete gramas de ouro.
No início do século XVII, os holandeses que dominavam a Indonésia,
eliminaram diversos craveiros, para valorizar o seu valor, entretanto na
segunda metade do século XVIII, os franceses o levaram para ser plantado em
outras partes do mundo, acabando com o monopólio holandês e o Museu de
Astronomia e Ciências Afins (MAST) relata que em 1813 havia craveiros no
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (MAST, 1990).
Atualmente, no Brasil, os craveiros estão com maior concentração no
estado da Bahia, dando sombra aos cacaueiros ou em produções únicas, e
segundo a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, a zona rural
de Taperoá, cidade a três horas de Salvador, concentra uma das maiores
produções comercial de cravo-da-índia do país e a Bahia tem oito mil hectares
de área plantada com uma produção média de seis mil toneladas por ano,
sendo o terceiro produtor mundial (GLOBO RURAL, 2014; OLIVEIRA e
ARRUDA, 2021).

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O cultivo é feito por pequenos e médios agricultores e vai de setembro a
fevereiro, sendo que o craveiro começa a produzir economicamente 10 anos
após o plantio e o ponto de maturação ideal para a colheita é antes da abertura
da flor, é colhido os botões florais secos: quando as flores ainda estão
fechadas, em botão, após o quinto ano de vida da planta. A secagem dos
botões florais secos: ao sol por, aproximadamente, quatro dias, até adquirirem
coloração escura, ao sol ou em estufas, o armazenamento dos botões florais
secos deve ser em sacos papéis ou plástico ou recipientes de vidro bem
fechados. O grande desafio da produção do cravo-da-índia é a colheita, devido
à altura das árvores para garantir bons frutos (GLOBO RURAL, 2014).
O cravo da índia também é conhecido por cabecinha, cravoária e
rosa-o que garante um produto com mais peso e qualidade, cravo-da-índia, em
outros idiomas caryophylli (latim), clove (inglês), clavo (espanhol), clou de
girofle (francês), garòfano d'India (italiano).
A palavra “cravo” deriva do latim “clavus“, que significa “prego”, pode
ser encontrado na forma inteira, moído, em pó e no formato de óleo essencial,
sendo muito versátil, podendo ser usado como tempero, ingrediente de bolos e
biscoitos; bebidas e até mesmo como remédio natural. Além do seu sabor doce
e aromático, o craveiro e o cravo da índia têm óleo essencial com benefícios
medicinais, como efeitos analgésicos, antiinflamatórios, antifúngicos,
bactericidas, afrodisíaco, entre outros (MAZZAFERA, 2003; ALMEIDA et al.
2013; RADÜNZ, 2017.

3. Descrição macroscópica do Cravo da Índia

O craveiro tem uma copa bem verde, de formato piramidal. As folhas


são semelhantes às do louro, ovais, opostas e
de coloração verde brilhante, com numerosas
glândulas de óleo visíveis contra a luz

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O craveiro tem uma flor completa o cravo da índia composta por órgãos
femininos e masculinos e possui uma haste denominada pedúnculo ou
pedicelo, cuja porção superior, alargada, é o receptáculo, no qual se inserem
as demais peças florais: as sépalas e as pétalas (apêndices estéreis);
androceu ou estames (antera e filete) estruturas de reprodução masculinas;
e os carpelos ou gineceus (estigma, estilete, ovário e óvulo), conjunto das
estruturas femininas (AMARAL e SILVA FILHO, 2010; MENDES e CHAVES,
2015, PIMENTEL, 2016).

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As flores são pequenas, branco-amareladas, agrupadas em cachos terminais
Os cravos-da-índia que usamos na culinária são, na
realidade, os botões florais (ainda não abertos) desta
planta, que são retirados e após irão para secagem.

.O fruto é do tipo baga e de formato alongado,


suculentos, vermelhos e comestíveis. Aroma forte e
penetrante, mas são poucos usados ou comercializados.

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O botão floral, após seco, tem coloração castanho-enegrecida, com
1,0 a 2,1 cm de comprimento e 0,2 a 0,4 cm de
diâmetro na porção do botão; apresenta na sua
porção inferior do gineceu (órgão reprodutor
feminino), de quatro lados algo achatado, na
parte superior do gineceu tem um cálice com
quatro sépalas divergentes, pontiagudas,
espessas, as quais circundam uma região
globosa formada por quatro pétalas
imbricadas, membranosas, de coloração mais
clara, dispostas em forma de domo, sob a qual
se encontram numerosos estames (órgão reprodutor masculino) recurvados
para dentro, inseridos em um disco côncavo.

4. Indicações terapêuticas
Os botões de cravo têm em sua caracterização fitoquímica a presença
de cerca de 20% de óleo volátil rico em eugenol com concentração variando de
85 a 95%. Este óleo essencial possui utilização na medicina e continua sendo
objeto de estudos pela sua ampla diversidade de atividades farmacológicas e
biológicas, como: analgésico, anestésico, antiinflamatório e antibacteriano
(TELLES et al. 2019).
As folhas do craveiro podem ser aproveitadas por terem
aproximadamente 95% do óleo extraído enquanto a flor também tem o óleo
variando de variando de 70 a 85%. Outros componentes dessa fração são
acetato de eugenol (15%) e Beta-Cariophileno (5 a 12%), que juntos com
eugenol somam 99% do óleo. O Beta-Cariophileno, responsável pelo odor
pouco doce, apimentado, amadeirado, cítrico, adstringente,
Nos estudos de Grandi, em 2014, também foram encontrados no óleo de
cravo da índia: cavicol ou chavicol (fenilpropeno – odorizante em perfumaria),
cafeína (alcalóide estimulante), flavonóides (ação antioxidante), ésteres (cera
visa reter água na planta) e taninos (fenol vegetal gosto amargo para proteger
a planta de animais).

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A obtenção comercial do óleo é feita principalmente a partir do cravo, o
eugenol é componente majoritário do óleo essencial de cravo-da-índia, sendo
possivelmente principal responsável, juntamente com os demais terpenos 1 pelo
alto percentual de atividade antioxidante encontrado pelo método de captura de
radicais livres e pela forte atividade bactericida in vitro (testado fora do
organismo em células em laboratório) frente à Staphylococcus Aureus 2,
Escherichia Coli3, Listeria Monocytogenes4, Salmonella entérica sorovar Typhi 5
(RADÜNZ, 2017).
O óleo de cravo da índia In situ (testado no próprio organismo ou
material), é potencialmente efetivo no combate de frente ao Staphylococcus
Aureus em produtos cárneos análogos a hambúrgueres, sendo mais efetivo do
que o conservante químico (RADÜNZ, 2017).
Em outros estudos realizados por Beraldo et al. (2013), mostraram que
na extração do óleo essencial do cravo da índia, pelo método de arraste a
vapor, a composição química foi de 77,58% de eugenol, o que comprova que
1
Os terpenos têm como únicos elementos presentes carbono e hidrogênio são responsáveis
pelo odor das plantas, pois são voláteis, possuem propriedades inseticida, bactericida,
fungicida, fitoterápica, solvente de gordura, entre outras, os terpenos podem ser utilizados na
conservação de alimentos, nos cuidados à saúde, à beleza, e na agricultura orgânica como
inseticida, como produtos de aromatização da casa e até na limpeza doméstica. Outros
terpenos: Mirceno no capim-limão, manga, Limoneno nas frutas cítricas, Pineno no Eucalipto,
sálvia, pinheiros, Linalol da Lavanda, lírio, etc. FELIPE e BICA, 2017.
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Bactéria gram-positiva normalmente na pele e na mucosa das pessoas, principalmente boca e
nariz, sem causar danos. No entanto, quando o sistema imunológico está comprometido ou
quando há alguma ferida, essa bactéria pode proliferar e atingir a corrente sanguínea, muito
comum em ambientes hospitalares, pode variar desde uma infecção mais simples, como a
foliculite, por exemplo, até uma endocardite, sepse e morte (LEVINSON, 2016).
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Bactéria que habita naturalmente o intestino das pessoas e de alguns animais, sem que haja
qualquer sinal de doença. No entanto, há alguns tipos são nocivos para as pessoas e que
entram no organismo devido ao consumo de alimentos contaminados, por exemplo, causando
gastroenterite com diarréia intensa e com muco ou sangue (LEVINSON, 2016).
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Bacilo encontrado no solo, lodo e água, podendo ser transmitida através do consumo de água
e alimentos contaminados, como leite não pasteurizado, queijos, verduras, frutos do mar e
salsicha (LEVINSON, 2016).
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As salmonelas são bactérias que habitam naturalmente o intestino das pessoas e de alguns
animais, sem que haja qualquer sinal de doença. No entanto, há alguns tipos são nocivos,
como Salmonella entérica sorovar Typhi que através de alimentos contaminados entram no
organismo humano causando gastroenterite com diarréia intensa e com muco ou sangue
(LEVINSON, 2016).

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há grande quantidade desse composto o que embasou o seu uso como
sanitizantes na indústria de alimentos, em função de menores concentrações
necessárias para a inibição microbiana.
De acordo com Delespaul et al. (2000), o eugenol encontrado no cravo
da índia possui, também possui ampla ação contra fungos como Aspergillus
niger (mofo preto dos alimentos), Saccharomyces cerevisiase (levedura de
cerveja- sabor alcoólico), Cândida albicans (presente em regiões do organismo
humano, mas que imunodeficiêntes causam sérios problemas), e
bactérias como a Lactobacillus acidophilus (lactobacilos protetores intestinais),
Streptococus mutan (agente causador da cárie dentária) e Bacillus cereus
(para o ser humano pode levar a intoxicação alimentar).
Na odontologia, estudos relatam que o gel feito a partir de botões do
cravo possui atividade anestésica semelhante à benzocaína, sendo
uma alternativa a este anestésico em odontologia (PRAMOD et al. 2010).
Estudos experimentais com animais usando o óleo de cravo da índia foi
observado que o óleo pode ser usado como antiinflamatório e cicatrizante em
caso de queimaduras que causam feridas cutâneas usuais, auxiliando a
coagulação ou necrose de coagulação, zona de estase e zona de hiperemia,
não apresentando o mesmo efeito em feridas cortantes (VALENTE, 2006).
Cabe também considerar que estudo com o óleo de cavo da índia com
simulação computacional (In Silico) utilizando ratos indica que o eugenol tem
efeitos favoráveis para o tratamento e prevenção de diversos cânceres e
células mutagênicas, mas ainda há pouco conhecimento sobre a toxicidade
desse componente (OLIVEIRA e ARRUDA, 2021).
Um estudo com ratos sobre o efeito de estimulante sexual do cravo da
índia indicou que o extrato etanólico de 50% de cravo produziu um aumento
significativo e sustentado na atividade sexual de ratos machos normais, sem
qualquer ulceração gástrica claramente visível e efeitos adversos, e esta
eficácia afrodisíaca resultante do extrato poderá dar suporte a outros estudos
do uso em distúrbios sexuais (TAJUDDIN et al. 2004).

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Foi percebido, entre outros que nos organismos vivos, a atividade
anticancerígena do acetato de eugenila em células de câncer de próstata e
câncer escamoso oral, a atividade acaricida inibindo a
descalcificação e promovendo remineralização (SANTOLIN, 2019). .

5. Efeitos adversos – toxicologia do cravo da índia


No estudo da toxicologia deve ser considerado que toda substância,
mesmo aquelas consideradas benéficas para o ser humano, dependendo das
condições de exposição, dose administrada ou absorvida, tempo e freqüência
de exposição e vias de administração pode se tornar tóxica (OGA et al. 2021).
Em estudos sobre o uso de óleo de cravo da índia em lactentes foi
observado por Lane et al. (1991), após a administração oral acidental de óleo
deste cravo, em uma criança de sete meses de idade, que desenvolveu
depressão do sistema nervoso central, anormalidades urinárias e acidose
metabólica. Além de o relato de Brown et al. (1992), sobre outra criança de dois
anos que também ingeriu, acidentalmente, aproximadamente 10 mL de óleo de
cravo da índia, desenvolvendo lesão hepatocelular. Ambos os relatos sugerem
a toxicidade em potencial dessa espécie, de forma que se recomende cautela
no uso da planta durante a lactação (CASALI e PEREIRA, 2019).
Num estudo de Valente et al. 2009 ao realizar uma revisão bibliográfica
sobre os efeitos tóxicos do cravo da índia, foi encontrado que:
 Quanto ao uso na odontologia, o uso do eugenol proveniente do cravo
da índia enquanto em baixas concentrações ter efeito antiinflamatório na polpa
dental, no entanto, a aplicação direta no tecido pulpar pode causar um extenso
dano tecidual e seu uso freqüente é neurotóxico e irritante das mucosas,
especialmente quando administrado em doses inadequadas;
 Em estudos que ainda usavam a Dose Letal Mediana com óleo
essencial de cravo-da-índia em ratos, por via oral, foi estabelecida em 2.650
mg/kg, e, em humanos, a estimativa de dose diária máxima permitida de

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eugenol é de 2,5 mg/kg, sendo que a partir destas doses o efeito é tóxico
(VALENTE et al. 2009);
 Já estudos para verificar a toxicidade de eugenol utilizando ratos, numa
analogia ao organismo humano, ainda considerando a Dose Letal mediana
(DL50) do óleo essencial de cravo-da-índia, foi verificado que o efeito da injeção
intravenosa causa de edema pulmonar não-cardiogênico, de fisiopatologia
pulmonar desconhecida, portanto há uma preocupação quanto seu uso em
pacientes com distúrbios respiratório;
 Ação antitrombótica do óleo essencial de cravo-da-índia por
interferência sobre a agregação plaquetária induzida pelo ácido araquidônico e
pelo fator de ativação plaquetária favorecendo quadros de hemorragia e, em
grau menos acentuado, atuando sobre o colágeno;
 Hipersensibilidade cutânea do eugenol foi verificada com uso do
eugenol puro ou como parte do óleo de cravo-da-índia, mesmo na
concentração encontrada nos produtos de consumo, tem baixo potencial de
desencadear reações alérgicas por sensibilização prévia ou de induzir
hipersensibilidade, mas poderá ocorrer;
 Ao avaliar se o eugenol anula ou reduz a percepção e
transmissão de estímulos que causam dor, denominado efeito antinociceptivo,
foi observado em modelos experimentais in vivo. O eugenol na doses de 50, 75
e 100 mg/kg apresentou efeito antinociceptivo significativo no teste de
contorções abdominais induzidas pelo ácido acético em comparação com o
grupo controle. Deve-se ter o cuidado do uso diário deste óleo pela
possibilidade deste efeito antinociceptivo em mucosas, como gengiva, lábios e
também na pele superficial, devendo ser evitado associar a analgésicos
sintéticos.
Outro estudo de Matos, 2013, refere que como o cravo da índia tem
fenol em doses elevadas no sistema nervoso central poderão causar
alucinações.

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6. Composição química do Cravo da Índia
Neste trabalho relatamos os estudos de Oliveira et al. 2009, que
investigou a composição química de algumas especiarias ricas em eugenol,
entre estas o cravo da índia.
Foi descrito o uso de material vegetal (cerca de 50 g) submetido ao
processo de hidrodestilação, sendo necessárias 4 horas para extração do óleo
da espécie Syzygium Aromaticum, que após foi seco com sulfato de sódio
anidro, sendo que o teor do óleo essencial foi determinado pela massa do óleo,
com valor médio em triplicata, O valor médio da triplicata, considerado a melhor
estimativa do teor do analítico na amostra, usando balança analítica e expressa
em porcentagem massa/massa- grama de óleo por 100 g de matéria vegetal
(OLIVEIRA et al. 2009).
As folhas, pedúnculos, botões florais, frutos foram adquiridos direto do
produtor, usou-se para secar exposição direta ao sol e estufa. A análise
cromatográfica dos óleos essenciais da espécie S. Aromaticum permitiu a
identificação de cinco componentes, perfazendo a identificação total de 97,05%

a 100,00% nas variáveis: Folha Verde (FV), Folha Seca Estufa (FSE), FSS
(Folha Seca ao Sol), Pedúnculos (PEN), Botões Florais Secos (BFS), sendo
encontrados os seguintes componentes químicos: Eugenol, Beta-Cariofileno,
Alfa-Humuleno, Acetato de Eugenila, Óxido de Cariofileno. E as seguintes
classes: fenilpropanoide, sesquiterpeno não oxigenado, sesquiterpeno
oxigenado, descritos na TABELA 1 adaptada de Oliveira et al. 2009.

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7. Biossíntese de pelo menos uma classe de produtos naturais presente
no cravo da índia.
Neste estudo foi escolhido o Acetato de Eugenila um éster aromático,
com odor característico ao óleo de cravo da índia, baseado na pesquisa de
Santolin, 2019, que realiza a síntese enzimática do acetato de eugenila a partir
do óleo essencial de cravo-da-índia (Syzygium Aromaticum), por este ter o
potencial para síntese de um éster, conhecido como acetato de eugenila.
Este é um fenilpropanóide disponível no óleo essencial representando
de 1 a 10% da composição do cravo da índia. O acetato de eugenila pode ser
utilizado como flavorizante de alimentos, e ao ser ingerido pelo organismo ao
ser insolúvel em água é absorvido rapidamente no trato intestinal, com
metabolização hepática gerando produtos polares que se conjugam e são
eliminados na urina. Na excreção, é hidrolisado para eugenol e ácido
carboxílico, portanto seguro para o consumo humano (SANTOLIN, 2019).

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