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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VEGETAIS


DISCIPLINA: CULTIVO AGRÍCOLAS II

Plantas medicinais

Lindomar Maria da Silveira – Professora


lindomarmaria@yahoo.com.br

Mossoró (RN)
Plantas medicinais

História

• Pré-história: de modo totalmente empírico ou intuitivo baseado em descobertas


ao acaso.

• Egito século XVI a.C: Papiro de Ebers – um dos primeiros textos médicos (com
cerca de 800 receitas e referência a mais de 700 drogas incluindo absinto,
hortelã, mirra e mandrágora.

• Egito 2300 a.C: embalsamamento de cadáveres para evitar a deterioração.


Também utilizavam além das plantas medicinais outras como a papoula
(sonífera), a babosa e óleo de rícino (catárticos).

• Babilônia: combinava o poder curativo ou supostamente curativo de


determinadas substâncias e certas espécies vegetais utilizadas em rituais
religiosos.

• Grécia e Roma antiga: a medicina sempre esteve estreitamente dependente


da botânica.
Plantas medicinais
História

Estudos dos alquimistas na idade média na elaboração de elixires da longa


vida e a busca por plantas com propriedades miraculosas e afrodisíacas

Forneceram a base empírica, o embrião de futuras ciências como a botânica,


a química e a medicina.

Brasil: primeiras referências atribuídas ao Padre José de Anchieta e outros


jesuítas que aqui viveram durante os tempos coloniais.

Boticas dos colégios: receitas a base de plantas para o tratamento de


doenças.

Europeus
Indígenas
Escravos Africanos Movimento dos quilombos

Estabelecimento de uma rica medicina popular


Plantas medicinais
História

Período pós-guerra Descoberta dos Incremento de remédios a


antibióticos base de drogas sintéticas

Década de 50 a 70 as plantas
medicinais foram marginalizadas e Abandono e falta de crença
somente a partir da década de 80 nas drogas naturais
passaram a ser valorizadas como
fonte de propriedades curativas

Tendência generalizada de
retorno a fitoterapia

OMS – estudo e uso de plantas medicinais como forma de baixar os custos


dos programas de saúde pública e ampliar o número de beneficiários de
seus programas, principalmente em países desenvolvidos e em
desenvolvimento.
Plantas medicinais

Planta medicinal bem escolhida e usada corretamente só


difere do medicamento industrial feito com a substância
isolada apenas pela embalagem e pelas substâncias que
acompanham o princípio ativo.

Lorenzi e Matos 2008.


Plantas medicinais

Recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS)

a) Procedam levantamentos regionais das plantas usadas na medicina


popular tradicional e identifique-as botanicamente;

b) Estimulem e recomendem o uso daquelas que tiverem


comprovadas sua eficácia e segurança terapêuticas;

c) Desaconselhem o emprego de praticas da medicina popular


consideradas inúteis ou prejudiciais;

d) Desenvolvam programas que permitam cultivar e utilizar as plantas


selecionadas na forma de preparações dotadas de eficácia,
segurança e qualidade.
Plantas medicinais

Importância Social

 Destaque para as populações menos favorecidas


Em vez de ser substituída pela química farmacêutica, foi revitalizada
 A fitoterapia e os medicamentos feitos com plantas podem ter
credenciais impressionantes

• Nenhum laboratório produziu ainda um substituto para a digitalina


• A penicilina provém de fungos de plantas
• A beladona fornece produtos químicos utilizados em preparados
oftalmológicos e antiespasmódicos
Plantas medicinais

Medicina fitoterápica no Brasil

praticada por curandeiros praticada por terapeutas


populares profissionais

Teve treinamento formal em


a prática da fitoterapia é parte
medicina e especialização em
integral da cultura tradicional
fitoterapia

Medicina Popular Prática profissional


de um clínico geral
Plantas medicinais

Importância Econômica

Importância Ambiental
Plantas medicinais

Planta Medicinal

É aquela comprovadamente capaz de curar doenças ou aliviar sintomas


e que soma longa tradição de uso como medicamento em uma
população ou comunidade.
Fitoterápico

É o medicamento que tem a planta medicinal como materia-prima.


Ele é obtido usando derivados extraídos da planta (extrato, tintura, óleo,
cera, suco, etc.) que são industrializados. Esse processo evita
contaminações por agrotóxicos e substâncias estranhas, garantindo a
qualidade e a eficácia do uso. Todo medicamento fitoterápico deve ser
produzido em laboratório autorizado e obter registro na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser
comercializado.

Não são considerados fitoterápicos: chás, partes ou pó de plantas


medicinais, homeopatia, florais, medicamentos manipulados, e própolis.
Plantas medicinais
Aspectos botânicos

Identidade das plantas - um dos aspectos mais delicados na fitoterapia

Nomes variáveis de região para região

Dependendo da região escolhida ou mesmo da opinião de


dois raizeiros

Tais interpretações errôneas podem induzir o usuário a utilizar uma


planta sem o princípio ativo desejado ou fazer uso de uma planta
perigosa
Plantas medicinais

Nomenclatura Botânica (Proposta por Carolus Linnaeus)

Cada espécie tem apenas um nome botânico. Não importa se a planta está
sendo estudada por cientistas japoneses, árabes ou brasileiro. Se a
aplicação do nome estiver correta o nome científico será sempre o mesmo
e espera-se que apresente as mesmas propriedades .

Nome científico

Ex.: Equisetum giganteum

Nome Epíteto específico


genérico
Plantas medicinais
Manipulação de plantas medicinais
Formas farmacêuticas

Formas com instabilidade Formas com estabilidade

• Banho • Óleos
• Cataplasma • Pós
• Compressa • Soluções extrativas
• Chá

• Águas aromáticas ou hidrolatos


• Unguento e pomada
• Elixir
• Xarope
• Supositórios
• Óvulos
• Xampus
• Sabonete
Plantas medicinais
Formas com instabilidade
Chá – Preparação pela qual há extração do princípio ativo utilizando a água, através
de temperaturas elevadas e/ou tempo decorrido. Pode ser preparado de várias
maneiras.

Decocção: Infusão:

• Utilizado normalmente para ervas não • Utilizada para todas as partes de plantas
aromáticas (quê contém princípios estáveis medicinais ricas em componentes voláteis,
ao calor e para drogas vegetais constituídas aromas delicados e princípios ativos que
por sementes, raízes, cascas e outras partes degradam pela ação combinada de água de
de maior resistência à ação de água quente. calor.

Maceração:

• Utiliza a combinação da água fria com o


tempo. Podem ser utilizadas qualquer parte
da planta, sendo alterado apenas o tempo
de repouso
Plantas medicinais

Suco ou sumo – Após a extração deixa-se uma hora em repouso e recolhe


o líquido liberado.

• Compressa – Preparação de uso local (tópico), que atua pela penetração


dos princípios ativos através da pele. Utilizam-se panos chumaços de
algodão ou gases embebidos em infuso concentrado, decoto, sumo ou
tintura da planta dissolvida em água quente ou fria.

• Banho – Fazer uma infusão ou decocção mais concentrada, coar e


adicionar a água de banho.

• Cataplasma – Planta seca ou fresca aplicada sobre a parte afetada ou


envolvida em um pano fino ou gase. Também pode-se utilizar farinha de
mandioca ou fubar de milho, geralmente quente.
Plantas medicinais
Formas com estabilidade
• Óleos – As ervas secas ou frescas são colocadas em um frasco
transparente com óleo de oliva, girassol ou milho. Mantém-se o frasco
fechado ao sol por duas a três semanas. Filtra-se e separa uma possível
camada de água que se forme. Conservar em vidros protegidos da luz.

• Pós – A planta é seca o suficiente para permitir sua trituração a ser


utilizada diretamente ou na preparação de outra fórmula.

• Vantagens
- Podem ser diluídos em líquidos ou misturados a comida
- Ao serem pulverizados, os fármacos das plantas não diminuem suas atividades
- Quanto menor a partícula , mais rápido poderá ser obtido o efeito, sendo
melhor absorvido pelo trato gastrointestinal, atingindo níveis sanguíneos mais
rapidamente
• Alterações
- O ar pode provocar hidrólise e modificar o pó
- A luz pode inutilizar pela incidência de raios
- O calor pode provocar alterações

• Acondicionamento
Plantas medicinais
Formas com estabilidade
• Soluções extrativas – São resultantes da dissolução parcial de uma
planta já em forma de pó, num determinado líquido chamado de solvente, no
qual dissolvem apenas alguns constituintes (princípios ativos) e deixando
resíduo tudo que não tem atividade farmacológica.

Água como líquido extrator Álcool como líquido extrator

• Maceração • Alcoolatura

• Percolação • Tintura

• Extratos
Plantas medicinais
Formas com estabilidade
• Águas aromáticas ou hidrolatos

• Unguento e pomada

• Vinho medicinal

• Xarope

• Supositórios

• Óvulos

• Xampus

• Sabonete
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

Todas as plantas sintetizam, acumulam ou depositam substâncias representadas


pelos compostos químicos ou grupos de compostos químicos, os quais constituem
os princípios ativos, compostos que conferem ação terapêutica às plantas
medicinais.

Geralmente na forma de complexos que se completam e reforçam a ação sobre o


organismo.

Todos os organismos possuem caminhos metabólicos semelhantes de produção de


compostos essenciais à sobrevivência (acúcares, aminoácidos, ácidos graxos,
nucleotídeos e seus polímeros derivados – polissacarídeos, proteínas, lípídios, RNA,
DNA, etc)

METABÓLITOS PRIMÁRIOS
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

As plantas produzem ampla diversidade de substâncias orgânicas que não têm


função direta no seu crescimento e desenvolvimento.

METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

Tem função ligada à ecologia da planta,


isto é, ao relacionamento da planta com
o meio ambiente
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
De modo geral os metabólitos secundários podem ser divididos em três grupos
principais

Compostos Compostos
Terpenóides
fenólicos nitrogenados

Muitos constituinte naturais ainda não foram isolados e isolados do ponto de


vista químico

Grande quantidade de compostos já isolados e com estrutura química


determinada ainda não foi estudada em relação a suas atividades biológicas,
seja em relação a própria planta, seja quanto às potencialidades de uso com
outras finalidades, especialmente de interesse terapêutico .
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
Apenas um grupo restrito de substâncias possui funções e atividades
determinadas como:

Alcalóides

Terpenos

Lignanas

Flavonoides

Cumarinas
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Alcalóides - De todos os grupos de princípios ativos os alcalóides possuem
maior atividade biológica, portanto apresentam grande potencialidade tóxica.

 Na sua maioria apresentam sua dose terapêutica muito próxima da tóxica,


necessitando de maior cuidado na sua utilização
 São bem absorvidos por via oral e metabolizados pelo fígado
 A ação farmacológica alvo é o sistema nervoso central, podendo apresentar-se como
analgésico e narcótico (outros podem ter ação estimulante)
 Alguns provocam elevação na pressão sanguínea enquanto outros produzem
hipotensão
 Alguns podem ser cancerígenos enquanto outros podem apresentar propriedade
biológica inversa, sendo antitumorais.

 Apresentam localização variada (folhas, sementes, raízes e caules)


 Sua concentração pode variar dependendo da época do ano e ainda
podem estar restritos a uma determinada parte da planta
 Apenas 10 a 15% das plantas conhecidas apresentam alcalóides em
sua constituição química
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Alcalóides

Confrei (Symphytum officinalis) – Alcalóides Pirrolidizínicos


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Alcalóides

Fedegoso (Heliotropium indicum) – Alcalóides Pirrolidizínicos


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Alcalóides

Erva do diabo (Datura stramonium) – Alcalóides tropânicos


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Alcalóides

Tabaco (Nicotiana tabacum)


Româ (Punica granatum)

Alcaçóides piperínicos e piperidínicos


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Alcalóides

Pimenta-de-galinha (Solanum americanum) – Glicoalcalóides


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Terpenos

Também conhecidos como terpenóides, os terpenos são substâncias de origem vegetal e


animal que apresentam fórmula química geral (C5H8)n, hidrocarbonetos formados por um
conjunto de isoprenos (daí o “n” da fórmula). Geralmente são encontrados em óleos de
essências ou como em forma de seus derivados oxigenados, tais como álcoois, aldeidos,
cetonas, ésteres ou ácidos carboxílicos.
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Óleos Voláteis
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Taninos

São substâncias químicas complexas, polifenóficas ligadas a outros compostos


aromáticos que se distribuem em todas as partes das plantas.

 Possui grande afinidade com proteínas, formando complexos e


causando sua precipitação. Provoca uma sensação de desconforto na
boca e na língua, caracterizada pela adstringência ao mastigar uma parte
que os contém.

 Apresentam atividade farmacológica variável:

 Antiséptico e antimicrobiano (devido a capacidade de lesionar as


moléculas da parede celular de protozoários, fungos e bactérias)
 Anti-hemorágica (precipitam proteínas do plasma, ativam fatores de
coagulação sanguínea e são vasoconstritores
 Antidiarréica (reduz a atividade peristáltica do intestino)
 Possui ação cicatrizante
Toxidade???????
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Flavonóides

São encontrados principalmente na parte aérea das plantas, ocorrendo em


menor proporção em raízes e rizomas.

Ações farmacológicas comuns: anttiinflamatória, estabilizadora do


endotélio vascular, antiespasmódicas, cardiocirculatórias,
antiescleróticos, antiedematosos, dilatadores das coronárias,
espasmolíticos, anti-hepatotóxicos, coleréticos, diuréticos e
antimicrobianos
 Possui baixa toxidade
É bem absorvido pelo organismo
Protetores contra doenças causadas por microorganismos de plantas
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Flavonóides

• Catequinas – Classes de flavonóides a qual se utiliza como adstringente


no controle da diarréia pois inibe uma enzima, a uroquinase, fundamental
pra que o tumor cancerígeno cresça e produza metástases.

Não provoca efeitos secundários maléficos, o que permitiria sua


utilização em grande dose sem prejudicar o enfermo
 Comprovou-se que retardam a angiogênese, processo pelo qual o
tumor gera novos vasos sanguíneos para nutrir-se e crescer.
 Tem sido especulado sua ação contra o carcinoma pulmonar
 As catequinas e outros bioflavonóides exibem atividade antioxidante
semelhante a da vitamina C e da E que também demonstraram reduzir
o risco de certos tipos de cancro quando administradas como
suplementos ou quando constituem naturalmente uma parte importante
da alimentação.
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Cumarinas
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Saponinas
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Mucilagem
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

• Glicosídeos – São substâncias que podem causar intoxicações crônicas em


consequência de utilização frequente por apresentarem absorção de efeito
cumulativo.

Seu uso no tratamento de doenças cardíacas é restrito à droga extraída


e purificada sob recomendação médica devido ao fato de não existir um
controle adequado da quantidade dessas substâncias ingeridas sob a
forma de chás ou outras.
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

Espirradeira (Nerium oleander)

Flor-de-seda (Calotropis procera)

Dedaleira (Digitalis purpurea)

• Glicosídeos Cardioativos
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

Mandioca (Manihot esculetnta)

• Glicosídeos Cianogênicos
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

• Glicosídeos antraquinônicos ou antraquinonas

 Apresentam ação laxativa, cicatrizante, anti-séptica e antiinflamatória


local
 Não são bem absorvidas pelo tubo digestivo, por isso seu emprego é
sempre realizado por via cutânea ou para utilização no intestino
 O uso prolongado de algumas antraquinonas pode ter efeito
carcinogênico
 A utilização desses vegetais é indicada principalmente para pacientes
constipados que não apresentam resposta positiva a medicamentos
mais suaves e nos casos onde há necessidade de evacuação tais como
intervenções diagnósticas ou cirúrgicas.
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Glicosídeos antraquinônicos

Babosa (Aloe spp.)


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Saponinas – Grupo de heterosídeos muito comum nas plantas superiores
com característica peculiar de formar espuma quando colocadas em água.
Apresentam essa designação por possuírem propriedade físico-química de
saponificar substâncias lipossolúveis

Medicinalmente apresentam atividade mucolítica, expectorante,


diurética, antiséptica, laxativa antimicrobriana, antiinflamatória e
aumentam a permeabilidade das membranas.
 Altas doses na corrente sanguínea podem provocar hemólise
 A absorção através do trato gastrointestinal é reduzida, diminuindo o
risco de intoxicação quando utilizadas através da via oral
 Na sua maioria apresentam toxidade para insetos e moluscos e
algumas vezes são utilizadas para o controle dos caramujos
transmissores da esquitossomose
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Saponinas

Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta)


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Carotenóides – Funcionam como fonte de vitamina A e de outros
retinóides, bem como de agentes fotoprotetores e de prevenção do câncer.
Essas funções protetoras parecem decorrer de suas capacidades como
antioxidantes.

(Daucus carota)
(Nasturtium officinale)
(Spinacea olerácea)
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

• Triterpenóides – Constituinte químico do grupo dos terpenos. A maioria


dos triterpenóides é constituída por alcoóis que podem combinar-se com
açúcares para formar glicosídeos, como no caso das saponinas.

Camarasinho, cambará (Lantana camara)


Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

• Catequinas – Classes de flavonóides a qual se utiliza como adstringente


no controle da diarréia pois inibe uma enzima, a uroquinase, fundamental
pra que o tumor cancerígeno cresça e produza metástases.

Não provoca efeitos secundários maléficos, o que permitiria sua


utilização em grande dose sem prejudicar o enfermo
 Comprovou-se que retardam a angiogênese, processo pelo qual o
tumor gera novos vasos sanguíneos para nutrir-se e crescer.
 Tem sido especulado sua ação contra o carcinoma pulmonar
 As catequinas e outros bioflavonóides exibem atividade antioxidante
semelhante a da vitamina C e da E que também demonstraram reduzir
o risco de certos tipos de cancro quando administradas como
suplementos ou quando constituem naturalmente uma parte importante
da alimentação.
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

• Compostos fenólicos – Constituem-se com um dos grupos mais


abundantes na natureza e originam diversos outros compostos como os
taninos.

 Ocorrem conjugados com outras moléculas. Raramente ocorrem em


estado livre
 Geralmente, o papel farmacológico nas plantas tem sido indicado como
agentes alelopáticos e também como agentes antifúngicos
 A principal ação farmacológica é laxante
 Agumas benzoquinonas e naftoquinonas mostraram atividade contra
tripanosomídeos e ação antileucêmica

• Cumarinas – Apresentam diversas ações medicinais, sendo a principal a de


prevenir a coagulação sanguínea por atuar no fígado interferindo na
ação da vitamina K. Apresenta ação antibacteriana e sensibiliza a pele sob
ação dos raios ultravioletas. Também atuam como estimulantes das
enzimas anticâncer.
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

• Flavonóides – São encontrados principalmente na parte aérea das plantas,


ocorrendo em menor proporção em raízes e rizomas.

Ações farmacológicas comuns: anttiinflamatória, estabilizadora do


endotélio vascular, antiespasmódicas, cardiocirculatórias,
antiescleróticos, antiedematosos, dilatadores das coronárias,
espasmolíticos, anti-hepatotóxicos, coleréticos, diuréticos e
antimicrobianos
 Possui baixa toxidade
É bem absorvido pelo organismo
Protetores contra doenças causadas por microorganismos de plantas
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais
• Taninos – São substâncias químicas complexas, polifenóficas ligadas a
outros compostos aromáticos que se distribuem em todas as partes das
plantas.

 Possui grande afinidade com proteínas, formando complexos e


causando sua precipitação. Provoca uma sensação de desconforto na
boca e na língua, caracterizada pela adstringência ao mastigar uma parte
que os contém.

 Apresentam atividade farmacológica variável:

 Antiséptico e antimicrobiano (devido a capacidade de lesionar as


moléculas da parede celular de protozoários, fungos e bactérias)
 Anti-hemorágica (precipitam proteínas do plasma, ativam fatores de
coagulação sanguínea e são vasoconstritores
 Antidiarréica (reduz a atividade peristáltica do intestino)
 Possui ação cicatrizante
Toxidade???????
Plantas medicinais
Substâncias ativas de plantas medicinais

Outras substâncias

• Aflotoxina (Aspergillus flavus) – capaz de induzir câncer no fígado


• Fusariotoxina (Aspergillus, Penicillium, Rhizopus, Fusarium,
Cladosporium)
Plantas medicinais
Validação de novas drogas e Plantas medicinais

Planta medicinal é medicamento somente quando validada e incluída na


farmacopéia, requerendo condições ideais

• Ter identificado seu princípio ativo, ou


• Tê-lo evidenciado farmacologicamente.

1ª etapa: São desenvolvidos estudos farmacológicos, pré-clínicos e


toxicológicos, complementados pelos ensaios clínicos e
estudos de toxicologia humana, aguda, subaguda e crônica

2ª etapa: Faz-se o estudo químico com vista ao isolamento e


caracterização do princípio ativo por processo de separação
monitorado farmacologicamente
Plantas medicinais

Uso imediato de plantas frescas

• Recurso mais frequente utilizado pela maior parte da população

• Autoridades de saúde (provimento de meios que garantam o uso correto


das plantas medicinais seguras e eficazes )

• Adoção de uma fitoterapia cientificamente orientada, com planejamento


adequado que permita atender a tríplice finalidade

 promover o próprio crescimento através do cultivo e adaptação de


novas plantas;
 garantir a conservação do germoplasma das plantas medicinais
 fornecer mudas para hortos secundários nas comunidades;
Plantas medicinais

Controle de qualidade das plantas medicinais e seus produtos

• Controle do plantio

• Controle da coleta

• Controle da preparação preliminar

• Controle do produto final


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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VEGETAIS
DISCIPLINA: CULTIVO AGRÍCOLAS II

Plantas medicinais

Lindomar Maria da Silveira – Professora


lindomarmaria@yahoo.com.br

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