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AVA-PSICO DO DESENV: CICLO

VITAL

AULA 4

Profa. Dra. Talita Dias Miranda e Silva


Esta apresentação foi elaborada como material didático
pela professora para a disciplina oferecida pela UNIP

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Qualquer dúvida:

Profa. Talita Dias Miranda e Silva


E-mail: talita.silva@docente.unip.br
Base:

GRIFFA, M. C. Chaver para a psicologia do


desenvolvimento. Tomo 2. 8ª ed. São Paulo: Paulinas,
2011. (Capítulo VII: Maturidade, vida adulta e velhice, p.
95-121)

KOVÁCS, M. J. A morte e o desenvolvimento humano. 4ª


ed. São Paulo: Casa do psicólogo, 2002. (Capítulos 1 e 9)

PAPALIA, D. E.; FELDMAN. Desenvolvimento humano. 12ª


ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (Capítulo 19: lidando com
a morte e o sentimento de perda, p. 634-657)
O que vamos estudar hoje?
• Terceira Idade
– As mudanças biológicas, cognitivas e psicossociais
– As mudanças na atualidade para a proteção e
inserção do idoso na vida social

• Morte
– A morte nas diferentes etapas do
desenvolvimento humano: separação, perdas e o
processo de luto
VELHICE OU
TERCEIRA
IDADE
Velhice
• São recentes as pesquisas científicas sobre o
processo de envelhecimento (a partir da déc.
1960)

• Qual o motivo? Era uma parcela pequena da


população e hoje estamos diante de um
mundo que envelhece

• A expectativa de vida aumentou devido as


condições sanitárias, educativas e econômicas
Velhice
• Principais áreas de estudos:
– Medicina – gerontologia
– Psicologia - psicogerontologia

• Com o aumento da expectativa e o


prolongamento do estágio da velhice os
estudos identificaram estágios dessa etapa:
pré-senilidade ou senescência, senilidade,
terceira e quarta idades (pessoa com mais de
80 anos)
Mudança de atitude social em relação
a velhice
• De heroicos sobreviventes para carga social

• De pessoas que passavam experiência e


sabedoria para pessoas velhas e desocupadas

• Desvalorização e marginalização com


internações geriátricas indevidas

• Marginalização do idoso
Fatores que influenciam o
processo de envelhecimento
• Privação de uma atividade ocupacional –
condenação à passividade

• Doenças físicas e enfraquecimento corporal

• Lentidão das funções psíquicas

• Diminuição ou exclusão das atividades


prazerosas e agradáveis da vida

• Medo diante da aproximação da morte


Teorias sobre processo de
envelhecimento
• Teorias genéticas – o ciclo vital, seja de uma célula ou de
um organismo, é geneticamente determinado

• Teoria da mutação somática – o envelhecimento seria


produto do acúmulo gradual de células modificadas que
não funcionam normalmente

• Teorias biológicas (não genéticas) –


 o envelhecimento é produto do acúmulo progressivo de
elementos tóxicos em células e órgãos
 A causa está na redução da capacidade de restabelecer a
homeostase, o que leva à deterioração das funções orgânicas
Teorias sobre processo de
envelhecimento
• Teorias imunológicas (teoria da autoimunidade) – o
envelhecimento é produto de reações imunopatológicas,
nas quais os anticorpos perdem a capacidade de distinguir
entre proteínas próprias e estranhas (não há evidencias
experimentais somente clínicas)

• Teoria do desapego, afastamento ou desligamento – o


declínio das atividades sensoriais e musculares leva ao
afastamento sistemático do contato e da interação social,
reduzindo, que tais relações sejam geradoras de angústias
já que evitam situações conflitivas principalmente com
gerações mais jovens – o afastamento é preparação para a
morte
Teorias sobre processo de
envelhecimento
• Teoria da Atividades - Robert Havighurt foi o
principal crítico da teoria do afastamento
– afirma que quanto mais o indivíduo se mantém
ativo, maiores as possibilidades de um
envelhecimento adequado
– O afastamento é uma expressão patológica da
velhice
– O isolamento é fruto de preconceito
segregacionista
Teorias sobre processo de
envelhecimento
• Teoria dos novos papéis – é uma intersecção entre a
teoria do desapego e da atividade – reconhece a
diminuição das atividades sociais e o desejo da pessoa
se manter ativa

• Teoria da continuidade – o ser humano envelhece da


mesma forma que viveu

• Teoria da descontinuidade – as mudanças cognitivas e


comportamentais do idoso decorrem de fatos como
aposentadoria, vulnerabilidade às doenças, a viuvez
etc.
• Temos diferentes
visões, biológicas,
O que sociológicas e
psicológicas Todas
podemos essas teorias do
concluir envelhecimento
trazem elementos
dessas importantes para a
teorias? compreensão da
velhice, embora
parciais.
Modificações corporais
• Mais notórias entre os 75 e os 80 anos
– Encurva-se
– Ossos ficam frágeis
– Tecido muscular perde elasticidade
– Atividade metabólica diminui
– Atividade respiratória diminui
– Diminuição da irrigação sanguínea
– Diminuição atividade condutora dos nervos
A vida sexual dos idosos
• Foi e ainda é negada

• Muitos consideram como perversa (não é


coisa de “velho”) e/ou ridícula (“é época das
dores e não dos prazeres”)

• A menopausa não anula os desejos e a


atividade sexual
A vida sexual dos idosos
• Fatores de abandono da atividade sexual:
– Depressão
– Dores físicas
– Medo de expor-se ao fracasso
– Medo de causar dano físico ao cônjuge
– Medo de ataque cardíaco ou hemorragia cerebral
Mudanças na capacidade de
rendimento das funções
psíquicas
• A forma de aprender do jovem e do idoso são diferentes
– pausas intercaladas melhoram a aprendizagem nos
jovens e no caso dos idosos pioram

• O adulto com formação intelectual trabalha com fatores


essenciais e generalizações, o que causa menos
decadência intelectual

• A memória
– Primária – recorda um dado pouco depois de ter sido
informado
– Secundária - aquela que recupera um dado vários minutos
ou horas depois de ser apresentado (mais afetado)
– Terciária – informação de muitos anos antes
Mudanças na personalidade
• Lutos básico da velhice:
1. Luto pelo corpo potente – é uma tomada de
consciência do declínio físico
2. Luto pelo papel parental – ocorre quando passa
do papel de paterno para a o da nova identidade
de avô
3. Luto pelo papel social – desencadeia pela
aposentadoria, perda do papel profissional e
econômico
4. Luto pela perda de relações objetais significativas
– perda de amigos, parentes e viuvez
Os avós
• É o vínculo mais significativo depois da relação entre pais e
filhos

• Pesquisas mostram que crianças que possuem relação com


pelo menos um dos avós, diminuem sua atitude
preconceituosa em relação aos idosos e tem menos medo
da velhice

• Os avós são a segunda linha de segurança para a criança

• Diferentes papéis – uns fogem de seu papel outros


competem com os pais da criança pela educação dos netos
Os avós
• Geralmente adotam atitudes e normas de
comportamento diferentes – são mais flexíveis
e tolerante

• Dedicação a família como filosofia de vida

• Preferem viver independente apesar do


estreito contato social e emocional com filhos
e netos
A dor, a doença e a morte
• A doença ou a aproximação da morte levam a
aproveitar ao máximo as oportunidades para
realização de seus desejos e valores

• Fase em que se apresenta uma terceira pessoa


– o médico

• A doença mobiliza fantasias, afetos e papéis


dos membros do núcleo familiar
A dor, a doença e a morte
• A família não deve adoecer com o doente mas
sim acompanha-lo

• Frequentemente a doença e a morte


mobilizam mais as fantasias dos familiares do
que do idoso

• O morte deve ser confrontada como processo


natural da vida
Doenças mais comuns na velhice
• Mal de Parkinson:
Normalmente se manifesta a partir dos 60
anos, mas pode ocorrer a partir dos 35 anos
É um distúrbio cerebral que provoca
deterioração progressiva, com rigidez
muscular e tremores involuntários
Apresenta aumento gradual de tremores,
rigidez dos músculos, lentidão dos
movimentos, caminhar arrastando os pés,
dificuldade em engolir alimentos
Doenças mais comuns na velhice
• Mal de Alzheimer
 Manifesta-se mais frequentemente a partir dos 65 anos
 É uma doença degenerativa do cérebro, caracteriza-se pela perda
das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, afetando as áreas
da linguagem e produz alterações no comportamento
 Esquecimento e fatos corriqueiros
 Na fase inicial - mostra-se um pouco confusa, esquecida e parece
não encontrar as palavras para se comunicar
 Fase intermediária – o idosos precisa de ajuda na rotina, começa a
não reconhecer as pessoas, apresenta incontinência urinária e fecal,
demanda ajuda de atividades cotidianas
 Fase avançada – totalmente dependente de terceiros, perde peso
mesmo com alimentação adequada e fica restrito ao leito
Doenças mais comuns na velhice
• Hipertensão
Não é exclusiva dos idosos
Cerca de 65% dos idosos são hipertensos
Pode ser originada por herança genética,
sedentarismo, hábitos alimentares e fumo
Muitas vezes não há sintomas
Doenças mais comuns na velhice
• Osteoporose
Afeta a estrutura dos ossos tornando-os
frágeis
Normalmente descoberta após uma fratura
Principais sintomas:
Dores nas costas e no pescoço
Coluna vertebral com deformidade
Fraturas fáceis
Sensibilidade nos ossos
Doenças mais comuns na velhice
• Pneumonia
• Diabetes
• Catarata
• Perda de audição
A dor, a doença e a morte
• Tanto o idoso quanto a família projetam no
médico uma figura onipotente, salvado,
protetora, onisciente.
• Até pouco tempo atrás tanto o nascimento
quanto a morte ocorriam no lar, hoje ocorre
em hospitais
• Há duas correntes: a que propõe a eutanásia
ou outras medidas para antecipar a morte e
diminuir o sofrimento e outras para prolongar
a vida artificialmente
A MORTE E O
SENTIMENTO
DE PERDA
Os diversos significados da morte e
do morrer
• A morte é um fato biológico

• Porém apresenta aspectos sociais, culturais,


históricos, religiosos, legais, clínicos, éticos e
de desenvolvimento
Contexto cultural
• Costumes referentes à:
– Remoção
– Recordação
– Transferência de bens
– Expressão de dor

• Geralmente são regidos por prescrições


religiosas ou legais
A revolução da mortalidade
• Ocorreram grandes mudanças graças:
– Avanços da medicina
– Avanços saneamento básico
– Novos tratamentos para doenças antes intratáveis
– Educação e informação da população

• Exemplos: as mulheres estão menos propensa


a morrer no parto, os bebês tendem a
sobreviver no 1º ano de vida, os idosos
tentem a superar a velhice
A revolução da mortalidade
• Hoje o quadro está mudando novamente

• A tanatologia – área que estuda a morte e o


morrer
– Esta área tem despertado interesse e programas
educacionais foram criados para ajudar as pessoas
a lidarem com a morte.
– Devido ao custo dos cuidados hospitalares para
doentes terminais, aumenta o número de mortes
que voltam a ocorrer em casa, como acontecia
antigamente.
Assistência ao doente terminal
• Presta cuidados pessoais e compassivos,
voltados para o paciente e a família
• Foco está nos cuidados paliativos (cuidados de
consolo) – alívio de dor e do sofrimento,
controle dos sintomas
• Esses cuidados também podem ocorrer
quando a doença ainda não é terminal, na
tentativa de melhorar a qualidade de vida
• Tudo isso para manter a qualidade de vida
satisfatória e permitir que o paciente morra
em paz e com dignidade
Mudanças físicas e cognitivas
que precedem a morte
• Declínios funcionais - perder o
interesse pelo ato de comer e de
beber
• Declínio terminal – declínio de
várias capacidades cognitivas –
habilidade verbal, raciocínio
espacial e cognição
Confrontando a própria morte
• 5 estágios em relação a morte:
1. Negação – isso não pode estar acontecendo comigo!
2. Raiva – Por que eu?
3. Barganhar um tempo extra – se pelo menos puder viver
até a minha filha se casar, não vou pedir mais nada
4. Depressão
5. Aceitação

• Nem todos passam por estes 5 estágios e não


necessariamente nesta ordem
• Morrer, assim como viver é uma experiência individual
Padrões de luto

• Elaboração do luto:
1. Choque e descrença
2. Preocupação com a memória da pessoa falecida
3. Resolução

• Nem sempre temos essa resolução


– Normalmente esperado – passa sofrimento intenso a leve
– Luto ausente – não experimenta nenhum tipo de
sofrimento
– Luto crônico – aceitação difícil
Ajudando quem perdeu um ente querido
Perdas significativas
• Cônjuge
– o estresse da viuvez pode prejudicar o sistema
imunológico, resultando em dores de cabeça,
tontura ou dores no peito, e até a morte
– A qualidade da relação conjugal pode afetar o
grau em que a viuvez afeta a saúde mental

• Pais
– Vivencia de sofrimento emocional – variando de
tristeza, choro, depressão até pensamentos de
Perdas significativas
• Filho
– Sentimento de falha, mudança na relação
matrimonial, hospitalização por doença mental, o
estresse pode até apressar a morte de um dos
pais

• Aborto espontâneo
– Geralmente a perda é considerada insignificante
quando comparada a perda de uma criança viva. A
dor do luto pode ser mais angustiante sem o
apoio social
Suicídio
• Uma aparente vulnerabilidade hereditária
pode estar relacionada à baixa atividade de
serotonina (substância reguladora de estados
emocionais e dos impulsos)

• Um histórico de suicídio ou de tentativas na


família aumenta o risco de ocorrências
Suicídio – sinais de alerta
Suicídio – como agir
Suicídio assistido
• Quando um médico ou outra pessoa qualquer ajuda alguém a
provocar a própria morte, geralmente se refere a pessoas com
doenças terminais incuráveis e que quer solicitam ajuda para pôr
fim a vida
– Exemplo: prescrevendo ou obtendo medicamentos ou permitindo que
um pessoa inale gás letal

• O suicídio assistido é ilegal em muitos países, mas geralmente


ocorre de maneira velada, sem regulamentação

• Argumentos a favor: baseiam-se no princípio da autonomia e


autodeterminação – pessoas mentalmente competentes devem ter
o direito de controlar sua vida e a natureza de sua morte
Suicídio assistido
• Argumentos a favor: baseiam-se no princípio da
autonomia e autodeterminação – pessoas
mentalmente competentes devem ter o direito
de controlar sua vida e a natureza de sua morte

• Argumentos contrários: tirar uma vida, mesmo


com consentimento é errado; proteção aos
menos favorecidos; possibilidade de erro no
diagnóstico, potencial disponibilidade futura de
novos tratamentos
Dica:
• https://www.youtube.com/
watch?v=uD7Ld1Gifn8
Para terminar...
“Em um tempo de vida limitado, ninguém pode
realizar todas as capacidades, satisfazer a todos
os desejos, explorar todos os interesses ou
experimentar todas as possibilidades que a vida
tem para oferecer. A tensão entre as
possibilidades de crescimento e o tempo finito
que ocorre o crescimento define a vida humana.
Escolhendo as possibilidades das quais vai se
ocupar e dedicando-se a elas o máximo possível,
até o derradeiro momento, cada pessoa
contribui para a história inacabada do
desenvolvimento humano”(PAPALIA; FELDMAN,
2013, p. 656)
Até a prova NP2! É
PRESENCIAL, e se
programe para chegar 15
min. antes. Abraço!!
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