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LESÕES CUTÂNEAS

Prof. Enf. Me. Henrique Andrade Barbosa


ASPECTOS HISTÓRICOS DO
TRATAMENTO DE FERIDAS
• Desde a era pré-histórica eram preparados
cataplasmas de folhas e ervas com o intuito de
estancar a hemorragia e facilitar a cicatrização.

5 de julho de 2023
• Evolução:
• emplastos de ervas, mel, cauterização das
feridas com óleos ferventes ou ferro quente,
desinfecção com álcool proveniente do vinho,
utilização de banha de origem animal, cinzas,
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incenso, mirra.
ASPECTOS HISTÓRICOS DO
TRATAMENTO DE FERIDAS

5 de julho de 2023
• Nos monastérios, desenvolvia-se cada vez mais o
estudo das plantas, hoje denominado
fitoterapia, acentuando a importância da
manutenção da ferida limpa e remoção dos
corpos estranhos e tecido necrótico e a
necessidade de controle da hemorragia por meio
de compressões locais, cauterizações e ligaduras
dos vasos sangrantes.
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ASPECTOS HISTÓRICOS DO
TRATAMENTO DE FERIDAS

5 de julho de 2023
• Com o aparecimento da pólvora, os ferimentos
tornaram-se mais graves.

• A história da medicina reporta o surgimento da


Penicilina (I Guerra Mundial) como um grande
passo para o controle da infecção, até,
finalmente, chegar aos conceitos atuais de
manutenção do leito da ferida úmido, pois este
procedimento acelera o processo de
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cicatrização.
ASPECTOS ÉTICOS NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

5 de julho de 2023
• IMPERÍCIA
É execução de uma função sem a plena
capacidade para tal.
É cometer um erro por falta de conhecimento ou
habilidade, como, por exemplo, um acadêmico
ou profissional não habilitado que realiza o
procedimento do curativo de forma inadequada.
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ASPECTOS ÉTICOS NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

5 de julho de 2023
• IMPRUDÊNCIA
É o erro cometido com conhecimento das regras,
porém não executado com as cautelas exigidas
no tratamento da ferida.
Por exemplo, se o profissional preparado insistisse
em realizar um curativo sem o diagnóstico ou
material adequado, ou caso o ESTAGIÁRIO,
desacompanhado de seu instrutor, executasse o
curativo sem a plena convicção do diagnóstico e,
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ainda, sem solicitar auxílio.
ASPECTOS ÉTICOS NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

5 de julho de 2023
• NEGLIGÊNCIA

Não obstante todas essas condutas tenham de ser


evitadas, a negligência é considerada, no âmbito
ético-profissional, a mais grave dos três.
É o erro cometido com consciência de como deve
ser feito o tratamento da ferida e sem a
existência de algum fator de impedimento,
porém, por mero desleixo, menosprezo ou 7
indolência, não é realizado adequadamente.
ASPECTOS ÉTICOS NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

5 de julho de 2023
• REGISTROS
Não fotografar e arquivar registros de feridas sem
aprovação de projeto de pesquisa por um
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e sem a
assinatura do portador no Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

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RESOLUÇÃO COFEN – 567/2018
REVOGOU A RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015

III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS


FERIDAS

1. Objetivo Geral:

a) Avaliar, prescrever e executar curativos em


todos os tipos de feridas em pacientes sob seus
cuidados, além de coordenar e supervisionar a
equipe de enfermagem na prevenção e cuidado
de pessoas com feridas.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015

III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS


FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
a)Abertura de consultório de enfermagem para a
prevenção e cuidado às feridas de forma
autônoma e empreendedora.
b)O procedimento de prevenção e cuidado às
feridas deve ser executado no contexto do
Processo de Enfermagem.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015
III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS
FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
c) Prescrever medicamentos/coberturas utilizados na
prevenção e cuidado às feridas, estabelecidas em
Protocolos Institucionais.
d) Realizar curativos de feridas em Estágio III e IV.
e) Os curativos de feridas em Estágio III, após sua
avaliação, poderão ser delegados ao Técnico de
Enfermagem.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015
III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS
FERIDAS

2 Objetivos Específicos:
f) Executar o desbridamento da lesão.
g) Participar, em conjunto com o SCIH, da escolha de
materiais, medicamentos e equipamentos
necessários à prevenção e cuidado às feridas.
h) Estabelecer uma política de avaliação dos riscos
potenciais, através de escalas validadas para a
prevenção de feridas.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015
III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS
FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
i) Implementar plano de intervenção quando em
risco de desenvolver lesão por pressão.
j) Avaliar estado nutricional do paciente através de
seu IMC e de outros indicadores nutricionais.
k) Participar de programas de educação permanente
para incorporação de novas técnicas de coberturas
de ferida.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015
III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS
FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
l) Executar os cuidados de enfermagem para os
procedimentos de maior complexidade técnica.
m) Garantir com eficácia e eficiência o
reposicionamento no leito (mudança de decúbito),
devendo estar devidamente prescrito.
n) Coordenar e/ou participar de testes de
produtos/medicamentos.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015
III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS
FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
o) Prescrever cuidados de enfermagem aos Técnicos
e Auxiliares de Enfermagem.
p) Solicitação de exames laboratoriais inerentes ao
processo do cuidado às feridas.
q) Utilização de materiais, equipamentos e
medicamentos para a prevenção e cuidado às
feridas.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015

III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS


FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
r) Utilização de tecnologias na prevenção e
cuidado às feridas, desde que haja comprovação
científica e aprovação pela Anvisa.
s) Efetuar, coordenar e supervisionar as atividades
de enfermagem relacionadas à terapia
hiperbárica.
RESOLUÇÃO COFEN – 501/2015

III. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO ÀS


FERIDAS

2. Objetivos Específicos:
t) Realizar registro fotográfico para
acompanhamento da evolução da ferida, desde
que autorizado formalmente pelo CEP.
u) Registrar todas as ações executadas e avaliadas
no prontuário do paciente, quanto ao cuidado
com as feridas.
LEGISLAÇÃO
DELIBERAÇÃO DO COREN
DELIBERAÇÃO COREN-MG - 65/00

Informativo técnico do cuidado a portadores de lesões


cutâneas.

Finalidade
Informações técnicas referentes à
avaliação do portador de lesão cutânea, a
avaliação, classificação e tratamento da lesão
incluindo os métodos de desbridamento do
tecido necrótico.
DELIBERAÇÃO COREN-MG - 65/00

Informativo técnico do cuidado a portadores de lesões


cutâneas.

Finalidade
Tem por objetivo estabelecer a atuação dos
profissionais de enfermagem na prevenção e
tratamento das lesões cutâneas.
DELIBERAÇÃO COREN-MG - 65/00

Compete ao Enfermeiro:

1. Realizar a consulta de enfermagem: exame


clínico (entrevista e exame físico) do
cliente/paciente portador de lesão ou daquele
que corre risco de desenvolvê-la.

2. Prescrever e orientar o tratamento.


DELIBERAÇÃO COREN-MG - 65/00

Compete ao Enfermeiro:

3. Solicitar exames laboratoriais e de Raios X


quando necessários.

4. Realizar o procedimento de curativo (limpeza e


cobertura).

5. Realizar o desbridamento quando necessário.


ESTRUTURA DA PELE

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5 de julho de 2023
Terapia Tópica
O ambiente da
O Curativo superfície da
sozinho não ferida pode
promove a A Cicatrização é Sistêmica facilitar ou
cicatrização prejudicar a
cicatrização
Cuidado com Feridas

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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• As feridas podem ser classificadas de várias
maneiras:

• pelo tipo do agente causal;


• de acordo com o grau de contaminação;
• pelo tempo de traumatismo;
• pela profundidade das lesões.
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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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• QUANTO AO AGENTE CAUSAL:
1. Incisas ou cortantes: são provocadas por
agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas.
Suas características são o predomínio do
comprimento sobre a profundidade, bordas
regulares e nítidas, geralmente retilíneas.

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Incisas ou cortantes

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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2. Corto-contusa: o agente não tem corte tão
acentuado, sendo que a força do traumatismo é
que causa a penetração do instrumento, tendo
como exemplo o machado.

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Corto-contusas

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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3. Perfurante: são ocasionadas por agentes longos
e pontiagudos como prego, alfinete. Pode ser
transfixante quando atravessa um órgão, estando
sua gravidade na importância deste órgão.

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Perfurantes - externa

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Perfurantes - interna

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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4. Pérfuro-contusas: são as ocasionadas por arma
de fogo, podendo existir dois orifícios, o de
entrada e o de saída.

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Pérfuro-contusa

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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5. Lácero-contusas: os mecanismos mais
frequentes são:

- compressão: a pele é esmagada de encontro ao


plano subjacente.
- tração: por arrancamento tecidual. As bordas são
irregulares, com mais de um ângulo; constituem
exemplo clássico as mordidas de cão.
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Lácero-contusas

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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6. Pérfuro-incisas: provocadas por instrumentos
pérfuro-cortantes que possuem gume e ponta,
por exemplo um punhal. Deve-se sempre
lembrar, que externamente, poderemos ter uma
pequena marca na pele, porém profundamente
podemos ter comprometimento de órgãos
importantes como a lesão no músculo cardíaco.

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Pérfuro-incisas

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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7. Escoriações: a lesão surge tangencialmente à
superfície cutânea, com arrancamento da pele.

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Escoriação

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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8. Equimoses e hematomas:

- Na equimose há rompimento dos capilares, porém


sem perda da continuidade da pele.

- No hematoma, o sangue extravasado por uma região


incisa forma uma cavidade.
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Equimose

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Hematoma

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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• QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO:

1. Limpas: são as produzidas em ambiente cirúrgico,


sendo que não foram abertos sistemas como o
digestório, respiratório e gênito-urinário. A
probabilidade da infecção da ferida é baixa, em
torno de 1 a 5%.

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Limpa

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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2. Limpas-contaminadas: também são conhecidas
como potencialmente contaminadas; nelas há
contaminação grosseira, por exemplo nas
ocasionadas por faca de cozinha, ou nas
situações cirúrgicas em que houve abertura dos
sistemas contaminados descritos
anteriormente. O risco de infecção é de 3 a
11%.
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Potencialmente
contaminada

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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3. Contaminadas: há reação inflamatória; são as
que tiveram contato com material como terra,
fezes, etc. Também são consideradas
contaminadas aquelas em que já se passou seis
horas após o ato que resultou na ferida. O risco
de infecção da ferida já atinge 10 a 17%.

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Contaminadas

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FERIDAS

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4. Infectadas: apresentam sinais nítidos de
infecção:
- secreção purulenta;
- hiperemia nas bordas;
- dor à manipulação.

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Infectada

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

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• PRIMEIRA INTENÇÃO

Ocorrem em feridas feitas assepticamente, com


mínima destruição de tecidos e fechadas
adequadamente, como por suturas, se cicatrizam
com pequena reação tecidual.
Possuem cicatriz mínima e ordenada.

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
PRIMEIRA INTENÇÃO

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
• SEGUNDA INTENÇÃO

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Ocorre nas feridas com secreção purulenta ou
naquelas em que as margens não foram
aproximadas.
O processo de reparo é menos simples e mais
demorado, acontece após o tecido necrótico e/ou
purulento desintegrar-se e a região do leito da
ferida iniciar a granulação.
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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
SEGUNDA INTENÇÃO

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
• TERCEIRA INTENÇÃO

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Caso uma ferida profunda não tenha sido
suturada inicialmente ou as suturas se
romperam (deiscência) e a ferida foi ressuturada
posteriormente, duas superfícies de granulação
opostas são reunidas. Isso resulta numa crosta
mais profunda e mais larga (depressão).

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

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TIPOS DE CICATRIZES

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• NORMOTRÓFICA

A cicatrização é assim denominada quando a pele


adquire o aspecto de textura e consistência
anterior ao trauma.

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Normotrófica

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TIPOS DE CICATRIZES

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• ATRÓFICA

Ela é assim denominada quando sua maturação


não atinge o trofismo fisiológico esperado,
surgindo, geralmente, por perda de substância
tecidual ou sutura cutânea inadequada.

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Atrófica

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TIPOS DE CICATRIZES

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• HIPERTRÓFICA

Ocorre quando o colágeno é produzido em


quantidade normal, mas a sua organização é
inadequada, oferecendo aspecto não harmônico.

A cicatriz respeita o limite anatômico da pele.

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Hipertrófica

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TIPOS DE CICATRIZES
• QUELÓIDE

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É decorrente da contínua produção de colágeno
jovem devido à ausência de fatores inibitórios.
Ela pode estar ligada a fatores raciais.
A PREVENÇÃO é feita através de meios de
contenção como: malha elástica, placa de silicone
ou com pomada ou gel adequado.
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Quelóide

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TIPOS DE CICATRIZES

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• BRIDA CICATRICIAL

São cicatrizes indesejadas localizadas nas regiões


articulares e, por essa razão, podem provocar
limitações funcionais.

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Brida cicatricial

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Brida cicatricial

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FASES DA CICATRIZAÇÃO

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• FASE INFLAMATÓRIA ou EXSUDATIVA:

Sua duração é de aproximadamente 48 a 72 horas.


Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais prodrômicos
da inflamação: dor, calor, rubor e edema.
Mediadores químicos provocam vasodilatação, aumentam
a permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia
dos leucócitos - neutrófilos combatem os agentes
invasores e macrófagos realizam a fagocitose.

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Fase inflamatória

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FASES DA CICATRIZAÇÃO

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• FASE PROLIFERATIVA:

Tem a duração de 12 a 14 dias. Ocorrem


angioneogênese, produção de colágenos jovens
pelos fibroblastos e intensa migração celular,
principalmente queratinócitos, promovendo a
epitelização. A cicatriz possui aspecto
avermelhado do tecido de granulação.

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Fase proliferativa

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FASES DA CICATRIZAÇÃO

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• FASE DE MATURAÇÃO ou REMODELAÇÃO: 

A terceira etapa pode durar de meses a anos.


Ocorre reorganização do colágeno, que adquire
maior força tênsil e empalidece. A cicatriz assume
a coloração semelhante à pele adjacente.

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Fase de maturação

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Henrique Andrade Barbosa 5 de julho de 2023
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Sistema de classificação
RYB
R (RED) – VERMELHO: Feridas com tecido de

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granulação, excelente estado e avançado processo de
cicatrização.

Henrique Andrade Barbosa


Y (YELLOW) – AMARELO: Feridas com exsudato
purulento ou necrose liquefativa (esfacelos).
Apresentará processo de cicatrização mais retardado.

B (BLACK) – PRETO: Feridas com necrose coagulativa.


Tecido não cicatriza enquanto a necrose não for
removida. 79
RED (VERMELHO)

Henrique Andrade Barbosa 5 de julho de 2023


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YELLOW (AMARELO)

Henrique Andrade Barbosa 5 de julho de 2023


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BLACK (PRETO)

Henrique Andrade Barbosa 5 de julho de 2023


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Tipos de desbridamento
Desbridamento
Autolítico:

Com curativos interativos úmidos (hidrogéis,

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alginatos, películas transparentes, hidrocolóides) é seletivo e

LANMILEC
liquefaz as crostas e escaras, além de promover a formação
do tecido de granulação. A autólise dos tecidos deve ser
iniciada dentro de 24 a 72 horas.
Desbridamento
Autolítico:

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LANMILEC
Desbridamento
Mecânico:

Pode ser realizado com curativos de gaze úmido ou

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secos, irrigação e lavagem em jato. Estes métodos são os

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menos seletivos dentre todas as técnicas de desbridamento e
podem lesar o tecido de granulação saudável e o epitélio
novo. 
Desbridamento
Mecânico:

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LANMILEC
Desbridamento
Enzimático ou Químico:

Enzimas (como a papaína) têm sido usadas como

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agentes desbridantes de escaras e crostas. Sua ação é seletiva,

LANMILEC
mas é lenta. Em muitos casos, estes agentes podem agravar
infecções localizadas nos detritos liquefeitos e aumentam ou
provocam dor local.
Desbridamento
Enzimático ou Químico:

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LANMILEC
Desbridamento
Cirúrgico:

É o método mais eficaz e seletivo. É importante para

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cicatrizar a ferida no menor tempo possível, para evitar

LANMILEC
infecção secundária. Realizado pelo cirurgião (plástico).
Desbridamento
Cirúrgico: ANTES

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LANMILEC
Desbridamento
Cirúrgico: DEPOIS

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LANMILEC
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• FATORES LOCAIS:

São fatores ligados à ferida, que podem interferir


no processo cicatricial, tais como:
- dimensão e profundidade da lesão,
- grau de contaminação,
- presença de secreções, hematoma e corpo
estranho,
- necrose tecidual,
- infecção local.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• FATORES SISTÊMICOS

São fatores relacionados ao paciente, como, por


exemplo:

Faixa etária:
etária
A idade avançada diminui a resposta inflamatória.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO

• Estado Nutricional:

O estado nutricional interfere em todas as fases


da cicatrização.

A hipoproteinemia diminui a resposta


imunológica, síntese de colágeno e função
fagocítica.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Estado Nutricional:

Nutriente Importância
Proteínas Construção das células e tecidos.

Vitamina C Hidroxilação da Prolina e Lisina na síntese do


colágeno.
Vitamina A Estimula a epitelização e síntese do colágeno.
Reverter a cicatrização retardada.
Zinco Mitose da célula e proliferação celular.

Líquidos Ambiente líquido é essencial a toda função


celular.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Estado Nutricional:
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Estado Nutricional:
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Estado Nutricional:
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Estado Nutricional:
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Estado Nutricional:
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
• Doenças e Situações Crônicas:

Enfermidades metabólicas sistêmicas podem


interferir no processo cicatricial.
Exemplos:
- Hipertensão Arterial;
- Diabetes Melitus;
- Desnutrição;
- Obesidade e tabagismo.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO

• Terapia Medicamentosa Associada:

A associação medicamentosa pode interferir no


processo cicatricial, como, por exemplo:
- antiinflamatórios,
- antibióticos,
- corticosteróides,
- agentes quimioterápicos.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO

• Apoio pscicológico:

A ferida é um problema sócio-econômico e


educacional, pois para a cicatrização das lesões
são importantes a boa nutrição, assiduidade
corporal e higiene da área afetada. Na condição
de miséria e fome, que grande parte da
população mundial está sujeita, o “viver da
doença” passa a ser um aspecto comum.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO

• Apoio pscicológico:

Devemos aprender a valorizar os aspectos


psicológicos do portador de feridas, a salientar
mais uma vez a importância da abordagem
interdisciplinar, necessitando em muitos casos
da intervenção do psicólogo.
CURATIVOS
SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA
CURATIVOS
CONCEITO:

É um meio que consiste na limpeza e


aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida,
quando necessário, com finalidade de promover a
rápida cicatrização e prevenir contaminação e
infecção.
TIPOS DE CURATIVOS
1. Semi-Oclusivo:

Este tipo de curativo é absorvente e


comumente é utilizado em feridas cirúrgicas.
Ele tem várias vantagens:

- permite a exposição da ferida ao ar;


- absorve exsudato da ferida;
- isola o exsudato da pele saudável adjacente.
TIPOS DE CURATIVOS
2. Oclusivo:

Não permite a passagem de ar ou fluidos, sendo


uma barreira contra bactérias. Tem como
vantagens:
- vedar a ferida;
- impedir a perda de fluidos;
- promover o isolamento térmico e de terminações
nervosas;
- impedir a formação de crostas.
TIPOS DE CURATIVOS
3. Compressivo:

É utilizado para reduzir o fluxo


sanguíneo, ou promover estase, comum em
casos de politraumatismos, e ajudar na
aproximação das extremidades do ferimento.
TIPOS DE CURATIVOS
4. Sutura com fita adesiva:

Após limpeza da ferida, as bordas do tecido


seccionado são unidas e fixa-se uma fita
adesiva ou esparadrapo. Este tipo de curativo é
apropriado apenas para cortes superficiais e de
pequena extensão.
TIPOS DE CURATIVOS
5. Curativos Abertos:

São realizados em ferimentos descobertos e


que não tem necessidade de serem ocluídos.
Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas),
cortes pequenos ou escoriações, queimaduras.
São exemplos deste tipo de curativo.
TIPOS DE CURATIVOS
6. Curativos Secos:

Fechado com gaze ou compressa.


TIPOS DE CURATIVOS
7. Curativos Úmidos:

Fechado com gaze ou compressa


umedecida com pomada ou soluções
prescritas.
TIPOS DE CURATIVOS
8. Curativos com bandagens:

Fechado com ataduras,


geralmente em áreas de articulações devido a
dificuldade de adesão dos adesivos e
esparadrapos.
TIPOS DE CURATIVOS
9. Curativos com drenos:

Inserção de dispositivos que


secretam secreção/excreção corporal mesmo
com a ferida fechada/suturada. Técnica
empregada em feridas cirúrgicas para
prevenção de infecção.
Avaliação das
características das
feridas
AVALIAÇÃO DA FERIDA
• A avaliação da ferida deve incluir:
a) Tamanho (largura x comprimento) em centímetros
quadrados (cm2).

 
Tamanho

• Pequena: até 16 cm2


• Média: de 16,5 até 36 cm2
• Grande: 36,5 até 80 cm2
• Extra-grande: > 80 cm2
AVALIAÇÃO DA FERIDA
b) Profundidade em centímetros.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
c) Presença de túneis e fístulas em centímetros.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
d) Presença de descolamentos. Medir a profundidade e
a extensão e documentar a localização.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
e) Localização.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
f) Drenagem (exsudato): cor, odor e quantidade.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
g) Presença de tecido necrótico.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
h) Presença de corpo estranho (miíase).
CURATIVO IDEAL
• Manter a umidade no leito da ferida;
• Manter a temperatura em torno de 37o C no leito da
ferida;
• Absorver o excesso de exsudato;
• Prevenir a infecção, devendo ser impermeável a
bactérias;
• Permitir sua remoção sem causar traumas no tecido
neoformado;
• Não deixar resíduos no leito da ferida;
• Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida;
• Proteger contra traumas mecânicos.
COMO REALIZAR
CURATIVO
• Lavar as mãos com a técnica correta e fazer antissepsia
com Álcool 70%, antes e após o procedimento;

• As pinças usadas durante o curativo devem estar com as


pontas para baixo, prevenindo a contaminação e
protegidas por campo estéril;

• Usar gaze uma só vez no sentido:

Menos contaminado → Mais contaminado


COMO REALIZAR
CURATIVO
COMO REALIZAR
CURATIVO
COMO REALIZAR
CURATIVO
• Lavar a ferida com Soro Fisiológico 0,9% em jato,
usando um frasco de SF 0,9% de 250 ml furado
com uma agulha 40X12, a fim de promover pressão
suficiente para remover o exsudato da ferida e
eventuais corpos estranhos;

• Secar a pele ao redor da ferida sem tocar no leito


desta evitando traumatismos;
COMO REALIZAR
CURATIVO
• Adequar o curativo ao tamanho da ferida (em se
tratando de coberturas primárias e secundárias);

• Remover ao máximo as secreções, corpo estranho


e tecido necrótico;
COMO REALIZAR
CURATIVO
• Fechar os curativos primários cobertos com gaze
ou compressa, fazendo uma proteção da pele do
paciente com adesivo de micropore e vedar com
esparadrapo comum, para manter o meio úmido;

• Observar e anotar o aspecto da lesão e o curativo


realizado, na papeleta e no instrumento de
evolução de feridas.
Principais coberturas
para tratamento de
feridas
COBERTURAS
1) Gaze

Existem vários tipos de gazes e a verdadeira é feita com


100% de algodão. A gaze pode ser usada seca,
úmida ou colocada úmida e removida quando seca
porém esta última forma não é recomendada pois
fornece um desbridamento não seletivo, podendo
lesar também o tecido de granulação. Não deve ser
usada para proteção de úlceras no estágio I.
COBERTURAS
COBERTURAS
2) Filme Transparente

Consiste em uma membrana de poliuretano com uma


camada adesiva que é permeável ao vapor. Pode
ser utilizado em úlceras nos estágios I e II e nas
úlceras em estágio III com pequena quantidade de
exsudato. Causam autólise do tecido necrótico. São
mais adequadas para a região do trocânter, costas
e braços. Pode ser usado como cobertura
secundária para outros curativos.
COBERTURAS
3) Hidrocolóides

são coberturas oclusivas para feridas compostas de


gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica em
sua face interna com uma base adesiva e com
espuma de poliuretano ou filme em espessura,
forma e desenho da borda. Podem ser utilizadas
em várias regiões corporais. 
COBERTURAS
4) Hidrogel

A composição principal deste curativo é a água e a ação é a


hidratação da superfície da ferida ou úlcera. São
apresentados de três formas:
a) uma estrutura fixa plana que não permite que se
molde ou se adeque ao formato da ferida;
b) na forma de gel amorfo em tubos, sachê aluminizado,
gaze saturada ou spray;
c) na forma seca congelada.
COBERTURAS
5) Espumas de Poliuretano

São curativos planos ou em diferentes formatos de


soluções de polímeros. São utilizados
principalmente em feridas com grande quantidade
de exsudato.
COBERTURAS
6) Alginato de Cálcio

São derivados principalmente de algas. Em contato


com a ferida e o exsudato que é rico em sódio,
forma um gel. São usados principalmente em
feridas com grande quantidade de exsudato. São
disponíveis em películas, fitas ou gel. 
COBERTURAS
7) Carvão ativado

Consiste em partículas de carvão impregnado com


prata que favorece os princípios físicos de limpeza
da ferida. Pode ser usado em todas as feridas
crônicas com presença de exsudato e odor. 
COBERTURAS
8) Prata:

Produto bacteriostático que promove proteção contra


contaminação microbiana, pois a prata presente no
curativo combate os microrganismos presentes no
leito da ferida e previne que uma ferida limpa fique
infectada.
COBERTURAS
9) Açúcar:

Desbridante autolítico, muito utilizado em feridas


secretantes, porém deve ser removida no mínimo
a cada 3 horas e no máximo 4 horas por se tratar
de meio de cultura para proliferação bacteriana.

Não é muito indicado pois o grau de contaminação é


maior do que os benefícios da terapia.
COBERTURAS
10) Papaína

É uma enzima proteolítica extraída do látex da


caricapapaya.
• Indicação: em todo tecido necrótico,
particularmente naqueles com crosta;
• Mecanismo de ação: ação anti-inflamatória,
bactericida e cicatricial; atua como desbridante;
• Modo de usar: preparar a solução, irrigar a lesão
e deixar gaze embebida na solução;
COBERTURAS
10) Papaína

• Observações: a diluição é feita de acordo com a


ferida:

• 2% nas feridas com pouco exsudato e/ou granuladas.


• 4% em situações de média a grande quantidade de
exsudato purulento.
• 6% nas feridas com esfacelos (necrose liquefativa).
• 8% nos casos de necrose coagulativa pouco espessa.
• 10% em tecido necrosado espesso (escara).
COBERTURAS
• Ácidos Graxos Essenciais:

Utilizado em lesões abertas não infectadas e para


profilaxia de úlceras de decúbito.

Aplicar usando uma gaze embebida com


frequência de troca a cada 12 horas.

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