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Instituto Florence de Ensino Superior

Curso: Farmácia
INTRODUÇÃO À FARMACOBOTÂNICA

Disciplina: Farmacobotânica
Prof. Me. Fabrício Drummond Vieira da Silva
A História da Fitoterapia
• Descobrimento das propriedades intuitivo;
• Observando animais;
• 1.500 a. C, chineses, registros das plantas e do seu
uso encontrados nos “oráculos dos ossos”;
• 1.600 a. C, egípcios, 800 plantas;
A História da Fitoterapia
• Gregos e romanos herdaram e aperfeiçoaram;
A História da Fitoterapia
• Hipócrates – Corpus Hipocraticum;
• Cada enfermidade um remédio vegetal e um
tratamento correspondente;
A História da Fitoterapia
• Era cristã – Dioscórides – Tratado de Matéria
Médica – mais de 500 drogas de origem vegetal,
mineral ou animal.
• No Renascimento, valorização da experimentação,
progresso no conhecimento das plantas e suas aplicações;
A História da Fitoterapia
• Século XV, catalogação, identificação e classificação;
• 1735, publicação do Systema Naturae, de Lineu;
• + 5.000 anos – arte da cura – doutrina crescente e
em mudança;
A História da Fitoterapia

• Forma mais antiga e fundamental de medicina que


ganha seu espaço como aliada no reequilíbrio físico
do ser humano;

• Auxilia na cura de males profunda, integral e não-


agressivamente;
A História da Fitoterapia

• Fitoterapia: cura por meio das plantas;

• Abrange princípios e técnicas da Botânica, da


Farmacognosia e da Farmacologia;

• Recurso de prevenção e tratamento de doenças


através das plantas medicinais;
A História da Fitoterapia

• Estimula as defesas naturais do organismo e


reintegra o ser humano às suas raízes;

• Prova de eficácia pela OMS: longa data de utilização


povos e culturas, como forma de tratamento e
manutenção da saúde;
A História da Fitoterapia

• Atualmente, valor terapêutico pesquisado e


ratificado pela ciência e uso pelos médicos vem
crescendo o que confere a esse tipo de terapia
CONFIABILIDADE.
BRASIL
• Possui vantagens:
• Biodiversidade em abundância;
• Conhecimento popular e tradicional;
• Tecnologia, empresas e recursos financeiros.

• FALTA INCENTIVO!
BRASIL
• 30% Alemanha;
• 25% EUA;
• Brasil, 60% da Amazônia, 500 milhões hectares;
• 1,5 milhões de espécies vegetais;
• Indígenas dominam conhecimento de 1.300;
• Antibióticos, narcóticos, abortivos,
anticoncepcionais, antidiarréicos, anticoagulantes,
fungicidas, anestésicos, antiviróticos e relaxantes
musculares;
• 5%;
• 90 espécies comercializadas.
BRASIL
• Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos.
• Garantir a população brasileira:

• ACESSO SEGURO E USO RACIONAL DE PLANTAS


MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS;

• PROMOVER O USO SUSTENTÁVEL DA


BIODIVERSIDADE, O DESENVOLVIMENTO DA
CADEIA PRODUTIVA E DA INDÚSTRIA NACIONAL.
FARMACOBOTÂNICA
• Estudo da morfologia, anatomia e identificação
botânica, fisiológica e patológica das espécies de
interesse medicinal.
• Se preocupa com o estudo das matérias de origem
vegetal.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Princípio ativo de medicamento fitoterápico:
classe química, cuja ação farmacológica é
responsável pelos efeitos terapêuticos do
medicamento fitoterápico.

• Exemplos: alcalóides, flavonóides, terpenos,


saponinas, etc.
Alcalóide Substância de caráter básico, que contêm, em sua fórmula,
nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e carbono. Café, jaborandi,
papoula, tabaco, etc.
Ações anestésica, analgésica, psico-estimulante, anti-depressiva, etc.

Flavonóides É um grupo de composto químico encontrado naturalmente em


certas frutas (uva), nozes, sementes e raízes.
Ações antiinflamatória, antialérgica e anti-cancerígena.

Terpenos São encontrados em sementes, flores, folhas, raízes, madeiras de


plantas superiores, algas,etc. São hidrocarbonetos.
Ação reposição hormonal (beta-caroteno - tomate).

Saponinas Metabólito secundário vegetal, caracterizado pela formação de


espuma, tendo propriedade detergente. Goiaba, comigo-ninguém-
pode, etc.
Ações antifúngica, antiviral, espermicida, expectorante, diurética e
antiinflamatória.
DEFINIÇÕES
IMPORTANTES
• Farmacógeno: porção do vegetal ou animal onde
localizam-se os princípios ativos com finalidade
terapêutica.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Droga vegetal: planta medicinal ou suas partes,
após processos de coleta e secagem, podendo ser
íntegra, rasurada ou triturada.

• Derivado de droga vegetal: produtos de extração


da matéria prima vegetal: extrato, tintura, óleo,
cera, suco e outros.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Matéria prima vegetal: planta medicinal fresca ou
droga vegetal antes de passar por qualquer forma
de tratamento.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Medicamento: produto farmacêutico testado,
tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico.

• Remédio: qualquer processo ou meio usado com a


finalidade de cura ou prevenção.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Fitoterápico: medicamento com base em plantas,
ou parte delas, com atividade farmacológica
comprovada;
• Caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos
riscos de seu uso;
• Reprodutibilidade e constância de sua qualidade;
• Segurança validada através de
documentações tecnocientíficas
em publicações ou ensaios
clínicos.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Fitocomplexo: conjunto de todas as substâncias
presentes na planta (vitaminas, sais minerais, etc) e
que agem juntamente com o princípio ativo;

• Melhoram o efeito terapêutico e reduzem efeitos


colaterais;

• Facilitam a absorção e o aproveitamento do


princípio ativo pelo organismo;

• Preservar ao máximo o Fitocomplexo.


DEFINIÇÕES IMPORTANTES
• Fitofármaco: responsável pela atividade
terapêutica da planta medicinal.

• Sinônimo de princípio ativo natural de origem


vegetal.
Formas Farmacêuticas
• CHÁS: decocção, infusão e maceração;
• Material de qualidade, fresco ou seco,
acompanhamento do cultivo ao armazenamento,
evitando contaminação;

• Tempo de preparo: raiz, caule, casca, fruto e


sementes 15 min;

• Plantas secas: tempo maior de preparo;


• Plantas frescas: < 15 min.
Tipos de chás
• Decocção: partes mais duras (casca, raiz, sementes),
exigem mais tempo e mais calor. Leva-se o material vegetal
ao aquecimento juntamente com a água até ferver.

• Infusão: partes mais macias (folhas e flores). Adiciona-se


água fervente ou fria em um recipiente contendo a erva.

• Maceração: qualquer parte do vegetal. Coloca-se a planta


na água, por um período prolongado (noite ou uma
semana) até obter um preparado eficaz, temperatura
ambiente, com ou sem agitação.
Atenção para o horário de tomar os chás!
• Chás digestivos, calmantes: após as refeições.
• Chás para despertar apetite: 30 min antes das
refeições.
• Chás para outras finalidades: entre as refeições.
Formas Farmacêuticas
• Xaropes: medicamentos líquidos, viscosos, preparados
com decoctos, sumos ou sucos das plantas medicinais
mais mel de abelha ou açúcar;
• Baixa estabilidade (açúcar substrato para germes);
• Usados como veículo ou para correção do sabor
desagradável dos fármacos.

• Pomadas: consistência mole, de ação tópica, protetora e


lubrificação, preparadas com partes de plantas mais
substância gordurosa (vaselina);
• Baixo custo, não irritante, propriedades hidratantes e
protetoras;
• Potes de vidro ou plástico previamente esterelizados.
Formas Farmacêuticas
• Tinturas: utiliza-se álcool ou água na proporção 1:10 ou
1:5 (droga vegetal: solvente);
• Planta seca ou fresca;
• Armazenamento em vidros de coloração escura para
evitar a ação da luz (reações de oxidação e hidrólise).

• Cápsulas: contêm planta desidratada (em pó), fáceis de


tomar e de armazenar em frascos, sem gosto;
• Usadas por crianças maiores ou adultos capazes de
engolir.
O que é extrair?

• Significa retirar as substâncias ou princípio ativo da


droga vegetal, utilizando para isso um líquido
(solvente) específico para o composto que se deseja
isolar;
• Matéria prima: fresca ou seca;

• Material fresco=maior concentração do princípio


ativos;

• Material seco=maior estabilidade química;


O material seco pode ser obtido de
duas formas:
• Natural: secagem à sombra, secagem ao sol ou
secagem mista;

• Artificial: secagem em estufas sem circulação de ar


(35-40°C)
Métodos de redução da matéria-prima:
• Aumenta a área de contato;

• Facilita manuseio, transporte, embalagem e armazenagem;

• Seccionamento (facas ou tesouras);

• Rasuração (raspadores ou processadores);

• Atrito (força de atrito);

• Pulverização (moinhos, martelos).


Métodos extrativos de plantas
medicinais
MACERAÇÃO
DECOCÇÃO
INFUSÃO
PERCOLAÇÃO
TURBOLIZAÇÃO
MACERAÇÃO
• Solvente adequado + vegetal reduzido + temperatura
ambiente;

• Flores, folhas e semente: mínimo de 12h;

• Cascas, raízes e talos moles: 18h;

• Cascas, raízes e talos duros: 24h até 10 a 15 dias;

• Solvente renovado de 1 em 1 hora;

• Coado para remover resíduos.


DECOCÇÃO
• Técnica que consiste em manter um material
vegetal em contato com um solvente em ebulição;

• Frutos secos, sementes, raízes, caules e cascas;

• 15 min;

• No caso dos chás deve ser tomado quente.


INFUSÃO
• Acréscimo de solvente aquecido (geralmente água)
em um recipiente contendo parte da planta;

• Folhas ou flores;

• 20g por litro de água;


• Em seguida recipiente deve ser tampado e mantido
em repouso por 10 a 15 min.
PERCOLAÇÃO
• Extração exaustiva do princípio ativo;
• Droga vegetal moída colocada em um recipiente cônico
através do qual passa o líquido extrator;

• Utiliza-se grande quantidade de solvente;


• Produto obtido: PERCOLADO;

• Percolado recolhido inicialmente contém 70 a 80% do


princípio ativo;

• Fim da percolação: diminuição da cor e do odor do extrato.


TURBOLIZAÇÃO

• Utiliza-se turbolizador (liquidificador industrial);

• Matéria-prima previamente reduzida aumenta a superfície


de contato com o líquido extrator;

• Em seguida, vai para turbolizador, onde é feita a extração;

• Extrato passa por processo de filtração (gazes, algodão ou


papel de filtro) para remoção de impurezas.
10 MANDAMENTOS
1. SABER ONDE COLETAR;

2. SABER COMO COLETAR;

3. SABER QUANDO COLETAR;

4. SABER COMO SECAR E CONSERVAR;

5. SABER A PARTE DA PLANTA A SER UTILIZADA;


10 MANDAMENTOS
6. SABER COMO PREPARAR;

7. SABER COMO USAR;

8. SABER QUANTO USAR;

9. SABER DA TOXICIDADE DA PLANTA;

10. SABER IDENTIFICAR.

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