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31/05/2023, 01:03 Sistematização da assistência de enfermagem nos cuidados com a pele

Sistematização da assistência de enfermagem nos cuidados com a pele


Prof. Paula Louzada

Descrição

O processo de prevenção e cicatrização de feridas; a semiotécnica da realização do curativo; os cuidados para aplicação da terapia com calor e frio;
a semiotécnica da aplicação de bandagem.

Propósito

Compreender os aspectos conceituais relacionados à assistência de enfermagem nos cuidados com a pele, proporcionando ao enfermeiro uma
prática diária com embasamentos técnicos e científicos.

Objetivos

Módulo 1

Prevenção e cicatrização de feridas


Analisar o processo de prevenção e cicatrização de feridas.

Módulo 2

Realização do curativo

Identificar a semiotécnica da realização do curativo.

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Módulo 3

Aplicação de calor e frio


Analisar as medidas necessárias para a aplicação de calor e frio.

Módulo 4

Aplicação de bandagem
Identificar a semiotécnica da aplicação de bandagem.

Introdução
Atualmente, na área da Saúde, a abordagem sobre lesões de pele tem sido cada vez mais discutida. Os profissionais de Saúde, em especial
os de enfermagem, em algum momento do seu dia de trabalho se deparam com um cliente que apresenta algum tipo de lesão.

As lesões de pele são um problema de saúde pública, devido à variedade de morbidades e comorbidades que ocasionam numa pessoa o
processo que gera a perda da integridade de sua pele.

Não é possível definir de maneira fidedigna o número de pessoas que, no Brasil, apresentam algum tipo de lesão na pele, mas certamente
são milhões de brasileiros, independentemente de ser uma lesão provocada por um corte no momento da cirurgia, ou uma lesão por pressão
que surge em um paciente com longo período de internação restrito ao leito.

O enfermeiro precisa conhecer o processo de cicatrização de feridas, assim como a técnica de realização de um curativo, pois esse
conhecimento oportuniza a oferta e realização de um cuidado de qualidade a esse cliente, e atende às legislações e aos princípios que
estejam vigentes e presentes na área da Saúde.

Dentro dessa temática de terapêutica direcionada às questões de pele, também existem as ferramentas de cuidado não farmacológico –
terapia com calor e frio e aplicação de bandagens – que são muito importantes para auxiliar no cuidado terapêutico realizado nas pessoas
com lesões de pele. AVISO: orientações sobre unidades de medida.

VISO: orientações sobre unidades de medida.


Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro
estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você
devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.

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1 - Prevenção e cicatrização de feridas


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o processo de prevenção e cicatrização de feridas.

É primordial que você, futuro enfermeiro, inicie este conteúdo refletindo: como são realizados os cuidados de enfermagem ao cliente que apresenta
uma ferida? Quais são as ferramentas de cuidado que podem ser usadas durante o processo terapêutico desse cliente? Após os questionamentos,
convido você a refletir um pouco mais com a citação abaixo.

A boa saúde sempre dependerá muito mais de cuidados preventivos do que de médicos.

(Johnny De Carli)

O processo de prevenção e cicatrização de feridas


O tema feridas, lesões em geral, é sempre de muito interesse no âmbito da saúde, pois, dependendo do quadro clínico, estado de doença,
apresentado pelo cliente e o ambiente no qual ele se encontra (acamado em sua casa ou internado em um hospital), ele pode estar mais vulnerável
a riscos diversos. A infecção é um dos riscos que pode agravar a situação de saúde do cliente. A seguir, veremos um possível cenário.

Exemplo

Um cliente idoso que apresenta comorbidades e muita dependência dos cuidados da enfermagem, acamado em um hospital. O ambiente hospitalar
por si só já apresenta muitos riscos, como o de uma possível infecção oportunista.

Posto isso, aprenderemos como prevenir lesões, já que, quando elas surgem, o quadro do cliente sob a responsabilidade do enfermeiro pode se
complicar.

Medidas para prevenção das lesões


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Prevenir lesões é de suma importância. Na área da Saúde, atualmente, trabalha-se muito para garantir uma assistência de enfermagem segura e de
qualidade. Um dos indicadores de qualidade é justamente este: lesão por pressão. Em outras palavras, o surgimento de lesão por pressão no cliente
internado no hospital é um índice quantificado e analisado para estabelecer se a assistência que está sendo prestada está no nível de boa qualidade
ou não. Veja abaixo algumas medidas para prevenção das lesões:

description

Avaliação do risco de surgimento de lesões por meio de métricas (escalas).

find_in_page

Reconhecimento dos potenciais clientes para o surgimento de lesões.

school

Educação do cliente para participação ativa no processo de prevenção do surgimento de lesões (seguindo as orientações dadas).

biotech

Emprego de dispositivos e tecnologias que auxiliem na prevenção do surgimento de lesões.

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Monitoramento constante da pele do cliente.

model_training

Realização de treinamento da equipe de enfermagem.

A prevenção e o tratamento das úlceras de pressão constituem as principais prioridades da enfermagem. Para auxiliar nessa atividade de avaliar se
o cliente apresenta risco alto ou baixo para o desenvolvimento de lesão por pressão, existem vários instrumentos. Um deles é a Escala de Norton,
que será detalhada a seguir.

Em outras palavras, quanto menor for a pontuação, mais dependente esse cliente será dos cuidados de enfermagem. Logo, o risco de surgimento de
lesão por pressão é alto. Por outro lado, clientes com risco baixo (ou escore alto) devem ser poupados de tratamentos preventivos desnecessários
e, por vezes, dispendiosos, bem como os riscos inerentes das complicações. Conheça a Escala de Norton na tabela a seguir:

scala de Norton
A Escala de Norton foi desenvolvida na Inglaterra, no ano de 1962, e é a primeira escala reportada na literatura. Apresenta cinco fatores de riscos:
condição física, condição mental, atividade, mobilidade e incontinência. O escore total varia de 5 a 20, de forma que um escore baixo sinaliza um risco
mais elevado para o desenvolvimento da lesão por pressão (BRUNNER; SUDDART, 2015, p. 1333).

Condição Física Condição Mental Atividade

4 Boa 4 Alerta 4 Deambulante

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Condição Física Condição Mental Atividade

3 Moderada 3 Apática 3 Anda com ajud

Em cadeira de
2 Ruim 2 Confusa 2
rodas

1 Muito Ruim 1 Estuporosa 1 Acamado

Tablea: A escala de Norton


Elaborada por Paula Louzada

Saiba mais

Existem outras escalas que auxiliam na avaliação do risco de lesão por pressão, uma medida a ser realizada como forma preventiva, como a Escala
de Gosnell, Escala de Braden e Escala de Waterlow.

Cicatrização
O termo ferida é usado de forma geral para indicar uma lesão na pele em alguma região do corpo. Logo, entende-se que qualquer lesão que cause
prejuízo à integridade cutânea pode ser classificada como uma ferida. Em outras palavras, a interrupção da continuidade dos tecidos devido à causa
externa (traumatismo, intervenção cirúrgica), com ou sem perda de substância.

No momento do trauma, as conexões vasculares e nervosas da pele são interrompidas, no entanto, quanto mais extenso é o traumatismo, maior é o
número de elementos lesados. Assim sendo, nas feridas podem ser encontrados tecidos desvitalizados, sangue extravasado, microrganismos ou
corpos estranhos, de acordo com o tipo de acidente e do agente causador. (MAGALHÃES et al., 2001, p. 17). Vamos entender agora como uma
ferida no tecido cicatriza!

Cicatrização

As causas que provocam uma lesão podem ser um trauma, de maneira intencional, a isquemia e a pressão, ou seja, como exemplos, uma pancada,
um corte cirúrgico, o garroteamento de uma região e a oclusão da circulação local por meio da pressão aumentada na região.

As classificações das feridas podem ser baseadas de acordo com o acometimento das camadas da pele, que leva a
uma perda da integridade, e a gênese de uma lesão. As feridas podem ser classificadas pela profundidade como:
superficiais, espessura parcial e espessura total. Veja as definições:

Superficiais
Se somente atingirem a epiderme.

Espessura parcial

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Se além da epiderme também acometem a derme.

Espessura total
Se atinge as camadas da epiderme, derme, subcutânea e outros tecidos.

utros tecidos
Destaca-se que, na espessura total, outros tecidos, como os músculos, os tendões e até mesmo os ossos podem ser atingidos.

Outra classificação das feridas está relacionada à sua natureza, sendo determinadas como:

Agudas

Com duração de poucos dias.

close

Crônicas

Com duração de semanas ou meses.

As feridas podem igualmente ser classificadas em dois tipos – as com perda de tecido e as sem perda de tecido. Por exemplo, uma incisão
cirúrgica limpa é tipificada como uma ferida com pouca perda tissular. As lesões podem também cicatrizar por intenção primária, secundária e
terciária. Veja abaixo as definições:

Intenção primária

A lesão que cicatriza por intenção primária é aquela em que as bordas cutâneas aproximam-se, ou ficam próximas, bem como o risco de infecção é
pequeno. A cicatrização acontece com rapidez, de forma que a drenagem cessa em torno do terceiro dia do fechamento (a menos que exista um
dreno no local), a epitelização ocorre em torno do quarto dia, a inflamação se mantém até o quinto dia, e o final da cicatrização acontece no nono
dia, em média.

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Exemplo: uma incisão cirúrgica limpa.

Intenção secundária

A lesão que cicatriza por intenção secundária é aquela que envolve perda tissular, ou seja, a ferida permanece aberta até que seja preenchida por
tecido cicatricial. Esse tipo de cicatrização leva mais tempo que a de primeira intenção, com isso, a possibilidade de infecção é maior. Essa ferida
aberta drena mais líquido que uma fechada, com frequência a inflamação é crônica, tendo os espaços tissulares preenchidos com tecido de
granulação. Esse tecido é uma forma mais abundante de tecido conjuntivo que apresenta suprimento sanguíneo mais abundante que o colágeno. A
lesão cicatriza por meio do movimento de contratura da derme e epiderme em cada lado da ferida, que começa a ocorrer em torno do quarto dia e
acontece simultaneamente com a epitelização.

Exemplos: lesão por pressão, laceração grave, queimadura.

Exemplo: queimadura.

Intenção terciária

A lesão que cicatriza por intenção terciária é aquela que é mantida aberta para evoluir com a cicatrização de segunda intenção, permitir a
diminuição ou a redução de edema, infecção ou para permitir a remoção, o processo de limpeza e desbridamento do tecido. Posteriormente, é
realizada uma sutura (com a aproximação das bordas da lesão) para que a ferida evolua com cicatrização de primeira intenção.

Exemplos: ferida cirúrgica infectada, ostomias, regiões que receberam drenos.

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Exemplo: Ostomia.

A cicatrização de feridas ocorre de maneiras distintas dependendo da espessura, parcial ou total. Na primeira, a lesão limita-se à epiderme, ou
porção mais alta da derme. Já na segunda, a ferida de espessura total, ocorre a destruição completa da epiderme e da derme, assim como do
subcutâneo, podendo acometer também os músculos e ossos.

Fases da cicatrização de feridas


Independentemente de qual seja a etiologia da ferida, a cicatrização segue um processo que apresenta três fases – I – Inflamatória, II –
Proliferação, III – Maturação. Vamos conhecê-las!

Fase inflamatória ou exsudativa expand_more

Esta fase ocorre imediatamente após o trauma (simultânea e/ou logo após a coagulação) e manifesta-se clinicamente pelo aparecimento
dos sinais e sintomas inflamatórios, como edema, hiperemia, calor moderado local e sensação de dor. Os eventos convergem para a
hemostasia e a inflamação e acontecem na seguinte ordem:

• Vasoconstrição inicial - parada do sangramento;

• Selamento da superfície da ferida – formação de trombo e da matriz inicial de fibrina e fibronectina;

• Aumento da permeabilidade vascular – migração de células (neutrófilos e macrófagos), secreção de citocinas e fatores de
crescimento, ativação celular;

• Remoção de tecidos – formação de necrose, acúmulo de resíduos e bactérias.

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• Produção de citocinas – formação de fatores pró-inflamatórios.

Fase proliferação, granulação e contração expand_more

Esta fase é caracterizada pelos seguintes fenômenos:

• Chegada dos fibroblastos – com substituição gradual da matriz inicial de fibrina por tecido de granulação rico em colágeno;

• Angiogênese – é estimulada pela hipóxia tecidual relativa e fatores de crescimento derivado de fibroblastos produzidos pelo endotélio
e macrófagos;

• Epitelização - há a migração da epiderme espessa e células basais da borda da ferida, os queratinócitos, crescem e migram para a
matriz da ferida;

• Queratinização – ocorrem alterações morfológicas nos queratinócitos estimulados por fatores locais. As glicoproteínas adesivas
facilitam a migração e a formação de uma nova camada epidérmica que repousa sobre a nova membrana basal;

• Contração ‒ a pele íntegra é puxada para a ferida aberta pela contração.

Fase maturação ou remodelagem expand_more

Esta fase começa, em média, em oito dias após o início do processo cicatricial, permanecendo por tempo indeterminado, de acordo com o
organismo do indivíduo:

• Colágeno – promove a intensa síntese e deposição;

• Fibrina e fibronectina – provocam a diminuição dos componentes;

• Colágeno do tipo III – o colágeno do Tipo III é convertido em do Tipo I e ocorre a remodelação da matriz extracelular;

• Tecido – ocorre o aumento da força tênsil;

• Citocinas – predominam conjuntamente com os fatores anti-inflamatórios;

• Elementos – são os linfócitos T, os macrófagos e os fibroblastos em grande quantidade.

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Processo de cicatrização de feridas
Neste vídeo, a especialista Paula Louzada contextualizará as fases do processo de cicatrização de feridas com seus eventos em nível celular e a
conduta do enfermeiro durante esse processo.

Tipos de lesão
Podemos classificar as lesões por tipo, ou seja, de acordo com a sua natureza, sendo chamadas de lesões elementares, que são agrupadas em
primárias e secundárias. Conheça mais detalhes sobre cada natureza:

Lesões primárias
As lesões primárias são aquelas que ocorrem na pele que previamente não possuía lesões. Veja os tipos na tabela abaixo:

Lesões primárias

Mácula/mancha Descoloração sólida elevada com menos de 1cm de diâmetro.

Pápula/placa Lesão sólida elevada com até 1cm de diâmetro.

Nódulo Lesão sólida elevada maior que 1cm de diâmetro.

Vegetação Lesão sólida elevada, de tamanhos variados, digitiformes e moles.

Vesícula Lesão de coleção líquida circunscrita elevada com até 1cm de diâmetro.

Bolha Uma vesícula com mais de 1cm de diâmetro.

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Lesões primárias

Pústula Uma vesícula contendo pus.

Lesão com elevação da pele que dura menos de 24 horas, que tem frequentemente borda irregular com aspecto de
Urtica
pseudópodes.

Lesão com espessamento crônico da pele com a acentuação das pregas de pele naturais, descamação e
Liquenificação
hiperpigmentação.

Lesões secundárias
As secundárias são aquelas decorrentes de alterações nas lesões primárias. Veja os tipos na tabela abaixo:

Lesões secundárias

Escamas Lesão com aspecto laminado, com descamação fina ou pulverulenta.

Crosta Resultante do ressecamento de sangue, soro ou exsudato purulento sobre a superfície de lesão cutânea.

Placa Lesão sólida elevada da pele ou da mucosa, normalmente pelo acúmulo de pápulas.

Erosão Perda superficial da epiderme sem atingir a derme.

Ulceração Perda que envolve pelo menos parte da derme, formando uma cicatriz ao regredir.

Cicatriz É um tecido fibroso que substitui o tecido normal destruído por traumatismo ou doença cutânea.

Classificação das lesões – estadiamento


O sistema de estadiamento de lesões por pressão é o mais usado para classificação das lesões por pressão. A ferida é classificada numericamente
como fase 1, 2, 3 ou 4, com base no tipo de tecido mais profundo que está exposto. Agora, veja a classificação numérica das feridas:

Lesão por pressão no estágio 1 expand_more

• Envolve somente as camadas superficiais – epiderme e derme;

• Pele íntegra;

• Eritema que não regride após alívio da pressão;

• Pode ter edema discreto, inflamação local e perda da sensibilidade;

• Em pele escura pode se caracterizar por descoloração, endurecimento, calor e edema.

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Pele intacta com vermelhidão não branqueável de uma área localizada. A área pode ser dolorida, firme, macia, mais quente ou mais fria em
comparação com o tecido adjacente. (NPUAP, 2017)

Lesão por pressão no estágio 2 expand_more

• Lesão superficial da pele envolvendo as camadas – epiderme e/ou derme;

• Perda parcial da espessura da pele;

• Lesão superficial, caracterizando-se pela presença de bolhas, pele escoriada ou úlcera rasa

Perda de espessura parcial da pele com derme exposta. O leito da ferida é viável, rosa ou vermelho, úmido e pode também apresentar-se
como uma bolha cheia de soro, intacta ou rompida. Essas lesões geralmente resultam de microclima (umidade e temperatura local) adverso
e cisalhamento na pele sobre a pelve e cisalhamento no calcanhar. Este estágio não deve ser usado para descrever os danos à pele
associados à umidade, incluindo ferimentos na pele relacionados a adesivos médicos. (NPUAP, 2017)

Lesão por pressão no estágio 3 expand_more

• Ferida com lesão total da pele envolvendo as camadas epiderme, derme e subcutânea;

• Perda completa da espessura da pele, envolvendo perda ou necrose do tecido subcutâneo;

• Apresenta-se como uma cratera;

• Pode se aprofundar, mas não abaixo da fáscia muscular;

• Presença de exsudato;

• Presença de infecção.

Perda de espessura total de pele em que a gordura subcutânea pode estar visível; no entanto, osso, tendão ou músculos não estão expostos.
A profundidade de uma lesão por pressão de estágio 3 varia de acordo com a localização anatômica. As úlceras de pressão de estágio 3
podem ser superficiais, particularmente em áreas que não possuem tecido subcutâneo, como a ponte do nariz, orelha, região occipital e
maléolos. (NPUAP, 2017)

Lesão por pressão no estágio 4 expand_more

• Ferida com lesão total da pele envolvendo as camadas epiderme, derme, subcutânea, assim como pode atingir os músculos, tendões
e ossos locais;

• Perda completa da espessura da pele, com destruição extensa;

• Necrose tecidual com dano ao músculo, ossos ou estruturas de suporte (tendão, cápsula articular);

• Presença de infecção local.

Perda de espessura total de pele e tecido com exposição ou diretamente palpável com osso, tendão, cartilagem ou músculo exposto na
úlcera. A profundidade de uma lesão por pressão de estágio 4 varia de acordo com a localização anatômica. A ponte do nariz, do ouvido, do
occipício e do maléolo não tem tecido subcutâneo e essas úlceras podem ser superficiais. Áreas com falta de camadas de gordura
subcutânea fazem com que a progressão de úlceras de pressão do estágio 2 para o estágio 3 ou 4 seja uma preocupação. (COOPER, 2013)

Cuidar de feridas não é um trabalho simples, pois não envolve somente o que muito se ouve, que é “ver como está a ferida hoje e fazer o curativo”.
Enfermeiros devem implementar tratamentos, acompanhar as lesões e, ainda, realizar educação em saúde com pacientes e familiares em relação
aos cuidados domiciliares. Desse modo, vai além de simplesmente realizar um curativo com determinada técnica.

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Avaliar lesões envolve um processo de raciocínio sobre a ferida, na pele e demais tecidos, já apresentada pelo cliente, e de igual maneira, os fatores
que apresentam influência no processo de reparação e cicatrização tecidual.

Fatores que comprometem a cicatrização das feridas


Relembre alguns dos fatores que comprometem a cicatrização de feridas.

Os efeitos fisiológicos dos fatores que impactam a cicatrização

Idade

A idade tem impacto no processo de cicatrização, pois, com o envelhecimento, ocorre o fenômeno natural de lentificação dos sistemas corpóreos,
e que alteram todas as fases desse processo de cicatrização.

Desnutrição

A desnutrição compromete todas as fases da cicatrização, pois o corpo sofre com a carência de elementos fundamentais para a reparação
tecidual, tais como proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais.

Tabagismo

A prática do tabagismo interfere nos mecanismos celulares normais que promovem a liberação do oxigênio para os tecidos. O fumo reduz a
quantidade de hemoglobina funcional no sangue, gerando diminuição da oxigenação tissular.

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A formação de uma lesão na pele do cliente é um problema muito maior do que se pensa inicialmente. Dependendo do quadro clínico apresentado
pelo cliente, ter comorbidades, ou seja, outras patologias anteriores, pode piorar e muito o processo de recuperação, a qualidade de vida e bem-estar
dele. Esse contexto pode, ainda, piorar quando o cliente está no ambiente hospitalar que, por si só, já é um ambiente com muitos riscos presentes,
como o desenvolvimento de uma infecção secundária.

O papel do enfermeiro é fundamental para que o cliente que apresenta uma lesão tecidual venha a aderir à terapêutica proposta e alcance o
resultado esperado – a cicatrização tecidual, sem agravos ou sequelas para seus sistemas corporais.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(IDHTEC – 2019 – Prefeitura de Vertentes – PE – Enfermagem PSF – Adaptado) As lesões de pele são um grave problema de saúde pública,
pois dependendo do quadro clínico apresentado pelo cliente, sequelas graves, permanentes e até mesmo a morte podem ocorrer. Posto isso,
conclui-se que é importante analisar bem as feridas. Responda.

No Estadiamento das Lesões por Pressão (LPP), quando há um comprometimento até a derme, tem-se qual estágio?

A Estágio 1

B Estágio 2

C Estágio 3

D Estágio 4

E Estágio 5

Parabéns! A alternativa B está correta.

As feridas que apresentam a lesão com perda de espessura parcial da pele com derme exposta são classificadas como fase ou estágio 2.

Questão 2

(INSTITUTO AOCP ‒ 2015 ‒ EBSERH ‒ Enfermeiro – Saúde da Criança e do Adolescente e Neonatologia)

O processo de cicatrização das feridas envolve diferentes fases, independentemente do agente causador. A compreensão do processo é de
grande importância, uma vez que a evolução da ferida depende do tratamento adequado a cada fase. Com base no processo das fases de
cicatrização das feridas, assinale a alternativa correta.

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A fase inflamatória é a fase inicial e caracteriza-se pela homeostase e coagulação, ativa a resposta imune local e ocorre intenso
A
desenvolvimento de células epiteliais e fibroblastos.

B Na fase proliferativa, ocorre o processo de maturação e estabilização da síntese de colágeno.

C A fase de proliferação é responsável pela produção de colágeno.

D A presença de túneis ou fístulas define a fase de hemostasia.

E O aparecimento de tecido conjuntivo e fibroblastos caracteriza a fase de remodelamento.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A segunda fase do processo de cicatrização é a proliferação em que ocorre a chegada dos fibroblastos, a angiogênese, a epitelização, a
queratinização e a contração, sendo a chegada dos fibroblastos o fenômeno responsável pela produção do colágeno.

2 - Realização do curativo
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a semiotécnica da realização do curativo.

Avaliação de uma ferida

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A realização da avaliação de uma ferida envolve desde a inspeção do curativo anteriormente realizado (caso não seja a primeira avaliação do
curativo feita pelo profissional), a abertura do curativo, passando para a observação do leito da ferida (cor do tecido, presença de exsudato e/ou
secreção) e a área ao redor, bem como a realização do curativo com perícia.

A educação do cliente sobre sua situação de saúde, as orientações sobre os cuidados com a região, com a ferida e com o curativo, também fazem
parte das intervenções de enfermagem. Agora, vamos aprender sobre os tipos de curativos e suas indicações para cada tipo de lesão.

Tipos de curativos
Os curativos variam por tipo de material e modalidade de aplicação (úmidos ou secos). Eles devem ser de fácil aplicação e feitos de materiais que
promovam a cicatrização da ferida. O meio úmido favorece a cicatrização, pois as células da periferia (borda da lesão) proliferam para o centro (leito
da ferida).

Os curativos apresentam as seguintes camadas:

- a camada da base (que fica em contato com a ferida) e

- a camada externa.

Veja as diferenças de uso dos curativos úmidos e secos:

Curativos úmidos
São aqueles que ficam úmidos (na base, em contato com a lesão) para secos (camada mais externa). Estes são usados no tratamento das feridas
que exigem desbridamento (remoção do tecido necrótico).

Curativos secos
São indicados para feridas cirúrgicas limpas, de primeira intenção, com sutura direta. São realizados com gaze, usando soro fisiológico somente se
houver necessidade, porém deixa-se totalmente seco. Em geral, a troca é realizada diariamente até a retirada dos pontos.

Vamos aprender quais são as coberturas utilizadas para cada tipo de ferida nos casos de lesão por pressão, queimaduras, oncológica, úlcera
venosa e úlcera arterial.

Tipos de curativos para lesão por pressão


A lesão por pressão é divida em quatro estágios e cada um deles exige uma abordagem terapeutica diferente, conheça cada uma delas:

Curativos para o estágio 1

Para as lesões de estágio 1, são utilizados dois tipos de curativos: curativo de película transparente e curativo hidrocoloide. Vamos conhecer cada
um deles a seguir:

Curativo de película transparente – ação protetora contra atritos (do colchão do leito e mesmo das roupas do cliente acamado); pode permanecer
por até 7 dias (caso não perca a função oclusiva e aderente à pele); facilita o amolecimento da escara nas feridas mais profundas e retém o

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exsudato seroso, proporcionando um leito úmido para a ferida. Vejamos a seguir, os nomes comerciais dos curativos:

Tegaderm 3M

Curatec Filme Transparente


Curativo de hidrocoloide – é absorvente; pode permanecer por até 7 dias (caso não perca a função oclusiva e aderente à pele); reage com o líquido
da ferida para criar um gel macio que promove a granulação e epitelização. Vejamos a seguir os nomes comerciais dos curativos:

Curatec Hidrocoloide

Cremer Hidrocoloide

DuoDERM extra fino


Agora, veja o tipo de curativo para as lesões por pressão de estágio 2.

Curativos para o estágio 2

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Para as lesões de estágio 2, são utilizados dois tipos de curativos: curativo de hidrogel e curativo absortivo. Vamos conhecer cada um deles a
seguir:

Curativo de hidrogel – é absorvente para as úlceras com drenagem; geralmente exige cobertura com compressa de gaze. Os nomes comerciais são:
Curatec Gel com PHMB e Hydrosorb Hartmann.

Curativo absortivo – é absorvente e não aderente, protege contra a força de atrito; pode ser usado com agentes tópicos; não é um curativo oclusivo;
absorve o exsudato e os resíduos, mantendo o ambiente úmido. É usado o carvão ativado/alginato de cálcio e compressa/gaze como cobertura
secundária. Pode ser usado também o curativo de hidrocoloide. Seu nome comercial é Curatec Alginato de Cálcio e Sódio.

Curatec Alginato de Cálcio e Sódio

Veremos a seguir a penúltima fase dos curativos para lesões por pressão.

Curativos para o estágio 3

Para as lesões de estágio 3, é utilizado o curativo de espuma de poliuretano, que absorve o exsudato e mantém o ambiente úmido na ferida. O nome
comercial desse tipo de curativo é Curatec espuma de poliuretano não adesivo. Para esse tipo de lesão também podem ser usados os seguintes
curativos: hidrocoloide, hidrogel e o absortivo.

Curatec espuma de poliuretano não adesivo

Por fim, vejamos os curativos para as lesões por pressão no estágio 4.

Curativos para o estágio 4

Para as lesões de estágio 4, são utilizados os seguintes tipos de curativos:

Curativo de gaze – impregnada com antimicrobiano

É b t ã l i l t t d ti d 8 12 h N i l K li ™ AMD é
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É absorvente, mas não oclusivo; geralmente requer trocas de curativo a cada 8 a 12 horas.Nome comercial: Kerlix™ AMD; é
impregnado com PHMB (polihexametileno de biguanida)

Gaze seca

Remove a drenagem da superfície da ferida.

Gaze úmida

Mantém úmido o ambiente da ferida, removendo a drenagem da superfície.

Gaze úmida para seca

Desbrida, de maneira não seletiva, os tecidos necrótico e saudável.

Pode ser usado também o curativo de hidrocoloide e o curativo de hidrogel.

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Queimaduras

As queimaduras são classificadas em quatro graus e cada um deles exige um tratamento específico. Veremos, a seguir, os curativos mais
adequados para cada grau.

Grau 1 ou primeiro grau expand_more

• Curativo com prata (sulfadiazina e alginato) ‒ importante função na cicatrização; possui um efeito bactericida; fornece um ambiente úmido
que facilita a granulação; corrobora para uma melhor reepitelização.

• Curativo de película – ação protetora contra atritos (do colchão do leito e mesmo das roupas do cliente); pode permanecer por até 7 dias
(caso não perca a função oclusiva e aderente à pele); retém o exsudato seroso proporcionando um leito úmido para a ferida.

• Curativo de gaze – (impregnada com antimicrobiano) é absorvente, mas não oclusivo; geralmente requer trocas de curativo a cada 8 a 12
horas. O seu nome comercial é Kerlix™ AMD; é impregnado com PHMB (polihexametileno de biguanida).

Grau 2 ou segundo grau expand_more

• Curativo de hidrogel – em queimaduras de espessura parcial, podem ser utilizados no tratamento para melhoria do leito tecidual; auxilia na
aceleração do processo cicatricial; promove a redução da dor; é absorvente para as lesões com drenagem; geralmente exige cobertura com
compressa de gaze.

• Curativo oclusivo – é absorvente e não aderente, protege contra a força de atrito; pode ser usado com agentes tópicos; absorve o exsudato
e os resíduos, mantendo o ambiente úmido. Outro curativo também recomendado é o curativo com prata.

• Curativo de gaze – (impregnada com antimicrobiano) é absorvente, mas não oclusivo; geralmente requer trocas de curativo a cada 8 a 12
horas. O seu nome comercial é Kerlix™ AMD; é impregnado com PHMB (polihexametileno de biguanida).

Grau 3 ou terceiro grau expand_more

• Curativo com prata (sulfadiazina e alginato) ‒ importante função na cicatrização; possui um efeito bactericida; fornece um ambiente úmido
que facilita a granulação; corrobora para uma melhor reepitelização.

• Curativo de hidrogel – em queimaduras de espessura parcial, podem ser utilizados no tratamento para melhoria do leito tecidual; auxilia na
aceleração do processo cicatricial; promove a redução da dor; é absorvente para as lesões com drenagem; geralmente exige cobertura com
compressa de gaze.

• Curativo oclusivo – é absorvente e não aderente, protege contra a força de atrito; pode ser usado com agentes tópicos; absorve o exsudato
e os resíduos, mantendo o ambiente úmido.

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Grau 4 ou quarto grau expand_more

• Curativo de película – ação protetora contra atritos (do colchão do leito e mesmo das roupas do cliente); pode permanecer por até 7
dias (caso não perca a função oclusiva e aderente à pele); retém o exsudato seroso proporcionando um leito úmido para a ferida.

• Curativo oclusivo – é absorvente e não aderente, protege contra a força de atrito; pode ser usado com agentes tópicos; absorve o
exsudato e os resíduos, mantendo o ambiente úmido.

Vale ressaltar que o tratamento de queimaduras é multiprofissional e, dependendo do quadro clínico apresentado pelo cliente, a extensão
das queimaduras e as regiões do corpo acometidas, é construído um calendário cirúrgico para tratar a pele com desbridamentos e enxertos.

Nesses casos, os curativos serão realizados de acordo com as manifestações apresentadas pela região operada do cliente após esses
procedimentos. Porém, esses locais sempre são protegidos para evitar infecções secundárias por contaminação do tecido.

Oncológicas

As Feridas Tumorais (FT) podem ser classificadas de diferentes formas de acordo com o aspecto da lesão (ferida ulcerativa maligna, ferida fungosa
maligna e ferida fungosa maligna ulcerada) e quanto ao odor (grau 1, grau 2 e grau 3). Vejamos, a seguir, os tipos de tratamento para cada ferida de
acordo com o grau.

Ferida Tumoral 1

Limpeza com solução salina adicionada de clorexidina; carvão ativado e sulfadiazina de prata.

• Carvão ativado - cobertura composta de uma almofada contendo um tecido de carvão ativado cuja superfície é impregnada com prata alto
grau de absorção e eliminação de odor das feridas.

• A prata exerce função bactericida, pode permanecer de 3 a 7 dias, quando a úlcera não estiver mais infectada. No início, a troca deverá ser a
cada 24 ou 48 horas.

Ferida Tumoral 2

• Efetuar a limpeza como em grau 1;

• Fazer escarotomia (retirada de escara) quando possível e aplicar metronidazol gel a 0,8% em gaze embebida com vaselina ou solução
injetável de metronidazol na proporção 1/1 (solução salina/metronidazol).

O Metronidazol gel a 0,8% é um antimicrobiano derivado do imidazólico que atua diretamente no ácido desoxirribonucleico (DNA) dos
microrganismos, impedindo a síntese de enzimas essenciais à sobrevida do patógeno e, assim, controlando indiretamente o odor, resultando no
controle do odor, sem a indução dos efeitos colaterais da terapia sistêmica.

Ferida Tumoral 3

• Efetuar a limpeza como em grau 1;

• Considerar em conjunto com a equipe médica o uso de metronidazol sistêmico via oral mais método tópico.

Vale ressaltar que o tratamento de feridas tumorais é multiprofissional, como também é de extrema importância, durante a avaliação, explicar ao
paciente e aos familiares que o principal objetivo do curativo está mais relacionado ao alívio de sinais e sintomas do que com a cura da lesão.

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Úlcera venosa

Para as úlceras venosas são recomendados os seguintes tipos de curativo:

Curativo de membrana de celulose cristalina

Propicia o alívio imediato da dor; rápida regeneração da pele, acelerando a cicatrização; permite trocas gasosas e drenagem do exsudato; não
deixa resíduos; não causa alergia em contato com a pele; mantém a área da lesão úmida; possibilita a visualização da lesão e o controle da
evolução do processo cicatricial.

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Bota de Unna

Produto de manipulação formado por uma gaze elástica contendo óxido de zinco, glicerina, gelatina em pó e água. O produto comercializado é
acrescido de glicerina, acácia, óleo de castor e petrolato branco para evitar o endurecimento. Facilita o retorno venoso, auxilia na cicatrização
de úlceras e evita o edema dos membros inferiores.

Úlcera arterial

Vejamos a seguir os curativos recomendados para o tratamento das úlceras arteriais:

Gaze úmida
Seu mecanismo de ação funciona mantendo úmido o ambiente da ferida, removendo a drenagem da superfície.

Curativo de hidrocoloide
É absorvente; pode permanecer por até 7 dias (caso não perca a função oclusiva e aderente à pele); reage com o líquido da ferida para criar um gel
macio que promove a granulação e epitelização.

Curativo de hidrogel
Em queimaduras de espessura parcial, podem ser utilizados no tratamento para melhoria do leito tecidual; auxilia na aceleração do processo
cicatricial; promove a redução da dor; é absorvente para as lesões com drenagem; geralmente exige cobertura com compressa de gaze.

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Tipos de estadiamentos – lesão por pressão e ferida tumoral
Neste vídeo, a especialista Paula Louzada explicará a definição dos diferentes estágios das feridas de lesão por pressão e feridas tumorais.

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Semiotécnica de um curativo

Os curativos são realizados por enfermeiros e técnicos de enfermagem (de acordo com a complexidade da ferida, treinamento realizado pelo
enfermeiro e delegação da intervenção).

Os curativos, segundo Carmagnani, (2017, p. 48), são realizados em clientes com feridas abertas.

Vamos aprender o processo de realização de um curativo?

eridas abertas
Com exposição de tecidos, ou seja, lesão por pressão, deiscências de ferida operatória, feridas tumorais, lesões vasculogênicas, queimaduras, entre
outras.

Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4

Confirme o nome do paciente Higienize as mãos e reúna os Explique o procedimento ao Posicione o paciente de
e o procedimento a ser materiais na bandeja, coloque paciente e promova a acordo com o local da ferida,
realizado na prescrição no carro de curativo e leve ao privacidade do paciente higienize as mãos novamente
médica/enfermagem. quarto do paciente. colocando biombo e/ou e abra todos os materiais
fechando a porta do quarto. necessários e coloque em
campo estéril.

É importante cumprir todas as ações para garantir uma assistência de qualidade, humanizada e livre de iatrogenias, ofertando uma prática de
segurança para o cliente.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

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(AOCP ‒ 2015 ‒ EBSERH ‒ Enfermeiro – Oncologia Adaptado) As lesões de pele oncológicas são um grave problema de saúde, pois impactam a
vida do cliente como um todo. Geram problemas psicoemocionais, laborais, sociais, familiares e afetivos. Destacado isso, conclui-se que é
importante compreender bem o cuidado dado às feridas neoplásicas. Referente ao tratamento de feridas oncológicas, o objetivo principal no
tratamento de uma lesão tumoral é:

A refazer tecido de granulação.

B cicatrizar a ferida.

C diminuir o tamanho do tumor.

D controlar a dor e o odor.

E diminuir o tamanho da ferida.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O cliente que apresenta uma ferida tumoral apresenta um contexto clínico singular e o principal objetivo do curativo realizado pela enfermagem
está relacionado ao alívio de sinais e sintomas, principalmente o odor fétido e a dor, ambos de diferentes intensidades. Esses sinais e sintomas
têm um forte impacto no âmbito psicossocial do cliente, que atrapalha suas relações sociais. Vale lembrar que os curativos não têm como
objetivo a cura da lesão.

Questão 2

As lesões de pele apresentam diferentes causas e, com isso, variadas possibilidades de tratamento. É importante para o enfermeiro
compreender bem esse contexto e analisar bem as feridas. Em relação ao tratamento de lesões de pele, a cobertura indicada para feridas
cavitárias, fétidas, com exsudação intensa, infecção e tecido necrótico é

A placa de hidrocoloide.

B carvão ativado impregnado com prata.

C gaze úmida para seca.

D bota de Unna.

E membrana transparente.

Parabéns! A alternativa B está correta.

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O carvão ativado possui a capacidade de alta absorção e sendo associado à prata, combate o aumento da atividade de microrganismos
presentes na lesão e que geram o aumento do exsudato e odor fétido.

3 - Aplicação de calor e frio


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as medidas necessárias para a aplicação de calor e frio.

Calor, frio e o corpo humano


O ser humano é homeotérmico, ou seja, mantém relativamente a mesma temperatura corporal independentemente do ambiente externo, por meio
da intensa combustão gerada pelo metabolismo.

Existe uma temperatura ideal para a realização dos processos celulares no corpo humano, e compreender esses aspectos fisiológicos é importante
para utilizar a termoterapia, em outras palavras, a temperatura de maneira terapêutica.

Sensação de calor e frio

Segundo Brunner e Suddart (2015, p. 1379), terapia com calor e frio é realizada com a aplicação local de calor e frio, em uma região lesionada do
corpo, com finalidade terapêutica. Entretanto, antes de aplicar essa terapia, o enfermeiro deve compreender as respostas corporais normais às
variações da temperatura local, analisar a integridade da região do corpo, estabelecer a capacidade do cliente de sentir as variações de temperatura,
e garantir a operação adequada do equipamento.

Vamos relembrar um pouco o que o calor e o frio desencadeiam no corpo humano?

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Respostas corporais ao calor e frioexpand_more

A exposição ao calor e ao frio pode causar respostas sistêmicas e locais. As respostas sistêmicas ocorrem por meio dos mecanismos de
perda de calor (sudorese e vasodilatação) ou dos que estimulam a conservação de calor (vasoconstrição e piloereção – arrepio com
levantamento dos pelos corporais) e produção de calor (tremor). Já as respostas locais ao calor e ao frio acontecem mediante estimulação
das terminações nervosas sensíveis à temperatura dentro da pele.

Essa estimulação envia impulsos da periferia para o hipotálamo (centro), dando ciência das sensações da temperatura local e deflagrando
as respostas adaptativas para a manutenção da temperatura corporal normal.

O corpo humano pode suportar amplas variações na temperatura. A temperatura normal da superfície cutânea é de 34°C, porém os
receptores de temperatura geralmente se adaptam de forma rápida às temperaturas locais entre 45°C e 15°C. A sensação de dor desenvolve-
se quando as temperaturas locais ultrapassam essa faixa. Logo, o calor intenso provoca a sensação de queimação e o frio gera uma
sensação de dormência antes da dor. (BRUNNER; SUDDART, 2015, p. 1379)

É importante compreender os efeitos locais do calor e do frio, pois desencadeiam respostas fisiológicas diferentes, sendo a escolha da terapia com
calor ou frio dependente das respostas desejadas para a cura da lesão.

Ao aplicar as terapias sem o devido cuidado, podem surgir alguns efeitos indesejados:

Vasoconstrição.

Efeitos da aplicação de calor

De forma geral, os efeitos da aplicação de calor são bastante terapêuticos, proporcionando um aumento do fluxo sanguíneo para uma região
lesionada. Todavia, caso o calor seja aplicado por uma hora ou mais, o fluxo sanguíneo é reduzido por causa da vasoconstrição reflexa, à medida
que o corpo tenta controlar a perda de calor da área.

Uma ação, nessa situação, é a remoção e a reaplicação periódicas de calor local que restaura a vasodilatação.
Cabe destacar que a exposição contínua ao calor lesiona as células epiteliais, provocando rubor, hipersensibilidade no local e a possibilidade de
formação de bolha.

Vasodilatação.

Efeitos da aplicação de frio

Abordando os efeitos da aplicação de frio por um tempo prolongado na pele, essa ação deflagra uma vasodilatação reflexa. Com isso, as células
se tornam incapazes de receber o fluxo sanguíneo adequado, como também os nutrientes, o que gera a isquemia tissular.

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Num primeiro momento, a pele apresenta vermelhidão e depois muda para uma tonalidade azul-purpúrea, seguido da sensação de dormência e
dor tipo queimação. Vale destacar que as camadas de tecido que formam a pele podem congelar caso sejam expostas ao frio extremo.

Os efeitos terapêuticos das aplicações de calor e frio precisam ser bem entendidos pelo enfermeiro para que ele possa selecionar qual terapia é
mais adequada para a situação apresentada pelo cliente.

Os efeitos terapêuticos do calor e do frio

A terapia com calor desencadeia o processo de vasodilatação, que gera uma redução na viscosidade sanguínea e da tensão muscular, assim como
um aumento no metabolismo tissular e permeabilidade capilar. Por meio desse encadeamento de efeitos, os benefícios terapêuticos são:

erapia com calor


Também conhecida como termoterapia ou hipertermoterapia.

1 2 3 4

A melhoria do fluxo sanguíneo A promoção da liberação dos A diminuição da congestão A melhoria na liberação dos
para a região lesionada do nutrientes e a remoção dos venosa nos tecidos leucócitos e medicamentos
corpo. resíduos. lesionados. para o sítio da ferida.

Já a terapia com frio provoca o processo de vasoconstrição, que ocasiona a anestesia local e redução do metabolismo celular, bem como um
aumento da viscosidade sanguínea e diminuição da tensão muscular. Com essa sequência de eventos, os benefícios terapêuticos são:

erapia com frio


Também conhecida como crioterapia.

1 2 3 4

A redução do fluxo sanguíneo Promove a redução da Estimula a redução e alívio da A diminuição das
para a região lesionada do inflamação. dor local. necessidades de oxigênio dos
corpo, evitando a formação tecidos.
de edema.

Recomendação

O enfermeiro necessita conhecer os efeitos locais da aplicação de calor e frio, avaliar a capacidade de tolerância do cliente à temperatura, promover
a educação e proporcionar a segurança ao cliente e realizar a aplicação das terapias com calor e frio.

A terapia de calor e frio pode ser realizada de maneira úmida ou seca. O tipo de lesão, sua localização corpórea, presença de drenagem ou processo
inflamatório são aspectos que devem ser considerados na escolha das aplicações secas ou úmidas.

Para a escolha de aplicações secas ou úmidas, é preciso conhecer as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

Vantagens

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Aplicações úmidas

• A aplicação úmida diminui o ressecamento da pele e amolece o exsudato da ferida;

• As compressas úmidas adaptam-se bem à área do corpo que está sendo tratada;

• O calor úmido penetra profundamente nas camadas tissulares;

• O calor úmido aquecido não promove sudorese e perda hídrica insensível.

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Aplicações secas

• O calor seco apresenta menos risco de queimaduras da pele que as aplicações úmidas;

• A aplicação seca não provoca a maceração cutânea;

• O calor seco retém a temperatura por mais tempo, porque isso não é influenciado pela evaporação.

Desvantagens

Aplicações úmidas

• A exposição prolongada pode provocar maceração da pele;

• O calor úmido resfria rapidamente por causa da evaporação da umidade;

• O calor úmido cria maior risco para queimaduras da pele, porque a umidade conduz o calor.
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Aplicações secas

• O calor seco aumenta a perda de líquido corporal através da sudorese;

• As aplicações secas não penetram profundamente nos tecidos;

• O calor seco causa maior ressecamento cutâneo.

Cuidados de enfermagem na terapia de calor e frio

Cabe ao enfermeiro também realizar a educação e garantir a segurança do cliente com a terapia de calor e frio. Logo, antes da aplicação, sendo
calor ou frio, o cliente deve compreender sua finalidade, os sintomas de exposição à temperatura e as precauções usadas para evitar a lesão.

Como também deve instruir o cliente a relatar imediatamente as alterações na sensação ou desconforto, não permitir que o cliente ajuste os
parâmetros de temperatura, mova um dispositivo ou coloque as mãos no sítio da ferida. É igualmente importante não deixar o cliente sozinho caso
ele seja incapaz de sentir alterações de temperatura ou de se afastar da fonte de temperatura.

Atenção!

O enfermeiro precisa incentivar o cliente a aderir e aceitar a proposta terapêutica, ou seja, durante a aplicação de calor e frio, promover a sua
educação, de maneira que ele conheça o seu papel, além de proporcionar uma prática segura.

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Veja as diferenças nas aplicações de calor e frio:

Aplicação de calor

Pode ser úmida ou seca, sendo o calor úmido aplicado por meio de banhos e compressas, e o calor seco aplicado mediante raios
infravermelhos, almofada de aquatermia (fluxo de água), cobertor elétrico, bolsa de água quente.

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Aplicação de frio

Pode ser úmida ou seca, sendo o frio úmido aplicado por meio de banhos e compressas, e o frio seco aplicado através de bolsas ou colares de
gelo, bolsa de água e bolsa de gel.

Termoterapia ou hipertermoterapia
De acordo com o Hospital Universitário Lauro Wanderley (2016, p. 8), o enfermeiro deve realizar as seguintes ações para utilização da terapia com
calor:

1 2 3 4

Certificar-se do local que Orientar o paciente sobre o Testar as condições da bolsa Colocar a água quente na
deverá receber a aplicação. procedimento e reunir o para não ocorrer vazamento. bolsa e retirar todo o ar do
material. interior da mesma e fechá-la.

Crioterapia

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Segundo o Hospital universitário Lauro Wanderley (2016, p.9), o enfermeiro deve realizar as seguintes ações para utilização de terapia com frio:

Reabilitação com crioterapia

• Certificar-se do local que deverá receber a aplicação;

• Orientar o paciente sobre o procedimento;

• Reunir o material;

• Testar as condições da bolsa, para não ocorrer vazamento;

• Colocar as pedras de gelo na bolsa, enchendo até a metade;

• Fechar a bolsa;

• Envolver a bolsa com a coberta, (toalha, flanela);

• Aplicar no local e deixar o tempo que for indicado, conforme prescrição médica;

• Trocar o gelo sempre que necessário se o tempo da aplicação for prolongado;

• Retirar a bolsa ao término da aplicação, verificar o local observando o resultado;

• Deixar o paciente confortável e em ordem;

• Anotar o procedimento e o resultado no relatório de enfermagem.

Contraindicações das terapias de calor e frio


O calor geralmente acelera as reações químicas e, consequentemente, o metabolismo sistêmico e local. O frio provoca o efeito inverso, lentifica as
reações químicas e, consequentemente, o metabolismo sistêmico e local. Com isso, é importante saber quais são as contraindicações para o uso
dessas terapias.

Termoterapia

É contraindicada para pacientes com hipertensão, diabetes, febre, cardiopatias e queimaduras recentes. Assim como mulheres gestantes e
portadores de tumores, principalmente malignos. Nos indivíduos com tendência à trombose, deve-se evitar o uso de calor.
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Crioterapia

É contraindicada em pessoas com insuficiência circulatória, alergia ao frio, pele anestesiada, diabetes avançada, ferimentos abertos e
fenômeno de Raynaud.

enômeno de Raynaud
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Episódios reversíveis de vasoespasmos – contração dos vasos ‒ das extremidades, gerando palidez, em seguida, cianose e rubor de mãos e pés.

As aplicações com calor ou frio não devem ultrapassar o tempo determinado na prescrição. As aplicações com calor
não devem ultrapassar o limite de 40 minutos na região e as aplicações de frio não devem ultrapassar o limite de 30
minutos na região.

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Os efeitos terapêuticos da terapia com calor e frio
Neste vídeo, a especialista Paula Louzada explicará os efeitos terapêuticos proporcionados pelo uso da hipertermoterapia e crioterapia, suas
indicações e contraindicações e a conduta do enfermeiro durante esse processo.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial ‒ PE (SENAC/PE) ‒ 2011 ‒ Adaptado) A aplicação de calor (termoterapia) e frio (crioterapia)
constitui um tratamento milenar. As aplicações externas objetivam ajudar as funções orgânicas e proporcionam conforto. Nos dias atuais, além
de raios solares, água fria ou quente, vapor, compressas geladas e quentes, existem aplicações elétricas, raios infravermelhos, bolsas elétricas,
duchas, entre outros. Sobre a aplicação de calor e frio, analise as afirmativas abaixo.

1. O uso de calor é contraindicado nos casos de traumatismo porque aumenta o edema.


2. O calor seco é relaxante muscular e favorece a analgesia.
3. O uso do frio é contraindicado nos casos de artrite porque aumenta a rigidez articular. Neste caso, é preferível usar calor.
4. O frio, nos traumatismos (entorses, contusões, distensões musculares, entre outros), previne o edema e diminui as reações inflamatórias.
5. A aplicação de calor ou de frio alivia a dor e diminui os espasmos musculares.

Estão corretas:

A 1, 2, 3, 4 e 5

B 1, 2, 3 e 4, apenas

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C 1, 2, 3 e 5, apenas

D 3, 4 e 5, apenas

E 2, 3 e 5, apenas

Parabéns! A alternativa A está correta.

O uso do calor de forma terapêutica tem como efeitos o relaxamento muscular, a analgesia e a vasodilatação, enquanto o uso do frio de
maneira terapêutica tem como efeitos a vasoconstrição, diminuindo a formação do edema.

Questão 2

(FUNRIO ‒ 2015 ‒ UFRB ‒ Enfermagem)


A aplicação de calor (termoterapia) e frio (crioterapia) apresenta muitos benefícios como uma ferramenta de cuidado não farmacológica.

Sobre a terapia de calor e frio, assinale a alternativa que fere os conceitos que norteiam a terapêutica com o uso da temperatura.

A A terapia com frio é contraindicada se o local da lesão apresentar edema.

B A terapia com calor é contraindicada em áreas ativas de sangramento.

C A aplicação de calor em grandes partes do corpo é contraindicada em pacientes com problemas cardiovasculares.

D A terapia com frio é indicada na presença de neuropatias periféricas.

E A aplicação de calor aumenta o metabolismo tecidual.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Em situações clínicas de acometimento do sistema nervoso periférico, o cliente fica mais sensível às diferenças de temperatura. Com isso, o
frio pode gerar uma sensação de desconforto e até mesmo dor.

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4 - Aplicação de bandagem
Ao final deste módoulo, você será capaz de identificar a semiotécnica da aplicação de bandagem.

Bandagens
As bandagens são utilizadas para sustentar os curativos e possibilitar a estabilização de um membro ou articulação lesada.

Um curativo de gaze simples geralmente não é o suficiente para proporcionar apoio e estabilizar a área em que há uma lesão e/ou ferida. Assim
sendo, faz-se necessário o uso de suportes e bandagens aplicados sobre ou ao redor dos curativos, pois proporcionam uma proteção adicional,
assim como benefícios terapêuticos.

A aplicação de bandagens tem como finalidades:

• Proteger e estabilizar uma área que apresenta lesão ou ferida;

• Promover a hemostasia na região afetada;

• Impedir a contaminação da lesão ou ferida;

• Sustentar os materiais usados na recuperação de um ferimento na área lesada.

A aplicação de bandagem

As bandagens estão disponíveis em diferentes apresentações, cada qual com sua melhor aplicação e finalidade.

As formas de apresentação são em rolos com diferentes tamanhos de largura e variados materiais, tais como gaze, malha elástica, atadura de
crepe, compressa cirúrgica, algodão ortopédico.

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31/05/2023, 01:03 Sistematização da assistência de enfermagem nos cuidados com a pele

Os efeitos terapêuticos da aplicação de bandagens


É muito importante para o enfermeiro conhecer os efeitos terapêuticos da aplicação das bandagens para o cliente que receberá esse cuidado. Esses
benefícios são:

Observação da área subjacente à bandagem

• Formar pressão sobre uma região do corpo;

• Estabilizar uma área do corpo;

• Sustentar uma região em que há uma ferida ou lesão;

• Minimizar ou evitar o surgimento de edema em uma área do corpo;

• Estabilizar uma tala gessada;

• Fixar curativos em uma região lesionada ou com presença de ferida.

Atenção!
O enfermeiro precisa entender as suas responsabilidades no que tange à aplicação de bandagem ou suporte. A inspeção da pele lesionada, a
correta cobertura da área lesionada, a avaliação da condição dos curativos e a avaliação da pele das regiões circunvizinhas da área lesionada se
fazem mister.

As responsabilidades do enfermeiro na aplicação de bandagens são:

• Inspecionar a pele para abrasões, edema, descoloração ou bordas expostas da ferida;

• Cobrir as feridas expostas ou as abrasões abertas com um curativo estéril;

• Avaliar a condição apresentada pelos curativos subjacentes e trocá-los quando estiverem sujos, úmidos e descolando;

• Avaliar a pele das regiões subjacentes do corpo e as partes distais à bandagem para observar se há sinais de comprometimento circulatório para
proporcionar um meio de comparação com a circulação após a aplicação da bandagem.

Saiba mais
O comprometimento da circulação numa área lesionada, assim como na área subjacente, pode agravar o quadro clínico apresentado pelo cliente,
dificultando sua recuperação na região. É muito importante para o enfermeiro conhecer esses sinais que indicam que a circulação local está
comprometida. São eles: resfriamento da área, presença de palidez ou cianose, pulsos diminuídos ou ausentes, presença de edema, sensação de
dormência e formigamento relatada pelo cliente.

Os tipos de aplicação de bandagens


São cinco os tipos de aplicação das bandagens e/ou ataduras – circular, espiral, espiral invertida, em oito e recorrente, e cada tipo tem uma
finalidade ou uso. Vamos conhecê-las!

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Circular

Circular

Nesse tipo, a atadura envolve a área a ser protegida, de maneira que as camadas vão sobrepondo-se por completo à volta anterior.

Finalidade ou uso: fixa a atadura na primeira volta e na volta final. Usada para cobrir uma região pequena. Exemplo: um dedo ou artelho.

Espiral

Espiral

Nesse tipo, a atadura ascende à região do corpo em que está sendo aplicada para envolver (da parte distal para a proximal), de maneira que as
camadas vão sobrepondo-se à volta anterior usando a largura da atadura pela metade ou dois terços.

Finalidade ou uso: usada para cobrir uma região cilíndrica do corpo. Exemplo: o punho ou o braço.

Espiral invertida

Espiral invertida

Nesse tipo, a atadura ascende à região do corpo e a volta que exige uma torção (inversão) da atadura na metade do caminho de cada volta.

Finalidade ou uso: usada para cobrir partes do corpo em formato de cone, uma área com menor diâmetro do que outra. Exemplo: o antebraço, a
coxa ou a perna.

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Em oito

Em oito

Nesse tipo, a atadura ascende à região do corpo e a volta oblíqua sobreposta, desce e ascende alternadamente sobre a área já envolvida.

Finalidade ou uso: usada para cobrir uma articulação e sendo aplicada bem justa à pele da região fornece uma ótima estabilização. Exemplo: o
cotovelo ou o tornozelo.

Recorrente

Recorrente

Nesse tipo, a atadura é primeiramente fixada com duas voltas ao redor da extremidade proximal da região do corpo. Em seguida, metade da volta
é aplicada perpendicularmente para cima, a partir da borda da atadura. Então, o corpo da atadura é trazido sobre a extremidade distal da região do
corpo para ser coberta, a cada volta dobrada, sobre si mesma.

Finalidade ou uso: usada para cobrir regiões do corpo com partes desiguais. Exemplo: a cabeça e os cotos.

Os cuidados de enfermagem após a aplicação de bandagens


Após a aplicação das bandagens, o enfermeiro deve realizar alguns cuidados que são importantes para garantir a continuidade de uma assistência
de qualidade. Esses cuidados são:

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Registrar no prontuário a realização da aplicação de bandagens, o local/região, o tipo de aplicação, as orientações dadas ao cliente.

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Avaliar, registrar no prontuário e reportar à equipe de enfermagem e de saúde caso haja alterações na circulação, a integridade da pele, o nível de
(des)conforto e a condição da função orgânica (exemplo: movimentação ou ventilação).

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Afrouxar ou reajustar a bandagem quando necessário, assim como precisa explicar ao cliente que a bandagem é sentida relativamente firme, bem
ajustada à área onde foi aplicada.

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Avaliar minuciosamente a bandagem, para assegurar de que esteja adequadamente aplicada e proporcionando o benefício terapêutico.

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Atentar para a necessidade de troca da bandagem se estiver suja por causa do curativo abaixo, pois pode conter microrganismos.

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Os efeitos terapêuticos da aplicação de bandagens
Neste vídeo, a especialista Paula Louzada explicará os efeitos terapêuticos proporcionados pelo uso das bandagens, suas indicações e
contraindicações e a conduta do enfermeiro durante esse processo.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O uso de bandagens é uma prática cotidiana da enfermagem, principalmente no ambiente hospitalar. As bandagens possuem variados
benefícios, mas como toda intervenção, apresenta riscos e deve ser bem executada. Esse tipo de bandagem é usado para cobrir uma
articulação e, sendo aplicada bem justa à pele da região, fornece uma ótima estabilização. Que tipo de bandagem está sendo citada?

A Recorrente

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B Em oito

C Espiral

D Circular

E Espiral invertida

Parabéns! A alternativa B está correta.

Nesse tipo de bandagem conceituada, a atadura ascende à região do corpo e a volta oblíqua sobreposta desce e ascende alternadamente sobre
a área já envolvida. Geralmente uma área da corpo com amplitude de movimento, ou seja, uma articulação. Assim sendo, o enfaixamento no
movimento em oito é o que melhor se adequa.

Questão 2

Os uso de bandagens é uma prática cotidiana da enfermagem, principalmente no ambiente hospitalar. As bandagens possuem variados
benefícios, mas como toda intervenção, apresenta riscos e deve ser bem executada. Considerando os conhecimentos sobre a intervenção de
enfermagem com a aplicação de bandagens, assinale a alternativa incorreta.

A Proteger e estabilizar uma área que apresente lesão ou ferida é uma das finalidades terapêuticas.

É importante avaliar minuciosamente a bandagem para assegurar de que esteja adequadamente aplicada e proporcionando o
B
benefício terapêutico.

C Impedir a contaminação da lesão ou ferida é possível com a aplicação de bandagens.

D Um dos objetivos é cobrir as feridas expostas ou as abrasões abertas com um curativo não estéril.

E Uma das finalidades é sustentar os materiais usados na recuperação de um ferimento na área lesada.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A cobertura dos curativos de feridas na pele é uma das finalidades terapêuticas da aplicação de bandagens, pois protegem essa área lesionada
de agentes externos. Logo, se faz mister que esse curativo seja realizado de maneira estéril.

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Considerações finais
Considerando todo o conteúdo apresentado, é possível perceber a importância da prestação de uma assistência de enfermagem de qualidade aos
clientes que apresentam como problema clínico uma lesão de pele.

A prática assistencial do enfermeiro nesse contexto envolve a correta avaliação da lesão de pele, juntamente com a execução técnica da realização
do curativo. E dentro desse contexto clínico, conhecer outras ferramentas de cuidado não farmacológicas que têm impacto positivo, como a terapia
com calor e frio e a aplicação de bandagens.

O aprendizado desses conhecimentos possibilita a execução de uma assistência segura de enfermagem, o que influencia no curso do processo de
recuperação da saúde, no tema em questão, a integridade da pele do cliente.

Nesse caminhar, o conteúdo apresentado possibilita ao estudante se tornar um enfermeiro com a habilidade para tomada de decisão e julgamento
clínico ao executar as intervenções de enfermagem necessárias nas situações que existirão na sua prática diária.

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Podcast
Neste podcast, a especialista Paula Louzada fará um resumo do tema.

Referências
BERNARDES, R. Prevenção e Manejo da Lesão por Pressão: prevenção de lesão por pressão. Feridas Crônicas. Publicado em: fev. 2020. Consultado
na Internet em: 22 jul. 2021.

BORGES, E. L. Evolução da cicatrização. In: BORGES, E. L. Feridas: como tratar. Belo Horizonte (MG): Coopmed, 2001. p. 17.

CARMAGNANI, M. I. S. et al. Procedimentos de enfermagem: guia prático. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

COOPER, K. L. Prevenção baseada em evidências de úlceras por pressão na unidade de terapia intensiva. Enfermagem Crítica 2013; 33 (6), 57-66.

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY. Procedimento Operacional Padrão: Terapia Quente e Fria. In: PROCEDIMENTO Operacional Padrão:
Terapia Quente e Fria. [S. l.]: Ebserh, fev 2016.

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PAINEL CONSULTIVO NACIONAL SOBRE ÚLCERA POR PRESSÃO. Declaração de posição do NPUAP sobre o estadiamento – esclarecimentos de
2017. Painel Consultivo Nacional sobre Úlcera por Pressão 2017.

SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I
e II.

TAVARES, W. de S.; SILVA, R. S. da. Curativos utilizados no tratamento de queimaduras: uma revisão integrativa. Rev. Bras. Queimaduras,
2015;14(4):300-306. Consultado na Internet em: 22 jul. 2021.

VIEIRA, N. N. P.; ABREU, A. K. C. Avaliação e Manejo de Feridas Tumorais. In: ABREU, A. K. C. et al. Diretrizes Oncológicas. Rio de Janeiro: Elsevier,
2018.

Explore +
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, leia os artigos:

• Prevenção de lesão por pressão: ações prescritas por enfermeiros de centros de terapia intensiva, de Paula Knoch Mendonça e outros.

• Primeiros escritos sobre os cuidados de enfermagem em feridas e curativos no Brasil (1916-1947), de Ricardo Quintão Vieira e outros, História da
Enfermagem ‒ Revista Eletrônica.

• Escalas de predição de risco para lesão por pressão em pacientes criticamente enfermos: revisão integrativa, de Ludmila Silva Castanheira e outros,
Enferm. Foco (Escola de Enfermagem da UFMG).

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