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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – FCA


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA – FG01
DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL – DPAV

HORTICULTURA

CAPEBA (Pothomorphe umbellata (L.) Miq)

DOCENTE: Dr. Ernesto Oliveira Serra pinto.


DISCENTE: 21650792 – Leonardo Bruno Glória

MANAUS – 2018
HORTICULTURA
• É o ramo da agricultura que estuda as técnicas
de produção e aproveitamento dos frutos,
legumes, árvores, arbustos e flores. Inclui
também a jardinagem.

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OLERICULTURA
• Estuda a produção de hortaliças.

• As hortaliças são plantas de suma importância


para o fornecimento principalmente de
vitaminas, sais minerais e fibras, com algumas
delas também servindo como fonte de
carboidratos e proteínas

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A IMPORTÂNCIA DE UMA
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

• Fundamental para a saúde, constituindo uma


prática que contribui para o bem estar físico,
mental e social dos indivíduos.

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CONSUMO DIÁRIO RECOMENDADO

• As hortaliças devem ser consumidas


diariamente, e de preferência cruas, para que
não tenham perdido as vitaminas no processo
de cozimento, e porque cruas dão maior
saciedade.
•Recomenda-se:

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ORIGEM DAS ESPÉCIES CULTIVADAS

• Segundo o trabalho clássico de “Bases


fitogeográficas do melhoramento de plantas”
(Vavilov, 1993). Vavilov apresenta oito diferentes
centros, alguns dos quais foram subdivididos:

• 1. China, 2. Índia, 2a. Indo-malaio, 3. Ásia


Central, 4. Oriente Próximo, 5. Mediterrâneo, 6.
África Oriental, 7. Mesoamérica, 8. América do
Sul, 8a. Chile, 8b. Brasileiro-paraguaio
(Bespalhok et al.).
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DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
DAS HORTALIÇAS NÃO-
CONVENCIONAIS

• Aquelas com distribuição limitada, restrita a


determinadas localidades ou regiões, exercendo
grande influência na alimentação e na cultura de
populações tradicionais.

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SITUAÇÃO ATUAL

•Feito predominantemente por agricultores familiares,


muitos deles caracterizados como populações tradicionais.

•O conhecimento do cultivo e consumo destas plantas foi


passado de geração a geração. A maioria dos cultivos está
estabelecida nos quintais para o consumo da própria
família, sem nenhum apelo comercial.

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SITUAÇÃO ATUAL

•O resgate das hortaliças não-convencionais é fundamental


para que se evite o processo de extinção de algumas
espécies desconhecidas atualmente.

•Hoje, 90% do alimento mundial é representado por


apenas 20 espécies, entretanto, estudos estimam entre
12.500 e 30.000 espécies comestíveis.

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HORTALIÇAS NÃO–
CONVENCIONAIS DA AMAZÔNIA

• Espécies nativas e introduzidas, adaptadas a


essas condições ambientais.

• Predominam solos de baixa fertilidade.

• Contribuem decisivamente para a melhoria da


dieta das populações da região.

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HORTALIÇAS NÃO–
CONVENCIONAIS DA AMAZÔNIA
• Outras espécies não-convencionais, cultivadas
na pequena produção rural tais como:

• alfavaca (Ocimum basilicum L.), cariru (Talinum


triangulare (Jacq.) Willd.), chicória-de-caboclo
(Eryngium foelidum L.). coentro (Coriandrum
salivum L.). jambu (Spilanllus oleracea L .), maxixe-
peruano (C)'clanlhera pedala (L.) Schrad.).
pimenta-murupi (Capsicum spp.), e vinagreira
(Hibiscus sabdariffae L.).
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HORTALIÇAS NÃO–
CONVENCIONAIS DA AMAZÔNIA
• CAPEBA – Pothomorphe umbellata (L.) Miq

• Duas espécies: Pothomorphe umbellata (L.) Miq.


e Pothomorphe peltata (L.) Miq.

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CAPEBA – Pothomorphe umbellata
• No Brasil está representada pelos gêneros Piper,
Peperomia, Ottonia, Pothomorphe e Sarcorhachis,
com um total aproximado de 460 espécies (Barroso
et al., 2004), sendo Piper e Peperomia os mais
representativos.

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CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA
• Reino: Plantae
• Divisão: Magnoliophyta
• Classe: Magnoliopsida
• Ordem: Piperales
• Família: Piperaceae
• Gênero: Piper
• Espécie: P. umbellata

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Sinônimos atualmente aceitos:
• Heckeria umbellata (L.) Kunth

• Lepianthes umbellata (L.) Raf.

• Lepianthes umbellata (L.) Raf. ex Ramamoorthy

• Peperidia umbellata (L.) Kostel.

• Peperomia umbellata (L.) Kunth

• Piper cuernavacanum C. DC.

• Piper postelsianum Maxim.

• Piper subpeltatum Willd.

• Piper ubellatum L.

• Pothomorphe dombeyana Miq.

• Pothomorphe subpeltata (Willd.) Miq. 15


DESCRIÇÃO

• A P. umbellata é uma erva perene que pode


chegar até 2,5 metros de altura, folhas largas, 10 a
30 cm de largura, em formato de coração. É
propagada por sementes que podem apresentar
dormência que é quebrada por luz solar direta.

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DESCRIÇÃO

• Arbusto 1-3 m alt.; caule 0,6-2,2 cm diâm., piloso. Folhas com


pecíolo 8-20 cm compr.; bainha subalada; lâmina 18-20 × 20-25 cm,
membranácea, translúcido-glandulosa, arredondado-ovada,
reniforme, ápice abruptamente acuminado, base cordada, híspida
em ambas as faces, 12-16 pares de nervuras palmatiformes, pilosas
em ambas as faces.

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DESCRIÇÃO

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DESCRIÇÃO

• Espiga 5,5-9,5 × 0,2-0,4 cm, dispostas em umbelas; pedúnculo


comum 0,3-3 cm compr., glanduloso-pubescente; pedúnculo
secundário 3-5 mm compr., glanduloso-pubescente; bractéola
triangular-subpeltada, fimbriada na margem. Flores congestas;
ovário com estilete curto ou séssil, estigmas 3. Fruto 0,2-0,7 mm
compr., não estiloso, obpiramidal, anguloso, glabro, glanduloso,
estigmas persistentes. (GUIMARÃES, 2006).

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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
•Ocorre na América Central, Antilhas e América do Sul.

•No Brasil, no Norte (Roraima, Amazonas, Acre), Nordeste (Ceará,


Pernambuco, Bahia, Alagoas), Centro-Oeste (Mato Grosso,
Goiás), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de
Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina) (GUIMARÃES, 2010).

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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
• HABITAT
•Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, na Floresta
Ombrófila Densa.

•FLORAÇÃO / FRUTIFICAÇÃO
•Dispersão – Zoocórica

•NOMES COMUNS: Capeba, caapeba do norte,


cata, catajé, malvarisco, manjerioba, aguaxima,
caapeba verdadeira, pariparoba.

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ASPECTOS AGRONÔMICOS

•Propagação: Sementes ou estacas com duas a três gemas. As


estacas são enterradas em sacos plásticos de agosto a dezembro,
sendo levadas para o campo de outubro a fevereiro.

•Espaçamento: 0,5 m x 1,0 m.

•Porte da planta: Atinge até 1,8 m.

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ASPECTOS AGRONÔMICOS

•Colheita: A partir dos seis meses do plantio.

•Secagem: Em estufas, com temperatura máxima de 45º C.

•PLANTAS MEDICINAIS – principal uso e estudo.

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USOS TERAPÊUTICOS

• Analgésico, diurético, emético, febrífugo, depurativo, emenagogo,


antiinflamatório (Dermarchelier et al., 2000), cicatrizante,
estimulante, digestivo. Usado pela medicina popular para tratar
icterícia, leucorréia, afecções urinárias em geral, furúnculos,
queimaduras.

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INDICAÇÕES

• Afecção do fígado e baço, anemia, atonia do estômago, azia,


digestão, distúrbio renal, erisipelas, escrofulose, febre, fermentação
intestinal, furúnculo, gastralgia, hepatite, ingurgitamento do fígado e
do baço, lavar ferida, malária, AIDS, moléstias crônica do fígado,
prisão de ventre, resfriados, reumatismo, tumor.

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PRINCÍPIOS ATIVOS

• Nas raízes encontramos o 4-nerolidylcatechol (Barros et al., 1996),


além de outros óleos essenciais, substâncias fenólicas, esteróides,
mucilagens.

CONSTITUINTES QUÍMICOS
• Óleo essencial, compostos fenólicos, esteróides, mucilagens,
chavicina, pariparobina, jamborandina, piperatina, piperina.

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PARTES UTILIZADAS
• Folhas e raízes, frescas ou secas.

CONTRA-INDICAÇÕES/CUIDADOS
• Em dose acima da indicada pode provocar náuseas, vômitos,
cólicas, diarréia, pequena elevação de temperatura, cefaléia,
tremores nos membros que podem evoluir até a paralisia, erupções
urticosas na pele, aumento da diurese. Doses muito acima do
normal pode causar inflamação colecistica e pielorenal, dores nas
regiões, hepato-vesicular, lombar e vesical, ematuria, presença de
cristais de oxalato, uratos, de bile e de alguns resíduos celulares,
sedimentos e resina na urina.
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ALGUNS USOS

• Infusão ou decocção de 30g de folhas em 750 ml de água. Tomar


3 xícaras, das de chá, diariamente: insuficiência hepática, atonias do
estômago, hepatite, diurético (no caso de anúria), gonorréia;

• Pó das folhas, Tomar até 2g por dose, duas vezes ao dia.

• Decocção das raízes: estimulante digestivo;

• Folhas cozidas como cataplasmas: lavagem de feridas, diminuir o


inchaço de erisipelas, furúnculos, tumores, feridas, hemorróidas,
filárias, machucaduras;

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ALGUNS USOS
• Infusão ou decocção de folhas e raízes: malária, afecções do baço,
fraqueza estomacal, gases, fermentação intestinal, prisão de ventre,
resfriados, febres, anemia, escrofulose (tumores ganglionares de
origem tuberculosas);

• Infusão ou suco: 1 colher das de sopa das folhas em ½ litro de


água: insuficiência hepática;

• Vinho: macerar 2 colheres das de sopa de raiz em 1 garrafa de


vinho branco por 15 dias. Tomar 1 cálice antes das principais
refeições como estimulante da digestão;

• Bálsamo: sementes trituradas com óleo de linhaça. Fazer


aplicações tópicas sobre furúnculos e abscessos;
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ALIMENTAÇÃO

• Apresenta sabor picante, e pode ser usada a folha cozida.


• Alternativo ao couve.

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DESAFIOS

• A falta de estudos sobre o cultivo e incentivo à utilização destas


hortaliças não-convencionais em preparações do dia-a-dia,
compromete o aproveitamento integral do potencial econômico,
nutricional e culinário destas hortaliças. É encontrada uma
fragilidade na perda desses ingredientes que pode ser combatida
através da valoração e uso real da mega biodiversidade brasileira.

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CAPEBA – Pothomorphe umbellata

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CAPEBA – Pothomorphe umbellata

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CAPEBA – Pothomorphe umbellata

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CAPEBA – Pothomorphe umbellata

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CAPEBA – Pothomorphe umbellata

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• COUTO, M. E. Coleção de plantas medicinais


aromáticas e condimentares. Embrapa Clima
Temperado, 2006.

• ÁVILA, L. C. Índice terapêutico fitoterápico – ITF.


2 ed. Petrópolis, RJ, 2013.

• CARDOSO, M. O. Hortaliças não-convencionais


da Amazônia. EMBRAPA. Brasília. 1997.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

•MATTANA, R. S. PRODUÇÃO DE BIOMASSA FOLIAR, ÓLEO


ESSENCIAL E 4-NEROLIDILCATECOL DE Pothomorphe
umbellata (L.) Miq. UNESP-BOTUCATU. 2009.

•MAPA. Manual de hortaliças não-convencionais. Brasília :


Mapa/ACS, 2010.

•BERGO, C. L. ESTUDOS AGRONÔMICOS E FITOQUÍMICOS


DE Piper hispidinervum C.DC. e Piper aduncum L. PARA
PRODUÇÃO DE SAFROL E DILAPIOL. UFPR. 2010.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://cerradoinvitro.net/sibagi/files/potomorphe.pdf
- 02/12-22h

•https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/4393/2/Tes
e%20-%20Aldecinei%20Bastos%20Siqueira.pdf – 02/12
-22h

•https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/ite
m/180463/1/24005.pdf - 02/12

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