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Universidade do Estado do Pará

Departamento de Ciências Naturais - DCNA


Campus VI – Paragominas
Licenciatura em Química
Disciplina: BIOLOGIA GERAL
Docente: Benedito Resque Júnior
Data: 26/08/2022

PRINCÍPIO ATIVO DE PLANTAS MEDICINAIS

Juliana Alves de Jesus Pereira

Paragominas – PA
2022
1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que as plantas medicinais são aquelas que apresentam ação farmacológica, e
tem seus princípios ativos usados na fabricação de remédios. Elas usadas há muito tempo por
nossos antepassados, e são conhecidas por seu papel importante na cura e tratamento de
algumas doenças. O seu uso foi descoberto e desenvolvido por nossos ancestrais indígenas, é
deles que vem o conhecimento tradicional sobre qual melhor forma de utiliza-las e em quais
casos.
Além disso, existem os fitoterápicos que também são preparados com as plantas.
Porém são produtos que passaram por estudos em laboratórios para atestar sua eficácia e
segurança. Os seus medicamentos são produtos industrializados e devem ser adquiridos nas
farmácias, mas tanto os remédios caseiros, quanto os produzidos industrialmente agem no
corpo devido à presença de substancias químicas ativas, que são extraídas das plantas durante
sua preparação.
Com base na pesquisa sobre “Plantas medicinais usadas por índios Tapebas do Ceará”
(MORAIS, S., D., M.; 2008). Foi feito um levantamento das plantas mais usadas pelos índios
daquela região, a frequência com que as usavam e para quais doenças. Algumas das plantas
mais utilizadas por eles eram as: Cymbopogon citratus (DC) Stapf (Capim-santo); Aloe
vera L. (Babosa); Chenopodium ambrosioides var. anthelminticum (L.) A. Gray (Mastruço
ou mastruz); e Hibiscus esculentus L. (Quiabo). Tanto os índios como a população fazem uso
dessas plantas, embora algumas não tenham estudos que garantam seu uso seguro, por meio
do conhecimento químico.
As formas como essas plantas são usadas variam, de acordo com a matéria “Plantas
medicinais e Fitoterápicos” (Ceplamt). A preparação do remédio depende do tipo de
substâncias ativas que a planta contém. No caso dos chás medicinais, se for uma planta
aromática, deve-se preparar a infusão, pois as substâncias se perdem facilmente com o calor.
Exemplos são as folhas do hortelã, folhas do capim santo, raiz de gengibre e cascas de canela.
No caso de substâncias mais estáveis (taninos, saponinas, polifenóis, flavonoides, entre
outras) a decocção é o preparo mais indicado. Cascas de romã, folhas de espinheira-santa ou
do boldo-do-Chile devem ser preparadas por decocção. Para as plantas que contém
substâncias químicas muito instáveis (polisacarídeos/ mucilagens da transagem), o melhor
preparo é por maceração a frio.
Atualmente existem muitos estudos que comprovam a eficácia das plantas medicinais,
também com o objetivo de caracterizar os princípios ativos da planta através da fitoquímica e
avaliar a ação dela no organismo para a criação de produtos fitoterápicos. Além desses,
existem estudos que tentam avaliar a quantidade segura de consumo de determinadas plantas.
Seu uso indiscriminado pode trazer riscos à saúde, sendo assim, evite o uso de plantas que
você não conhece bem e que não seja alvo de estudos.

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2. O que são os princípios ativos?
Princípios ativos são os componentes químicos produzidos pelas plantas, que lhes
conferem atividade terapêutica. As substâncias ativas das plantas medicinais podem ser
produtos de metabolismo primário (indispensáveis à vida da planta) e produtos de
metabolismo secundário (próprios da individualidade da planta). Na maioria das vezes, as
substâncias medicinais são resultantes do metabolismo secundário, relacionado à interação da
planta com o meio ambiente que a envolve.
2.1 Os produtos de metabolismo secundário têm como função:
- Proteger as plantas de ataques de insetos e de outros animais, uma vez que as plantas não
conseguem se locomover. Logo, elas criam substâncias que repelem certos insertos, sendo que
alguns princípios ativos, inclusive, são venenosos.
- Atrair abelhas e outros insetos para realizar a polinização diretamente no vegetal.
- Criar mecanismos de armazenamento de água.
É importante destacar que os agentes externos, como excesso de sol, escassez de água, entre
outros, são importantes fatores que podem gerar estresse à planta, podendo influenciar
diretamente na produção dos princípios ativos, aumentando-os ou diminuindo-os.
2.2 Os princípios ativos mais importantes são:
Alcaloides, antraquinonas, flavonoides, alantoína e taninos.
3. Ações terapêuticas
- Alcaloides: São calmantes, sedativos, estimulantes, analgésicos, anestésicos. As plantas
mais ricas em alcaloides são: café, guaraná, trombeteira, jaborandi.
- Mucilagens: Cicatrizantes, anti-inflamatórias, laxativas, expectorantes e antiespasmódicas.
São encontradas no bálsamo (cotyledon orbiculata).
- Antraquinonas: Purgantes ou laxantes, digestivas, coleréticas e colagogas. São encontradas
na babosa (aloe vera).
- Flavonoides: Diuréticos, anti-inflamatórios, expectorantes, antiespasmódicos, tônico
cardiocirculatório. São encontrados na arruda.
- Glicosídios cardiotônicos e cardioativos: Dilatadores de coronárias, antiescleróticos,
fortalecem os vasos capilares. Aumentam a força contrátil do coração, regulando o seu ritmo.
São encontrados na dedaleira (digitalis lanata).
- Cumarinas: Anticoagulantes, antiespasmódicas, antibióticas e venotônicas. São encontradas
na alfazema. -
Saponinas: Diuréticas, cicatrizantes, analgésicas e expectorantes. São encontradas na
buchinha-do-norte (luffa operculata).
- Taninos: Adstringentes, hemostáticos, antissépticos, tonificantes e antimicrobianos. As
plantas mais ricas em taninos são: avenca, carvalho, castanheiro, chá-preto, hamamélis,
morangueiro (folhas), nogueira.
- Óleos essenciais: Bactericidas, antiviróticos, cicatrizantes, analgésicos, relaxantes,
expectorantes, antiespasmódicos. Os principais são timol (tomilho), cineol (eucalipto),
limoneno (limoeiro) e mentol (laranja).
- Resinas: Purgantes, antissépticas urinárias, antiespasmódicas, rubefacientes e
antirreumáticas. São obtidas por meio da incisão do caule de diversas plantas (copaíba, abeto,
entre outros).
- Alantoína: Sua ação promove a proliferação celular, acelerando a regeneração da pele lesada o
que leva a rápida cicatrização, além de hidratar a derme; é muito utilizada para reduzir aspectos de
irritação e aspereza da pele por atuar na cicatrização. É derivada das raízes e folhas de confrei,
uma planta exótica e que se encontra completamente adaptada às condições brasileiras.
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4. Estruturas Químicas:
Alcaloides: Alcaloides de baixa basicidade.

Fonte: Info escola, 2010.

-Antraquinonas: C14H8O2

Fonte: Wikipédia, 2011.

-Flavonoides:

Fonte: Research Gate, 2012.

- Taninos:

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Fonte: Doc sity, 2019.

-Alantoínas: C4H6N4O3

Fonte: Wikiwand.

5. Conclusão

Mediante o exposto, podemos ver a importância que as plantas medicinais têm em


nossa vida, e principalmente os estudos sobre as mesmas. Nossos antepassados fizeram uso
delas sem o conhecimento científico, mas para o mundo atual é de extrema importância saber
quais são suas fórmulas, estruturas e onde usar.

REFERÊNCIAS

5
TEIXEIRA, Silvana. Princípios ativos de plantas medicinais: O que são. Cursos CPT,
disponível em: https://www.cpt.com.br/artigos/principios-ativos-de-plantas-medicinais-o-que-
sao. Acesso em: 20/08/2022

OLIVEIRA, Andréa. Princípios ativos de plantas medicinais: Ações terapêuticas. Cursos


CTP, disponível em: https://www.cpt.com.br/artigos/principios-ativos-das-plantas-
medicinais-acoes-terapeuticas. Acesso em: 20 de agosto de 2022.

MORAIS, Selene Maia de et al. Plantas medicinais usadas pelos índios Tapebas do
Ceará. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, p. 169-177, 2005.

JONAITIS, Luiza. 5 princípios ativos naturais encontrados em plantas medicinais. Farma


Júnior, 14 de fevereiro de 2019. Disponível em:
https://www.farmajunior.com.br/fitoterapicos/5-principios-ativos-naturais-encontrados-em-
plantas-medicinais/. Acesso em: 21 de agosto de 2022.

PLANTAS medicinais e Fitoterápicos. UFMG Ceplamt. Disponível em:


https://www.ufmg.br/mhnjb/ceplamt/plantas-medicinais-2/. Acesso em: 22de agosto de 2022.

SANTOS, Vanessa. Plantas medicinais. Mundo Educação UOL. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/saude-bem-estar/plantas-medicinais.htm. Acesso em: 22de
agosto de 2022.

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