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Jacobe Mateus Manuel Moiana

A Construção de Palhotas e o Estudo da Circunferência e Círculo: Estudo de Caso


no Distrito de Machaze - Chipudje

Licenciatura em Ensino de Matemática com Habilitações em Estatística

Universidade Púnguè

Chimoio

2021
Jacobe Mateus Manuel Moiana

A Construção de Palhotas e o Estudo da Circunferência e Círculo: Estudo de Caso


no Distrito de Machaze - Chipudje

Projecto de Pesquisa a ser apresentado ao Curso de


Matemática, Faculdade de Ciências Exactas e
Tecnológicas, da Universidade Púnguè-Sede, para
obtenção do grau de Licenciatura em ensino de
Matemática com Habilitações em Estatística.

Supervisor:

Prof. Dr. Evaristo Domingos Uaila

Universidade Púnguè

Chimoio

2021
ÍNDICE

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................4

1. Contextualização.................................................................................................................4

1.1. Delimitação......................................................................................................................5

1.2. Enquadramento................................................................................................................5

1.3. Descrição da área do estudo.............................................................................................5

1.4. Justificativa e relevância do tema....................................................................................6

1.5. Problematização...............................................................................................................6

1.6. Hipóteses..........................................................................................................................7

1.7. Objectivos........................................................................................................................7

1.7.1. Objectivo geral:............................................................................................................7

1.7.2. Objectivos específicos:.................................................................................................7

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................9

2. Teorias de base....................................................................................................................9

2.1. Algumas teorias de aprendizagem...................................................................................9

2.1.1. Behaviorismo...............................................................................................................9

2.1.2. Teoria cognitivista: o construtivismo...........................................................................9

2.1.2.1. A teoria da aprendizagem significativa de ausubel................................................10

2.2. Saber escolar versus saber local.....................................................................................10

2.3. Cultura............................................................................................................................12

2.4. Etnomatemática..............................................................................................................12

2.5. Palhota............................................................................................................................13

2.6. Circunferência e círculo.................................................................................................14

2.6.1. Elementos da circunferência ou círculo.....................................................................15

2.6.2. Construção de uma circunferência.............................................................................16

CAPÍTULO III: METODOLOGIA..........................................................................................17

3. Procedimentos metodológicos...........................................................................................17
3.1. Tipos de pesquisa...........................................................................................................17

3.1.1. Do ponto de vista da sua natureza..............................................................................17

3.1.2. Do ponto de vista de seus objectivos.........................................................................17

3.1.3. Do ponto de vista dos meios ou procedimentos técnicos...........................................17

3.1.4. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema............................................18

3.2. População e amostra......................................................................................................18

3.2.1. Delimitação da população..........................................................................................18

3.2.2. Amostra do estudo......................................................................................................18

3.3. Técnicas de recolha de dados.........................................................................................19

3.3.1. Observação directa.....................................................................................................19

3.3.2. Entrevista....................................................................................................................19

3.3.2.1. Formulário..............................................................................................................20

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................21

APÊNDICE A – guião de entrevista dirigido aos construtores de palhotas do bairro


mussocossa – chipudje..............................................................................................................23

APÊNDICE B – roteiro dos aspectos a observar nas palhotas do bairro mussocossa – chipudje
...................................................................................................................................................25
4

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

No dia-a-dia várias pessoas utilizam a matemática, seja para relacionar tempo, distância,
quantidades, sempre recorrem a esta ciência que facilita muito a vida delas. Vale ressaltar que
muitas escolas associam a vivência da matemática do cotidiano no processo de ensino
aprendizagem auxiliando assim o bom andamento educacional.
Sendo assim, a matemática desempenha um importante papel na vida das pessoas, pois
na vivência comunitária, a abordagem matemática torna-se relevante na vida de cada
indivíduo que ali está inserido. Contudo, é possível que algumas comunidades possam
invalidar e que não tenham interesse pelos conhecimentos matemáticos ensinados na escola,
pois, apesar de sua aplicação prática em diversos sectores da sociedade, a abordagem
académica dada a estes saberes aparenta, ao aluno, muito distante de sua realidade.

In

Portanto, ao associar a matemática vivida no cotidiano tem que saber quais situações
serão cabíveis para aquela realidade local, pois, a matemática faz parte também da
cultura, economia, tecnologia, ou mesmo das atividades mais simples do cotidiano
5

facilitando o desenvolvimento de estratégias matemáticas para assimilação dos


conteúdos. Importa salientar que o ensino de matemática, assim como qualquer campo de
conhecimento, precisa de habilidades que criem motivação ao aluno para a sua aprendizagem,
para que possa assimilar a matéria com facilidade. No entanto, precisa-se de uma firme
relação entre conhecimento prévio do aluno e o conteúdo leccionado em sala de aulas. O
presente trabalho busca relacionar alguma prática exercida no dia-a-dia de alguns alunos e o
conhecimento ensinado em sala de aulas.

Seu texto carece de originalidade e uso adequado das regras científicas. Como fazer
referencias e citações!!!!! Fiz uma rápida comparação a titulo de exemplo!

A ideia central que se pretende destacar nesta pesquisa é a de procurar saber se é


possível, a partir do saber das comunidades locais, chegar – se ao conceito mais
elaborado do currículo, ou seja, ao conhecimento oficial.

A construção de palhotas apresenta grande potencial para explorar conceitos e relações


geométricas a partir da construção da sua estrutura, assim como a melhoria da
percepção visual de figuras. Portanto, com esta pesquisa, espera-se que o processo de
construção de palhotas (particularmente das palhotas circulares na base, cilíndricas na
parte intermediária e cónicas no telhado) tenha alguma relação com o estudo da
circunferência e círculo.
Entretanto, este trabalho surge como requisito parcial para a conclusão do curso no
grau de Licenciatura em Ensino de Matemática com Habilitações em Estatística. No
final de tudo, o mesmo estará dividido em cinco capítulos: O primeiro é o da introdução,
que faz uma apresentação, contextualizando a temática; em seguida, vem o referencial
teórico, que mostra aspectos teóricos que explicam detalhadamente o atendimento dos
objetivos específicos e, sobretudo, será usado para analisar e interpretar os dados da
realidade em estudo; a metodologia faz parte do terceiro capítulo, onde é descrito e
apresentado o instrumento de colecta de dados; no capítulo seguinte, serão exibidas
apresentação e discussão dos resultados conquistados e com os resultados obtidos
chegar-se-á ao capítulo final que é o de conclusões e sugestões.
6

1.1. DELIMITAÇÃO

O presente trabalho será realizado na província de Manica, distrito de Machaze, localidade de


Chipudje, bairro Mussocossa, no período de Novembro de 2021 á Março de 2022.

1.2. ENQUADRAMENTO

O tema em epígrafe faz parte do programa do ensino de Matemática em todas as classes do


ensino primário e na oitava (8ª) classe. Não só, mas também encaixa-se nas cadeiras de
Geometria Euclidiana, de Matemática na História e Etnomatemática e de Estudos
Contemporâneos de Educação Matemática, leccionadas na Universidade Púnguè. No Ensino
Secundário Geral, os conceitos de circunferência e círculo evocados neste trabalho sobre a
construção de palhotas são bem detalhados na 5ª Unidade Temática “Circunferência e
Círculo: Seus Elementos” na 8ª classe, razão pela qual serão relacionados os conteúdos desta
unidade e classe com a construção de palhotas.

1.3. DESCRIÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO

O distrito de Machaze situa-se no Sul da província de Manica, a 325km da capital


provincial Chimoio, estando separado das províncias de Gaza (Massangena) e de
Inhambane (Mabote), a Sul, pelo rio Save. Tem como limites:

 Norte - distrito de Chibabava, da província de Sofala;


 Oeste - República do Zimbabwe e distrito de Mossurize e;
 Este - distrito de Machanga, da província de Sofala.

A cultura local é predominantemente Bantu, falando a língua Ndau (Danda) e o tipo de


habitação modal no distrito é a palhota, com pavimento de terra batida, tecto de capim
ou colmo e paredes de caniço ou paus. Desse modo, as famílias vivem em palhotas.

1.4. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

Existem diferentes características presentes na humanidade, como por exemplo: diferentes


modos de pensar, de raciocinar e de trabalhar com quantidades e medidas. Estas
características determinam um modo diferenciado de entender o que se chama de Matemática.
Entretanto, se não entendermos que tais características representam a Matemática, então os
conhecimentos não académicos serão considerados incorrectos e por isso, menos valorizados,
7

pois não saberemos a sua aplicação no âmbito científico. Para evitar esta discrepância, tornou-
se foco deste estudo os saberes que um grupo étnico possui, analisando a Matemática própria
e espontânea desse grupo, motivada pelos seus ambientes naturais, sociais e culturais. Neste
caso, a escolha deste tema parte das motivações pessoais, de afinidade e interesse pelo
assunto, no que tange ao conhecimento de alguma prática cultural que o autor possui como
nativo e residente do distrito de Machaze. Em alguns manuais, como por exemplo, o de
Zavala e Issufo (2004) são apresentados os elementos da circunferência e a sua construção,
porém não é mostrado o exemplo de um conhecimento tradicional relacionado aos elementos
e a construção da circunferência. Sendo assim, para que esse conhecimento tradicional, em
especial, a construção de palhotas circulares, possa ser transmitido para a geração vindoura,
importa integra-lo nos saberes escolares, valorizando a cultura local e desenvolvendo os
estudos em torno da matemática. Para além disso, os recursos físicos, materiais e saberes
existentes naquele distrito podem contribuir para o avanço dos estudos em torno da Educação
Matemática, no que diz respeito ao estudo da circunferência e círculo. Portanto, importa
aproveitar, neste momento, esses recursos, materiais e saberes disponíveis naquele local.

1.5. PROBLEMATIZAÇÃO

Partindo da consideração dos saberes locais das comunidades onde a escola se situa podem
ser formados cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, da vida da sua
família, da comunidade e do país. Na verdade, é possível acreditar que se algumas
características do conhecimento prévio tradicional do aluno se assemelham às do
conhecimento transmitido na escola, então esse conhecimento prévio tradicional pode facilitar
a compreensão do conhecimento moderno escolar.

Basílio (2006) advoga que incluir o currículo local nos programas de ensino ajuda a reduzir a
distância entre a cultura da escola moderna e a cultura tradicional. É notável que muitos
saberes locais podem contribuir no ensino da matemática. O distrito de Machaze é uma das
zonas rurais onde a maior parte da população vive na base dos saberes locais, como é o caso
da construção de palhotas. Contudo, este saber local não é levado a cabo pelos educadores,
fazendo com que o aluno, quando inserido na cultura da escola moderna, se distancie da sua
cultura tradicional. Perante este cenário, coloca-se como questão norteadora da pesquisa, a
seguinte: [O estudo é exploratório. Todavia parece-me que faltam alguns exemplos concretos
8

do que já identificou como relação entre passos da construção de palhota e estudo de


circunferência e circulo que poderá merecer um estudo aprofundado nesta monografia]

Qual é a relação existente entre a construção de palhotas no distrito de Machaze e o estudo


da circunferência e círculo?
Na sua sondagem você já sabe que existe relação. Agora mais do que relação acredito que a
preocupação deve ser de aproveitamento das revelações/ideias na construção de bases de
palhotas no estudo da circunferência e do circulo.. Por exemplo no seu email escreveste:

1. A ideia central é : adquirir informações referentes a construção de palhotas circulares (aqui o


interesse não está em toda palhota, mas sim na sua base circular) e com essa informação, fazer
uma relação (correspondência com a construção da circunferência, círculo e seus elementos -
conteúdo tratado na 5@ Unidade, da 8@ classe). Por exemplo numa palhota circular o que
pode corresponder ao "arco" da circunferência?. É apenas essa relação que se precisa conhecer,
de modo a que se possa decidir se esta correspondência pode ajudar na aprendizagem ou não;

2. Não se precisa fazer um experimento, isto é, não ir transmitir esse conhecimento em sala de
aulas;

3. A observação não pára por aqui, mas também vai poder decorrer durante a entrevista, por
exemplo: pode se pedir saber como se constrói a palhota a um construtor que estiver
construindo, e neste caso, o autor fará também a observação daquilo que o construtor estiver
fazendo. 

4. A reflexão sobre as perguntas da entrevista está na página 20, onde se fala da entrevista. 

Olhando para “1.(…)” reitero que pode ser interessante comparar, por exemplo, como os
construtores fazem o arco? Como o arco se constrói na escola? E de que maneira na escola
se pode ensinar circunferência usando e valorizando as bases de construção da base duma
palhota. Sem duvidas que pela sua organização devera ter ligação com a sua ideia em “3.
(…)”
1.6. HIPÓTESES

Lakatos e Marconi (2003, p. 126) aludem que “a hipótese é uma suposta, provável e
provisória resposta a um problema, cuja adequação será verificada através da
pesquisa”.

Portanto, são apresentadas as seguintes hipóteses:


 Existe uma correspondência entre as ferramentas ou instrumentos usados na
marcação da base de uma palhota e os usados na construção de uma
circunferência;
9

 Alguns materiais usados na construção de palhotas podem ser idênticos aos


elementos da circunferência;
 Os procedimentos usados na construção de palhotas circulares podem ser
aproveitados para facilitar a compreensão de construção de uma circunferência.

1.7. OBJECTIVOS

Aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma acção “consiste numa descrição
clara dos resultados que desejamos alcançar com a nossa actividade”. (PILETTI, 1991, p.
26).

1.7.1. OBJECTIVO GERAL:

Relacionar a construção de palhotas circulares e o estudo da circunferência e círculo.

1.7.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:


 Identificar os materiais usados na construção de palhotas circulares;
 Descrever o processo de construção de palhotas com destaque para aspectos
matemáticos, casos de circunferência e círculo;
 Parece faltar um objectivo que relacione o processo de construção de palhotas e
procedimentos de abordagem escolar de circunferência e circulo

O que aconteceu para abandonar:


10

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. TEORIAS DE BASE

Para o atendimento dos objetivos específicos, análise e interpretação dos dados da


realidade por estudar, são apresentadas a seguir algumas teorias básicas.

2.1. ALGUMAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM

É também importante antes porém, falar de teorias que influenciam a aprendizagem no


aluno. Desse modo, são consideradas as seguintes teorias: Behaviorismo e
Construtivismo.

[se diz que estas teorias influenciam a aprendizagem no aluno, no final da sua abordagem
precisa apresentar alguma reflexao tua sobre como poderá usa-las aproveitando “os saberes
locais”]

2.1.1. BEHAVIORISMO
11

Segundo Bock (1999), o Behaviorismo dedicou-se ao estudo do comportamento na


relação que este mantém com o meio onde ocorre.

Alguns teóricos que se destacaram no Behaviorismo foram: Ivan P. Pavlov, Edward


Thorndike, Marshall Hall, Pierre Flourens, John B. Watson e B. F. Skinner.

De acordo com esta teoria, os indivíduos podiam ser compreendidos, tomando como
ponto de partida que o comportamento não é casual nem arbitrário, mas é um contínuo
que pode ser descrito considerando o ambiente no qual o individuo está inserido.
Portanto, o ambiente onde o indivíduo se encontra exerce influência no comportamento
desse indivíduo, podendo assim influenciar a aprendizagem.

Desse modo, o papel da educação é transmitir da melhor forma a cultura de uma


geração a outra, cabendo a escola moldar a criança conforme os conhecimentos, valores
e práticas sociais da cultura a qual pertence.

2.1.2. TEORIA COGNITIVISTA: O CONSTRUTIVISMO

A teoria cognitivista enfatiza o sistema de conhecimento, a partir do qual o sujeito


concede interpretações à realidade em que se encontra. (OSTERMANN;
CAVALCANTI, 2011).

Nessa corrente, destacam-se autores como Piaget, Brunner, Ausubel, Novak


(construtivistas), Kelly e Rogers. O construtivismo considera que a criança passa por
estágios para adquirir e construir o conhecimento. (PIAGET, 1975). Na corrente
denominada construtivismo, esta pesquisa está voltada para a teoria da aprendizagem
significativa de David Ausubel.

2.1.2.1. A TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL

De acordo com Ausubel (1968 apud Moreira e Masini, 1982, p.7), a aprendizagem
significativa “é um processo através do qual uma nova informação se relaciona de
maneira não arbitrária e substantiva a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do
indivíduo”.

Portanto, a aprendizagem só será significativa se existir uma interacção entre a nova


informação e aquela já armazenada na estrutura cognitiva do indivíduo. Desse modo, é
importante, no processo de ensino e aprendizagem, considerar o conhecimento prévio do
12

aluno de tal maneira que haja relação entre tal conhecimento e o conteúdo a ser
transmitido na sala de aulas.

O pensamento mais relevante da teoria de Ausubel e suas implicações para o ensino e a


aprendizagem podem ser sintetizados na seguinte oração:

Se tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um só princípio, diria o seguinte: o


factor isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já
sabe. (MOREIRA e OSTERMANN, 1999, p. 45).

Portanto, o conhecimento que o aluno possui (seja de motivação das suas práticas
quotidianas associadas ao seu ambiente sociocultural, seja de conteúdos anteriormente
transmitidos pelo professor) é de grande importância na introdução de um novo
conteúdo.

2.2. SABER ESCOLAR versus SABER LOCAL

Saber escolar é o saber criado pela escola mediante os processos de intervenção


didáctica que torna ensináveis e assimiláveis os saberes científicos. (VENQUIARUTO;
DALLAGO; DEL PINO, 2014).
Esses autores sublinham a responsabilidade que a escola, como instituição pública e
lugar em que são transmitidos os conhecimentos científicos, possui na formação de uma
geração ciente.

Os três autores acima mencionados aduzem que “o saber tradicional/local ou saber


popular consiste no conhecimento produzido pelo indivíduo em sua prática quotidiana
dentro de um grupo social, cultural e económico que garanta sua vivência e
sobrevivência”. (VENQUIARUTO; DALLAGO; DEL PINO, 2014).

É importante sempre, em sala de aulas, considerar o conhecimento prévio que o aluno


possui, conhecimento oriundo da prática quotidiana do aluno dentro de um grupo social,
cultural e económico que garanta sua vivência e sobrevivência, pois, baseando-se nesse
conhecimento o aluno é capaz de compreender melhor o conteúdo a ser transmitido em
sala de aulas, aliás, o Professor Paulo Freire secunda essa ideia ao apresentar o seguinte
interrogatório:
13

Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva
associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em
que a violência é a constante e a convivência das pessoas é muito maior
com a morte do que com a vida? Por que não estabelecer uma necessária
intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a
experiência social que eles têm como indivíduos? (FREIRE, 1996, p.15).

Portanto, neste contexto, o autor apoia a presença do saber local na produção do saber
escolar. Nesse sentido, ele defende que “ensinar exige respeito aos saberes dos
educandos” (IBID., 1996, p.15). Logo, o professor que faz isso pode ser considerado de
um invocado para educar.

A matemática é um componente cultural muito importante, solicitado no


desenvolvimento da inteligência humana. Por outro lado, se pretendemos, por esta
componente, conduzir uma criança à abstrair conceitos, isto terá que ser feito numa
pedagogia adequada para essa finalidade. Acredito que a mais adequada é partindo do
saber-fazer do aluno, chegar com ele na construção do conceito abstrato.

In

(…)
Lyotard (1989 apud Basílio, 2006, p.36-37) alega que
“o saber científico não é só um conjunto de enunciados, mas é também o
saber voltado para a vida quotidiana. A escola tem obrigação de ensinar
esse saber. O saber científico não pode saber e fazer saber que ele é o
verdadeiro saber sem recorrer a outro saber, narrativa, que é para ele o
não saber, em cuja ausência ele é obrigado a pressupor-se a si mesmo,
caindo assim no que condena, a repetição do próprio, o preconceito.”
14

Desse modo, a abordagem que o autor acima traz é de que o saber científico, para além
de ser constituído por um conjunto de enunciados, depende também da vida quotidiana,
ou seja, o saber só se considera saber científico recorrendo ao saber local.
Portanto, o professor, na qualidade de educador e artista deve estar munido de saberes
locais.

2.3. CULTURA

No entender de Tylor (1817 apud Laraia, 2006, p.25) "tomado em seu amplo sentido
etnográfico [cultura] é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte,
moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem
como membro de uma sociedade".
Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um grupo sendo a soma de
padrões dos comportamentos humanos e que envolve: conhecimentos, experiências,
atitudes, valores, crenças, religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de
tempo, conceitos de universo. Ela é repassada através da comunicação ou imitação às
gerações seguintes.

2.4. ETNOMATEMÁTICA

A Etnomatemática é a “arte ou técnica (techné = tica) de explicar, de entender, de se


desempenhar na realidade (matema), dentro de um contexto cultural próprio (etno) ”.
(D’AMBRÓSIO, 1991, p.9).

Para conceituar a Etnomatemática, D’Ambrósio usou a etimologia dessa palavra. Desse


modo, a Etnomatemática compreende o estudo comparativo de técnicas, modos, artes e
modelos de explicação e compreensão, assim como o modo de aprendizagem decorrente
da realidade, que é expressa em diferentes contextos culturais e naturais.

D´Ambrósio (1985) e Gerdes (1989) corroboram a mesma ideia ao afirmarem que a


Etnomatemática é um subconjunto da Educação, que contém a Matemática como
subconjunto.
15

Figura 1: Concepção de D´Ambrósio e de Gerdes.

Fonte: Elaborada pelo pesquisador (2021), baseada na ideia de D´Ambrósio e Gerdes.

Portanto, é função da escola usar Etnomatemática como base para transmitir o


conhecimento matemático, pois, todos os povos em diferentes culturas sejam eles tribos
indígenas ou comunidades rurais possuem formas de lidar com o conhecimento
matemático que lhes são próprios.

2.5. PALHOTA

Soares (2009) definiu palhotas ou casas tradicionais como as que têm as seguintes
características: Paredes feitas com caniço, varas, madeira ou tiras de bambu, cobertas
de lama ou cobertas com grama ou palha, e telhados de colmo com grama, juncos ou
palha.
Ainda Salema et al. (1992) definem palhota como casa ou habitação de negros em África.
Na sua definição, salientam o facto de esta servir para os homens do campo se
protegerem da chuva durante suas actividades diárias. Contudo, é possível
consideramos pejorativa a forma como o autor faz a definição do termo e de certa forma
com traços racistas. Discordamos do facto de a palhota servir apenas aos negros pois, é
provável que também os turistas, que no caso de Moçambique são maioritariamente
estrangeiros, de diferentes raças, tenham preferência em alojarem-se em palhotas.

Tanto Soares (2009) como Salema et al. (1992) têm algo em comum nas características
que atribuem às casas tradicionais e palhotas, respectivamente: o facto de serem feitas
com material não convencional e terem cobertura de palha ou colmo, mesmas
características que atribuem-se às palhotas tratadas neste trabalho.
16

Para além dos autores acima, um docente da Universidade Pedagógica, Eduardo Generoso
Tiago Macie, fez um estudo didáctico – exploratório da matemática envolvida na construção
de palhotas em Xai-Xai. No seu estudo, ele notou que “a demarcação da palhota envolve os
traçados de circunferência e de polígono, que servem de base para a construção da
palhota de formato circular e rectangular, respectivamente” [No seu texto deve ficar claro
o que é citação ou seu parafraseado!!!!]. Ainda notou que o procedimento da demarcação da
palhota circular remete ao conceito matemático de circunferência, que é a trajectória descrita
pelo pauzinho e ao conceito de círculo, que constitui a circunferência e todo o seu interior. O
procedimento da demarcação da palhota rectangular remete ao conceito matemático de um
rectângulo.
‘As palhotas com o formato circular têm entre 15 e 30m2 de área, o suficiente para albergar
uma cama casal e pequenos espaços de serviço’. (MACIE, 2015, p. 188).

No seu estudo, Macie identificou os seguintes materiais usados para a construção de palhotas
e suas utilidades (Os nomes dos materiais vem em língua local e traduzidos em língua
portuguesa):

 Svitini – blocos: são usados (ultimamente, como uma inovação devido à erosão que
assola o Distrito) nas fundações como forma de garantir a segurança da palhota;
 Tinhonga ou laca-lacas – paus: fazem o tecto e unem as estacas como as vigas de uma
construção convencional;
 Timhandzi – estacas: têm a utilidade de suportar toda a estrutura da palhota, como
pilares;
 Majhiru – barrotes: tal como os paus, são usados para fazer a estrutura do tecto da
palhota;
 Tiwayela – arames: constituem elo na fixação e no suporte dos paus e barrotes junto
das estacas, podendo, também, usarem-se os pregos para a mesma função;
 Nhlanga – caniço: serve de parede à palhota, podendo também servir na cobertura;
 Magwanyi – capim: serve para fazer a cobertura.

2.6. CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO

Para Pesco e Arnaut (2010, p.73), “circunferência é o conjunto de todos os pontos de um


plano cuja distância a um ponto fixo desse plano é uma constante positiva”.
17

“Círculo é a reunião de uma circunferência com o seu interior.” (IBID., 2010, p.73).

Consideremos as duas figuras seguintes, em que uma figura representa uma


circunferência γ de centro em O e raio de medida R e a outra figura representa um
círculo γ de centro em O e raio de medida R .

Figura 2: Circunferência (a esquerda) e círculo (a direita).

Fonte: Pesco e Arnaut (2010).

Na circunferência acima temos: γ= { P ∈ γ :OP=R } e no círculo acima temos:


γ= { P ∈ γ : OP ≤ R }.

2.6.1. ELEMENTOS DA CIRCUNFERÊNCIA OU CÍRCULO

Zavala e Issufo (2004) apontam os seguintes elementos da circunferência:

 Raio – segmento de recta cujas extremidades são o centro da circunferência e um


ponto qualquer da circunferência.
 Corda – segmento de recta que une dois pontos da circunferência.
 Diâmetro – corda que passa pelo centro da circunferência. É o dobro do raio.
 Arco – uma parte da circunferência delimitada por dois pontos pertencentes a
ela.

Figura 3: Círculo e seus elementos.


18

Fonte: Pesco e Arnaut (2010).

No círculo acima temos:

 AO – é o raio.
 AB – é o diâmetro (corda maior).
 CD – é a corda.
^ D– é o arco.
 CM

2.6.2. CONSTRUÇÃO DE UMA CIRCUNFERÊNCIA

Zavala e Issufo (2004) mencionam três passos de construção de uma circunferência de


forma rigorosa, usando o compasso, lápis e régua:

1º – Marca-se o centro da circunferência.

2º – Escolhe-se um raio e abre-se o compasso na régua de distância correspondente ao


raio da circunferência.

3º – Finalmente, coloca-se a ponta seca do compasso no centro e traça-se a


circunferência, de acordo com o seu raio.
19

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

“A Metodologia é a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados


para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e
utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.” (PRODANOV e FREITAS 2013, p. 14)

A metodologia a ser utilizada na elaboração do presente trabalho, constará,


essencialmente, da revisão bibliográfica de trabalhos realizados por alguns estudiosos da
matemática e, dentre eles, farão parte alguns autores moçambicanos. Esses estudos
constam dos livros e artigos.

3.1. TIPOS DE PESQUISA

Relativamente ao tipo de pesquisa, há várias formas de classificar e caracterizar as


pesquisas, como podemos ver:

3.1.1. DO PONTO DE VISTA DA SUA NATUREZA

Sob o ponto de vista da sua natureza, a pesquisa pode ser: Básica ou aplicada. Para este
estudo é realizada uma pesquisa aplicada, que “objectiva gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e
interesses locais”. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.51).
20

3.1.2. DO PONTO DE VISTA DE SEUS OBJECTIVOS

Quanto aos objetivos, uma pesquisa pode ser: descritiva, exploratória ou explicativa.
Neste trabalho é efectuada uma pesquisa exploratória, a qual Gil (2008) considera como
aquela que inclui o levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas experientes no
problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de
caso.

3.1.3. DO PONTO DE VISTA DOS MEIOS OU PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

Quanto à maneira pela qual são adquiridos os dados essenciais para a elaboração da
pesquisa, a pesquisa pode ser: bibliográfica, documental, experimental, ex-post-facto, o
levantamento, o estudo de caso, a pesquisa-ação e a pesquisa participante. Como forma
de obter os dados nesta pesquisa, são usados a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso.

De acordo com os destaques de Lakatos e Marconi (2003, p.183),

a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada


pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, até meios de
comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão.
Sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito,
dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates
que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

“O estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado


indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos
variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa”. (PRODANOV; FREITAS,
2013, p.60).

3.1.4. DO PONTO DE VISTA DA FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA

Tendo em conta a abordagem do problema, uma pesquisa pode ser qualitativa ou


quantitativa. Conforme supracitado nas passagens anteriores, pretende-se relacionar o
processo de construção de palhotas e o estudo da circunferência e círculo. Portanto,
trata-se de pesquisa qualitativa, que “não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
O ambiente natural é a fonte directa para coleta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave”. (IBID., 2013, p.70)

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA


21

Para permitir conhecer a entidade que fará parte deste estudo será necessário delimitar
a população e a amostra.

3.2.1. DELIMITAÇÃO DA POPULAÇÃO

Lakatos e Marconi (2003, p.223) advogam que “universo ou população é o conjunto de


seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em
comum”. As mesmas autoras acrescentam que “a delimitação do universo consiste em
explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos […] serão pesquisados, enumerando suas
características comuns.” (IBID., 2003, p. 223).

O pesquisador trabalhará com um conjunto de artesãos locais de construção de


palhotas, que pela sondagem são 36 construtores de palhotas. [pode descrever como foi a
sondagem?]

3.2.2. AMOSTRA DO ESTUDO

De acordo com Lakatos e Marconi (2003) a amostra do estudo, é uma parte da


população ou do universo escolhida aleatoriamente ou não, de modo a representar o
universo no estudo.

Como a amostra depende da população dos 36 construtores locais, então o pesquisador


trabalhará com 8 artesãos locais – construtores de palhotas, número este obtido através da
sondagem [numero refere-se a 8? Como foi obtido este numero da sondagem? Porque a
escolha de 8 e não 10 ou 5?]. Os oito (8) construtores de palhotas serão extraídos da
população alvo para representarem a amostra do estudo, identificados com base na ajuda da
liderança local (secretário do bairro). Para a sua escolha, será usada uma amostragem
probabilística, onde a amostra será aleatória simples e os artesãos serão escolhidos por meio
de um sorteio.

3.3. TÉCNICAS DE RECOLHA DE DADOS

Lakatos e Marconi (2003) chamam de técnicas ao agrupamento de princípios ou


procedimentos de que se serve uma ciência, […] é a parte prática de colecta de dados.

Para a colecta de dados, o pesquisador usará uma observação directa e uma entrevista
estruturada, na forma de um formulário.

3.3.1. OBSERVAÇÃO DIRECTA


22

A observação é uma técnica de recolha de dados para aquisição de informações, usando


os sentidos na aquisição de determinados aspectos da realidade. (LAKATOS;
MARCONI, 2003).
O autor utilizará uma observação sistemática ou estruturada, participante, individual e
realizada na vida real (trabalho de campo). Portanto, o autor nem só verá e ouvirá, mas
também examinará factos ou fenômenos que deseja estudar, neste caso precisará de
descrever, observando os passos de construção de palhotas circulares e fazer ilustrações
do que corresponde a circunferência e círculo e como nas palhotas são construídas estas
figuras, os materiais e instrumentos usados nesse processo, aspectos estes presentes no
roteiro da observação patente no APÊNDICE – B.

3.3.2. ENTREVISTA

Entende-se por entrevista ao “encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas
obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de
natureza profissional”. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.195).

A entrevista padronizada ou estruturada

é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente


estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela
se realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuada de
preferência com pessoas seleccionadas de acordo com um plano. (IBID.,
2003, p.197).

Neste contexto, serão submetidos a entrevista os artesãos locais pertencentes à amostra e


identificados como colaboradores, de tal maneira que se obtenha informações referentes
ao processo de construção de palhotas circulares.

Em relação ao modelo da entrevista, está no APÊNDICE – A um guião composto por quatro


(4) questões, onde a primeira questão terá como interesse, procurar saber sobre a forma da
base de uma palhota, isto é, interessa saber o que os construtores dizem sobre as formas das
bases para relacionar com os nomes escolares usados; a segunda permitirá conhecer os nomes
locais dos materiais usados na construção de palhotas (particularmente os da base da palhota)
para relacionar com os nomes usados nas escolas; a terceira possibilitará apontar as
ferramentas ou instrumentos utilizados para marcar a base da palhota circular, permitindo
assim uma reflexão comparativa sobre o rigor com os instrumentos convencionais caso não
23

usem estes e a quarta permitirá descrever o processo de construção de uma palhota circular,
ou seja, como constroem a palhota circular. É de referir que a entrevista sera acompanhada
pela observação, se possível.

3.3.2.1. FORMULÁRIO

Selltiz (1965 apud Lakatos e Marconi, 2003) afirma que o formulário é o conjunto de
perguntas feitas e registadas por um entrevistador ou pesquisador numa situação face a
face com outra pessoa – o entrevistado.

Assim sendo, o formulário é caracterizado pelo contacto face a face entre o pesquisador
(entrevistador) e o informante (entrevistado) e pelo roteiro de perguntas que, durante a
entrevista, o entrevistador preenche.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Basílio, G. Os saberes Locais e o Novo Currículo do Ensino Básico. São Paulo,
2006. p. 36 - 37.
2. BOCK, Ana; FURTADO, Odair e TEIXEIRA, Maria. Psicologia: Uma
Introdução ao Estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1992. p. 38-47.
3. D’AMBROSIO, Ubiratan. Matemática. Ensino e Educação: Uma Proposta
Global. Temas & Debates: SBEM, São Paulo, ano IV. n.3, 1991. P. 1-15.
4. ------. Ethnomatematics and its place in the History of Pedagogy of Mathematics - For
the Learning of Mahthematics, 1985.
5. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática
Educativa. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 15.
6. Gerdes, P. Sobre o Conceito de Etnomatemática: Estudos em Etnomatemática. ISP
(Maputo): KMU, 1989.
24

7. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
8. LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. Fundamento de Metodologia Científica. 5ª
ed. São Paulo: Atlas. 2003. p. 126 – 223.
9. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um Conceito Antropológico. 19ª ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2006. p. 25.
10. MACIE, Eduardo Generoso Tiago. Estudo Didáctico – Exploratório da
Matemática Envolvida na Construção de Palhotas em Xai-Xai. Gaza, 2015.
11. MOREIRA, Marco António; MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem
Significativa: A Teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. p. 7. [o que
significa “p. 7”? – a obra tem 7 paginas!!!!!
12. MOREIRA, M. A.; OSTERMANN, F. Teorias construtivistas. Porto Alegre:
UFRGS, 1999. P. 45.
13. OSTERMANN, Fernanda; CAVALCANTI, Cláudio José de Holanda. Teorias de
Aprendizagem. Porto Alegre: Evangraf, UFRGS, 2011.
14. PESCO, Dirce Uesu; ARNAUT, Roberto Geraldo Tavares. Geometria Básica. v.1.
2.ed. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. p. 73.
15. PIAGET, Jean. A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar,
1975.
16. PILETTI, C. Didáctica Geral. 23ª ed. Belém: Afiliada, 1991, p. 26.
17. PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico:
Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2ª ed. Novo Hamburgo:
Feevale, 2013. p. 14-70.
18. SALEMA, Álvaro, et al. Dicionário Enciclopédico Alfa. Lisboa: Alfa Publicações,
1992.
19. SOARES, Daniel Bernardo: The Incorporation of the Geometry Involved in the
Traditional House Building in Mathematics Education in Mozambique: The Cases of
Zambézia and Sofala Provinces. Maputo, 2009.
20. VENQUIARUTO, L. D; DALLAGO, R. M; DEL PINO, J. C. Saberes Populares
Fazendo-se Saberes Escolares: Um Estudo Envolvendo o Pão, o Vinho e a Cachaça.
Curitiba: Appris, 2014.
21. ZAVALA, Cardoso Armando Mahachane; ISSUFO, Dáuto Sulemane. A
Maravilha dos Números: Matemática – 7ª Classe. 1ª ed. Maputo: Texto Editores,
2004.
25

Na versão anterior fiz bastantes comentarios sobre os apendices. Precisa ter clareza sobre
como ira sistematizar os resultados e se com os dados contribui para alcançar os objectivos
específicos e produzir argumentos para sustentar as hipóteses

AVANTE!

APÊNDICE A – Guião de entrevista dirigido aos construtores de palhotas do bairro


Mussocossa – Chipudje

UNIVERSIDADE PÚNGUÈ – MANICA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE MATEMÁTICA COM


HABILITAÇÕES EM ESTATÍSTICA

Guião de entrevista dirigido aos construtores de palhotas do bairro Mussocossa –


Chipudje
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Caro senhor construtor de palhotas do bairro Mussocossa - Chipudje:

O Presente guião faz parte de um trabalho de conclusão do curso de Licenciatura em


Ensino de Matemática, contendo quatro (4) questões de natureza aberta e de interesse
local. O Senhor não será identificado.

Essa pesquisa tem como objetivo adquirir conhecimento sobre a construção de palhotas
circulares, procurando relacionar tal conhecimento com o estudo da circunferência e
círculo, ensinados nas escolas, nas aulas de Matemática, visando a formação de uma
geração ciente. Pede-se a sua colaboração e disponibilidade nas respostas face às
questões que serão de grande valor para o estudo.

Leia com atenção e responda com clareza e sinceridade às questões que se seguem.

1. De que forma é a base das palhotas que constrói?

2. Quais são os materiais usados na construção de palhotas circulares?


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3. Que instrumentos se usam para a marcação da base de uma palhota circular?

4. Quais são os passos da construção de uma palhota circular?


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APÊNDICE B – Roteiro dos aspectos a observar nas palhotas do bairro Mussocossa –


Chipudje

O Presente guião é composto por aspectos da observação que será feita no distrito de
Machaze, localidade de Chipudje, bairro Mussocossa. Durante a observação, far-se-á uma
identificação por meio de um X nos aspectos observados. Importa referir que a observação
será também realizada durante a entrevista, dando assim a sua continuidade. Em outras
palavras, a entrevista será acompanhada pela observação. A seguir são apresentados aspectos
observados e por observar durante a entrevista.

Aspectos observados nas casas já construídas e em construção

1. O tipo de casas construídas na zona e as formas das suas bases:

a) Alvenarias ( X ) b) Palhotas de base circular ( X ) c) Palhotas de base rectangular ( X )

2. As partes da palhota correspondentes a circunferência e círculo:

a) Base ( X ) b) Parte intermediária ( ) c) Telhado ( )

3. Os materiais usados na construção de palhotas circulares e a utilidade de cada material:

 Paus: fazem o tecto e unem as estacas como as vigas de uma construção convencional;
 Estacas: suportam toda a estrutura da palhota, como pilares;
 Barrotes: utilizados para fazer a estrutura do tecto da palhota;
 Cordas: constituem elo na fixação e no suporte dos paus e barrotes junto das estacas,
podendo, também, usarem-se os pregos para a mesma função;
 Capim: serve para fazer a cobertura.

4. Os passos da construção da palhota circular: aspecto ainda por observar nas casas em
construção (se possível, durante a entrevista);

5. A maneira pela qual são construídas, na palhota, a circunferência e o círculo: aspecto ainda
por observar nas casas em construção (se possível, durante a entrevista).

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