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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE CIÊNCIA INOVAÇÃO (IMPCI)

CURSO DE ESMI 04

DISCIPLINA: FARMACOLOGIA

TEMA: MEDICAMENTOS QUE ACTUAM NO APARELHO DIGESTIVO

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CHIMOIO, MAIO DE 2023

INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE CIÊNCIA INOVAÇÃO (IMPCI)

CURSO DE ESMI 04

DISCIPLINA: FARMACOLOGIA

TEMA: MEDICAMENTOS QUE ACTUAM NO APARELHO DIGESTIVO

FORMADORA:

3º GRUPO RUTE JOÃO RANGUANA

ESPERANÇA BASTO CAMPANGE


DARSHEYLA JOSÉ INÁCIO CATONDE
HELENA PEDRO ZECA
IOLANDA FELIZARDA VENÂNCIO
LURDES ARMANDO MONTEIRO
OFÉLIA DANIEL FAUSTINO
ROSA DA RENECIA CIPRIANO
VENÂNCIA FRANCISCO SINALEUA

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CHIMOIO, MAIO DE 2023
Índice

1. Introdução..................................................................................................................................4

1.1. Objectivos.........................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo geral.....................................................................................................................4

1.1.2. Objectivos específicos..........................................................................................................4

1.2. Metodologia.......................................................................................................................4

2. Medicamentos que actuam no aparelho digestivo....................................................................5

2.1. Funções do aparelho digestivo...........................................................................................5

2.2. Fármacos utilizados para melhorar a função do TGI.........................................................5

2.2.1. Agentes antieméticos............................................................................................................6

2.2.2. Fármacos antiúlcera péptica.................................................................................................7

2.2.3. Recomendações no tratamento da úlcera péptica.................................................................9

2.2.4. Agentes antidiarréicos e laxativos......................................................................................10

2.2.4.1. Antidiarréicos...................................................................................................................10

2.2.4.2. Laxativos..........................................................................................................................11

2.2.5. Antiácido............................................................................................................................12

2.2.6. Antiflatulento......................................................................................................................13

3. Conclusão.................................................................................................................................15

4. Referências bibliográficas........................................................................................................16

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1. Introdução
A constipação intestinal constitui queixa frequente em qualquer idade, desde crianças e
adolescentes, mulheres jovens, grávidas e mulheres na pós – menopausa, sendo menos frequente
na população masculina, excepto na infância. Relaciona-se à constipação intestinal, como causa
geral, a vida sedentária, ausência de condicionamento para o ato de defecar, ausência de
exercícios físicos, escassez de ingestão de alimentos e de fibras alimentares, hidratação
insuficiente e uso de determinados medicamentos. A desnutrição, baixo consumo de fibras,
distúrbios colônicos, distúrbios neurogênicos e distúrbios endócrinos, são factores
desencadeantes da constipação intestinal. O distúrbio é reconhecido se o paciente apresentar dois
ou mais dos sintomas clássicos, que são a sensação de defecação incompleta, gosto amargo na
boca, esforço excessivo para evacuar, evacuação incompleta, diminuição da frequência de
evacuações e fezes endurecidas ou em cíbalos.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Conhecer os medicamentos que actuam no aparelho digestivo.
1.1.2. Objectivos específicos
 Descrever o antiácido;
 Caracterizar o laxante;
 Descrever o tratamento da Úlcera;
 Descrever antiflatulentos.
1.2. Metodologia

A concretização do presente trabalho baseou-se no método bibliográfico, que para Lakatos (1992)
consiste em colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado
sobre um dado assunto.

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2. Medicamentos que actuam no aparelho digestivo
O Sistema Digestivo é constituído pelo trato gastrointestinal e órgão anexos.
O trato gastrointestinal é um tubo longo e sinuosos de 10 a 12 metros de comprimento desde a
extremidade cefálica (cavidade oral) até a caudal (ânus).
O trato gastrointestinal apresenta diversos segmentos que sucessivamente são:
 Boca
 Faringe
 Esófago
 Estômago
 Intestino delgado
 Intestino, grosso
2.1. Funções do aparelho digestivo
 Aproveitamento de substâncias estranhas, ditas alimentares.
 Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas (proteínas,
carboidratos, etc.) Em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas
pelo intestino.
 Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares
sanguíneos da mucosa do intestino.
 Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com restos
de células descamadas da parte do trato gastrointestinal e substâncias secretadas na luz do
intestino.
2.2. Fármacos utilizados para melhorar a função do TGI
As classes de fármacos utilizados para melhorar a função do TGI incluem:
 Agentes antieméticos
 Fármacos antiúlcera péptica
 Antifiséticos (antiflatulentos)
 Agentes antidiarréicos e laxativos
 Antiácido

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2.2.1. Agentes antieméticos
Antieméticos são medicamentos que possuem como principal característica o alívio dos sintomas
relacionados com o enjoo, as náuseas e os vómitos.
Exemplos:
 Dimenidrinato
 Metoclopramida
 Ondansetron

a) Dimenidrinato
É um medicamento utilizado como antiemético e anti-vertiginoso, principalmente os decorrentes
de viagens e os da gravidez.
Contra-indicações
 Pela dosagem, os comprimidos não devem ser administrados a crianças menores de 12
anos.
 A solução não deve ser administrada a crianças menores de 2 anos. Precauções e
advertências
 Como o produto pode causar sonolência, recomenda-se cuidado no manejo de automóveis
e máquinas pesadas.
 Recomenda-se não utilizar o produto quando da ingestão de álcool, sedativos e
tranquilizantes.
 Nome comercial: Dramin

b) Metoclopramida
Apresentações
Comprimido 10 mg. Solução injetável 5 mg/mL. Solução oral 4 mg/mL.
Indicações
Antieméticos e agente procinético, usado sintomaticamente em náusea e vomito e doença do
refluxo gastresofágico.
Orientações aos pacientes
 Orientar para ingerir 30 minutos antes das refeições e antes de dormir.

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 Alertar para a possibilidade de prejudicar a habilidade para realizar atividades que
requeiram atenção e coordenação motora.
 Reforçar para a necessidade de evitar o uso de bebida alcoólica e outros depressores do
SNC.
 Alertar para a possibilidade de surgirem tremores, rigidez e outros sinais de transtorno
extrapiramidal, especialmente em crianças e idosos.

c) Ondansetrona
Apresentações
Comprimidos 4 mg e 8 mg. Solução injectável 2 mg/mL.
Indicações
 Profilaxia de náusea e vómito induzidos por antineoplásicos com moderado e alto
potencial emetogênico.
 Profilaxia de náusea e vómito induzidos por radioterapia.
 Profilaxia de náusea e vómito em pós-operatório.
Orientações aos pacientes
 Orientar para ingerir uma dose oral adicional se ocorrer vomita em até 30 minutos após a
administração. Consultar o medico, se o vomito persistir.
 Orientar para a ingestão independentemente do horário das refeições.

2.2.2. Fármacos antiúlcera péptica


Bloqueadores da secreção gástrica
As principais condições patológicas que requerem redução da secreção ácida:
 Ulceração péptica (duodenal ou gástrica)
 Esofagite de refluxo
a) Ranitidina
O medicamento promove uma diminuição da produção de ácido e pepsina no estômago,
favorecendo a cicatrização da gastrite e/ou das úlceras pépticas do estômago e do duodeno e
prevenindo suas complicações.
Apresentações

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Comprimido 150 mg. Solução injectável 25 mg/mL.
Indicações
 Doença ulcerosa péptica de múltiplas etiologias e outras condições de hipersecreção
gástrica.
 Esofagite.
 Profilaxia e tratamento da dispepsia funcional.
Orientações aos pacientes
 Alertar para a possibilidade de demora de alguns dias para o alivio da dor ulcerosa.
 Alertar para respeitar intervalo de uma a duas horas entre o uso do antiácido e o da
ranitidina.
 Orientar que alimentos não interferem com a absorção do fármaco.
 Reforçar para evitar alimentos, bebidas ou outros medicamentos que possam causar
irritação gastrintestinal.
 Reforçar para evitar bebidas alcoólicas.
 Orientar para suspender o tabagismo ou, pelo menos, não fumar após a ultima dose do
dia.
b) Omeprazol
 É um inibidor da secreção gástrica, cujo mecanismo de acção envolve a inibição
específica da bomba de ácido gástrico na célula parietal.
 Age rapidamente e produz um controle reversível da secreção de ácido gástrico com uma
única dose diária.
 Apresentações Cápsulas 10 e 20 mg (omeprazol). Pó para solução injectável 40 mg
(omeprazol sódico).
 Indicações Doença do refluxo gastresofágico sintomático.
 Esofagite erosiva associada com doença do refluxo gastresofágico.
Condições hipersecretórias (hipergastrinemia, mastocitose sistémica e adenoma endócrino
múltiplo). Úlceras pépticas de múltiplas etiologias (prevenção e tratamento) refractarias a
antagonistas H2. Adjuvante na terapia de erradicação de Helicobacter pylori.
Orientações aos pacientes

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 Orientar para a ingestão das cápsulas com estômago vazio, 30 minutos antes de uma
refeição (preferencialmente café da manhã), devendo ser engolidas intactas.
 Ensinar que, para pacientes com dificuldade de deglutição, as cápsulas podem ser abertas
imediatamente antes da administração e os grânulos intactos misturados com pequena
quantidade de puré de maca ou bebida ácida, como suco de laranja ou iogurte. Os
grânulos não devem ser mastigados nem misturados com leite.
 Alertar que não deve ser utilizado para alivio imediato de ardência epigástrica, pois pode
levar 1 a 4 dias para alcançar o efeito completo.
 Antiácidos podem ser administrados concomitantemente.
 Reforçar a necessidade de evitar o uso de bebida alcoólica.
2.2.3. Recomendações no tratamento da úlcera péptica
A génese das úlceras pépticas envolve tanto a infecção por H. pylori, assim como outros
factores, como o desequilíbrio entre os mecanismos de lesão da mucosa (ácido, pepsina), e, os
mecanismos protectores da mucosa (muco, bicarbonato, síntese local das prostaglandinas E2 e
I2), sendo que as úlceras duodenais são três vezes mais comuns do que as úlceras gástricas, e,
com maior incidência na faixa etária entre 25 e 50 anos. As úlceras gástricas são mais
freqüentes acima dos 50 anos de idade. Em relação às intervenções de enfermagem: A dieta
específica não mais é recomendada no tratamento, inclusive a ingestão do leite assim como dos
lanches entre as refeições e ao deitar, devem ser consumidos moderadamente, pois, estudos
indicam que o cálcio (presente também no leite), a proteína, o magnésio, o alumínio, e, a
alcalinização do antro estimulam as células da gastrina no antro a produzirem gastrina; e, a
gastrina é um harmónio responsável pela estimulação das células parietais (existentes no
fundo e corpo) a produzirem o ácido clorídrico. Portanto, não é que seja contra-indicado o uso do
leite, que constitui óptima fonte de cálcio, mas, não deve ser utilizado como antiácido, e, quando
utilizado recomenda-se juntamente com alimentos que contenham amido (Brody, 2006).

O paciente deve ser instruído para evitar o uso do fumo, tendo sido observado que
pacientes que não fumam apresentam a cicatrização com mais frequência, e, mais
rapidamente do que entre os fumantes (possivelmente pela redução da produção endógena
de prostaglandinas provocada pelo tabaco). Orientar o paciente para continuar o uso da
medicação, conforme prescrito, mesmo após a dor regredir. Sempre que possível, deve-se evitar
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o uso de AINE (devido a inibição da síntese de prostaglandinas). Em pacientes que
necessitam de prevenção e/ou tratamento com antiplaquetário como a aspirina, e, não
apresentam tolerância (causando irritação gástrica) tem sido recomendados como substitutos
a ticlopidina (Ticlid) ou o clopidogrel (Plavix) que também inibem a agregação plaquetária. O
clopidogrel tem potencia seis vezes maior que a ticlopidina. O principal efeito adverso da
ticlopidina é toxicidade para a medula óssea (leucopenia, trombocitopenia e pancitopenia). O
clopidogrel não possui essa toxicidade quando testada em ratos. Instruir ao paciente que a
redução e principalmente a eliminação do stress é importante, lembrando que emoções de
hostilidade, ressentimento, culpa, e, frustrações aumentam a acidez gástrica, além das
preocupações e ansiedade (Brody, 2006).

2.2.4. Agentes antidiarréicos e laxativos


2.2.4.1. Antidiarréicos
São indicados para os casos de diarreias severas.
As diarreias devem ser tratadas inicialmente com soro reidratante caseiro e somente quando
não se obtém resultado é que se deve recorrer á terapêutica medicamentosa.
 Exemplo: Loperamida
 Nome comercial: Imosec
a) Loperamida
Apresentação
 Comprimido 2 mg.
Indicação
 Antidiarréico usado em diarreia aguda ou crónica ou associada a doença inflamatória
intestinal, em diarreia do viajante e para reduzir o volume de secreção de ileostomia.
Orientações aos pacientes
 Alertar para notificar se a diarreia aguda persistir por mais de dois dias e/ou ocorrer
febre.
 Alertar para notificar se ocorrer constipação com náusea e vomito.
 Orientar para não utilizar se a diarreia for acompanhada por sangue ou muco nas fezes
e/ou febre.
 Orientar que pode ser ingerido com estômago vazio ou cheio.
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 Orientar para manter dieta e hidratação adequadas.

2.2.4.2. Laxativos
Objectivam carrear líquido para o lúmen intestinal, aumentar volume e amolecimento do bolus
fecal e estimular peristaltismo intestinal.
 O uso deve ser esporádico, e a monoterapia é preferível.
 Antes de empregar laxantes, os pacientes devem ser encorajados a modificar hábitos
alimentares, aumentando a ingestão de fibras e líquidos, e a fazer exercícios físicos
Indicações:
 Profilaxia da coprostase (herniados e acamados)
 Amolecedores das fezes (hemorróidas e lesões anorretais)
 Preparação para a observação clínica, radiológica ou Endoscópica

a) Bisacodil
 Indicações
 No favorecimento do ato de defecar ou esvaziamento do cólon para exames.
 Mecanismo de acção
 Aumento do peristaltismo da musculatura lisa intestinal, por acção nos plexos
intramurais. O medicamento produz, acumulação de íons e líquidos no cólon, gerando
fezes líquidas.
 Efeitos Adversos
 Pode provocar náuseas, cólicas abdominais ou diarreia. O uso a longo prazo pode
promover dependência ou má absorção de nutrientes.
b) Glicerina
 É um agente osmótico que pode ser usado em constipação funcional de pacientes não
responsivos a terapia de fibras e aumento de actividade física.
 As doses devem ser ajustadas até que o amolecimento das fezes seja obtido.
 A maioria dos laxativos osmóticos demora vários dias para funcionar.
 Os pacientes devem ser instruídos a não usá-los exageradamente pelo risco de
desidratação.
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c) Sulfato de Mg+
 Laxativo salino, utilizado desde longa data.
 Tem indicação exclusiva em casos de constipação refractaria a outros tratamentos.
 Por apresentar acção rápida, é útil em casos de constipação temporária de qualquer
etiologia ou para limpeza intestinal antes de investigação radiológica, endoscópica ou
pré-operatório

2.2.5. Antiácido
Esses agentes neutralizam o ácido gástrico e reduzem a actividade da pepsina (que diminui
quando o pH sobe para >  4,0). Além disso, alguns antiácidos adsorvem a pepsina. Os
antiácidos podem interferir na absorção de outros fármacos (p. ex., tetraciclina, digoxina, ferro)
(Rang e Dale, 2007).
Os antiácidos aliviam os sintomas, promovem cicatrização ulcerosa e reduzem a recorrência.
São relativamente baratos, mas devem ser tomados 5 a 7 vezes/dia. A melhor posologia de
antiácidos para cicatrização da úlcera parece ser 15 a 30 mL de líquido ou 2 a 4 comprimidos 1
a 3 horas depois de cada refeição e ao dormir. A dose total diária de antiácidos deve fornecer
200 a 400 mEq de capacidade de neutralização (Rang e Dale, 2007).

Em geral, há 2 tipos de antiácidos:

 Absorvível
 Não absorvível

Antiácidos absorvíveis  (p. ex., bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio) provocam


neutralização rápida e completa, mas podem causar alcalose e devem ser usados somente por
curtos períodos (1 ou 2 dias).
Antiácidos não absorvíveis  (p. ex., hidróxido de alumínio ou de magnésio) causam poucos
efeitos colaterais sistémicos e são preferidos.
O hidróxido de alumínio é relativamente seguro e seu uso é comum. Seu uso regular pode
ocasionalmente causar depleção de fosfato, como resultado da ligação do fosfato pelo alumínio
no trato digestório. O risco de depleção de fosfato é maior em alcoolistas, pacientes desnutridos

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e naqueles com doença renal (incluindo aqueles em hemodiálise). O hidróxido de alumínio
causa constipação (Rang e Dale, 2007).

Hidróxido de magnésio é um antiácido mais eficaz que o de alumínio, mas pode provocar
diarreia. Para limitar a diarreia, muitos antiácidos combinam magnésio e alumínio. Como
pequenas quantidades de magnésio são absorvidas, preparados com magnésio devem ser usadas
com precaução em pacientes com doenças renais.

2.2.6. Antiflatulento
Um antiflatulento é uma substância que reduz a produção de gás no trato gastrointestinal ou
facilita a expressão do gás para que ele não se acumule e cause desconforto. Algumas prescrições
têm efeitos antiflatulentos e existem vários medicamentos sem receita que podem ser usados para
tratar a flatulência. Pessoas com problemas crónicos de gases podem querer discutir o alívio de
gases com um médico para ver se há um problema médico subjacente por trás da produção de gás
(Rang e Dale, 2007).

Alguns agentes antigases atuam quebrando os alimentos antes de entrarem no intestino para
reduzir o número de bactérias que causam gases no intestino. Às vezes, as pessoas não digerem
os alimentos com eficiência, o que atrai bactérias anaeróbias, que produzem gás como um
subproduto de seus processos digestivos. Outras pessoas têm naturalmente números maiores
dessas bactérias, o que leva a um aumento na produção de gás.

Outros antiflatulentos atuam quebrando o gás em bolhas menores para que ele possa ser passado
mais facilmente. Pessoas que apresentam inchaço por causa do gás podem considerar esses
medicamentos úteis. Esses medicamentos não reduzem a quantidade de gases intestinais
produzidos e eliminados, mas podem deixar os pacientes mais confortáveis (Rang e Dale, 2007).

Um antiflatulento é a simeticona, que junta as bolhas de gás para que sejam mais fáceis de passar.
Historicamente, as preparações de carvão vegetal às vezes eram prescritas aos pacientes para
tratar o gás. Também é possível comprar preparações enzimáticas com enzimas como a lactase,
que irão promover uma digestão mais eficiente e reduzir a produção de gases. Vários temperos,
como canela, alho e assa-fétida, foram associados à redução da produção de gás. Essas

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especiarias, como os suplementos enzimáticos, precisam ser consumidas com os alimentos para
gerar uma redução de gases.

Algumas farmácias e lojas de alimentos naturais vendem preparações à base de ervas que
supostamente combatem a flatulência. Algumas dessas preparações antiflatulentas são eficazes,
enquanto outras são menos eficazes. As pessoas interessadas em usar preparações à base de ervas
devem verificar a lista de ingredientes e consultar seus médicos para determinar se uma
preparação é apropriada e tem probabilidade de ser eficaz (Rang e Dale, 2007).

O gás crónico pode ser um sinal de um problema gastrointestinal e, para pacientes que passaram
por cirurgia ou outros procedimentos nos intestinos, o gás pode ser um motivo de preocupação.
Alguém que experimenta gases deve discutir o assunto com um médico. O médico pode avaliar o
paciente para determinar se o gás é ou não um sinal de problema. Em caso afirmativo, testes
diagnósticos podem ser realizados com o objectivo de determinar a causa e desenvolver um plano
de tratamento. Se não houver problema, o médico pode ter recomendações para agentes
antiflatulentos que podem ser eficazes.

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3. Conclusão

Pela alta prevalência na população, sobretudo entre crianças, mulheres jovens e idosos, a
constipação intestinal, quer seja funcional ou orgânica constitui problema de saúde pública, uma
vez que afecta a qualidade de vida dos pacientes. Os pais das crianças acometidas por este
distúrbio gastrointestinal muitas vezes subestimam os incómodos que afectam os pacientes,
demorando assim, a procurar auxílio médico, por considerarem que este constitui um problema
contornável ou passageiro. As crianças percebendo a dor e ou presença de fissuras anais protelam
a defecação. Ocorre então, piora do quadro, pois a impactação e mesmo a formação de fecalomas
podem se instalar. Neste contexto, as crianças ficam nervosas, sendo muitas vezes necessário
providenciar atendimento psicológico para o acompanhamento dos distúrbios, da implantação e
do seguimento do tratamento. Adolescentes consomem alimentos calóricos e pouco nutritivos,
com quantidades inadequadas de fibras dietéticas, o que aliado a certos medicamentos, ocasiona o
quadro de constipação intestinal. Mulheres geralmente apresentam o quadro de constipação
intestinal, seja na infância, juventude, na gravidez ou na pós–menopausa, apresentando aumento
da prevalência com o passar dos anos. A multiparidade, bem como a realização de cirurgia
perinatal são factores associados à constipação intestinal, mesmo quando outras variáveis são
consideradas.

Os laxantes e purgantes são comummente prescritos para a evacuação intestinal abrupta,


necessária como preparo pré-operatório, para procedimentos radiológicos e endoscópicos
intestinais. Excepcionalmente serão indicados no início do tratamento como coadjuvantes à dieta
adequada e no prosseguimento do tratamento seria conveniente suspendê-los.

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4. Referências bibliográficas
1. Rang, H.P, Dale, M.M. Farmacologia. Editora Guanabara Koogan, 6a edição, 2007.
2. Brody, T.M.; Minneman, K.P.; Wecker, L..Farmacologia Humana. 4ªed. Rio de Janeiro:
Campus, 2006.
3. Princípios de Farmacologia. A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia. GOLAN, David
E. e col. Guanabara Koogan, 3ª edição, 2009.
4. Carpenter DO. Effects of metals on the nervous system of humans and animals. Int J
Occup Med Environ Health. 2001;14(3):209-18.
5. Perl DP, Moalem S. Aluminum and Alzheimer's disease, a personal perspective after 25
years. J Alzheimers Dis. 2006;9(3 Suppl):291-300.

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