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ENSINO RELIGIOSO
BACHAREL EM TEOLOGIA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 03
CAPÍTULO I - ALGUNS CONCEITOS 04
CAPÍTULO II - TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 09
CAPÍTULO III - PLANEJAR... PRA QUE? 14
CAPÍTULO IV -METODOLOGIA: ESPAÇO DAS TÉCNICAS, DINÂMICAS E
RECURSOS 19
CAPÍTULO V - AÇÃO DOCENTE:ALGUMAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS
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CAPÍTULO VI - DIDÁTICA E EDUCAÇÃO CRISTÃ 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS 40
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
“Todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre.” (Lc.6:40b)
1- O que é educação?
A palavra educação corresponde tanto ao processo de educar quanto ao
resultado desse processo. Ou seja, educação é um constante ir e vir, fazer e refazer,
elaborar e reelaborar, construir e reconstruir diante de novos conhecimentos, novas
possibilidades de aprendizagem. Aqui estão presentes diferentes agentes (o
aprendente, o educador, o ambiente, os recursos utilizados, dentre outros) que
participam no processo contribuindo, de forma positiva ou não, nos resultados.
As diversas ciências que inferem o seu olhar sobre o fenômeno Educação (p.
ex.: Sociologia, Antropologia, Psicologia, História, Economia ...) vão analisá-la a
partir de seus próprios conceitos o que resulta em diferentes definições do que
chamamos aqui Educação. Isso tem um grande valor para o campo educacional.
Entretanto, para efeito de nosso estudo aqui, vou apresentar o significado
etmológico da palavra para, então, relacioná-lo com a prática educacional.
Educação provém de dois vocábulos latinos: educare e educere. Educare tem
o significado de orientar, nutrir, decidir num sentido externo, levando o indivíduo de
um ponto onde ele está a um que se deseja chegar. Educere refere-se a promover o
surgimento de dentro para fora das potencialidades que o indivíduo possui
(GRINSPUM, 1999). Tomando como base, estes dois sentidos, o espaço da
educação é na verdade amplo e complexo. Orientar e conduzir o indivíduo de um
ponto a outro promovendo ao mesmo tempo o surgimento e/ou desenvolvimento de
potencialidades até então desconhecidas, sufocadas ou reprimidas, requer de todo
educador, consciente de sua função, uma constante releitura de sua própria função,
de seu pensar e fazer, a fim de que estes tornem-se espaços e instrumentos de um
conhecer que não é só do educando, mas também do próprio educador. Todo
aquele que pretende pensar e fazer educação a partir destes sentidos - educare e
educere, descobre-se imerso e tomado de uma teoria-prática não apenas
transmissora de informações, mas, acima de tudo, uma teoria-prática que: reflete
criticamente e constantemente o seu papel e função; respeita os limites e
possibilidades de cada educando; se aventura na construção de um saber de forma
criadora e inovadora; compreende o significado e sentido da liberdade e da
autoridade bem como o espaço do diálogo na construção do saber 1.
A educação acompanha o indivíduo por toda sua vida, pois sua aprendizagem
é constante e, portanto, sempre está se educando. O processo educativo
proporciona ao indivíduo o instrumental físico, intelectual, emocional e social de que
precisa para tornar-se um ser social, um ser humano. LIBÂNEO afirma que
educação “... é o conjunto das ações, processos, influências, estruturas, que
intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa
com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e
classes sociais”. (1999, p.22)
O espaço do educativo é muito amplo e complexo, pois, a educação acontece
em diferentes momentos e espaços, tais como a família, rua, trabalho, igreja, meios
de comunicação, política. Desta forma, distinguimos diferentes modalidades de
pratica educativa: educação informal, não-formal e formal. A educação informal diz
respeito a ações e influências que o indivíduo ou grupo sofre advindos de seu meio
ambiente (físico, social, cultural ...) das quais resultam experiências, práticas, porém
2- O que é pedagogia?
A palavra pedagogia nos remete a História Antiga quando escravos, entre os
gregos, conduziam as crianças ao local de ensino. Em geral, sendo pessoas mais
inteligentes que seus próprios senhores, estes escravos eram verdadeiros
professores. Isto fica claro quando da conquista da Grécia por Roma, pois, os
romanos confiavam a educação de seus filhos aos gregos (agora escravos),
reconhecendo assim a superioridade cultural destes. O pedagogo vai convertendo-
se desta forma no formador de homens. (SAVIANI, p.27,28)
Na evolução de seu campo científico e espaço histórico a Pedagogia é
reconhecida hoje como teoria e prática da educação. Prática que por natureza é
pluridimensional. Ciência da e para a educação. Para o pedagogo francês
HOUSSAYNE (citado por Libâneo) a pedagogia busca ligar a teoria e a prática a
partir de sua própria ação. É portanto, neste espaço de articulação da teoria-prática
que a Pedagogia “tem sua origem, se cria, se inventa e se renova” (1999, p.22)
Vivemos num mundo de grandes transformações e múltiplas diversidades. O
indivíduo como ser coletivo, pessoal e singular sente o reflexo dessas
transformações em todas as dimensões de sua vida bio-psico-social. Este, portanto,
necessita adquirir novas posturas para transitar e interagir com essas situações. A
educação precisa ser compreendida como um fenômeno plurifacetado que ocorre
em diversos espaços, institucionalizados ou não. Nossa sociedade é hoje chamada
de sociedade do conhecimento. A necessidade de propagar e internalizar diferentes
saberes exige ações conscientes do fazer pedagógico2, dentro ou não de espaços
institucionalizados e próprios do saber sistematizado. MAZZILLI, citando as palavras
2 O fazer pedagógico é compreendido aqui muito mais do que métodos e técnicas (isso é o
espaço do didático). Nas palavras do professor Libâneo, este fazer implica em “submeter os
conteúdos científicos a objetivos explícitos de cunho ético, filosófico, político, que darão uma
determinada direção (intencionalidade) ao trabalho com a disciplina e a formas organizadas do ensino
(...) Isso quer dizer que para ensinar Matemática não basta ser um bom especialista em Matemática.
É preciso que o professor agregue o pedagógico-didático, ou seja: que conteúdos da Matemática-
ciência devem constituir-se na Matemática-matéria de ensino visando à formação dos alunos?”
Perguntas devem ser formuladas diante do conhecimento escolhido, tais como: a que objetivos serve
este conhecimento? Que representações, atitudes, convicções são formadas em cima do mesmo?
Que habilidades, hábitos, modos de agir, ligados a essa matéria podem ajudar o indivíduo, o aluno a
agir de forma pratica diante de situações concretas da vida? Qual a seqüência mais adequada à
aprendizagem do aluno (respeitando seu nível escolar, idade, conhecimento já existente)? (1999,
p.27)
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de Florestan Fernandes, afirma que é necessário uma compreensão mais clara das
possibilidades concretas da educação de "conjugar a consciência pedagógica dos
problemas da sociedade a uma nova forma de ação prática." A ação pedagógica
deverá reformular-se a fim de transformar possibilidade em realidade, pois é a
prática em última instância, o critério de avaliação do discurso transformador. (1992,
p.49, 51)
3- O que é didática?
O ser humano não vive isolado no tempo e no espaço. Faz parte de uma
comunidade (família, trabalho, igreja, clubes, etc), de um Estado, de uma sociedade,
de um mundo ativo e em constante transformação. Toda ação educativa é uma ação
humana. Esta ocorre de forma sistemática (instituições escolares, por exemplo) e/ou
assistemática (família, grupo de amigos, etc). Toda a ação didática é inspirada a
partir do sujeito, ou seja, pelo homem, suas necessidades, dificuldades,
necessidades de mudança, novas percepções que poderão ocasionar ou não novas
ações em sua vida.
Como desenvolver ações que norteiem o caminho do processo educativo que
possam nos auxiliar no alcance de nossos objetivos? A Didática é uma disciplina
técnica que tem como objeto a técnica de ensino, procurando estudar e avaliar os
aspectos práticos e operacionais da técnica escolhida. Nas palavras de SCHMITZ,
Didática é “a ciência que estuda a organização da situação de aprendizagem e
educação para o aluno, a partir deste mesmo aluno e para o alcance de seus
objetivos”. (1984, p.3)
É necessário considerar aqui a diferença entre o pedagógico e o didático. “O
didático refere-se especificamente à teoria e prática do ensino e aprendizagem,
considerando-se o ensino como um tipo de prática educativa, vale dizer, uma
modalidade de trabalho pedagógico. Dessa forma, o trabalho docente é pedagógico
porque é uma atividade intencional, implicando uma direção (embora nem todo
trabalho pedagógico seja trabalho docente). (LIBÂNEO, 1999, p.27)
A ação didática além de ser uma simples organização sistemática do contexto
educativo representa uma atitude, uma posição diante do que considere-se
conveniente e significativo para o aluno.
LEITURA COMPLEMENTAR
Se o educador é o que sabe, se os educandos são os que nada sabem, cabe àquele
dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos. Saber que deixa de ser de
“experiência vivida” para ser de experiência narrada ou transmitida.
Não é de estranhar, pois, que nesta visão “bancária” da educação, os homens sejam
vistos como seres da adaptação, do ajustamento. Quanto mais se exercitem os
educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos
desenvolverão em si a consciência crítica de que resultaria a sua inserção no
mundo, como transformadores dele. Como sujeitos. (...)
A educação libertadora,problematizadora, já não pode ser o ato de depositar, ou de
narrar, ou de transferir, ou de transmitir “conhecimentos” e valores aos educandos,
meros pacientes, à maneira da educação “bancária”, mas um ato cognoscente.
Como situação gnosiológica, em que o objeto cognoscível, em lugar de ser o término
do ato cognoscente de um sujeito, é o mediatizador de sujeitos cognoscentes,
educador, de um lado, educandos, de outro, a educação problematizadora coloca,
desde logo, a exigência da superação da contradição educador-educandos. Sem
esta, não é possível a relação dialógica, indispensável a cognoscibilidade dos
sujeitos cognoscentes, em torno do mesmo objeto cognoscível. (...)
Em verdade, não seria possível à educação problematizadora, que rompe com os
esquemas verticais característicos da educação “bancária”, realizar-se como prática
da liberdade, sem superar a contradição entre o educador e os educandos. Como
também não lhe seria possível fazê-lo fora do diálogo.
É através deste que se opera a superação de que resulta um termo novo: não mais
educador do educando; não mais educando do educador, mas educador-educando
com educando-educador.
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto
educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também
educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em
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que os “argumentos de autoridade” já não valem. Em que para ser-se,
funcionalmente, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas.
Progressistas - É uma tendência que parte da análise crítica das realidades sociais
que sustentam as finalidades sócio-políticas da educação. Tem como base Filosófica
a concepção dialética (visão do homem concreto, síntese de múltiplas
determinações em face do contexto histórico). As ações pedagógicas
fundamentadas em tendências progressistas caracterizam-se pelo ensino centrado
no aluno, este é sujeito construtor de sua aprendizagem. Todo aprendizado deve
partir do conhecimento prévio do aluno. O processo educativo visa formar o aluno
nos aspectos intelectual, estético, ético e político. O ensino deve ser significativo
conduzindo a um compromisso com os problemas sociais. O professor torna-se
mediador e problematizador da aprendizagem.
1. Tendências Liberais:
1.1. Pedagogia Tradicional
Iniciou-se no século XIX e ainda segue em nossos dias. O ensinar é apenas
transmitir informações, conhecimentos já sistematizados e/ou acumulados pela
humanidade. Ensinar pode ser aqui entendido como ‘dar a lição’ e ‘tomar a lição’. O
Aprender consiste em adquirir informações que preparem o sujeito intelectual e
moralmente para adaptar-se à sociedade.
A avaliação é a evocação dos conhecimentos memorizados. Desenvolve-se
através de interrogatórios orais, provas e trabalhos escritos. Há uma constante e
rigorosa vigilância sobre a disciplina do aluno. O método caracteriza-se por ser
expositivo dogmático, objetivando preparar intelectual e moralmente o aluno.
Principais pensadores:
João Amós Commenius (1627): Princípios para ensinar
por modelos completos, perfeitos e exercícios.
Johann F. Herbart (1776-1841): Metodologia de aulas-
expositivas: comparações, exercícios, lições de casa.
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1.2. Pedagogia Renovada Progressivista
É a chamada Pedagogia Nova, conhecida como movimento do
Escolanovismo ou Escola Nova. Tendência inspirada numa concepção humanista
mais moderna. Teve origem na Europa e nos Estados Unidos, no final do século
XIX, influenciando o Brasil por volta dos anos 1930. O papel da escola é de adequar
necessidades individuais ao meio, propiciar experiências. A relação professor-aluno
é baseado num clima psicológico-democrático. Professor é auxiliar das experiências.
Ensinar é criar condições que enfatizem o desenvolvimento cognitivo do aprendiz. É
dado maior valor aos processos e habilidades cognitivas (mentais) do que aos
conteúdos. As atividades são adequadas à natureza do aluno e às etapas de seu
desenvolvimento. O aprender é uma atividade de descoberta, é auto-aprendizagem
a partir de situações-problemas. Na avaliação é dado valor à qualidade e não a
quantidade, ao processo e não ao produto. Parâmetro na teoria piagetiana,
observando múltiplos critérios.
Principais pensadores:
Maria Montessori - Ênfase nos princípios de liberdade,
atividade, vitalidade e individualidade. Formação de ambiente
apropriado para a aprendizagem.
John Dewey - Aprendizado através da pesquisa
individual, projetos. Criou uma “escola laboratório” para crianças na
qual pôs em prática suas técnicas educativas. O aluno torna-se um ser
ativo que concebe, elabora e executa o próprio trabalho. Os trabalhos
das crianças não devem ser apenas verbais, mas orientados para um
fim prático bem definido.
Ovídio Decroly - Criador dos Centros de Interesse. A sala
de aula constitui-se de pequenos e diferentes ambientes que visam
desenvolver, a partir de situações relacionadas a vida da criança, a
curiosidade e o conhecimento de questões mais amplas com a
mediação do professor.
Jean Piaget – Método psicogenético. O pensamento é a
base em que se assenta a aprendizagem. O desenvolvimento do
pensamento e da linguagem da criança se dá através de etapas bem
definidas. Logo, não é pelo aumento de conhecimentos que se dá o
desenvolvimento da inteligência, mas através da formação de uma
nova estrutura mental
Principais pensadores:
Skinner - O homem é produto do meio - análise funcional.
Popham, Briggs, Papay, Gerlach, Glaser - Modelos de instrução e sistemas.
2. Tendências Progressistas:
2.1. Pedagogia Libertadora
Parte de uma análise crítica das realidades sociais, sustentando as
finalidades sócio-políticas da educação. Iniciou-se nos anos 1960. Crítica porque
questiona concretamente a realidade do homem com a natureza e com os homens
visando transformação. Educação problematizadora. O aprender é o ato de
conhecimento da realidade concreta vivida pelo aluno. O importante é despertar uma
nova forma de relação com a experiência vivida. O que se aprende é conseqüência
do nível crítico de conhecimento ao qual se chega pelo processo de reflexão e
crítica. Educador e educando são sujeitos do ato de conhecimento. O método passa
pelo autentico diálogo. A avaliação ocorre no processo.
Principal pensador no Brasil:
Paulo Freire – Educador brasileiro. Inspirador e divulgador da pedagogia
libertadora. Suas idéias foram aplicadas no Chile e regiões da África. Formulador da
pedagogia libertadora para a educação popular e para a educação de adultos.
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Principais pensadores:
Snyders (1974): Busca levar o aluno ao contato com as grandes
realizações da humanidade. Ênfase aos modelos, em todos os campos
do saber.
Demerval Saviani – Educador brasileiro; preocupado em que todos os
alunos tenham acesso ao conjunto do saber historicamente acumulado
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pela sociedade, de forma a que estes tenham a oportunidade de
conhecer o que somente algumas classes mais elitizadas alcançam.
LEITURA COMPLEMENTAR
A educação não é uma fórmula de escola, mas sim uma obra de vida.
Há jardineiros ditos modernos ou científicos que se gabam de obter uma boa
colheita, quaisquer que sejam as condições do solo,do clima, da luz ou do esterco.
Mas que abundância de enxofre e arseniatos, de inseticidas e caldas! Se isso não
for suficiente, escondem-se os cachos de uvas em saquinhos protetores e colhe-se a
pêra ainda verde, para guardá-la sobre uma camada de algodão onde amadurecerá
à vontade.
O fruto está salvo, e tem bom valor de mercado. Mas está tão impregnado de
tóxicos, que se torna veneno para quem o consome. E a árvore que o deu, esgotada
e ferida antes do tempo, seca antes mesmo de ter ousado lançar para o céu os seus
braços audaciosos.
É já na semente, ou no broto, que o jardineiro prudente cuida e prepara o
fruto que virá. Se esse fruto é doente, é porque a própria árvore que o gerou estava
enferma e degenerada. Não é do fruto que se deve tratar, mas do fruto, mas da vida
que o produziu. O fruto será o que fizerem dele o solo, a raiz, o ar e a folha. É deles
que devemos cuidar, se quisermos enriquecer e garantir a colheita.
Se um dia os homens souberem raciocinar sobre a formação dos seus filhos
como o bom jardineiro raciocina sobre a riqueza do seu pomar, deixarão de seguir
os eruditos que, nos seus antros, produzem frutos envenenados que matam ao
mesmo tempo quem os produziu e quem os come. Restabelecerão valorosamente o
verdadeiro ciclo da educação: escolha da semente, cuidado especial do meio em
que o indivíduo mergulhará para sempre as suas raízes poderosas, assimilação pelo
arbustro da riqueza desse meio.
A cultura humana será, então, a flor esplêndida, promessa segura do fruto
generoso que amadurecerá amanhã.
FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO
ESBOÇAR
Situação futura a PREVER
partir da atual O que; como; GARANTIR
onde; por que; Objetividade;
funcionalidade;
quando? continuidade
2- Etapas do planejamento
Segundo PILETTI, o planejamento educacional tem algumas etapas que são:
Conhecimento da realidade; Elaboração do Plano; Execução do Plano e Avaliação e
Aperfeiçoamento do Plano. Vejamos brevemente qual o sentido de cada uma
dessas relacionando-as ao contexto eclesiástico:
Conhecimento da realidade conhecer o aluno, participante de um grupo ou
membro da igreja é a primeira etapa do processo de planejamento. É necessário
saber quais são as expectativas, aspirações, frustrações e necessidades
individuais/coletivas do grupo com o qual lidamos. Aqui é o momento da coleta de
dados, da sondagem. PILETTI declara:
“Uma vez realizada a sondagem, deve-se estudar cuidadosamente os dados
coletados. A conclusão a que chegamos, após o estudo dos dados coletados,
constitui o Diagnóstico. Sem a sondagem e o diagnóstico corre-se o risco de propor
o que é impossível alcançar ou o que não interessa ou, ainda, o que já foi
alcançado.” (2003, p.63)
3- Componentes do planejamento
Dentro do planejamento educacional geral da igreja, de uma organização
(Departamento Infantil, Classe de Jovens, Apoio Feminino, etc) ou até mesmo de um
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plano de aula para a EBD – Escola Bíblica Dominical, é necessário que se atente
para alguns componentes fundamentais que nortearão todo o fazer educacional dos
mesmos. São eles: Objetivos; Conteúdos; Metodologia; Recursos; Avaliação.
Coerência e adequação são características essenciais na relação desses.
3.4. Avaliação
Avaliar normalmente é relacionado a situações como fazer prova, atribuir nota
e passar de um nível para outro. Isto é resultado de uma concepção educacional
tradicional como já vimos anteriormente. Dentro de uma concepção pedagógica em
que as experiências do aluno com o aprender são percebidas e dinamizadas, a
avaliação é percebida e operacionalizada de maneira formativa. A avaliação
formativa é caracterizada por dimensões indissociáveis: diagnóstica, contínua e
cumulativa. Diagnóstica porque identifica limitações e avanços no processo de
aprendizagem, abrindo espaço para possíveis acertos na relação aluno-professor (o
quê, quando, como, aonde...). Contínua porque articula o saber adquirido ao longo
do processo com a possibilidade da aplicação do mesmo em diferentes situações.
Cumulativa porque verifica a aquisição de novas competências na medida em que o
aluno aprofunda seus estudos e melhora seus trabalhos. Na avaliação formativa
todas as atividades de aprendizagem propostas para o desenvolvimento de
competências devem ser observadas, analisadas e avaliadas. As mais significativas
devem fazer parte de uma avaliação formal. O fazer uma prova não é invalidado,
mas é visto com um outro olhar. A prova aqui não é um fim em si mesma, mas parte
de uma avaliação processual e não deve ter valor acima das demais atividades.
LEITURA COMPLEMENTAR
UMA FÁBULA
Phillips 66
Através da técnica toda a classe participa da discussão. Dividida em Grupos de seis
componentes cada um, para trocarem idéias durante seis minutos e, depois,
exporem as suas conclusões. O(A) professor(a) pode usar esta técnica no início da
aula, para despertar a atenção; no meio, para conservar a motivação; e no final,
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para a fixação e a integração da aprendizagem. Com esta técnica, todos participam,
dão opiniões e sugestões através de uma atividade informal e democrática. Exponha
de maneira clara a questão, oriente a divisão dos grupos. Decorridos os seis
minutos, cada relator apresentará as conclusões de seu grupo, escrevendo-as no
quadro ou no papel bobina.
- Pessoas- Balão
Objetivos: Oportunizar a reflexão sobre o modo de ser de cada um,
ressaltando que os valores que possuímos, influenciam nossas atitudes, decisões e
comportamento; Incentivar os participantes a tomarem decisões responsáveis e
reagirem com maturidade na tentativa de superar críticas e ofensas.
Material: Balão e alfinete
Desenvolvimento:
1o. Conversação para a introdução da dinâmica.
2o. Encher o balão e explicar aos participantes por que, certas pessoas, em
determinados momentos agem e ou vivem como se fossem balões cheios de ar.
Possíveis comentários:
- alguns são aparentemente cheios de vida, mas por dentro nada
mais têm do que ar;
- outros parecem ter opinião própria, mas se deixam levar pela mais
suave brisa;
- por fim existem aqueles que vivem como se fossem balões cheios,
prestes a explodir, basta que alguém os provoque com uma ofensa
para que ( neste momento estoura-se o balão com o alfinete )
“estourem”.
Fechamento:
- Pedir para que todos dêem sua opinião sobre suas dificuldades em
superar críticas e ofensas.
- Solicitar aos participantes que falem como se sentem e pedir que se
identifiquem em alguma das situações acima mencionadas, se este
for o caso.
- A Lâmpada de Aladim
Objetivos: Expressar valores, necessidades e desejos individuais; Perceber
os valores do grupo.
Material: Ficha de trabalho contendo o desenho de uma lâmpada , lápis e fita
crepe.
Desenvolvimento:
1º Conversação sobre os objetivos do trabalho, levando os participantes a
refletirem sobre seus próprios desejos, necessidades e valores.
2º Pedir que cada um imagine que encontrou uma lâmpada mágica e portanto
tem direito a fazer um pedido. Neste momento são entregues as fichas ( lâmpadas )
para que cada um individualmente anote o que foi solicitado.
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3º Cada pessoa apresenta seu pedido ao grupo e as fichas vão sendo
coladas no quadro sem que os participantes saibam o critério adotado para a
classificação das fichas.
CRITÉRIOS:
1-pedidos feitos em benefício próprio;
2-pedidos feitos em benefício do outro;
3-pedidos feito em benefício da coletividade.
- Frases
Objetivos: Oportunizar um momento de reflexão no qual cada um escolherá
uma frase que classificará como 1º plano. ( Essa dinâmica mostrará que todas as
frases são importantes e que não podemos deixar de fora nenhuma delas.)
Desenvolvimento:
1º Conversação para a introdução da dinâmica;
2º Escrever as frases no quadro para debate. Abaixo, algumas sugestões:
Ser mais independente de meus pais ( ou não depender
economicamente deles )
Obter boas notas na escola
Respeitar meus valores culturais
Não abusar de drogas e álcool
Dar-me bem com meus pais
Ter boa saúde durante toda a vida
Casar-me
Comer todos os dias
Viver de acordo com minha religião
Ter minha casa própria
Ser criativo(a)
Ter um marido/ uma mulher que me ame muito
Ser muito rico
Ser popular com meus amigos/ minhas amigas
Ser bom/ boa nos esportes
Ter um bom relacionamento sexual com quem amo realmente
Conseguir um emprego que me realize profissionalmente
Ter filhos
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Retemos:
10% do que lemos;
20% do que escutamos;
30% do que vemos;
50% do que vemos e escutamos;
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70% do que ouvimos e logo discutimos;
90% do que ouvimos e logo realizamos.
3 Sobre isso sugerimos o livro “Vídeo e Educação” de J. Ferres lançado pela editora Artes
Médicas. Vale a pena conferir também “Linguagem Total: uma pedagogia dos meios de comunicação”
do professor F. Gutierrez, lançado pela Summus.
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- reconheça que a criatividade incorpora uma variedade de processos
(resoluções de problemas, pensamento divergente, pensamento
convergente) e uma série de elementos motivacionais e referentes a
personalidade (autoconceito, autoconfiança, curiosidade, flexibilidade,
determinação, dentre outros).
4 Não se impõe aqui um novo paradigma como caminho para ações. As diferentes
tendências pedagógicas coexistem através de valores e ações desenvolvidos por muitos. Entretanto,
aqui apresenta-se o paradigma emergente como uma possibilidade de articulação da teoria-prática
pedagógica diante das novas e rápidas mudanças que influenciam o sujeito pós-moderno.
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educação, porém permanecendo o artesão da integração destas várias
contribuições numa prática pessoal. (1993: p.200-201).
A formação do professor deve ser continuada e também caracterizada pela
consciência de que o ensinar exige criticidade, esperança, disponibilidade para o
diálogo, estética e ética, respeito aos saberes do outro (do aluno principalmente),
bom senso, esperança.5 Estar consciente aqui implica em movimento. Movimento
que me conduz a prática, uma prática que reflete e avalia posições gerando novos
pontos de partida ou apenas mudanças no roteiro.
5 Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia apresenta, de forma reflexiva, algumas
“O professor deve estabelecer uma nova relação com quem está aprendendo, passar do
papel de "solista" ao de "acompanhante", tornando-se não mais alguém que transmite
conhecimentos, mas aquele que ajuda os seus alunos a encontrar, organizar e gerir o saber, guiando
mas não modelando os espíritos, e demonstrando grande firmeza quanto aos valores fundamentais
que devem orientar toda a vida.”(1999, p.155)
LEITURA COMPLEMENTAR
2.2.3. Igreja
Estabelecimento educacional – Mat 28:19,20; Col.3:16; II Tim.2:2
Espaço de formação cristã - Gal. 4:19,20
6 O termo “Mestre” significa Rabi, professor; homem superior e de muito saber; perito.
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A fim de melhor compreender o processo e o fim da educação cristã apresentamos
abaixo os principais pontos no exercício da mesma.
Novo Nascimento (I João 5:1; II Cor. 5:17)
Crescimento contínuo (Fil.:3,13, 14)
Amadurecimento cristão (Col.2:2,3; Fil. 4:8-9)
Serviço (I Cor.3:9; Ef. 4:11,12)
INDO
ENSINANDO FAZENDO
BATIZANDO
4.2. Na evangelização
Agir de forma clara e planejada: A quem vai ser anunciado o evangelho (suas
características e peculiaridades)? Como vai ocorrer? Qual o conteúdo a ser
utilizado (todo o plano de salvação? Ponto a ponto em diferentes encontros...)?
Quando e aonde?
4.4. Serviço
Educação cristã e ação cristã estão intimamente ligadas;
A verdadeira aprendizagem se manifestará na prática;
Possibilitar espaços para que talentos e ministérios se desenvolvam.
Devemos estar conscientes de que estas ações deverão ser algo constante na igreja,
respondendo sempre a algumas questões básicas: O que desejo alcançar? Qual
a mensagem que desejo passar? Como vou alcançar? Quais os
critérios vou utilizar para observar se atingi ou não meu alvo?
LEITURA COMPLEMENTAR