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FITOTERAPIA E O SISTEMA CIRCULATÓRIO: Parte II

- Prof. Dr. Niraldo Paulino


Fitoterapia no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivo

Antianginoso

Anti-ateromatoso

Cardiotônico

Trombolítico

Ansiolíticos ou tranquilizantes

Antioxidantes

Antiagregante plaquetária
Plantas medicinais com ações cardiovasculares
Achillea wilhelmsii Hibiscus sabdariffa
Achillea millifolium Hydrastis canadensis
Adonis vernalis Hypericum perforatum
Aesculus hippocastanum Leonurus cardiaca
Alium sativum Loranthus benwensis (Tapinanthus bangwensis)
Alpinia zerumbet Nelumbo nucifera
Angelica gigas Nigella sativa
Asparagus recemosus Olea africana and Olea europea
Astragalus membranaceus Panax ginseng
Bauhinia forficata Pimpinella anisum
Bixa orellana Prunus pérsica
Boerhavia diffusa Rauvolfia serpentina
Centella asiatica Ruscus aculeatus
Cimicifuga racemosa Salvia milthiorrhiza
Coleus forskohlii Solanum melongena
Crataegus laevigata/ Crataegus oxyacantha and Tanacetum parthenium
Crataegus monogyna Terminalia arjuna
Cymbopogon citratus Uncaria tomentosa
Cytisus scoparius Urtica dioica
Digitalis spp Vaccinium myrtillus
Eclipta prostrata /Eclipta alba Viscum album
Ephedra sinica, Ephedra intermedia or Ephedra Vitis vinifera
equisetina. Withania somnifera
Ginkgo biloba Zingiber officinale
Hamamelis virginiana
Achillea millefolium L.
Aquilea, Mil-folhas
Gênero: Achillea
Espécie: millefolium
Família: Asteraceae
Parte utilizada: Botões florais ou partes
aéreas coletadas durante a floração
Composição
Contém 0,2-1,0% de óleo essencial. Contém sesquiterpenos proazuleno, que quando exposto
ao calor será transformado para azulenos: camazuleno (até 25%) e achillicin. Outro importante
constituinte é o β-pineno (23%), α-pineno (5%) e cariofileno (10-22%).
Dependendo do desenvolvimento da planta é possivel encontrar também: aproximadamente
50% de mono e sesquiterpenos, muitos dos quais na forma oxidada, assim como cânfora
(18%), sabineno (12%), 1,8-cineol (10%) e β-pineno (9%), entre outros constituintes.
Farmacologia

FARMACOLOGIA E MECANISMO DE AÇÃO

Achillea millefolium L.

Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade


anti- anti-térmica anti- antioxidante antimicrob.
espasmódica inflamatória
Shigella
Santamarin: Camazuleno: dysenteriae,
Inibição do NFkB Inibição da Helicobacter
peroxidação pylori
Azulenos e Azulenos: lipídica
sesquiterpenos: mecanismo
inibição da sintese de esteroidal Atividade
prostaglandinas anti-
aterosclerose
Indicação e Usos
Utilizações descritas nas farmacopeias

Por via oral para o controle dos níveis de colesterol e triglicerideos e como antiateromatoso.

Usado ainda para tratar perda de apetite, constipação comum, doenças dispépticas, como leve espástica
desconforto do trato gastrointestinal, como um colerético e para o tratamento de febres. Externamente
para inflamação da pele e feridas.
Externamente como um banho de assento para o tratamento de condições dolorosas devido a distúrbios
menstruais.

Usos descritos na medicina tradicional

Oralmente como um emenagogo, hemostático, laxante, auxílio para dormir, estimulante tônica e para
tratar a calvície, prostatite e vertigem.

Usado externamente para o tratamento de hemorróidas, hematoma e nas lesões por queimadura.
Indicação e Usos
Posologia
Interno:
Droga vegetal - 4,5 g de por dia, ou 3,0 g flores para chás (infusões) e outras preparações galênicas;
Infusão: 1-2 g em 150 ml de água fervida durante 10-15 minutos, três vezes por dia
entre as refeições.
Sucus (suco prensado de erva fresca): 5 ml (1 colher de chá), três vezes ao dia entre as refeições.
Extrato fluido 1:1 (g/ml): 1-2 ml três vezes ao dia, entre as refeições.
Tintura (1:5 g/mL): 5 ml, três vezes ao dia entre as refeições.
Banho de assento: External 100 g por 20 litros de água morna ou quente.

Dose Dose
Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária
diária diária REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima
máxima máxima
Droga
Pó planta Tintura Extrato Dose diária do
Nome cientifico vegetal REFERENCIA
moida 20% ou 5:1 seco 5:1 marcador
(chá)
Achylea millifolium - 3-4,5 g 5-30 mL - - Capasso
divididos ANVISA, 2011
em 3 dose
Achillea wilhelmsii - -
Indicação e Usos
Posologia Formulário Fitoterápico Nacional

ADVERTÊNCIAS
Não deve ser utilizado por indivíduos portadores de úlceras gastroduodenais ou oclusão
das vias biliares. O uso acima das doses recomendadas pode causar cefaleia e
inflamação. O uso prolongado pode provocar reações alérgicas. Caso ocorra um desses
sintomas, suspender o uso e consultar um especialista.
INDICAÇÕES
Aperiente, antidispéptico, anti-inflamatório e antiespasmódico.

MODO DE USAR
Uso interno.
Acima de 12 anos: tomar 150 mL do infuso, 10 minutos
após o preparo, três a quatro vezes ao dia, entre as
refeições.
Adonis vernalis L.
Adonis
Gênero: Adonis
Espécie: vernalis
Família: Ranunculaceae
Parte utilizada: Toda a planta
Composição
Contém flavonóides (adonivernitina), ácidos orgânicos, cimarósido, adonitoxósido, sais minerais, glucosídeos,
cardenólides. E uma série de glicosideos cardiotônicos semelhantes às plantas do gênero Digitalis entre outros
compostos: 16-hydroxystrophanthidine, 3-acetylstrophadogenin, 3-epi-periplogenin, acetyladonitoxin, aconitic-
acid, adonidine, adonidoside, adonitic-acid, adonitol, adonitoxigenin, adonitoxigenin-2-acetyl-rhamnoside,
adonitoxin, adonitoxol, adonivernidase.

Ácido adonitico Adonitol

Adonitoxina
Adonitoxigenina
Farmacologia

Adonis vernalis

Força de Contração
Indicação e Usos
Utilizações descritas nas farmacopeias
Adonis possui propriedades diuréticas, cardiotônicas, sedativas e vasoconstritoras.

Ocasionalmente, esta erva também é empregada internamente na forma de um tônico cardíaco,


especialmente nos casos em que a erva mais familiar Digitalis purpurea (dedaleira) não produz os
resultados desejados, particularmente em pacientes que também sofrem de distúrbios renais. Em
muitos casos, o uso desta erva em vez de dedaleira se mostra mais eficaz.

Além de tratar problemas relacionados ao coração, Adonis também é empregado para curar a
pressão arterial baixa. Além disso, como esta erva possui potentes propriedades diuréticas, também
pode ser empregada para tratar a retenção de água pelo corpo.

O Adonis vernalis foi aprovado pelas Monografias E da Comissão Alemã, que é um guia corretivo
para vários medicamentos fitoterápicos, para o tratamento de condições como problemas cardíacos
nervosos e arritmia.
Indicação e Usos
Dose e Posologia
Insuficiência cardíaca congestiva, contração prematura do músculo cardíaco, miocardite,
taquicardia, arritmia, tosse, asma, epilepsia, cãibras, dor reumática.

Extrato seco de Adonis vernalis L. 20 a 50 mg

Infusão ou decocção a 1%, dose máxima diária: 100 ml;

Extrato fluido, dose máxima diária: 60 gotas.

Tomar 1 a 2 vezes ao dia.


Dose Dose
Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária
diária diária REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima
máxima máxima
Droga
Pó planta Tintura Extrato Dose diária do
Nome cientifico vegetal REFERENCIA
moida 20% ou 5:1 seco 5:1 marcador
(chá)
Adonis vernalis 3g/dia em 3 Capasso
doses
1g/dose
Advertências
Contraindicações/cuidados:

Gestantes, lactantes e crianças.

Usar só sob prescrição médica. Ter cuidado especial no caso de portadores de gastrite e
úlcera gastroduodenal.

Contra indicado para pessoas em tratamento com heterosídeos cardiotônicos, quinidina,


laxantes antraquinônicos ou diuréticos tiazídicos (pode produzir potencialização de sua ação
e em casos de sobredose, uma inversão do efeito cardiotônico).

Pode causar hipertonia gastrintestinal, perda de apetite, vômitos, diarreia, dor de cabeça.
Aesculus hippocastanum L.

Nome popular Gênero:


Aesculus Espécie:
hippocastanum
Família: Sapindaceae
Parte utilizada: sementes
Composição
Marcador químico:
O principal constituinte é a Escina ou Aescina. Aescina é uma mistura de
saponinas triterpênicas (10%) presentes em 2 formas (aescina alfa e beta).
Outros constituintes encontrados são os quercetina e kaempferol,
proantocianidinas, cumarinas, catequeinas e aesculina.

Aesculina

Estimagmasterol

Epicatechina

Aescina or Escina Aesculetina


Indicações e Usos

Uso Interno recomendado:


Insuficiência venosa, antimicrobiana, anti-inflamatório, antiedematogênico e analgésico em
hemorroidas, fragilidade capilar, varizes.

Uso tradicional em:


Estimulante da circulação periférica, tratamento de varizes e hemorroidas e inflamações em
geral.
Indicações e Usos
DOSE RECOMENDADA
Uso Interno :
Dose diária: 250mg–315mg duas vezes ao dia de um extrato seco padronizado (equivalente a 100 mg
aescina) contendo 16–20% de glicosídeos triterpenos, calculados como aescina;
Gel tópico contendo 2% de aescina.
Dose diária de 500-750mg de extrato seco alcoólico (contendo 16-20% de escina) equivalente a cerca
de 100 mg.

Dose Dose
Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária
diária diária REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima
máxima máxima
Droga
Pó planta Tintura Extrato Dose diária do
Nome cientifico vegetal REFERENCIA
moida 20% ou 5:1 seco 5:1 marcador
(chá)
Aesculus hippocastanum L. 200 mg a 32 a 120 mg de IN 2014
312 mg glicosídeos ANVISA, 2018
triterpênicos ANVISA, 2016
WHO
expressos em
escina anidra
Indicações e Usos
MODELO PARA PRESCRIÇÃO
Farmácia Magistral
Aesculus hippocastanum (Extrato seco 20%)...................... 200mg Excipiente
qsp..........................................................................1 cápsula
Extrato seco 20% de glicosídeos triterpênicos, equivale a 40mg de escina.

Posologia: tomar 1 (uma) cápsula três vezes ao dia. Indicação: antiedematoso, anti-inflamatório,
venotônico.

Aesculus hippocastanum (Extrato seco 4%)....................... 500mg


Excipiente qsp...............................................................1 cápsula
Extrato seco 4% de glicosídeos triterpênicos, equivale a 20mg de escina.

Posologia: tomar 2 (duas) cápsulas três vezes ao dia. Indicação: antiedematoso, anti-inflamatório,
venotônico.
Farmacologia
Mecanismos farmacológicos de ação:
Aesculus hippocastanum produz seus efeitos:
1. Atenua as doenças vasculares e aumenta a microcirculação, reduzindo a permeabilidade e
aumentando o tonus vascular venoso, o que leva a redução do edema;
2. Proteção das células endoteliais da hipóxia e do estímulo inflamatório;
3. Diminuição do efeito da histamina e da liberação de citocinas;
4. Atenua a hiperpermeabilidade vascular induzida pela serotonina;
5. Suprime o extravasamento e migração de leucócitos preservando a morfologia da célula
endotelial;
6. Efeito inibitório na hialuronidase, enzima envolvida na fisiopatologia da insuficiencia venona
cronica;
7. Efeito modulatório sobre as respostas inflamatórias mediadas pelo TNF-α;
8. Antioxidante.
Farmacologia

Aesculus hippocastanum L.

Aumenta o Reforça a parede Atividade Atividade Anti-


tonus vascular vascular Antioxidante inflamatória

Aumenta a sensibilidade Reduz Inibição da Suprime ao extravasamento


ao cálcio hialuronidase peroxidação lipidica plasmático e a migração leucocitária

Aumenta PGF2α Reduz elastase Proteção do endotélio Reduz serotonina


contra a hipóxia e estímulo
inflamatório Reduz (PGE2)
Aumenta a
proliferação Efeito modulatório na via Diminuição da
celular inflamatória mediada por liberação de
TNF-α histamina e citocinas
Farmacologia
Aesculina Aescina Aesculus hyppocastanum

Fosfolipideos da membrana celular

Fosfolipase A2

COX1/2 Ácido Araquidonico 5-LOX

PGF2α PGI2 PGE2 PGD2 TXA2 LTA4 LTB4


Aesculus
Blood vessel LTC4 hyppocastanum
Exudato e edema
Reduz a
inflamação pela
Perda de resistência LTD4 inibição de
vascular COX1/2 e
5-LOX
Vasodilatation Inflammation Dor e hiperalgesia LTE4
Ativação da elastase e hialuronidase: quebra de colágeno e da
matriz de colágeno e aumento da permeabilidade vascular.
Farmacologia
Antioxidante:

Produção de radicais Redução de


A. hippocastanum A. hippocastanum
livres por: Inflamação, lipoperoxidação;
exposição a radiação, Aumenta a expressão
agentes quimicos em de SOD, CAT e
isquemia e reperfusão GSHpx.
ou outro contaminate
ou causa ambiental.

A. h.

Aumento da atividade da
NADPH quinona oxireducasa;
A. h. Inibição da xantina oxidase e
sequestro de O2-, alcoxil and
peróxido de hidrogenio
Isto pode proteger a célula do efeito oxidativo de
radicais livres como na peroxidação lipidica,
oxidação do DNA e mutagenicidade
Cuidados

Gerais
Advertências
Aesculus hippocastanum deve ser evitada por pacientes com danos renais ou
hepáticos existentes e não devendo utilizar formas injetáveis devido
probabilidade de efeitos hemolíticos. Pode interferir em tratamentos coagulantes e
potencializar a ação de anticoagulantes devido a presença de cumarinas.
Não utilizar este produto se estiver sob tratamento a base de dexametasona,
antagonistas da serotonina e anticoagulantes orais.

Reações Adversas
Podem ocorrer vômitos, diarreia, sede, avermelhamento da face, aumento das
pupilas e desordens de visão e consciência.
Ainda não são conhecidas a intensidade e a frequência das reações adversas.
Allium sativum L.
Alho
Gênero: Allium
Espécie: sativum
Família: Alliaceae
Parte utilizada: Bulbos
Composição
Constituintes químicos

Os principais compostos são sulfurados (derivados cisteina sulfoxidos) como a alliina [1]) e os
peptídeos não voláteis γ-glutamilcisteina que compõe mais de 82% do total dos compostos
sulfurados contidos no alho.
Os tiosulfinatos como a allicina [2], ajoenes (ex E-ajoene [3], Z-ajoene [4]), vinyldithiins (ex. 2-vinil-
(4H)-1,3-ditiina [5], 3-vinil-(4H)-1,2-ditiina [6]), e sulfitos (ex. diallil disulfito [7], diallil trisulfito [8]),
Farmacologia

FARMACOLOGIA E MECANISMO DE AÇÃO

Allium sativum

Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade


fibrinolítica antiagregante anti- antioxidante antimicrob.
hipertensiva

Atividade
anti-
aterosclerose
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

1. Anti-hipercolesterolêmico e anti-lipêmico

Alho reduz a taxa de colesterol e lipídios no plasma, modulando o metabolismo


lipídico e o processo de aterogênese. Esse efeito está ligado à inibição da
hidroximetilglutaril-CoA (HMG-CoA) redutase hepática e a remodelagem das
lipoproteinas do plasma e das membranas celulares.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

2. Anti-hipertensivo

O efeito anti-hipertensivo do alho está relacionado à diminuição da resistência


vascular periférica por relaxamento vascular direto, modificando o potencial de
ação das membranas das células musculares lisas pela abertura direta de canais
de potássio, levando a hiperpolarização e relaxamento.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

3. Antitrombótico

Alho altera os níveis plasmáticos de fibrinogênio, o tempo de coagulação e aumenta


a atividade fibrinolítica.

4. Antiagregante plaquetário

Alho inibe a agregação plaquetária induzida por colágeno, ADP, ácido araquidônico,
adrenalina e trombina. Esse efeito parece estar relacionado a inibição da cascata do
ácido araquidônico e da PDE AMPc.
Indicações e Usos
Posologia

Alho fresco, 2–5g; Pó - 0.4–1.2 g; Óleo - 2–5g;


Extrato - 300–1000mg (como material sólido).
Outras preparações devem corresponder a 4–12mg de aliina ou cerca de 2–5mg de
aliicina/dia.
Medicamento - Padronização/Marcador químico: Alicina
Dose Diária: 3 a 5 mg de alicina

Dose Dose
Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária
diária diária REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima
máxima máxima
Droga
Pó planta Tintura Extrato Dose diária do
Nome cientifico vegetal REFERENCIA
moida 20% ou 5:1 seco 5:1 marcador
(chá)
Alium sativum 0,4 a 1,2g 2,5 a 20 1000mg 3 a 5 mg de IN 2014
mL alicina ANVISA, 2018;
2016
MS, 2015
Indicações e Usos

Forma farmacêutica e posologia

1. TINTURA

MODO DE USAR

Uso interno.
Acima de 12 anos: tomar 50 a 100 gotas (2,5 a 5 mL) da tintura diluídas em 75 mL
de água, duas a três vezes ao dia (VANACLOCHA, 1999).

(ANVISA, 2011)
Alpinia zerumbet (Pers.) B.L.Burtt & R.M.Sm.
Alpinia
Gênero: Alpinia
Espécie: zerumbet
Família: Zingiberaceae
Parte utilizada: Rizomas
Composição
Constituintes químicos

Alcalóides, flavonóides (cardamonin, isalpinin etc.), catequina, epicatequina, óleos


essenciais (canfeno, cânfora etc.), rutina e dois derivados glicosídicos do kaempferol,
taninos.

cardamonin isalpinin

kaempferol
Farmacologia
Efeito anti-hipertensivo:
Bloqueio dos canais de cálcio
voltagem dependentes
Bloqueio da Proteína Quinase AMPc
dependente (PKA)

Alpinia zerumbet
Farmacologia
Alpinia zerumbet Efeito anti-inflamatório:
Bloqueio do NFkappaB e
inibição da transcrição genica
de proteínas inflamatórias.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

1. Anti-hipertensiva (hipotensor):
Por inibição da atividade da PKA e da PDE.
Por efeito diurético.

2. Antiulcerogênica:
Por inibição da secreção gástrica e pelo efeito digestivo.

3. Calmante:
Por um efeito sedativo central.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

Óleo essencial de Alpinia zerumbet* syn. A. speciosa 0,08 mL


*Correspondente a 17,5 mg de sabineno padronizado como
marcador.
0,2 mL de óleo essencial de Alpinia zerumbet, contendo 3,5 mg de
sabineno.

Dose Dose
Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária
diária diária REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima
máxima máxima
Droga
Pó planta Tintura Extrato Dose diária do
Nome cientifico vegetal REFERENCIA
moida 20% ou 5:1 seco 5:1 marcador
(chá)
Alpinia zerumbet Inferior a 10 mL 3x/ 1500 mg - ANVISA, 2018
7,5g/100 mL dia Iniciar com ANVISA, 2011
(folhas) 250 mg 2x
ao dia
Astragalus mongholicus Bunge
Astragalus
Gênero: Astragalus
Espécie: mongholicus (membranaceus Fish.)
Família: Febaceae
Parte utilizada: raiz
Composição
Os principais constituintes são saponinas triterpenicas (astragalosideos I–X e isoastragalosideos I–
IV)) e polissacarideos.
chemical constituents are triterpene saponins, and polysaccharides (astragalano, astraglicano
AMem-P).
R1 R2 R3 R4 R5
astragalo glc* H CH3CO CH3 CO H
side I
astragalo glc* H CH3CO H H
side II
astragalo H H glc* H H
side III
astragalo glc* H H H H
side IV
astragalo H glc* glc* H H
side V
astragalo glc* H glc* H H
side VI
astragalo glc* glc* H H H
side VII
isoastrag glc* H CH3CO H CH3CO
aloside I

isoastrag glc* H H CH3CO H


aloside II

* glc = β-D-glucopyranosyl
Indicações e Usos

Astragalus é indicado como:


Imunoestimulante em disfunções imunes
Adaptógena em doenças degenerativas
Diurética
Vasodilatadora
Antiviral em resfriados comuns
Indicações e Usos

DOSES E USOS
FORMAS FARMACÊUTICAS
Cápsulas ou comprimidos contendo extrato seco, droga vegetal (rizomas), extrato
fluido, e tintura. Astragalus em pó deve ser armazenado em recipientes de vidro
hermeticamente fechados e ao abrigo da umidade e da luz, em local seco e fresco.
DOSE RECOMENDADA (para uso oral)
Pó da droga vegetal: acima de 12 anos: de 9 a 30 g/dia divididos em 2 ou 3 tomadas.
Tintura: tomar 2,5 mL da tintura diluída em 75 mL de água, uma a três vezes ao dia
ou 1,5 a 3,0 mL diariamente.
Extrato seco padronizado (70% de polissacarídeos):
1 cápsulas 100mg 2 vezes ao dia.
Indicações e Usos
MODELO PARA PRESCRIÇÃO

Astragalus mongholicus Bunge (Extrato seco 70% de


polissacarídeos)....................................................... 100mg
Excipiente qsp............................................................1 cápsula
Para dose unitária equivalente a 70mg de polissacarídeos expressos como
astragalano.

Posologia: 1 cápsula duas vezes ao dia (manhã e tarde).


Indicação: antiviral em estados gripais, imunomodulador, antiedematogênico e
energizante (adaptógeno).
Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária Dose diária Dose diária
REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima máxima máxima
Pó planta Droga vegetal Tintura 20% Extrato seco Dose diária do
Nome cientifico REFERENCIA
moida (chá) ou 5:1 5:1 marcador
Astragalus membranaceus 9 a 30g/dia 100mg 2x/dia 70% de Who
polissacarideos
Farmacologia
Mecanismos farmacológicos de ação:
Antiviral, imunomoduladora:
1. Os polissacarideos aumentam a produção de IL-2 e a atividade dos
linfócitos T Killer e a atividade macrofágica.

Atividade Adaptogênica
1. Os Astragalosideos bloqueia os canais de potássio nas células
hipotalâmicas e promovem despolarização e ativação do Eixo
Hipotálamo Hipófise Adrenal.
Farmacologia
Astragalus mongholicus Bunge

Astragalosideos Polissacarídeos

Produz e secreta IFN tipo I: IFN α e/ Célula fagocitica (macrófago ou


ou IFN β outros fagócitos)

Ativação Atividade antiviral


células NK e regulação da Virus
apresentação de
Secreta IFN Libera grânulos antigeno
tipo II: IFN γ de perforinas e
granzimas

Ativação de
macrófagos Perforinas pefuram +
a membrana e as
granzimas induzem
Secreta IL-12 e apoptose
IL18

Restos
celulares
fagocitados
Farmacologia
Astragalus mongholicus Bunge

Astragalosideos Polissacarídeos

Bloqueio de canais de
potássio nas células
hipotalâmicas

Ativação do Eixo Rins


Córtex
hipotalamo-hipófise - adrenal
adrenal

Mama
Ossos
Músculo

Pele Ovário

Tireóide Testicul
o
Bauhinia forficata Link
Pata-de-vaca
Gênero: Bauhinia
Espécie: forficata
Família: Leguminosae
Parte utilizada: Folhas
Bauhinia forficata Link

•Espécie nativa da América do Sul


•Popular conhecida como “pata-de-vaca”.
•Primeiros relatos atividade antidiabética:
1929 e 1931
•Extratos aquosos de suas folhas, assim
como de raízes e caules, têm sido
amplamente utilizados ao longo do tempo.
Composição
Principais constituintes químicos

•Flavonóides
•p r o a n t o c i a n i d i n a s ,
leucoantocianidinas,
•triterpenos,
•esteróides,
•açúcares redutores,
•Glicosídeos flavonoídicos
canferólicos e quercetínicos, 3,7-di-
O-α-L-rhamnopiranosilcanferol
(canferitrina), marcador químico,
presente somente nas folhas.
•Óleos essenciais
(Marques, 2012)

(Marques, 2013)
Farmacologia
Farmacologia e mecanismo de ação
•Atividade antioxidante
•Auxilia na redução da taxa de glicose, triglicerídeos e colesterol
•Atividade antidiabética – Provavelmente através da redução da absorção intestinal de
glicose (Silva et al., 2002).
Farmacologia
Bauhinia forficata Célula β pancreática
GLUT 2
Alimento
GLI
CH ↑GLI
K+
_ AT
P

↑GLI +
Circulação sanguínea

GLUT
Ca+
CH
Parede intestinal
G G
L L
I I

Amilase
G

Pâncreas
L
I

CH
Glicose
Galactose
GLI YY
Frutose G
Fosforilação
L
I

GLU +
T Fator de
Proteína + transcrição

Célula Muscular
Indicações e Usos

• cápsulas 500 mg a 1000 mg
•1 a 2 g (1 a 2 colheres de chá rasa) em água morna, 3x ao dia.

Folhas secas
Infusão
Folhas secas - 5 a 8 g da folha seca em 150 mL de água. Abafar por 20
minutos. Tomar 150 mL 3 a 4x ao dia.
Decocção
Folhas secas - 5 a 8 g em 250 mL de água. Ferver por 5 minutos. Esfriar e
tomar 150 mL, 3 a 4x ao dia.
Obs. Folhas verdes tem um menor teor de componentes ativos. Usar
uma quantidade maior.

Tintura
20 a 50 gotas 3x ao dia.
Centella asiática (L.) Urb.
Centela
Gênero: Centella
Espécie: asiatica
Família: Apiaceae
Parte utilizada: Folhas
Composição

Ácido Asiatico

Asiaticosideo

Madecassosideo

Ácido
Madecassico
Farmacologia
Ações Farmacológicas

1. Aumenta a proliferação celular e a síntese de colágeno no sitio da lesão;

3. Aumenta a formação e organização do colágeno e o efeito tensor da pele neo-


formada;

3. Possuem efeito anti-inflamatório e reduzem a permeabilidade vascular local


reduzindo a formação de edema;

4. Os asiaticosideos são potentes antioxidantes e reduzem a oxidação de proteinas


durante o processo de regeneração celular.
Farmacologia

Centella asiatica L.

Aumenta a proliferação Modula Atividade Atividade Anti-


celular angiogenese Antioxidante inflamatória

Increase collagen Asiaticosides, Asiaticosides is a Inhibition of PLA2,


synthesis at the increase collagen potent antioxidant and COX and LOX
wound site and formation, to play a role in the
tensile strength angiogenesis and wound healing Reduces
the tensile strength process. Leukotrienes e
of the newly formed Modulatory effects on the Prostaglandins
skin vascular smooth muscle
cells and inflammatory Decreases
Asiaticoses/Madecassoside pathways. cytokine release
reduce hypertrophy and lipid accumulation in
adipocytes, and reduce the recruitment os
macrophages (antiinflammatory effect)
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS POR ENSAIOS


CLÍNICOS

Tratamento de feridas, úlceras de pele, pruridos e


queimaduras de segundo e terceiro grau, na prevenção de
quelóides e cicatrizes hipertróficas.

O extrato administrado oralmente também é usado para


tratar úlceras estomacais e duodenais induzidas por
estresse.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

1. Atividade sobre o colágeno


Estimula a produção de colágeno tipo I, acelerando a
cicatrização pós-cirúrgica.

2. Atividade preventiva da formação de quelóides


O mecanismo parece estar relacionado ao aumento da
sintese de colágeno I e ácidos mucopolissacarídeos e pela
inibição da fase inflamatória das escaras hipertróficas e dos
quelóides. Tem sido proposto ainda que o asiaticosideo
interfere com a formação das escaras pelo aumento da
atividade de miofibroblastos e colágeno imaturo.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

3. Atividade anti-ulcerogênica

Centella reduz a formação de úlceras gástricas e


duodenais induzidas por estresse com atividade similar a
famotidina. O mecanismo de ação parece estar
associado com um efeito depressor do sistema nervoso
central através do aumenta na liberação de GABA (ácido
γ-aminobutirico) no cérebro.
Indicações e Usos
POSOLOGIA:
Dose diária de 120 mg de extrato seco alcoólico (contendo ácido madecassico 30%, ácido asiatico
30% e asiaticosideo 40%), para conter entre 24 e 48mg de Asiaticosideos totais. Divididos em
duas doses diárias.
Informações básicas:
Nome latim: Centella asiatica (L.) Urban
Parte usada: A erva inteira
Especificação: 20% - 40% Asiaticoside
Aparência: Luz amarela a luz amarelada marrom pó fino

Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária Dose diária Dose diária
REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima máxima máxima

Pó planta Droga vegetal Tintura 20% Extrato seco Dose diária do


Nome cientifico REFERENCIA
moida (chá) ou 5:1 5:1 marcador
Centella asiatica L. 0,5 a 2g / 2g 3x/dia 50gotas 200 a 500 36 a 144 mg de IN 2014
dia 3x/dia mg /dia derivados WHO
triterpênicos
totais expressos
em asiaticosídeo
Crataegus laevigata (Poir.) DC. (sinônimo de C. oxycantha)
Crataegus
Gênero: Crataegus
Espécie: laevigata
Família: Rosaceae
Parte utilizada: Folhas, Flores e Frutos
Composição
As folhas, flores e frutos de Crataegus contêm uma variedade de complexos semelhantes a bioflavonóides
que parecem ser os principais responsáveis ​ ​ pelas ações cardíacas da planta. Os bioflavonóides incluem
procianidinas oligoméricas (OPC), vitexina, quercetina e hiperosídeo. Outros constituintes incluem
vitamina C, saponinas, taninos, aminas cardiotônicas (feniletilamina, tiramina, isobutilamina, O-metoxi
feniletilamina, colina e acetilcolina), derivados de purina (adenosina, adenina, guanina, ácido cafeico,
amigdalina), ácidos triterpenos, ácido ursólico (Verma et al., 2007). C. monogyna: Compostos fenólicos, di-
C glicosídeos proantocianidina (1), vitexina-2-O-ramnosídeo (3), hiperosídeo (4), antocianina, ácido
clorogênico (5), epicatequina, apigenina-6,8-di-C- glicosídeos
(Orhan et al., 2007; Bahorun et al., 2003; Nikolov e Vodenicharov, 2003)

di-C glicosídeos proantocianidina (1) vitexina-2-O-ramnosídeo (3) hiperosídeo (4)


Farmacologia

FARMACOLOGIA E MECANISMO DE AÇÃO

CRATAEGUS

Vasodilatador Anti- Anti-arritmico Reduz


coronariano hipertensivo colesterol-
triglicerídeos

Inibição da
Fosforilação de canais PDE
de potássio voltagem Fosforilação de canais de
dependentes Aumento de cálcio tipo L voltagem
AMPc dependentes

Ativação da Aumento da
Vasodilatação PKA força contrátil
FARMACOCINÉTICA

20–30% da fração total, 40–81% das procianidinas


triméricas e 16–42% das procianidinas oligoméricas foram
absorvidas dentro de 1-7 horas após a administração oral.

Após 7 horas, 0.6% da fração total foi eliminado por


expiração e 6.4% foi eliminada na urina.
Indicações e Usos

USOS MÉDICOS RECOMENDADOS

1. Tratamento da insuficiência cardíaca congestiva estágio


II (definido pela New York Heart Association).

2. Efeito inotrópico positivo atribuídos aos flavonóides e a


procianidina.

3. Efeito cronotrópico positivo reduzindo a incidência de


arritmias cardíacas.
Indicações e Usos

4. Efeito no fluxo sanguineo coronariano


Administração por 60 dias aumentou o fluxo sanguineo
miocárdico.

5. Efeito sobre o potencial de ação


Ocorre prolongamento da duração do potencial de ação e
retarda a recuperação (hiperpolarização).

6. Efeito antihipertensivo
Diminui a resistência vascular periférica e reduz o efeito
simpático pressório em indivíduos normotensos.
Indicações e Usos

7. Efeitos anti-inflamatórios
Em quadros de isquemia cardiáca ocorre produção de
radicais livres e peroxidação lipídica, produzindo inflamação
e lesão nas células cardíacas. Crateaegus possui ação
antioxidante e consequentemente anti-inflamatória.

8. Efeito no sinal de transdução celular no músculo


cardíaco
Inibe a fosfodiesterase do AMP cíclico, aumentando os
níveis de AMPc intracelular e a consequente ativação da
proteina quinase A, com fosforilação e ativação de canais
de cálcio associados a contração do musculo cardíaco e
aumento da frequência cardíaca.
Indicações e Usos

POSOLOGIA

Dose diária de 160-900 mg de extrato seco hidroalcoólico


(etanol 45%) padronizado em flavonoides: contendo
30-170mg de epicatequina ou 3,5-20mg de iperosideo.
Como a ação do Crataegus inicia lentamente, a sua
utilização deve ser superior a seis semanas.
Uso interno: Infusão a 5% por 15 minutos: 2 a 3 xícaras ao dia;
Tintura: 200 gr de flores secas em 01 litro de álcool;
Extrato fluído (01 g= 50 gotas): 0,5 a 2 g/dia, dividido em 2 a 3 tomadas/dia;
Extrato seco 5:1: 0,6 a 1,5 g/dia;
Tintura 1:5 em 45% de álcool: 1 a 2 ml 3X/dia

Uso externo: Infusão a 5% para banhos de assento;


Indicações e Usos
POSOLOGIA

As dosagens de extratos de Crataegus variam, dependendo da concentração


do extrato.
A dose terapêutica de um extrato padronizado para conter 1,8% de vitexina-4-
ramnosídeo é 100-250 mg três vezes ao dia.
Extrato padronizado contendo 18% de procianidinas oligoméricas é de
250-500 mg por dia (Monograph, 2010).

Fitoterapia em doenças do Dose diária Dose diária Dose diária Dose diária
REFERENCIA
sistema Cardiovascular máxima máxima máxima máxima

Pó planta Droga vegetal Tintura 20% Extrato seco Dose diária do


Nome cientifico REFERENCIA
moida (chá) ou 5:1 5:1 marcador
Crataegus laevigata/ Crataegus 300 mg 3x/ 2 a 20 mL 4,5 mL 450 mg ES padronizado ANVISA, 2018
oxyacantha and Crataegus mon dia 3x/dia Tomar 1 a Tomar 2 em 2% de
ogyna 1,5 mL da capsulas flavonoides
tintura, 2x/dia
diluídos
em 50 mL
de água,
três vezes
ao dia
Cuidados

Toxicologia
Crataegus tem baixa toxicidade com uma DL50 de 25 mg/kg (Ammon & Handel, 1981a).
Em humanos, a toxicidade oral aguda do Crataegus foi de 6g/kg.

Contra-indicações
Contraindicado em crianças com menos de 12 anos de idade (Weikl et al., 1996; Ammon &
Handel, 1981b).

Efeitos colaterais
Alguns efeitos colaterais, embora raros, foram descritos na literatura: erupção cutânea leve,
dor de cabeça, sudorese, tontura, sonolência, agitação, queixas gastrointestinais (Houser,
2006).

Interações medicamentosas
Podem afetar a função da glicoproteína-P e causar interações com drogas que são substratos
da glicoproteína-P, como a digoxina, que também é usada para tratar a insuficiência cardíaca
(Tankanow et al., 2003).

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