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Revista Brasileira de Farmacognosia

Brazilian Journal of Pharmacognosy


Recebido 3 Abril 2008; Aceito 13 Agosto 2008 18(3): 402-414, Jul./Set. 2008

Caracterização anatômica e química da folha e do sistema


radicular de Hydrocotyle umbellata (Apiaceae)

Artigo
Maria Bernadete Gonçalves Martins,*,1 Ana Paula Marconi,1 Alberto J. Cavalheiro,2
Selma D. Rodrigues1
1
Universidade Estadual Paulista, Campus do Litoral Paulista - Unidade São Vicente, Praça Infante Dom
Henrique s/n- Parque Bitaru, 11330-900 São Vicente-SP, Brasil,
2
Universidade Estadual Paulista, Instituto de Química, Departamento de Química Orgânica, Campus de
Araraquara, Rua Francisco Degni, s/n, Bairro Quitandinha, 14800-900
Araraquara-SP, Brasil

RESUMO: A família Apiaceae (Umbelliferae), também denominada de pioneira das praias, é


capaz de habitar locais de alto teor de salinidade, além de suportar a ação dos ventos e das
ondas. O presente trabalho teve como objetivo o estudo da anatomia foliar e radicular e analisar
constituintes químicos das folhas e do sistema radicular, caracterizando grupos químicos
biologicamente ativos presentes nesses órgãos que permitam aplicações farmacológicas. O
material foi coletado na região de Proteção Ambiental Iguape, Cananéia, Peruíbe. As folhas
são dorsiventrais, com epiderme unisseriada, bordo regular, parênquima paliçádico com duas
a três camadas e parênquima lacunoso com oito e nove camadas de células. É anfiestomática,
apresentando grandes câmaras subestomáticas com maior incidência de estômatos na epiderme
abaxial. O feixe vascular é colateral apresentando células de esclerênquima em forma de meia
lua ao redor do xilema e do floema. O pecíolo apresenta contorno irregular, está envolvido por
colênquima em toda sua extensão e apresenta grande quantidade de canais secretores entre os
feixes vasculares. O rizoma apresenta contorno irregular com variação de 10 a 15 camadas de
células de parênquima constituindo o córtex. O cilindro central é constituído por feixes colaterais
delimitados pela endoderme. O periciclo é sinuoso e envolve totalmente os feixes vasculares.
Sob a epiderme há uma faixa contínua de colênquima. A medula é constituída de células de
parênquima de parede fina. H. umbellata apresentou triterpenos, saponinas, flavonóides,
compostos poliacetilênicos e leucoceramidas. Folhas e rizomas apresentaram constituintes
químicos semelhantes, com diferenças apenas na intensidade dos picos, o que denota diferença
quantitativa entre as substâncias presentes. O rendimento do extrato do rizoma é menor que o
rendimento das folhas.

Unitermos: Hydrocotyle umbellata, Apiaceae, anatomia vegetal, constituintes químicos,


restinga.

ABSTRACT: “Anatomical and chemical characterization of the leaf and root system of
Hydrocotyle umbellata (Apiaceae)”. The Apiaceae family (Umbelliferae), also called pioneer of
beaches, is capable to inhabit areas of high salinity levels. It supports the action of the winds as
well as the waves. The objectives of the present work are the study of the foliar and root anatomy
and its chemical constituents, in order to find biological active agents that allow pharmacological
applications. The plants were collected in an environmental protected region (Área de Proteção
Ambiental de Iguape, Cananéia, Peruíbe, SP). The leaves are dorsiventral, with one cellular layer
epidermis, palisade parenchyma having two or three layers and lacunary parenchyma presenting
eight or nine layers of cells. The leaves are amphistomatical, presenting great substomatal
chambers with bigger incidence of stomata in abaxial epidermis. The vascular bundles are
collateral, presenting half moon sclerenchyma form around the xylem and the phloem. Petiole
shows irregular contour, involved by collenchyma in all extension and presents great amount of
secretory ducts between vascular bundles. Rhizome presents irregular contour with ten to fifteen
layers of cortical parenchyma cells. The central cylinder has collateral bundles delimited by the
endodermis. Pericycle is sinuate and totally involves vascular bundles. Under the epidermis there
is a continuous band of collenchyma. The medulla has thin wall parenchyma cells. H. umbellata
presented triterpenoids, saponins, flavonoids, poliacetylenes compounds and leucoceramides.
Leaves and rhizomes presented similar chemical components, with slightly differences on
spectral peaks. The yield of rhizome extract was smaller than the leaves extract.

Keywords: Hydrocotyle umbellata, Apiaceae, plant anatomy, chemical constituents, restinga.

ISSN 0102-695X 402


* E-mail: bernadete@csv.unesp.br, Tel. +55-013-35699404, Fax +55-13-35699446
Maria Bernadete Gonçalves Martins, Ana Paula Marconi, Alberto J. Cavalheiro, Selma D. Rodrigues

INTRODUÇÃO Hydrocotyle umbellata é considerada uma


planta daninha, que apresenta potencial medicinal na
As Florestas de Restinga são caracterizadas folha, no pecíolo e no rizoma, sendo que as folhas são
por se distribuírem ao longo dos cordões litorâneos, também consideradas tóxicas (Lorenzi, 2002; Brandão
formados por sedimentos marinhos de origem Quaternária et al., 2006; Brandão et al., 2008).
em toda a planície costeira (Silva et al., 1994). A Adams et al. (1989), extraíram flavonóides
localização das florestas sobre ou nas depressões de tais das partes aéreas de Hydrocotyle umbellata, dentre eles
cordões define diferentes tipos florestais, influenciados, quercetina.
principalmente, pela profundidade do lençol freático A planta toda é empregada na medicina caseira.
e, conseqüentemente, pela possibilidade de inundação O suco das folhas e do pecíolo é usado na remoção de
(Britez et al., 1997). sardas e manchas na pele. O suco do rizoma é de uso
Dentre as formações vegetais existentes nas interno e é considerado: anticatártico, anti-hidrópico,
restingas estão as comunidades florestais, que podem anti-reumático, anti-sifilítico, aperiente, desubstruente
ou não sofrer inundações durante o ano (Araújo & do fígado e do intestino, diurético, emético e tônico
Henriques, 1984; Silva, 1998); apresentam fisionomia, (Lorenzi, 2002; Martins et al., 1998; Balbach, 1983 e
estrutura e composição florística diferenciadas, e Alzugaray & Alzugaray, 1983).
recebem variadas denominações como mata seca, mata A análise do óleo essencial desta planta
de Myrtaceae (Araújo & Henriques, 1984; Pereira, revelou a presença de isotiocianatos, como um dos
1990; Bastos, 1996), mata arenosa (Waechter, 1985), componentes principais (Lorenzi, 2002).
floresta arenícola costeira (Trindade, 1991), floresta Os isotiocianatos voláteis são separados por
arenosa litorânea (Fabris, 1995) ou simplesmente mata cromatografia gasosa e são obtidos do material vegetal
ou floresta de restinga (Silva et al., 1994; Sugyiama & triturado por destilação com vapor d’água ou por hidrólise
Mantovani, 1994; César & Monteiro, 1995; Lobão & ácida e enzimática dos glucosinolatos (Harboner,
Kurtz, 2000). 1984). O isotiocianato de benzila apresenta atividade
As dunas são locais onde a sobrevivência das antibacteriana para gram-positivas e gram-negativas
espécies vegetais depende da existência de determinadas (Wagner, 1993). Os isotiocianatos são capazes de induzir
estruturas morfológicas, anatômicas e de mecanismos a atividade de enzimas das fases de biotransformação,
fisiológicos que permitam o seu desenvolvimento nessas influenciando processos de carcinogênese química,
condições adversas. Além disso, o solo é bastante pobre atividade mutagênica e capacidade destes mutagênicos
em nutrientes e muito permeável, já que é arenoso. O se ligarem ao DNA (Verhoeven et al., 1997).
vento intenso também é um fator adicional de estresse
para as plantas (Souza & Capellari, 2004). MATERIAL E MÉTODOS
A família Apiaceae é conhecida por
apresentar alguns óleos essenciais (Dethier, 1941) na O material foi coletado, na região de Proteção
folha como limoneno e linalol (Hadaruga et al., 2005); Ambiental Iguape, Cananéia, Peruíbe (IBAMA/APA/
monoterpenos e cumarinas (Ribeiro & Kaplan, 2002; CIP), em março de 2006, sob registro no herbário
Razavi et al., 2008). As cumarinas estão presentes em ESALQ-USP 99268. Vários procedimentos foram
diferentes partes das plantas tanto nas raízes como nas realizados para se estudar a anatomia e os constituintes
flores e frutos e podem estar distribuídas em diferentes químicos de Hydrocotyle umbellata, tais como:
famílias de Angiospermas como Apiaceae, Rutaceae,
Asteraceae nas quais são encontradas com ampla Diafanização foliar
ocorrência (Ribeiro & Kaplan, 2002; Taleb-Contini et
al., 2006). Os estudos do sistema vascular de folhas
Hydrocotyle umbellata, é uma espécie adultas foram executados usando-se não somente
da família Apiaceae (Umbelliferae), característica métodos anatômicos e citológicos, mas também técnicas
de restinga, conhecida também como “acaricaba”, de clarificação e coloração. O material foi colocado em
“acariroba”, “acariçoba”, “barbarosa”, “para-sol” e NaOH 5%, trocando a solução até que a folha ficasse
“erva-do-capitão” (Lorenzi, 2000). Apresenta como amarela, após lavagem em água, foi colocado em
características: planta perene, herbácea, prostrada, hipoclorito de sódio 20% por aproximadamente 20
acaule, rizomatosa, aquática, de solo pantanoso, arenoso minutos. Utilizou-se o corante azul de toluidina aquoso
ou restinga litorânea, encontrada em todo o território (O’Brien et al., 1964). O material foi desidratado
brasileiro, nativa do continente Americano. Propaga- em série alcoólica (etílica), passando-se pelo xilol e
se por sementes e através de rizomas. Apresenta flores finalizou-se com a montagem das lâminas permanentes
discretas de cor verde amarelada, dispostas em panículas (Felipe & Alencastro, 1966).
de umbelas no ápice, de longa haste floral que as dispõe
acima da folhagem (Lorenzi, 2002; Coulter & Rose, Estudos de microscopia óptica
1887; Mathias, 1936).
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Foram utilizadas folhas adultas, provenientes analisadas em CLAE-DAD (Cromatografia Líquida de


do estrato mediano, para estudar a histologia foliar. O Alta Eficiência Varian ProStar configurado com sistema
preparo do material para microscopia óptica utilizou de bombeamento mod. 230, amostrador automático
processos usuais em microtomia, que incluem: fixação em mod.410 e detetor UV/VIS com arranjo de diodos mod
FAA 70% por 24 horas, desidratação em série alcoólica 330), utilizando coluna Phenomenex Luna C18 250 x 4,6
(etílica), infiltração em resina GMA (glicolmetacrilato), mm, 5 ȝm, volume de injeção de 20 ȝL, utilizando como
emblocamento, seccionamento, coloração e montagem fase móvel acetonitrila (ACN) e água c/ 0,1% de ácido
de lâminas permanentes. As peças incluídas em resina acético (Água). As condições de eluição estão indicadas
foram seccionadas em micrótomo rotativo, obtendo- na Tabela 1. Os espectros no UV foram adquiridos na
se secções transversais da lâmina foliar nas regiões do faixa de 200 a 400 nm, sendo os comprimentos de onda
bordo, mediana e da nervura principal com 5 —m. Foi para registro dos cromatogramas escolhidos após análise
utilizado corante azul de toluidina 1% com borato de dos cromatogramas utilizando o software AURORA
sódio 1% em 100 ml de água destilada (Gerrits, 1964). v. 5.52, da Varian. Os espectros no UV foram obtidos
através do software PolyView 2000 5.5, também da
Microscopia eletrônica de varredura Varian.

O material foi fixado em uma solução de Tabela 1. Condições de eluição utilizadas no CLAE-DAD.
Karnovsky modificada, composta por paraformoldeído
4%, glutaraldeído 0,5%, em tampão cacodilato de sódio, Tempo (min) Água (%) ACN (%) Fluxo (mL/min)
pH 7,2, 0,1 M e água destilada por uma noite no vácuo. 0 95 5 1,0
Em seguida foram feitas três lavagens com cacodilato 40 100 0 1,0
0,05 M, com duração de 10 minutos cada uma, pós-
41 100 0 2,0
fixação com tetróxido de ósmio (OsO4) por uma hora.
O material foi desidratado com acetona, seguindo a 60 100 0 2,0
série de concentrações 30%, 50%, 70%, 90% e 100%.
O material foi levado à secagem até o ponto crítico e RESULTADOS E DISCUSSÃO
fixado a um suporte através de um adesivo condutor
e em seguida metalizado (Danilatos, 1998). A análise Anatomia foliar e radicular
foi realizada no Microscópio Eletrônico de Varredura,
localizado no NAP/MEPA, ESALQ-USP, Piracicaba As folhas de Hydrocotyle umbellata são
(SP). simples, peltadas, espessas, brilhantes, glabras,
apresentando nervuras radiadas, com traqueídeos
Preparação do extrato bruto foliar para as análises evidentes entre as nervuras, bordo crenado-lobado e
químicas pecíolo longo. A planta é herbácea, perene, acaule, com
rizomas enterrados na areia (Figura 1 A - D).
As folhas foram prensadas e desidratadas em Segundo, Lorenzi (2002); Coulter & Rose
estufa a 40 ºC, por três dias de secagem. Em seguida (1887) e Mathias (1936), Hydrocotyle umbellata
foram moídas e reservadas até a análise dos constituintes apresenta como características: planta perene, herbácea,
químicos. prostrada, acaule, rizomatosa, aquática, de solo
pantanoso, arenoso ou restinga litorânea, encontrada
Metodologia para a análise química dos compostos em todo o território brasileiro. Com folhas simples,
coriáceas, peltadas, longo-pedunculadas de 30 a 90
Preparação da amostra: A cerca de 100 mg cm de comprimento e 05 a 08 cm de diâmetro, glabras
de material vegetal seco e moído, pesado em balança em ambas as faces, brilhantes, nativa do continente
analítica foi adicionado 2 mL de metanol (J. T. Baker, Americano. Propaga-se por sementes e através de
grau HPLC). A extração foi realizada por sonicação, por rizomas. Apresenta flores discretas de cor verde
cerca de 20 minutos, em banho de ultra-som da Elma amarelada, dispostas em panículas de umbelas no ápice,
Transsonic 700. Em seguida a amostra foi centrifugada de longa haste floral que as dispõe acima da folhagem.
em centrífuga de bancada Celm Combatea, a 500 g Planta rasteira (herbácea), com grandes folhas
por 10 minutos para sedimentação do resíduo sólido. palmadas, grossas, com 15 a 20 nervuras radiadas. Suas
Uma alíquota de 1 mL do sobrenadante foi filtrada em flores são brancas, pequenas e numerosas, dispostas
membrana 0,22 ȝm, sendo o filtrado acondicionado em em umbelas irregulares sobre pedúnculos compridos.
frasco de vidro, próprios para amostrador automático. Os frutos são pequeninos, com duas sementes dentro,
com formato de cápsula achatada. As folhas são muito
Análise cromatográfica venenosas e a raiz possui aroma e sabor idênticos aos da
salsa (Alzugaray & Alzugaray, 1983).
As amostras devidamente preparadas foram Hydrocotyle umbellata é uma planta daninha,
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aquática ou de solos pantanosos com ocorrência em todo Conforme, Carmello et al. (1995), os ductos
o país. Ocorre também em solos secos, areia de restingas secretores de Lithraea molleoides, estão restritos ao
nas praias da costa Atlântica, onde é mais freqüente. floema no caule. De acordo com Judd et al. (1999), os
Infesta gramados, jardins e áreas desocupadas. É ductos secretores de óleo são utilizados para caracterizar
considerada tóxica e medicinal (Lorenzi, 2000). Foloni a família Apiaceae e consequentemente, indicar
& Pitelli (2005), aplicaram herbicida ecotoxicológico apomorfias com a família Pittosporaceae.
(carfentrazone ethyl) em Hydrocotyle umbellata não Liu et al. (2007b), realizando a revisão do
obtendo resultados satisfatórios no controle desta planta gênero Marlothiella (Apiaceae), observaram várias
daninha. características típicas da subfamília Apioideae com
Suas folhas são dorsiventrais, com epiderme características da subfamília Saniculoideae, tais
unisseriada apresentando contorno irregular. O como largos ductos na nervura, tricomas unicelulares
parênquima paliçádico apresenta duas a três camadas estrelados (não observados em nenhum outro gênero da
e o parênquima lacunoso com oito a nove camadas de família), e feixes vasculares ventrais desenvolvidos ou
células (Figura 2 A - B). As folhas são anfiestomáticas, ausentes.
apresentando grandes câmaras subestomáticas com maior Theobald (1967) observou que plantas
incidência de estômatos na epiderme abaxial (Figura 2 jovens de Uldinia ceratocarpa (Umbelliferae), também
A - B), fato que expressa restrição a perda de água nesse apresentavam células epidérmicas com contorno
ecossistema devido a escassez de nutrientes e a vários irregular e com estômatos em ambas as superfícies
fatores que influem negativamente no balanço hídrico foliares, como apresentado em Hydrocotyle umbellata;
dessas plantas, como a baixa capacidade de retenção de porém, o arranjo dos estômatos de Uldinia são do tipo
água do solo, forte ação dos ventos marinhos, elevadas anomocítico, comum da família Apiaceae (Metcalf &
salinidades e insolação. Sousa et al. (2005), estudaram Chalk, 1950). Em Hydrocotyle umbellata foi observado
as características anatômicas das folhas de Foeniculum estômatos predominantemente paracíticos (Figura 3A).
vulgare var. vulgare Mill. (Apiaceae) e observaram Prasad (1947), também descreveu estômatos paracíticos
a epiderme pluriestratificada, sendo constituída por em Centella (Apiaceae).
duas camadas de células retangulares, o que difere do Payne, (1970), também observou que
resultado encontrado para H. umbellata. Em relação Hydrocotyle umbellata apresenta predominância de
ao parênquima paliçádico ambas apresentaram 2 a 3 estômatos paracíticos, ou seja, a divisão da célula guarda
camadas de células. é paralela à célula subsidiária, o que corrobora com este
Segundo Theobald (1967), folhas jovens de trabalho.
Uldinia ceratocarpa (Umbelliferae), não apresentam O mesofilo de Uldinia apresenta 1 a 2 camadas
câmaras subestomáticas como em Hydrocotyle umbellata; de células de parênquima paliçádico e de parênquima
porém, tanto Uldinia como Hydrocotyle apresentam lacunoso, sendo que Hydrocotyle apresenta 2 a 3
ductos secretores próximos aos feixes vasculares tanto camadas de paliçádico e 8 a 9 de parênquima lacunoso
nas folhas, como no pecíolo, confirmando o resultado (Figura 2B).
observado (Figura 2, B, D, E). Poucas informações são encontradas em
Sousa et al. (2005), em folhas de Foeniculum relação a anatomia do gênero ou da subfamília. A folha
vulgare var. vulgare Mill. (Apiaceae), observaram de Uldinia difere da folha de Hydrocotyle na ausência
ductos secretores de óleos dispersos nas proximidades de células de colênquima acima e abaixo da nervura
dos tecidos vasculares e ductos maiores na região entre (Nestel, 1905)
o floema e nos feixes de fibras esclerenquimáticas. O rizoma apresenta contorno irregular com
Liu et al. (2007a) observaram a dispersão de variação de 10 a 15 camadas de células de parênquima
cristais e a presença de ductos na região da nervura; constituindo o córtex. O cilindro vascular possui feixes
em frutos de três taxa da subfamília Saniculoideae colaterais delimitados pela endoderme. O periciclo é
(Apiaceae), com rigorosa comparação entre eles, sinuoso e envolve totalmente os feixes vasculares. A
observaram que há valor taxonômico segundo essa medula é constituída de células de parênquima de parede
disposição. fina (Figura 2 F).
O feixe vascular de Hydrocotyle umbellata é Há depósitos de cera epicuticular sem
do tipo colateral apresentando células de esclerênquima padrão definido (Figura 3 A - B), que promove a
em forma de meia lua ao redor do xilema e do floema impermeabilização e reflete os raios solares e há também
(Figura 2C). O pecíolo apresenta contorno irregular predominância de estômatos paracíticos (Figura 3 A).
sendo envolvido por colênquima em toda a sua extensão O pecíolo é contornado por colênquima com feixes
e apresentam maior quantidade de ductos secretores vasculares colaterais entre eles (Figura 3 C) e o rizoma
próximos aos feixes vasculares do que as folhas (Figura 2 apresenta endoderme bem delimitada (Figura 3 D).
D - E). Segundo Sousa et al. (2005), os ductos secretores
também ocorrem em maior número no pecíolo foliar de Constituintes químicos
Foeniculum vulgare.
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Entre os metabólitos secundários descritos monoterpenos e cumarinas (Ribeiro & Kaplan, 2002).
na literatura para espécies de Hydrocotyle, destacam- Akgul & Bayrak (1988), observaram que o
se triterpeno de esqueleto oleanano muito oxigenados, principal componente do óleo de Foeniculum vulgare
saponinas triterpenoidais, flavonóides, compostos var. vulgare, é o alfa-pineno, na folha, caule e na
poliacetilênicos e leucoceramidas (Figura 4). umbela.
O perfil cromatográfico obtido para o extrato O linalol é um composto fenólico que inibe
metanólico de folhas de H. umbellata (Figuras 5 a 10) o crescimento de bactérias e fungos, funcionando como
indica a presença de flavonóides (tR = 11,28; 12,00; anti-séptico (Simões & Spitzer, 2003). O limoneno
12,21 e 13,01 min) e provavelmente de substâncias desempenha o papel de proteção contra insetos nas
acetilênicas (tR = 30,00 e 32,51 min.), entre outras. A plantas (Vieira et al., 2003).
comparação dos cromatogramas obtidos para os extratos As cumarinas estão presentes em diferentes
metanólicos de folhas e rizomas de H. umbellata indica partes das plantas tanto nas raízes como nas flores e
constituição parecida para esses dois órgãos do vegetal, frutos e podem estar distribuídas em diferentes famílias
apesar das diferenças de intensidade relativa entre os de Angiospermas como Apiaceae, Rutaceae, Asteraceae
vários picos, denotando diferenças quantitativas entre nas quais são encontradas com ampla ocorrência (Ribeiro
eles. O rendimento de extrato de rizomas é também & Kaplan, 2002; Kuster & Rocha, 2003).
sensivelmente menor que o de folhas. Hydrocotyle leucocephala apresentou três
A família Apiaceae (Umbelliferae) é conhecida compostos diacetilênicos, um monoterpeno e sete
por apresentar alguns óleos essenciais (Dethier, 1941) na ceramidas em extrato metanólico (Ramos et al., 2006).
folha como limoneno e linalol (Hadaruga et al., 2005); Em Hydrocotyle sibthorpioides detectou-se

A B

C D
200μm 200μm

Figura 1. Aspecto geral da planta e da folha de Hydrocotyle umbellata.


A - Detalhe dos rizomas e dos longos pecíolos da folha. B - Folhas espessas, peltadas, glabras com cutícula brilhante e bordos
crenado-lobados. C e D - Folha diafanizada (5x) mostrando as nervuras primárias radiadas bem distintas, com traqueídeos
evidentes.

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A B et
E.ad
E.ad

pp

E.ab. pl

50μm
50μm
et et
co esc

C D
co
fv ds

F
co
F

100μm
co esc 50μm

ds

CV
C
Ep
endo
ds
100μm 100μm

E F

Figura 2. Microscopia Óptica de folhas, pecíolos e rizomas de Hydrocotyle umbellata.


A - Bordo (20x); B - Mesofilo (20x); C - Nervura (20x); D - Pecíolo (10x); E - Detalhe do ducto secretor entre os feixes vasculares
do pecíolo (10x); F - Rizoma (10x).
Ep.ad = epiderme adaxial; Ep.ab = epiderme abaxial; et = estômato; PP = parênquima paliçádico; PL = parênquima lacunoso; co
= colênquima; esc = esclerênquima; X = xilema; F = floema; fv = feixe vascular; ds = ducto secretor; Ep = epiderme; C = córtex;
CV = cilindro vascular; endo = endoderme.

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Et pa

20μm 16μm
A B

C 2,5μm D

Ep
E
Fv
M

co

135μm

Figura 3. Microscopia Eletrônica de Varredura de folhas, pecíolos e rizomas de Hydrocotyle umbellata.


A - Estômatos na superfície adaxial (480x); B - Estômatos na superfície abaxial (480x); C -Pecíolo (86x); D - Rizoma (52x).
Ep = epiderme; Fv = feixe vascular; co = colênquima; M = medula; E = endoderme; Et pa = estômato paracítico.

38 componentes dos quais 89,9% são óleos voláteis, Muitas cumarinas possuem odores
com habilidade de inibir algumas bactérias (Mu et al., característicos, sendo utilizadas na indústria de produtos
1998). de limpeza e cosméticos, embora sejam classificadas
Em Hydrocotyle vulgaris foi encontrada como substâncias tóxicas (Kuster & Rocha, 2003). A
uma substância chamada saponina, a qual apresenta substância ativa isolada em Apiaceae é a ostol 7 que
propriedades expectorantes, diuréticas e antiinflamatórias. apresenta resposta hipotensora de curta duração em
Hydrocotyle asiática, também apresenta propriedades cães, além de inibir a agregação plaquetária e relaxar a
farmacológicas em suas raízes, atribuídas as saponinas musculatura lisa e cardíaca (Hoult & Payá, 1996).
e aos triterpenos, destacando-se como componente Na análise dos óleos essenciais de H. javanica
principal o asiaticosídeo de uso tópico e interno, e H. sibthorpioides encontrou-se monoterpenos,
encontrado no medicamento Madecassol®. É usado sesquiterpenos e fenólicos (Janardhanan & Thoppil,
no combate a queimaduras, quelóides e insuficiência 2002).
venosa, como cicatrizante e ainda em cosméticos, Seis novos glicosídeos oleanos foram isolados
insuficiência venosa crônica, ativo na microcirculação de Hydrocotyle ranunculoides (Della Greca et al.,
(Schenkel et al., 2003). 1994). Foram extraídos flavonóides das partes aéreas
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OH
OH
OH Me Me
OH
OH S Me Me
HO O Me Me S
R R OH
H OAc O S
S R OH R
R H
H R
O S O S R O
H R OH
Me Me H S OH S S
OH O R S S Me Me Me H OH Me Me O
R S S R R S
HO O HO R
S R R R R O OH
R O H Me H Me R R R O S S R
S R H Me H H Me
S R O O S R S R S R OH
R OH O Me R
HO HO AcO HO O
H H Me H H
OH
Me Me Me Me Me Me OH Me Me

Hiperos ídeo (Hu) Triperpenos oleanânicos R anuncosídeo VII


HO O
R
H2 C C C C C Z (CH 2 )6
OH
OH Me
OH O OH OH

HO
HO O

(CH 2) 4 E (CH 2 )17


S R
Me (CH 2 )3 R S N
H Me
OH OH

Q uercetina F alcarinol Leucoceramida A


Figura 4. Exemplos de metabólitos secundários obtidos de espécies de Hydrocotyle.

AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

1. 5

1. 0

0. 5

0. 0

-0. 5

AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

1. 5

1. 0

0. 5

0. 0

AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

1. 5

1. 0

0. 5

0. 0

10 20 30 40 50

Minutes

Figura 5. Cromatograma obtido para o extrato metanólico de folhas de H. umbellata, em CLAE-DAD. De cima para baixo,
cromatogramas registrados em 201, 254 e 320 nm.

de H. umbellata, entre eles a quercetina (Adams et al., morfo-anatômicas que permitem sua sobrevivência em
1989). A quercetina também foi isolada em H. vulgaris condições adversas, como dunas e praias. Suas folhas e
(Rzadkowska & Olechnowicz, 1974). raízes possuem metabólitos secundários que possibilitam
sua aplicação na indústria química e farmacêutica. Neste
CONCLUSÕES caso, é necessária uma análise química mais detalhada
para avaliar qualitativa e quantitativamente seus grupos
Hydrocotyle umbellata é considerada químicos. A partir dos resultados pode-se considerar:
daninha, medicinal e tóxica. Apresenta características Anatomia Foliar:
Rev. Bras. Farmacogn.
409 Braz J. Pharmacogn.
18(3): Jul./Set. 2008
Caracterização anatômica e química da folha e do sistema radicular de Hydrocotyle umbellata (Apiaceae)

12.928
AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

1. 5

12.243
11.325
10.123

12.027
1. 0

10.685
9.792

11.773
11.571
10.453

13.723
6.419

14.477
5.763

14.973
6.701

8.987
8.712

15.288

18.381
0. 5

7.101

7.683

8.035

16.016
0. 0

-0. 5

12.923
AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

1. 5

1. 0

12.237
10.107

11.320
9.789

12.027
0. 5

18.376
10.691
10.888

11.784

13.720
11.563

14.947
14.512

16.005
15.315

15.659

16.256
8.757
8.992
7.093

8.528
8.032
6.771

9.269
7.696
0. 0

12.917
AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

1. 5

10.104
1. 0

9.787

12.235
11.323
11.501
0. 5

10.701

12.027
11.821

13.715

18.376
14.928

16.016
8.997

14.461

15.653

16.288

17.160
8.541
5.984

7.509

0. 0

5 10 15

Minutes

Figura 6. Expansão do cromatograma da Figura 5. De cima para baixo, cromatogramas registrados em 201, 254 e 320 nm.

tR = 9,76 e 10,11 m in tR = 11,28; 12,00; 12,21 e 13,01 m in.


AU 196.44 400.26
AU 196.44 400.26
100% 100%

75% 75%

50% 50%

25% 25%

0% 0%
200 250 300 350 200 250 300 350
nm nm

Figura 7. Espectros no UV obtidos para os picos eluídos entre 9 e 15 minutos no cromatograma indicado na Figura 6.

As folhas são simples, peltadas, espessas e Pecíolo de contorno irregular, com colênquima
glabras com nervuras radiadas, bordo crenado-lobado, sob a epiderme, feixe vascular contornado por
pecíolo longo e presença de cera epicuticular; esclerênquima e presença de muitos ductos secretores
Dorsiventrais, com epiderme unisseriada, entre os feixes.
parênquima paliçádico de duas a três camadas e Anatomia Radicular:
parênquima lacunoso de oito a nove camadas de Rizomas extensos e enterrados na areia, de
células; contorno irregular, com dez a 15 camadas de células
Anfiestomáticas, com predominância de constituindo o córtex e endoderme bem delimitada.
estômatos abaxiais do tipo paracítico; Constituintes Químicos Foliares e
Rev. Bras. Farmacogn.
Braz J. Pharmacogn.
410
18(3): Jul./Set. 2008
Maria Bernadete Gonçalves Martins, Ana Paula Marconi, Alberto J. Cavalheiro, Selma D. Rodrigues

28.427
mAU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

39.437
28.755
-100

-200

32.499
29.733
26.557

36.848
30.024
-300
27.867

30.291

31.283

40.056
32.949

35.483
-400

44.483
36.328

44.307
37.245

46.333
41.552

45.947

47.608

48.749
-500
28.421

mAU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

32.493
75

50
30.021

25

39.424
38.803

40.040
36.861
0

-25
28.421

mAU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

125

100

75

50
35.485
29.731

25

41.979
38.805

39.411
0

-25

30 35 40 45 50

Minutes

Figura 8. Expansão do cromatograma da Figura 5. De cima para baixo, cromatogramas registrados em 201, 254 e 320 nm.

tR = 28,40 e 29,73 min AU 196.44


100%
400.26

AU 196.44 400.26
100%

75%

75%

50%

50%

25%

25%

0%
200 250 300 350
nm
0%
200 250 300 350
nm

tR = 32,96 e 35,47 min.


AU 196.44 400.26
100%

75%

50%

25%

0%
200 250 300 350
nm

Figura 9. Espectros no UV obtidos para os picos eluídos entre 25 e 36 minutos no cromatograma indicado na Figura 8.

Rev. Bras. Farmacogn.


411 Braz J. Pharmacogn.
18(3): Jul./Set. 2008
Caracterização anatômica e química da folha e do sistema radicular de Hydrocotyle umbellata (Apiaceae)

28.376
mAU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu rizoma. run

100

75

50

13.085
25

32.464
11.459

39.003

40.040
0
12.923

AU c: \alunos \bernadete - alunos \alberto e cb\hu folha. run

2. 0

1. 5

1. 0
12.237
10.107

11.320

0. 5
9.789

12.027

18.376
10.691
10.888

11.784

13.720

28.421
11.563

14.947

32.493
14.512
15.315
16.005
8.757

15.659
16.256
8.992

30.021
7.093

8.528

39.424
36.861

38.803

40.040
8.032
6.771

9.269
7.696

0. 0

10 20 30 40 50 60

Minutes

Figura 10. Comparação dos perfis cromatográficos dos extratos metanólicos de rizomas (acima) e folhas (abaixo) de H.
Umbellata.

Radiculares: Restingas: Origem, estrutura e processos. Niterói:


Presença de triterpenos, saponinas, flavonóides, Universidade Federal Fluminense / CEUFF, p.159-
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