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Produtos da indústria farmacêutica e cosmética tem tido uma crescente procura nos
últimos tempos, direcionando, em consequência disso, a atenção de pesquisadores de todo o
mundo para a região Amazônica, por essa região possuir uma grande diversidade botânica e
apresentar extraordinária riqueza em princípios bioativos.
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POVOS INDÍGENAS E PLANTAS MEDICINAIS
A Carapa guianensis Aublet, cujo nome popular mais conhecido é Andiroba, pertence
à família Meliaceae, tratando-se de uma espécie nativa e endêmica do Brasil. Seu nome
científico (Carapa guianensis Aublet) é em razão de o material tipo dessa planta ter sido
primeiramente coletado e catalogado na Guiana Francesa, pelo Farmacêutico e Botânico
francês Jean Baptiste Aublet, em 1775 (Brasil, 2021; Carvalho, 2014).
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enumerar nos mínimos detalhes e sem nenhuma hesitação as
árvores próprias para cada associação, o gênero de fibra e de
resina, as ervas, as matéria-primas que fornecem, assim como os
mamíferos e pássaros que frequentam cada tipo de habitat. Na
verdade, seus conhecimentos são tão exatos e detalhados, que
sabem também nomear os tipos de transição... Para cada
associação, meus informantes descreviam sem hesitar a
evolução sazonal da fauna e dos recursos alimentares.
BOTÂNICA
(Origem; Espécie, família, anatomia e morfologia da planta, cultivo);
A espécie apresenta boa regeneração natural nas capoeiras de várzea (Lorenzi, 2002).
Azevedo et al. (1997), analisando a formação de mudas de andiroba em resposta a diferentes
níveis de sombreamento, concluíram que a espécie é adaptada para regenerar-se e crescer sob
o dossel da floresta, além disso apresenta bom potencial para plantios de enriquecimento, já
que responde favoravelmente ao sombreamento. Quanto ao clima, a andiroba ocorre em
regiões com clima tropical úmido, com precipitações entre 1.800 mm e 3.500 mm anuais. As
temperaturas podem variar de 17 ºC a 30 ºC e a umidade relativa, de 70% a 90%. A espécie
desenvolve-se melhor em solos argilosos e barrentos (porém não encharcados) e com
abundante matéria orgânica (Revilla, 2001). Floresce duas vezes ao ano, em agosto-setembro
e janeiro-fevereiro. Os frutos amadurecem em junho-julho e fevereiro-março (Lorenzi, 2002).
O óleo contido na amêndoa é amarelo-claro e extremamente amargo. Quando submetido à
temperatura inferior a 25 ºC, solidifica-se, ficando com consistência parecida com a da
vaselina. Contém substâncias como a oleína, palmitina e glicerina. A amêndoa contém
proteínas (40%), glicídios (33,9%), fibras (6,1%), minerais (1,8%) e lipídios (6,2%)
(Revilla, 2001).
O cultivo de andiroba deve ser feitos preferivelmente em áreas já alteradas pelas
atividades de agricultura e pecuária, ou em capoeiras jovens (Fig. 2). Não é recomendada a
derrubada da floresta nativa para a implantação de plantios comerciais.
Após a seleção da área, deve-se coletar amostras do solo para análise laboratorial, a
fim de orientar a adubação a ser realizada. Não existe, até o momento, recomendação de
adubação específica para a andiroba.
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O preparo da área inicia-se com a limpeza do terreno; depois são marcadas e abertas as covas
com dimensões mínimas de 30 cm x 30 cm x 30 cm. No momento da abertura das covas,
deve-se separar a camada superior de solo, que é mais fértil, da inferior. No plantio, a camada
superior deve ser disposta no fundo da cova, completando-se com o solo de menor fertilidade.
O plantio deve ser feito no início da estação chuvosa, logo que o solo esteja suficientemente
umedecido. No momento do plantio, deve-se descartar as mudas de menor tamanho,
malformadas ou com ataque de pragas ou doenças. As plantas devem ser vigorosas e com
tamanho uniforme, para reduzir a diferença de crescimento em campo.
Entre os índios e ribeirinho, como em outras partes da Amazônia, esse óleo está
associado ao uso de urucum (Bixa orellana), do qual é o principal solvente. Porém, se o
urucum é considerado uma proteção mágica, o óleo de carapa, protege da chuva e do frio e é
um poderoso repelente contra insetos (piuns, mosquitos, carrapatos ...). O óleo também é
frequentemente utilizado sozinho entre os Wayãpi, os Palikur e os crioulos para liberar
carrapatos, piolhos e outros parasitas. Neste último caso, os informantes insistem no efeito
calmante e antiinflamatório da coceira (Brito, Coelho, & Rosal, 2020). Estas são as mesmas
propriedades que os Palikur destacam que a Andiroba tinha ao usar o óleo externamente
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contra a sarna (associada a Irlbachia alata) e/ou ao misturá-lo com uma decocção de Pau-de-
cobra (Potalia amara) contra depósitos de pus.
No que se refere a farmacoterapia, esse óleo ele possui uma excelente atividade anti-
inflamatória, é realmente uma atividade muito potente (de Souza et al., 2017), sendo assim
entre os inúmeros benefícios que podem ser atribuídos, também atua como agente na redução
da dor, por exemplo do reumatismo ou a dor causada pela artrite, ele também possui uma ação
anti-parasitária, antifúngica e bactericida (Jesus et al., 2017). Ele também pode ser aplicado
por exemplo na sua forma tópica no peito para fazer uma massagem no peito, ele auxilia a
abrir as vias respiratórias, então ele também auxilia a reduzir por exemplo algumas infecções
das vias respiratórias. Lembrando sempre que sempre essa questão do uso tópico, a qualquer
sinal de irritação, precisa ser imediatamente removida do couro cabeludo ou enfim de algum
machucado onde se utilizou por exemplo. Uma outra ação explorada do óleo de andiroba é
como repelente natural de insetos, além de ser supereficiente, é versátil, pois traz muitos
benefícios para a saúde.
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Da andiroba extrai-se as folhas secas se faz um chá muito eficiente no tratamento das
doenças dos rins, bexiga e é anti-inflamatório e cicatrizante. Praticamente tudo da Andiroba é
aproveitado, a massa que sobra da extração do óleo, serve para fazer sabão, vela e sabonete.
Andiroba para nós seres humanos ela age como um antifebril, anti-inflamatório e
cicatrizante e antibacteriano. Quanto a efeitos toxico sobre a Andiroba não encontramos
nenhuma informação a respeito. Sua restrição de uso, que se enquadra mais em uma
observação de cuidado, é que busque orientação medica e nutricionista quando o uso for para
gestante e crianças.
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CONCLUSÃO
A Carapa guianensis Aublet é uma espécie nativa do Brasil, utilizada há muitos anos
pela medicina tradicional e representando uma saída para muitas comunidades da Amazônia e
do Nordeste que não possuem acesso a tratamentos em centros de saúde. Dos produtos dessa
espécie, o óleo extraído de suas sementes é o mais utilizado, apresentando baixo custo e alta
disponibilidade na região Amazônica.
A composição desse óleo – de sua fração saponificável que é rica em ácidos graxos,
sendo a maior parte insaturada, e sua fração insaponificável que é basicamente formada por
limonoides – retrata uma grande possibilidade de usos terapêuticos, ressaltando que o
entendimento da composição química e das características físicas do óleo é imprescindível
para se buscar o esclarecimento quanto às suas propriedades medicinais, assim como de sua
possível atividade tóxica no organismo humano.
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REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
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