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FACULDADE DO VALE DO ITAJAÍ MIRIM

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

GLEICIANE PEREIRA DOS SANTOS CAVALHEIRO

AVALIAÇÃO OFICIAL 1

Sistema Tegumentar e Nervoso

BRUSQUE

2021
GLEICIANE PEREIRRA DOS SANTOS CAVALHEIRO

AVALIAÇÃO OFICIAL 1

Sistema Tegumentar e Nervoso

Trabalho apresentado ao curso de graduação


em enfermagem, da Faculdade do Vale do
Itajaí Mirim, como requisitado para obtenção
de nota AVO1.

Orientador: Nayara Helena Kuhn Vieira

Disciplina: Práticas aplicadas ao Sistema


Tegumentar e Nervoso

BRUSQUE

2021
“A todos os que sofrem e estão sós, daí sempre um
sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os
vossos cuidados, mas também o vosso coração.”

Madre Teresa de Calcutá


1. Introdução

O cuidado de pacientes com feridas é uma atividade de rotina do enfermeiro, assim é


responsabilidade do enfermeiro: “Avaliar, prescrever e executar curativos em todos os tipos
de feridas sob seus cuidados, além de coordenar e supervisionar a equipe de
enfermagem na prevenção e cuidado de pessoas com feridas” (COFEN, 2018). Logo, os
enfermeiros devem estar constantemente em busca de novos conhecimentos, educação
permanente, para que estejam sempre atualizados quanto a chegada de novas tecnologias
para coberturas e tratamentos de feridas.

Segundo Poter (2000), a pele é uma barreira protetora, sendo assim, uma lesão da pele trás
riscos a saúde do paciente, portanto o enfermeiro deve avaliar e monitorar a pele afim de
evitar potenciais riscos e problemas ao paciente, uma vez ocorrida uma ferida ele deve
conhecer todo o processo de cicatrização para poder elaborar intervenções necessárias.

O processo de cicatrização de uma ferida depende do histórico do paciente bem como sua
classificação, que pode ser de várias formas, porém a mais utilizada é quanto a sua evolução,
sendo aguda ou crônica, aguda é quando começa e termina em aproximadamente trinta dias
em ritmo normal de recuperação, caminhando para uma cicatrização em tempo satisfatório.
Crônica são quando as feridas se arrastam por mais de trinta dias, não seguem o que seria
um tempo satisfatório de recuperação, podendo durar anos o tratamento.

Ademais, a avaliação da ferida é feita em relação a pele, as margens e ao leito. Em relação a


pele avalia-se a integridade, turgor, hidratação, se é uma pele boa, suporta um adesivo, entre
outros. Margens, avalia-se o processo de cicatrização, os tecidos envolvidos nessa
cicatrização e sua capacidade de regenerar. Leito, avalia se há edema, infecção, dor, a
profundidade, eritema, necrose, maceração.

Além de que, quando a pele é lesionada inicia uma revitalização da área lesada, chamada de
cicatrização, esse processo fisiológico é composto por quatro fazes, sendo respectivamente
hemostasia, fase inflamatória, fase proliferativa e fase reparadora. Hemostasia, quando os
fatores de coagulação ativam a cascata de coagulação para interromper o sangramento,
geralmente causado em feridas traumáticas. Inflamatória, onde é possível observar edema,
eritema e exsudado, nessa fase as células de defesa do organismo estão reagindo, limpando
a ferida e reparando o tecido. Proliferativa, tem início a epitelização, formando o tecido de
granulação, criados capilares para oxigenar a região afetada. Reparadora, depende da
extensão da ferida, podendo durar meses a anos, sendo essa a fase final, ocorre a
remodelação do tecido cicatricial aumentando a resistência do tecido formado na fase anterior.
Essa cicatrização pode ocorrer de três formas, sendo primeira intenção quando há união
imediata das bordas da ferida; segunda intenção é quando as bordas da ferida não se
aproximam pois houve perda de tecido, é onde cresce o tecido de granulação; terceira
intenção é quando precisa fazer desbridamento, então a ferida é deixada aberta como
segunda intenção, para posteriormente fazer aproximação de bordas.

Todavia, para que essa cicatrização ocorra de forma satisfatória é necessário que o
enfermeiro leve em consideração os inúmeros fatores que interferem nesse processo, como
também escolha adequadamente os curativos e coberturas que atendam melhor esse
paciente.

2. Desenvolvimento
2.1 Classificação da ferida

Como já exposto as feridas podem ser classificadas de várias formas, porém, a partir dos
dados apresentados a ferida do paciente exposto na figura 1 é classificada como ferida
ulcerativa infectada, pela sua localização as feridas ulcerativas apresentam características
de insuficiência venosa ou arterial.

2.2 Tipos de tecido

Existem dois tipos gerais de tecidos nas feridas, sendo eles tecido viável e tecido inviável.
Tecido viável é aquele formado no processo de cicatrização da ferida, é o esperado, podendo
ser tecido de granulação, epitelização. Já tecido inviável é aquele onde a reparação celular é
irreversível, ou seja, ouve morte celular, ele oferece risco de infecção dificultando a
cicatrização, pois prolonga a fase inflamatória e reduz a efetividade dos curativos e pomadas,
sendo tecido de necrose de liquefação ou coagulação, também pode ser hipergranulação ou
fibrina.
Na imagem 1 é possível observar tecido inviável, com necrose de liquefação no centro da
ferida, também há um pouco de tecido viável, sendo o tecido de granulação composto por
novos capilares deixando a pele com aspecto vermelho ou rosa, e tecido de epitelização nas
bordas rosadas.

Figura 2: Podemos observar a ausência de secreção e tecido vitalizado.

Figura 3: A ferida está bonita, reagindo bem ao tratamento pois apresenta tecido de
granulação e epitelização.

Figura 4: Nas margens tem tecido de epitelização, tecido de granulação no centro e esfacelo.

Figura 6: a ferida cicatrizou, o remodelamento da ferida está na fase final onde o colágeno
deixara a pele mais resistente.

2.3 Tratamento da ferida


Nas imagens 2 e 5 foram utilizadas como cobertura a placa de hidrocoloide que em contato
com o exsudado da ferida é capaz de absorvê-lo e assim realizar o desbridamento autolítico,
concordo com a escolha pois quando a ferida possui necrose de liquefação é necessário
controlar a umidade da ferida e remover o esfacelo. Esse esfacelo pode ser removido com
outros produtos, porém com o hidrocoloide o paciente não sente dor, é mais barato, porém é
mais lento do que de outras formas.

2.4 Técnicas de curativo

“Que tem relação com a cura de uma enfermidade: meios curativos. Tratamento de uma
doença; o conjunto de meios empregados para a debelar.” (DICIO, 2021)

Curativo é todo procedimento de limpeza e reparação de uma ferida, o curativo ideal deve
promover o conforto físico e psicológico do paciente além de atender o objetivo de tratar a
ferida.

Para realizar o curativo na ferida apresentada o enfermeiro deve :

• De preferência realizar o curativo após o banho;


• Higienizar as mãos antes e depois do procedimento;
• Avaliar o paciente quanto aos fatores de risco que interferem na cicatrização;
• Colocar os EPIs necessários;
• Zelar pela privacidade do paciente, deixando exposta somente o local da ferida;
• Posicionar o paciente de forma confortável, manter o membro elevado;
• Expor o paciente e o material o menor tempo possível;
• Expor a ferida, removendo a cobertura anterior; utiliza a pinça dente de rato para
auxiliar no processo
• Limpar a ferida com soro fisiológico ou água morna, fazer a aplicação em jatos com
seringa 20 ml e agulha 40 x 12 mm.
• Limpar a pele ao redor, secar a ferida e as margens
• Avaliar a presença e quantidade de exsudato;
• Aplicar creme barreira nas margens para não macerar
• Aplicar a hiderogel + placa de hidrocoloide modelando e fixando, pressionar levemente
o curativo com as mãos para melhor adesão;
• Realizar a troca em até 7 dias, dependendo da recomendação médica ou sinais de
gelificação.
• Avaliar a ferida após 14 dias, caso resposta positiva mudar o curativo.
3. Referencias

BIONEXT. Como fazer um curativo em feridas causadas por úlceras varicosas. 2017.
Disponível em: http://www.bionext.com.br/2017/07/como-fazer-um-curativo-em-feridas-
causadas-por-ulceras-varicosas/. Acesso em: 11 abr. 2021.

EDUCAÇÃO, Portal da. Técnicas de curativos. Disponível em:


https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/tecnicas-de-
curativos/5709. Acesso em: 11 abr. 2021.

FEDERAIS, Hospitais Universitários. COMISSÃO DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE


FERIDAS: coberturas para feridas. COBERTURAS PARA FERIDAS. Disponível em:
http://www2.ebserh.gov.br/documents/1132789/1132848/POP+8.2_COBERTURAS+PARA+
FERIDAS.pdf/8fcd67a5-2f5c-4a84-9a87-36afdc21d725. Acesso em: 11 abr. 2021.

FEDERAL, Secretaria de Saúde do Distrito. INDICAÇÃO DOS CURATIVOS BASEADO NOS


PRODUTOS PADRONIZADOS PELA SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL.
Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2018/04/INDICA%C3%87%C3%83O-DOS-CURATIVOS-2019.pdf. Acesso
em: 11 abr. 2021.

HERDMAN, T. Heather et al. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e


classificação 2018-2020. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 462 p. Tradução Regina
Machado Garcez.

POTTER, Patricia A.; PERRY, Anne G.; STOCKERT, Patricia A.; HALL, Amy
M.. Fundamentos de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1568 p.

THULER, Suely Rodrigues et al. PREPARO DO LEITO DA LESÃO: desbridamento. São


Paulo: Sobest, 2021. 15 p.

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