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Saúde do Idoso

Prof. Rosemeire da Silva


• Gerontologia é o estudo do processo de envelhecimento e inclui
ciências biológicas, psicossociais e sociológicas. A enfermagem
gerontológica é o campo da enfermagem que se especializa no
cuidado de idosos. Suas práticas foram descritas pela primeira vez em
1969 e revisadas pela American Nurses Association em 1976 e 1987.
A enfermagem gerontológica pode ser realizada no atendimento das
alterações agudas, crônicas ou na assistência comunitária.
• A ênfase no cuidado é direcionada à promoção e manutenção do
estado funcional e independência. A melhor condição de saúde
especialmente relacionada à preservação da autonomia e da
mobilidade física é um importante fator para a permanência da vida
ativa nas idades mais avançadas.
• Sendo assim, para que o profissional possa prestar o cuidado ao
idoso, desenvolvendo uma assistência de qualidade, é fundamental o
conhecimento teórico em relação às mudanças vivenciadas pelo
indivíduo e em relação às suas novas necessidades.
• O bem-estar da pessoa idosa depende de fatores físicos, mentais
sociais e ambientais e podem interferir de forma positiva ou negativa
tanto na vida do idoso quanto na vida da família. O envelhecimento é
o processo normal de mudança relacionada ao tempo, começa ao
nascimento e continua por toda a vida. Em termos conceituais, o
envelhecimento constitui um processo progressivo, contínuo e
dinâmico que leva ao estado de velhice envolvendo principalmente
aspectos interligados.
• O processo de envelhecimento provoca no organismo modificações
biológicas, psicológicas e sociais; porém, é na velhice que esse
processo aparece de forma mais evidente. As modificações biológicas
são as morfológicas, reveladas pelo aparecimento de rugas, cabelos
brancos e outras; as fisiológicas, relacionadas às alterações das
funções orgânicas; as bioquímicas, diretamente ligadas às
transformações das reações químicas que se processam no
organismo. As modificações psicológicas ocorrem quando, ao
envelhecer, o ser humano precisa adaptar-se a cada situação nova do
seu cotidiano.
• Já as modificações sociais são verificadas quando as relações sociais
tornam-se alteradas devido à diminuição da produtividade e,
principalmente, do poder físico e econômico, sendo a alteração social
mais evidente em países de economia capitalista.
Sistema Nervoso
• Com o envelhecimento a estrutura e a função do sistema nervoso
modificam-se. A redução das células nervosas provoca uma
diminuição progressiva na síntese e no metabolismo dos principais
neurotransmissores. Os impulsos nervosos são conduzidos de forma
mais lenta entre os neurônios produzindo uma demora nas respostas
e nas reações.
• A isquemia cerebral gera alterações no equilíbrio interferindo na
mobilidade e na segurança. Essas alterações ocorrem principalmente
porque há uma redução no fluxo sanguíneo cerebral
Sistema Sensorial
• Essas mudanças afetam todos os órgãos sensoriais e podem levar ao
aborrecimento, confusão, irritabilidade, desorientação e ansiedade e
impedir a pessoa de enxergar para ler ou ver televisão, de participar
de uma conversa ou se comunicar, ou de perceber o paladar de um
alimento.
• A partir da quinta década de vida as pessoas começam a apresentar
alterações visuais devido à mudança do cristalino, que se torna
menos flexível, amarelado e turvo. A pupila dilata-se mais lentamente
e de forma menos completa por causa da rigidez aumentada dos
músculos da íris levando o idoso há demorar mais tempo para
adaptar-se às mudanças de luminosidade no ambiente.
• Nessa fase, os óculos são muito comuns principalmente como
auxiliares para leitura. Pode-se notar também uma maior incidência
de distúrbios visuais patológicos como, por exemplo, a catarata, o
glaucoma, a degeneração macular senil e a retinopatia diabética.
• A perda da audição associada à idade é atribuída às alterações do
ouvido interno fazendo com que a pessoa idosa participe menos das
conversações, responda às perguntas de forma imprópria,
compreenda erroneamente alguns diálogos e dessa forma evite a
interação social. Esse comportamento pode, muitas vezes, ser
interpretado como confusão.
Sistema Cardiovascular
• As doenças cardiovasculares são as causas mais importantes de morte
no idoso. Os vasos e o músculo cardíaco perdem a elasticidade, as
válvulas cardíacas tornam-se mais espessas e rígidas. Embora a
função seja mantida sob circunstâncias normais, o sistema
cardiovascular apresenta uma reserva diminuída e responde com
menos eficiência ao estresse. A hipertensão tem se mostrado como
um fator de risco grave em todas as idades, mais principalmente nos
idosos por ser mais frequente e por levar ao acidente vascular
cerebral (AVC) ou às difusões cardiovasculares como arritmias,
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), aterosclerose e infarto do
miocárdio.
Sistema Respiratório
• As doenças respiratórias associadas à idade geram incapacidade e
disfunções pulmonares, aumento do diâmetro torácico ântero-
posterior, colapso das vértebras por osteoporose, calcificação das
cartilagens costais, mobilidade reduzida das costelas, músculos
respiratórios insuficientes, aumento da rigidez pulmonar e diminuição
da área de superfície dos alvéolos. Todos esses fatores levam à
ineficácia da troca gasosa, capacidade vital diminuída e maior
predisposição às infecções respiratórias.
Sistema Gastrintestinal
• Embora a função do trato gastrintestinal não se altere nas idades mais
avançadas, problemas como a perda dos dentes e diminuição do fluxo
salivar são queixas comuns entre os idosos. A peristalse no estômago
e o esvaziamento gástrico podem diminuir, causando lentidão no
processo de digestão, nesses casos é muito comum a pessoa idosa
referir-se à queimação e indigestão. A redução na absorção de ferro,
cálcio e vitamina B12 é reflexo da menor secreção de ácido e pepsina
no processo digestivo. Outras queixas comuns estão relacionadas à
constipação e flatulência muitas vezes devido ao efeito colateral de
alguns medicamentos, problemas emocionais, inatividade, ingestão
hídrica insuficiente e alimentação pobre em fibras.
Sistema Músculo-Esquelético
• Uma diminuição gradual e progressiva da massa óssea começa antes
dos 40 anos de idade, principalmente nas mulheres pela
predisposição à osteoporose após a menopausa, pela inatividade,
pela ingestão inadequada de cálcio e perda de estrogênios. As
fraturas ocorrem principalmente nas vértebras dorsais, úmero, fêmur
e tíbia. As alterações osteoporóticas na coluna, a cifose e a flexão dos
quadris e joelhos levam à diminuição da estatura nas idades mais
avançadas afetando a mobilidade e o equilíbrio. Os músculos
diminuem de tamanho e perdem flexibilidade e resistência pela
menor atividade.
Sistema Geniturinário
• Não existem alterações funcionais desse sistema nas pessoas idosas
embora haja perda primária de alguns néfrons. Os ureteres, a bexiga e a
uretra perdem o tônus muscular. A capacidade vesical diminui e a pessoa
idosa pode ser incapaz de esvaziar a bexiga por completo durante a
micção, a retenção de urina costuma predispor às infecções. A
incontinência pode estar presente principalmente nas mulheres por uma
diminuição do tônus muscular perineal. A hiperplasia prostática benigna
(aumento da glândula prostática) é um achado comum entre os idosos.
As principais se devem à diminuição do ritmo de filtração, diminuição da
função tubular com menor eficiência na reabsorção e na concentração
de urina, e na restauração mais lenta do equilíbrio ácido básico.
Aspectos Cognitivos
• As pessoas idosas, especialmente depois do 70 anos, têm menor capacidade
de aprender e adquirir novas habilidades, porém essas dificuldades são
facilmente superadas pela motivação e desempenho do indivíduo.
• As alterações psicológicas constituem um problema comum nas pessoas
idosas, principalmente naquelas que não tem convívio social como, por
exemplo, as institucionalizadas. Estima-se que cerca de 75% dos idosos que
vivem em casa de repouso (asilos) apresentam algum tipo de demência,
além disso, muitos idosos podem apresentar depressão, esquizofrenia e
ansiedade. O funcionamento anormal cognitivo, físico e comportamental
decorrentes das alterações patológicas do cérebro acarreta síndromes
mentais orgânicas conhecidas como distúrbios degenerativos e vasculares
cerebrais.
• As alterações normais do envelhecimento, principalmente as mudanças físicas
que interferem na atividade e na aparência, podem dificultar a adaptação da
pessoa ao envelhecimento, porque estão diretamente ligadas à autoestima. A
capacidade da pessoa de se adaptar às mudanças, tomar decisões e responder
de modo previsível são determinadas pelas experiências de toda a vida.
• A depressão é um distúrbio afetivo muito comum nas idades avançadas,
qualquer tipo de depressão, por menor que seja sua intensidade, pode
interferir negativamente na qualidade de vida da pessoa idosa. Os sinais de
depressão incluem tristeza, fadiga, diminuição da memória e da concentração,
sentimentos de culpa em relação aos acontecimentos passados, sentimentos de
desvalia, distúrbios do sono e do apetite, inquietude e desatenção.
• A síndrome mental orgânica é um termo que faz referência a um
grupo de sintomas associados a uma difusão patológica do cérebro,
que geram alterações de memória, juízo, cognição, intelecto e
comportamento.
• As síndromes mais comuns são delírio e demência. O delírio
apresenta quadro de confusão e progride para desorientação e
alteração no nível de consciência. O pensamento torna-se
desorganizado e a atenção só é mantida por curto período de tempo.
Podem estar evidentes alucinações, ilusões, medo, ansiedade e
paranoia
• A demência é usualmente crônica e irreversível; caracterizada por um
declínio geral do funcionamento não intelectual, pode incluir perda
de memória, do pensamento abstrato, do juízo e da linguagem.
Podem ocorrer alterações na personalidade e das habilidades na
realização das atividades da vida diária. Normalmente os sintomas
são sutis e progridem lentamente. A demência mais comum é a
doença de Alzheimer.
• A doença de Alzheimer é responsável por 50% das demências
apresentadas pelos idosos. Trata-se de uma doença neurológica
progressiva e irreversível, caracterizada por perdas graduais da função
cognitiva e distúrbios do comportamento e do afeto.
• Esses sinais são decorrentes de lesão neuronal no Cortez cerebral e
diminuição do tamanho da massa encefálica. As células
principalmente acometidas por essa doença são aquelas que utilizam
neurotransmissor acetilcolina, especificamente envolvido com a
memória. Nos estágios iniciais da doença ocorrem períodos de
esquecimento e uma sutil perda de memória que evoluem para
perdas de memória diárias. O diálogo torna-se difícil devido ao
esquecimento de palavras e à impossibilidade de formar frases. Além
disso, a pessoa com Alzheimer pode apresentar comportamento
impulsivo, depressivo, paranoide e hostil.
Programa de Assistência Integral à Saúde do
Idoso (PAISI)
• O Brasil é um país de dimensões continentais e possui uma população
estimada em 170 milhões de habitantes. O estudo estatístico das
populações vem apontando o final do período de crescimento
demográfico no Brasil. Dois fenômenos importantes corroboram essa
projeção:  Queda na mortalidade (proporção de óbitos em uma
comunidade em determinado período de tempo).  Queda na
natalidade (percentual de nascimentos de uma comunidade em
determinado período de tempo).
• Não desprezando o desenvolvimento científico e tecnológico, a elevação do
nível de vida da população destaca-se como o principal responsável pela
queda da taxa de mortalidade no Brasil. Fatores que contribuíram para isso:

• Urbanização.
• Industrialização.
• Melhora das condições sanitárias.
• Melhora nutricional.
• Elevação dos níveis de higiene pessoal.
• Melhora das condições ambientais, tanto residenciais como no trabalho
• As causas de mortalidade também mudaram muito. Na década de
1950. As doenças infecciosas eram responsáveis por cerca de 40% das
mortes ocorridas e hoje representam menos de 10%. Com as doenças
cardiovasculares ocorreu justamente o contrário; hoje representam
quase 40% das mortes no Brasil. Esses fenômenos são responsáveis
pelo envelhecimento da população brasileira. Vive-se mais, é verdade.
Resta saber se, de fato, vivese melhor.
• A esperança de vida representa o número esperado de anos a serem
vividos, em meda, em uma população. Quanto melhores as condições
de vida em uma localidade, maior será a “duração” da vida média de
sua população. No Brasil, a esperança de vida é de 63,9 anos para
homens e 71,4 anos para mulheres.
• Segundo o Ministério da Saúde, em 25 anos o Brasil terá a sexta
maior população de idosos no mundo. Estima-se que serão mais de
32 milhões individuou com 60 anos ou mais.
• Cabe uma questão importante: a população idosa apresenta
necessidades de saúde específicas e um perfil de adoecimento mais
oneroso.
• Para esse grupo, o atual modelo de assistência mostra-se inadequado,
pois se trata de um modelo caro, incapaz de cobrir as necessidades
dos idosos, e onde faltam serviços ambulatoriais e domiciliares
adequados.
• A maior parte das enfermidades que acomete os idosos é crônica;
muitas vezes, o primeiro atendimento só é conseguido quando o
paciente já se encontra em estágios mais avançados da doença.
• É comum que múltiplas patologias estejam associadas a um mesmo
caso, o que vem aumentar a gravidade e as possibilidades de
complicação. Isso exige, além de uma equipe interdisciplinar, uma alta
qualificação e a necessidade de disponibilizar todo o complexo
aparato hospitalar (internações, exames, medicamentos, idas e
vindas). As consequências são custos implacáveis e uma assistência
que pode estar comprometida.
• O idoso, mais do que qualquer outro grupo da população, padece
daquele que parece ser o mal do nosso século: a solidão. A fragilidade
trazida pelo avançar dos anos tem conseqüências que podem ser
agravadas ainda mais pela solidão.
• Estudos mostram ainda que nessa fase da vida a mulher é mais
solitária que o homem. Os desafios não param por aí; dentre os
problemas típicos dessa fase estão: insuficiência cerebral,
instabilidade postural, quedas, imobilidade, incontinência. A terceira
idade deve trazer consigo uma vida produtiva, com qualidade. É
importante lembrar que a complexidade do ser não se desfaz com o
passar dos anos; ao contrário, talvez até aumente.
• É necessário que o idoso seja auxiliado na preservação das
capacidades funcionais fundamentais e na manutenção das atividades
físicas. O dia a dia poderá representar um grande desafio, assim como
andar, vestir, comer, usar o banheiro etc.
• Cabe aos profissionais de enfermagem atuar de forma decisiva junto
ao idoso e sua família. A assistência de enfermagem ao idoso deve ter
como objetivo a manutenção e valorização da autonomia. Para tanto,
é necessário avaliar o grau de dependência e instituir medidas de
independência funcional e autonomia.
• A comunicação exerce papel de destaque nessa tarefa. A comunicação
efetiva deve romper barreiras impostas por limitações de fala, audição,
confusão mental e diferenças culturais. Uma única palavra pode resumir
esse esforço: cuidado.
• Essa é nossa tarefa. Apenas recentemente começaram a se delinear no
Brasil políticas de saúde voltadas especificamente para a população idosa.
• As mudanças verificadas não ocorreram por acaso. Foram motivadas, de
um lado, pelo visível crescimento desse grupo etário e pela mudança do
perfil de adoecimento e morte da população (chamada transição
epidemiológica); de outro lado, foram pautadas em avanços verificados
no sistema de atenção – o SUS
• É o Ministério da Saúde, por meio da Secretária Pública de Saúde, em
articulação com as Secretárias de Saúde e do Estado, do Distrito Federal
e dos municípios, e em consonância com a Lei Orgânica da Saúde e com
a Lei n. 8.842, de janeiro de 1994, que dispõe sobre a política nacional.
Assim, a partir dessa lei são estabelecidos objetivos e as estratégias do
Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso, que envolve um
conjunto de ações voltadas para:
• Promoção.
• Prevenção.
• Recuperação da saúde ou manutenção de uma qualidade de vida mais
digna possível.
• Isso deverá acontecer nos diversos níveis de complexidade do Sistema
único de Saúde, com proposto nessa adaptação a partir de Cohn e
Elias (1999). Segundo o Ministério da Saúde (2001), o objetivo
fundamental do PAISI é “conseguir manutenção de um estado de
saúde com a finalidade de atingir um máximo de vida ativa na
comunidade, junto à família, com o maior grau possível de
independência funcional e autonomia”. A partir dele, algumas
soluções vêm sendo propostas. No âmbito da promoção à saúde, a
ênfase está na difusão de informações sobre o idoso para o próprio
idoso, sua família, seus cuidadores e a sociedade em geral.
• No âmbito da prevenção de agravos à saúde, propõe:  Protocolo de
prevenção a agravos da saúde na terceira idade.  Vacinação para
idosos – três vacinas sido preconizadas para a população idosa:
antitânica, antipneumocóccica e antigripal.
• A assistência à saúde específica para este grupo abrange: 
Assistência ambulatorial através das unidades básicas.  Assistência
domiciliar através do Programa de saúde da Família, Programa de
Agentes Comunitários.
• Política de medicamentos voltada para o idoso, garantindo assim
medicamentos adequados de uso contínuo.
• Para idosos que necessitam de cuidados institucionais, a assistência
hospitalar propõe algumas alternativas:
• Hospital-dia.
• Curta permanência.
• Longa permanecia.
• Internação domiciliar para doentes crônicos.
Rompendo Mitos
• Quando se lida com a pessoa idosa, é fundamental saber:  Viver não
é pura e simplesmente existir, mas desfrutar abundância de vida,
qualidade de vida, desenvolvendo as potencialidades inerentes ao ser.
 O ser humano é um todo integrado e organizado, no qual os
sentidos, as emoções e os órgãos do corpo estão intimamente
interrelacionados. Com a idade, acontecem mudanças na aparência e
no comportamento mas elas não tiram o valor do indivíduo, sua razão
de viver e sua habilidade de aprender
• O ser humano está em constante processo de mudança, e sua idade é
uma questão de percepção e atitudes sendo, portanto, relativa.  A
velhice terá um sentido no fim somente se a vida tiver um sentido no
seu todo. O inevitável é que, nos últimos anos, vemos uma perda,
uma diminuição dos talentos e das capacidades. Deve-se encontrar
um novo sentido de vida que sustente essa experiência.
• Cada vez mais, observa-se que a limitação do idoso na sociedade
devese muito mais aos mitos, aos preconceitos e às condições
externas da sociedade do que às reais perdas de capacidades, de
condições internas do próprio indivíduo, atribuindo-lhe diversos
valores negativos, classificando o idoso como um ser improdutivo,
doente, inválido e ultrapassado, na fase final da vida, sem objetivos e
sem esperanças.
• Com isso, percebe-se a necessidade de um novo olhar da sociedade
sobre a pessoa idosa, reconhecendo os valores e o sentido do
envelhecimento, para transformar e construir novos caminhos,
abandonando estereótipos excludentes e redefinindo a atual
estrutura social. A sociedade, ao longo de sua evolução, criou mitos
para o velho e cercou-se deles. Em recente publicação, a Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas) desmistificou algumas crenças sobre
o envelhecimento, para que as sociedades e as instituições
mantenham o bem-estar e a qualidade de vida na velhice.
• Nesse estudo, reconhece-se o aumento da esperança de vida de
forma acentuada, tornando-se indispensável à manutenção da boa
saúde e da criatividade, a prática de atividades físicas, mentais e
sociais. Compreendese que a saúde é fundamental para que os idosos
continuem participando ativamente da sociedade.
• De acordo com a Opas, a maioria dos idosos da América goza de boa
saúde, tem uma vida agitada e satisfatória e possui estruturas
emocionais adequadas. Menciona-se, ainda, mais de 60% deles vivem
em países em desenvolvimento, onde passarão a ser mais de 700
milhões em 2020.
• Conforme as perspectivas dos estudiosos, haverá uma inversão da
pirâmide etária, ou seja, o mundo terá mais pessoas com idade superior
a 60 anos do que jovens com menos de 18 anos, o que certamente
modificará a concepção social sobre os idosos, considerando-os um
grupo singular, com características únicas e complexas.
• Ressalta-se ainda que as mulheres vivem mais do que os homens por
razões diversas, como a vantagem biológica e o fato de o sexo feminino
ter mais capacidade de recuperação do que o masculino. Na Europa e
na América do Norte, a diferença só começou a crescer quando
desenvolvimento econômico e mudanças sociais reduziram alguns dos
maiores riscos para a saúde das mulheres.
• Destaca-se também, ao contrário do que muitas pessoas imaginam,
que a maioria dos idosos mantém-se em boa forma física até uma
fase bem mais avançada da vida, como está apta a realizar tarefas
diárias e desempenhar papéis ativos na comunidade, atividades
remuneradas e não remuneradas, em todo o mundo. Esse aspecto
pode ser constatado com relação aos indicadores de saúde e de
utilização dos serviços de saúde, uma vez que os idosos que
trabalham têm menos doenças crônicas que os aposentados,
confirmando que, também entre os idosos, a melhor condição de
saúde está associada ao trabalho.

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