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1 - INTRODUÇÃO

Constelação Familiar é um método psicoterapêutico recente, com


abordagem sistêmica não empirista, ou subjetiva, desenvolvido pelo
psicoterapeuta alemão Bert Hellinger.
Bert Hellinger desenvolveu seu método, a partir de observações
empíricas, como missionário católico na África do Sul. Estudou, a partir de
então, psicanálise e diversas formas de psicoterapia familiar, os padrões
de comportamento que se repetem nas famílias e grupos familiares ao
longo de gerações.
Hellinger se deparou com um fenômeno descortinado pela
psicoterapeuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando esta
trabalhava com o seu método das “esculturas familiares”: que uma
pessoa estranha, convocada a representar um membro da família, passa
a se sentir exatamente como a pessoa a qual representa, às vezes
reproduzindo, de forma exata, sintomas físicos da pessoa a qual
representa, mesmo sem saber nada a respeito dela.
Esse fenômeno, ainda muito pouco compreendido e explicado, já
havia sido descrito anteriormente por Levy Moreno, criador
do psicodrama. Algumas hipóteses têm sido levantadas também
utilizando-se da teoria de evolução dos "campos morfogenéticos",
formulada pelo biólogo britânico Rupert Sheldrake e apoiando-se em
conceitos da Física Quântica como, por exemplo, a não localidade.
De posse de detalhadas observações sobre tal fenômeno, Hellinger
adquiriu experiência e, baseado ainda na técnica descrita por Eric Berne e
aprimorada por sua seguidora Fanita English de “análise de histórias”,
descobriu que muitos problemas, dificuldades e mesmo doenças de seus
clientes estavam ligados a destinos de membros anteriores de seu grupo
familiar.

2- AS DESCOBERTAS FUNDAMENTAIS

Hellinger descobriu alguns pontos esclarecedores sobre a dinâmica


da sensação de “consciência leve” e “consciência pesada”, e propôs uma
“consciência de clã” (por ele também chamada de “alma”-- no sentido de algo
que dá movimento, que “anima”), que se norteia por “ordens” arcaicas simples,
que ele denominou de “ordens do amor”, e demonstrou a forma como essa
consciência nos enreda inconscientemente na repetição do destino de outros
membros do grupo familiar. Essas ordens do amor referem-se a três princípios
norteadores:

 1 - a necessidade de pertencer ao grupo ou clã.


 2 - a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos
relacionamentos.
 3 - a necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã.

As ordens do amor são forças dinâmicas e articuladas que atuam


em nossas famílias ou relacionamentos íntimos. Percebemos a desordem
dessas forças sob a forma de sofrimento e doença. Em contrapartida,
percebemos seu fluxo harmonioso como uma sensação de estar bem no
mundo.

Ao vir ao mundo no seio de uma família, não herdamos somente


um patrimônio genético, mas também sistemas de crença e esquemas de
comportamento. Nossa família é um campo de energia no interior do qual nós
evoluímos. Cada um, desde seu nascimento, ocupa um lugar único.

Nós somos mantidos em nosso campo familiar pessoal e individual


num nível determinado, que entrava ou faz crescer a nossa disposição para ser
feliz, escolher livremente, ter êxito naquilo que empreendemos, para fazer
durar os relacionamentos agradáveis, a saúde, o bem-estar e também as
doenças. Acontece que experimentamos o sentimento de termos sido mantidos
nos esquemas problemáticos desde tempos imemoriais.
 
As constelações familiares nos dão a oportunidade de
compreender os esquemas em seu nível mais profundo. Elas permitem que
nos libertemos, ao mesmo tempo que encontramos a paz e a felicidade.
A natureza do nosso campo de energia familiar é determinada pela história da
nossa família, principalmente sua religião e suas crenças. Nosso país de
origem, a religião em meio à qual nascemos, também desempenham um papel.
Essa natureza é moldada por acontecimentos marcantes, como a história dos
relacionamentos  dos  pais e dos avós, morte de uma criança muito nova,
aborto, parto prematuro, adoção, suicídio, guerra, exílio forçado, troca de
religião, incesto, antepassado agressor ou vítima, traição, ou  mesmo a
confiança.

As ações generosas e altruístas de nossos pais e de nossos


antepassados são saudáveis para nós, enquanto suas más ações modificam o
campo energético familiar, obrigando as gerações posteriores a pagar o preço.

Entre as más ações estão: adquirir bens de forma duvidosa,


trapacear ou roubar, pertencer a  uma corporação cuja função envolve matar
(como o exército, por exemplo), as diferentes formas de violência, a internação
psiquiátrica ou a prisão de membros da família, os acidentes que terminam em
morte, renegar sua religião ou seu país.
O comportamento dos nossos antepassados em relação às mulheres ou aos
homens afeta  nossa aptidão  para  criar bons relacionamentos. A ausência de
respeito e da gratidão a que nossos antepassados têm direito também altera o
campo de energia. O provérbio bíblico “até a terceira e quarta geração”
confirma-se nas constelações familiares. Pode até ser que a influência decorra
daí.
Imersos  no  campo  energético  familiar,  ignoramos  sua  influência  que
permanece  fora  da  nossa consciência. Estamos presos a comportamentos e
atitudes que nos derrotam e incitem a cometer atos que não compreendemos e
dos quais acabamos por nos arrepender.
As constelações familiares nos ensinam que a nossa família é a nossa sina.
Entretanto, não estamos irremediavelmente  presos  a  essa  sina  e
podemos  alcançar  a  cura.  Ao  compreender  os  mecanismos desse
processo,  ficamos  na  posse  do  poder  de  controlar o  nosso
comportamento  a  fim  de  evitar sofrimento para as gerações futuras.
 

3- O PROCEDIMENTO

A “constelação familiar” consiste em um método no qual um cliente


apresenta um tema de trabalho e, em seguida, o terapeuta solicita informações
factuais sobre a vida de membros de sua família, como mortes
precoces, suicídios, assassinatos, doenças graves, casamentos anteriores,
número de filhos ou irmãos.
Com base nessas informações, solicita-se ao cliente que escolha
entre outros membros do grupo, de preferência estranhos a sua história, alguns
para representar membros do grupo familiar ou ele mesmo. Esses
representantes são dispostos no espaço de trabalho de forma a representar
como o cliente sente que se apresentam as relações entre tais membros. Em
seguida, guiado pelas reações desses representantes, pelo conhecimento das
"ordens do amor" e pela sua conexão com o sistema familiar do cliente, o
terapeuta conduz, quando possível, os representantes até uma imagem de
solução onde todos os representantes tenham um lugar e se sintam bem
dentro do sistema familiar.
Nos anos de 2003 a 2005, Hellinger apurou sua forma de trabalho
para um desenvolvimento ainda mais abrangente, que ele denominou de
"movimentos da alma". Estes abrangem contextos mais amplos do que o
grupo familiar, tais como o grupo étnico. Descobriu e descreveu ainda os
efeitos das intervenções (chamados de “ajuda”) e os princípios que
efetivamente norteiam a ajuda efetiva, criando assim também as chamadas
“ordens da ajuda”.
Na  maioria  das  vezes,  as  constelações  familiares  são  conduzidas
no  seio  de  um  grupo  de  trabalho, mas certos profissionais as praticam em
sessões individuais, sejam elas somente de terapia ou de Coaching Estrutural
Sistêmico, com o auxílio de âncoras espaciais ou bonecos. De um modo ou de
outro, elas seguem um determinado número de etapas.

Constelações Familiares e sessões individuais


Durante  as  sessões  individuais, o  terapeuta ou coach tem a
possibilidade de assumir o papel de todos os representantes ou de confiar essa
tarefa ao cliente. Há também a utilização de pedaços de papel (âncoras
espaciais) nos quais se escreve o nome de um membro da família, depois
dobra-se uma extremidade em ponta para figurar a orientação do olhar do
representante. Pede-se ao cliente que imagine que se trata de pessoas reais e
não pedaços de papel. O cliente forma a constelação normalmente.

Falando da Constelação em grupo

Num  primeiro  momento,  o coach ou terapeuta  esclarece  o  problema


ou  a questão do cliente. São então escolhidos representantes entre os
membros do grupo: a constelação é montada e se desenrola progressivamente
até a sua solução, ou até o momento em que fica evidente que  sua  solução  é
impossível  –  que  é,  de  certo  modo,  uma  solução  à  parte.  Podemos
introduzir um ritual  de  encerramento  de  sessão,  assim  como  conselhos
sobre  a  maneira  de  integrar aquilo que a constelação revela.
 

4 – APLICAÇÕES

A abordagem apresenta uma vasta gama de aplicações práticas devido aos


seus efeitos esclarecedores no campo das relações humanas, como:

 melhoria das relações familiares.


 melhoria das relações interpessoais nas empresas.
 melhoria das relações no ambiente educacional.
Tais aplicações deram início a abordagens derivadas, denominadas de
constelações familiares, constelações organizacionais e pedagogia sistêmica.

4.1 -Constelação familiar auxilia na cura de doenças crônicas

Em Campinas (SP), o Terapeuta Sistêmico e Acupunturista José Maria


Sampaio de Barros Neto optou pela utilização da constelação familiar em seu
trabalho porque percebeu que, mesmo usando todas as técnicas nas qu ais é e
specialista - como acupuntura, terapia crânio-sacral e outras - viu que faltava
algo que resolvesse os males físicos, comportamentais e de relacionamentos
em sua origem sistêmica.
"Quando tratamos uma enxaqueca crônica com acupuntura, por
exemplo, os resultados podem ser mais efetivos se também fizermos uma
sessão de constelação familiar para identificar a natureza do problema", afirma.
Segundo ele, os efeitos das sessões são sempre positivos e satisfatórios, com
mudanças efetivas na vida do paciente a médio e longo prazos. Em busca de
melhores resultados, a constelação também pode ser associada a qualquer
outra terapia.

O terapeuta conta que, ao participar das primeiras sessões de


Constelação, em Campinas, percebeu que vários conflitos familiares pessoais
seus e de outros participantes foram resolvidos. Isso gerou um grande
interesse em unir a Constelação Sistêmica a outras técnicas de trabalho
holístico, estimulando-o a adquirir formação na área, tornando-se especialista
em Constelação Familiar em grupo e individual.

Na constelação individual, interagem apenas o constelador e o


cliente, sendo os personagens familiares representados por bonecos. Segundo
José Maria, a sessão individual é indicada para quem não deseja se expor ou
tem dificuldade em interagir com o grupo. Porém, conforme o caso, os
resultados serão mais efetivos numa sessão em grupo, beneficiando a todos,
pois a interação com diversos participantes contribui para a intensificação do
campo energético e surge daí uma dinâmica mais intensa.

Na medicina, o método terapêutico da Constelação Familiar


Sistêmica está sendo utilizado com o objetivo de descobrir a causa de
doenças. Quando o paciente toma consciência da origem dos seus males
físicos e mentais, as possibilidades de cura tornam-se maiores.

Na região central do país, a constelação familiar vem sendo praticada


há nove anos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
(HC/UFG), em Goiânia. O método foi introduzido pelos médicos José Miguel de
Deus, ginecologista, e Vânia Meira e Siqueira Campos, anestesista, com o
objetivo de oferecer um novo instrumento de ajuda a pacientes com dor pélvica
crônica (DPC).

O dr. José Miguel de Deus conta que, como especialista em


ginecologia e videolaparoscopia, achava intrigante examinar mulheres com
DPC e não encontrar uma causa convincente para explicar a dor que sentiam.
Observava, ainda, que estas pacientes possuem, comumente, histórias de
mortes trágicas na família, afastamentos precoces de entes queridos,
abandonos, abortos, violência física e/ou sexual, conflitos conjugais, conflitos
com pais e/ou irmãos e culpas pessoais, entre outras coisas. Por isso,
imaginou que poderia utilizar, junto com o tratamento médico convencional,
uma terapia que pudesse ajudar as pacientes em seu aspecto psicológico.

O hospital concordou com a iniciativa e o trabalho tornou-se um


projeto oficial de extensão universitária em setembro de 2013. "Atualmente, o
trabalho expandiu-se e ganhou a comunidade, que participa e se beneficia nos
diversos âmbitos da vida, para além de sintomas físicos, como a dor pélvica
crônica", explica o ginecologista.
O QUE É CONSTELAÇAO FAMILIAR – Como já explicado anteriormente,
Nascido em 1925, na Alemanha, Bert Hellinger formou-se em Filosofia,
Teologia e Pedagogia. Posteriormente, aprofundou seus estudos e pesquisas
tornando-se psicanalista e, por meio da dinâmica de Grupos, da Terapia
Primal, da Análise Transacional, de diversos métodos hipnoterapêuticos e
demais técnicas desenvolveu sua própria Terapia Sistêmica e Familiar a qual
denominou: Familienaufstellen. Ou seja, Colocação do Familiar, traduzido para
Constelações Familiares, no Brasil.

Graças às suas pesquisas - nas quais descobriu uma relação entre as


queixas de seus clientes e situações ocorridas em seus sistemas familiares -
concluiu que padrões herdados dos antepassados podem afetar a vida dos
descendentes. Portanto, é preciso voltar ao passado, nas sessões de
Constelação Familiar, para tentar encontrar os nós energéticos. Ou seja,
situações que não foram bem resolvidas e que foram transmitidas aos
descendentes, causando problemas como mágoas, inseguranças, angústias,
tristeza, inadequação e ressentimentos, entre outros.

“Dentro dos nossos emaranhados, há uma cura aguardando para ser acolhida.”

 A Constelação Sistêmica é uma ferramenta à serviço da vida observada


e desenvolvida pelo  terapeuta alemão Bert Hellinger. Ela permite ver nossos
emaranhados e trazer as dinâmicas ocultas que atuam em nossa vida para a
consciência.
Em todos os relacionamentos existem emaranhamentos que, a despeito de
todas as nossas tentativas, se mostram de difícil resolução. Essa dificuldade
vem do nosso inconsciente, local onde muitas vezes esses conflitos nascem e
permanecem, mesmo quando racionalmente tentamos resolver algo. Nosso
inconsciente age pelas regras mais primitivas e com lealdade cega ao nosso
campo familiar.

Bert Hellinger, em seus estudos, observou que existem três leis que
agem nos relacionamento, e que quando quebradas, fazem o sistema se
movimentar até encontrar o equilíbrio novamente, onde todas as leis são
respeitadas por todos os membros.

Esses movimentos muitas vezes são sentidos como dores dentro do sistema, e
são um pedido de atenção para que nos atentemos a alguma lei que está
sendo negligenciada por algum motivo.

Quando Hellinger fala das leis, ele diz que são forças naturais que
atuam sobre nós, independente de nossa vontade ou decisão. Para ele, elas
são naturais e imutáveis.

São essas leis: a Ordem, o Equilíbrio e o Pertencimento.


 

Sobre as 3 leis no âmbito familiar 


A Ordem é a lei que fala que devem sempre ser respeitados os que
vieram antes: Avós vieram antes dos pais, que vieram antes dos filhos. Entre
irmão, o mais velho veio antes que o do meio que veio antes do caçula.
Qualquer movimento que coloca o mais novo como maior é uma quebra da
ordem. Isso é o que acontece quando filhos julgam os pais, por exemplo: algo
totalmente contra a ordem e que, inevitavelmente, irá gerar consequências
danosas para os filhos que assumem este lugar.

O Equilíbrio remete ao dar e tomar, presente em todas relação.


Excluindo a relação entre pais e filhos, todas as relações devem igualmente dar
e tomar entre si. Quando a balança pende para somente um lado, o
desequilíbrio aparece. No caso de pais e filhos, os filhos somente tomam dos
pais e repassarão para seus filhos o que receberam.  A troca assim é passada
entre as gerações, fortificando o caminho da vida.

O Pertencimento diz que dentro de um sistema familiar, todos


pertencem igualmente. A exclusão de um integrante faz o sistema se
movimentar até restituir ao excluído o direito de estar no grupo familiar, de
forma respeitosa e igualitária. Isso quer dizer que todos têm um lugar garantido
dentro do sistema do qual fazem parte, independente de quem seja ou como
seja.

A transgressão e a cura

Experimentamos a quebra dessas leis em nossos relacionamentos


como doenças, fracassos e um peso ao tentar seguir nossa vida. Quando algo
dói em nós, é possível que algo em nosso sistema familiar esteja chamando
nossa atenção.

Em um workshop de Constelação Sistêmica, através do tema


trazido por uma pessoa e com a participação dos representantes escolhidos,
conseguimos perceber as dinâmicas ocultas que estejam atuando na nossa
vida de forma inconsciente. Ao entrar em contato com essas dinâmicas,
ficamos mais próximos da cura e do nosso destino.

Quando a constelação termina, aí inicia o nosso trabalho


consciente, nosso esforço para mudar hábitos e permanecer em nosso lugar,
fortalecendo e seguindo aquele caminho de cura e possibilidade que se mostra
para nós.

Como podemos olhar as doenças a partir das Constelações


Familiares de Bert Hellinger?

As doenças de nosso corpo e mente são a manifestação que busca nos


dizer que algo está em desordem.
Uma grande parte dos problemas sistêmicos advém da exclusão. Seja qual for
o motivo que nos leve a excluir alguém de nossa rede familiar, para o sistema,
a exclusão é uma falta grave no direito de pertencimento de todos. E para
lembrar os membros deste sistema dessa exclusão inapropriada, podemos
sintomatizar em nossos corpo doenças que nos ligam àqueles que foram
excluídos.

Nosso corpo é uma “engenharia” de grande sabedoria e


complexidade. Ainda que por vezes a medicina olhe para cada parte em
separado, é interessante perceber o benefício que existe ao ver nosso
organismo como algo sistêmico, onde as partes influenciam o todo.

Jean Yves Leloup, filósofo e fundador do Colégio Internacional de


Terapeutas diz que “o corpo não mente. Mais que isso, ele conta muitas
histórias e em cada uma delas há um sentido a descobrir, como o
significado das doenças ou do prazer que anima algumas de suas partes.

O corpo é a nossa memória mais arcaica. Nele nada é esquecido.


Cada acontecimento vivido, particularmente na 1ª infância e também na
vida adulta, deixa no corpo a sua marca profunda. Como faziam os
Terapeutas do Deserto, que cuidavam do corpo, do psiquismo e também
do espirito, trata-se, pois, de escutar cada uma das partes de nosso
corpo, do ponto de vista físico, psicológico e espiritual.”

Como a terapia das Constelação Familiar pode ajudar no


tratamento de doenças?

As constelações familiares têm um enfoque sistêmico para as doenças. Dentro


de uma rede familiar, considerando todos os acontecimentos que ocorreram
até a geração atual, pode ser que a doença apareça nas gerações posteriores
através da identificação, lealdade, repetição de uma situação, exclusão ou
dificuldade passada.

Um exemplo disso foi dado pela Dra. Ursula Franke-Bryson, no artigo


“Comendo para os ancestrais.” Neste texto, ele transcreve a constelação de um
homem, europeu, que havia encontrado respostas e ferramentas para lidar com
grande parte de seus desafios pessoais. Na busca de um vida mais equilibrada
e saudável, faltava resolver um grande problema, seu excesso de peso
corporal.

A terapeuta investigou que umas das primeiras reações que o cliente


sentia era de nervosismo ao menor sinal de fome. Uma fome que não chegava
a incomodar, pois era suprida de comida ao seu primeiro sinal. Úrsula conduz o
cliente através da constelação e descobre, após algumas perguntas e
exercícios corporais, que ele está identificado com seu avô, que foi um soldado
e morreu de fome em um campo para prisioneiros de guerra.  Ao comer, o neto
trazia à tona, de forma inconsciente, a existência, o pertencimento e a dor do
avô pela privação de comida. Ao reconhecer a dinâmica oculta da sua
compulsão por comida, ele pode se fortalecer para honrar seu familiar de forma
menos destrutiva.

Essa é o local valioso onde a Constelação Sistêmica pode nos ajudar


a perceber dinâmicas ocultas e que nos levam a tomar decisões baseadas em
lealdades que não trarão nenhum resultado senão a repetição do sofrimento.
Nossa lealdade e nosso amor nesse caso, são cegos. Através da constelação,
vemos realmente esses destinos sofridos e os honramos, como adultos que
reconhecem seus lugares e seus reais papéis dentro da rede familiar.

É fundamental frisar que as constelações jamais trabalham de forma


exclusiva em relação à Medicina, aliás, é exatamente o contrário –  a proposta
é, através das constelações, oferecer mais uma possibilidade para o cliente
olhar para sua doença e mais uma ampliação de olhar para os médicos e
terapeutas.

5 – CRíTICAS

Embora os participantes de sessões de Constelações Familiares reportem


resultados positivos (Cohen 2009; Cohen 2005; Franke 2003; Lynch & Tucker
2005; Payne 2005), a abordagem diverge explicitamente de muitas
psicoterapias cognitivas, comportamentais e psicodinâmicas.
Críticos afirmam que as "feridas" abertas nesse modelo de terapia podem
agravar casos de indivíduos com psicopatologias graves.
Como o método utilizado pelas Constelações Familiares não se deixa ser
validado empiricamente por métodos de investigação científicos, só pode ser
defendido numa abordagem informal.

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constelação sistêmica familiar é uma transformadora e polêmica


abordagem terapêutica de nossa época. Seus paradigmas são sustentados por
teorias científicas de vanguarda, tais como o modelo dos Campos
Morfogenéticos de Rupert Sheldrake. De uma forma completamente nova e
inusitada, essa técnica é capaz de identificar pontos de tensão psicológica ou
emocional que condicionam comportamentos humanos e nem sempre revelam
suas origens tais como emaranhados e desordens no sistema tratado.
É um trabalho que busca na família a origem de dificuldades,
bloqueios, padrões comportamentais que trazem sofrimentos desenvolvidos
pelas pessoas ao longo da vida. Destina-se a todas as pessoas que desejam
trabalhar suas relações familiares e amorosas, separações, desequilíbrios
emocionais, problemas de saúde, comportamentos destrutivos, envolvimento
com drogas, perdas e/ou luto, dificuldades financeiras, dificuldades nos
relacionamentos, entre outras dificuldades. E no caso da psicopedagogia
clínica e institucional, as dificuldades e transtornos de aprendizagem e
questões relacionadas ao mau funcionamento da escola, de um modo geral.

Nos sistemas familiares, questões vivenciadas por gerações


anteriores, como por exemplo, injustiças cometidas, mortes precoces, suicídios,
podem inconscientemente afetar a vida de seus familiares com enfermidades
inexplicáveis, depressões, novos suicídios, relações de conflito, transtornos
físicos e psíquicos, dificuldade de estabelecer relações duradouras com
parceiros, comportamentos conflitantes entre familiares, dificuldades ou
distúrbios de aprendizagem, entre outros.

Há duas modalidades de atendimento: a grupal e a individual. No


grupo há a participação das pessoas como representantes da família (isto é, do
sistema familiar) do cliente. Individualmente, realiza-se a intervenção com o
auxílio de figuras ou bonecos, e quando esta intervenção é realizada com
crianças, pode ser chamada de jogo da família ou jogo da percepção.

Bert Hellinger descobriu que por amor, lealdade e fidelidade à família,


quando algum ancestral deixa situações por resolver, pessoas de gerações
seguintes trarão o sentimento e o comportamento, a ação para a resolução
dessas situações, "emaranhando-se" e permanecendo, assim, prisioneiros a
fatos e eventos pelos quais não são responsáveis e dos quais sequer têm
conhecimento. Esta é a herança afetiva, uma transmissão transgeracional de
problemas familiares, que acaba criando uma sequência de destinos trágicos.

As constelações atualmente atendem a outros tipos de sistema,


organizações de todos os tipos, como empresas, escolas, pois percebeu-se
que as leis descobertas por Hellinger atuam em todos os sistemas, não apenas
no familiar. Nos sistemas organizacionais, como a escola, por exemplo,
questões que envolvem as relações entre professores e alunos, indisciplina,
pais e escola, dificuldades de aprendizagem, ou mesmo a melhora nos
relacionamentos para uma satisfação e sucesso, são configuradas a partir da
trama que se desenrola com os representantes, quando, então, soluções são
apontadas.

Dentro dessa abordagem, o conceito de sistema ganha importância


fundamental. O sistema pode ser descrito como um conjunto de elementos que
permanecem unidos ou vinculados em função de um interesse comum ou de
forças que os permeiam. "Os sistemas familiares têm uma força tão grande,
vínculos tão profundos e algo tão comovente para todos os seus membros -
independentemente de como se comportem com relação a eles (...). A família
dá a vida ao indivíduo. Dela provém todas as suas possibilidades e
limitações" .
O sistema é regido pela consciência de grupo, ou Grande
Consciência, que é mais ampla e está ligada a necessidades do grupo e tem
como objetivo a manutenção deste. A pessoa, em sua consciência individual, é
impulsionada pelas forças do grupo independente de que delas tenha alguma
consciência. É necessário que se olhe para o todo, mas, na verdade, não se
tem acesso à consciência do grupo, só é possível observar e perceber o efeito
através de seus resultados. Nossa consciência individual atua para nos manter
vinculados. Ela manifesta-se quase como uma voz. Essa consciência pessoal é
limitada tanto na sua percepção quanto na sua dimensão. Ela se coloca
moralmente acima. A razão está na consciência individual.

Nas Constelações Sistêmicas é preciso deixar de lado a consciência


pessoal. Para se encontrar a solução, deve-se abandonar a consciência
individual e ir além, além inclusive do bem e do mal. O trabalho sistêmico
fenomenológico possibilita uma nova percepção, que às vezes nos chega por
meio dos sentidos e não necessariamente da compreensão e da razão. Ele nos
faz olhar para algo, nos permitindo ser tocados por aquilo, mesmo que nossa
mente não entenda. Para sair da consciência pessoal e ir para a consciência
grupal é preciso deixar de lado crenças, conceitos, verdades e até mesmo a
consciência pessoal.

O trabalho com Constelações Sistêmicas nos permite acessar algo


que está presente no sistema e que muitas vezes não é compreendido, nem
percebido sem se observar o todo. É um trabalho que se ocupa de questões
relacionadas a emaranhamentos sistêmicos. Ao pensar no tipo de questões
que são trazidas pelos clientes, é possível abranger duas ordens de problemas:
os psicológicos / psicopedagógicos e os sistêmicos. Os psicológicos implicam
as dificuldades de uma pessoa na vida, de um modo geral, e quando tratados
em terapias convencionais, ganham melhoras. Os psicopedagógicos são
aqueles que tratam das dificuldades de aprendizagem e de ensinagem, e que
também ganham melhoras com o atendimento psicopedagógico. Os
sistêmicos, no entanto, são "resistentes" às terapias, ou seja, mesmo com um
tratamento psicológico de longo prazo, com um atendimento psicopedagógico
onde os pais também colaboram, permanecem sem grandes melhoras.

As questões sistêmicas envolvem aspectos factuais da vida do


sistema, em geral fatos dramáticos, que causaram desordens, desequilíbrios e
que "pedem" reparação como, por exemplo, doenças, depressões, transtornos
físicos e psíquicos, suicídios, abortos, mortes precoces, alcoolismo, brigas por
herança, entre outros. Estas questões, como já foi dito, estão ligadas à
consciência maior, que é a consciência coletiva. Esta determina os
emaranhamentos e os tipos de sofrimentos individuais.

Quando a pessoa configura sua Constelação, ela entra em contato


com uma imagem que em parte é fruto de sua consciência individual e outra é
fruto de uma consciência maior que ela não conhece, mas que se manifesta na
configuração. A partir dos movimentos que acontecem na Constelação, a
pessoa pode criar uma nova imagem e essa nova imagem é que atua dentro
do sistema. A imagem inicial é limitada e a imagem final é ampliada.
Quando uma dinâmica é revelada, algo vem à tona. É o ponto mais
importante do trabalho. Às vezes é possível dar mais alguns passos e às vezes
não, pois para o terapeuta sistêmico, ou constelador, não se trata de alterar ou
mudar algo, se trata da busca da força que permeia aquela dinâmica, e
encontrar posicionamentos dentro do sistema, ou completar frases que de
alguma forma não têm sido permitidos. O primeiro passo, portanto, é a
revelação da dinâmica. Depois, o reconhecimento de uma nova ordem.
Quando, em uma Constelação, se acompanha a dinâmica dos fatos e se está
em sintonia, muitas vezes isso é o suficiente, e em geral não depende de uma
compreensão racional. É a possibilidade de se ter um novo olhar para o
sistema. No sentido terapêutico, a revelação da dinâmica do sistema é a
própria intervenção.

Existem forças que atuam sobre a consciência de grupo. Essas forças


são: pertinência, hierarquia e equilíbrio. Quando essas forças não são
respeitadas, são criados os emaranhamentos. As consequências do
desrespeito às ordens, os efeitos desse desrespeito são o surgimento de
doenças, conflitos, sentimentos de infelicidade e, no caso da escola, as
dificuldades e os transtornos de aprendizagem e de comportamento. As
gerações seguintes (ou quem chega depois) passarão a reproduzir esses
efeitos de forma inconsciente.

Um dos aspectos que causa desequilíbrio sistêmico é a pertinência.


Segundo a Lei da Pertinência, ninguém pode ficar fora, excluído do sistema;
todos os membros têm direito a pertencer. Quando ocorre a exclusão de um
dos elementos do sistema, gerações seguintes emaranham-se com este
membro, identificando-se com ele, tentando, de algum modo reintegrá-lo. É
uma tentativa vã, já que o que move este elemento que veio depois, além da
necessidade de compensação, é o amor cego, fantasioso e infantil.

Fatos como mortes precoces, mortes ocorridas com menos de vinte e


cinco anos, morte do pai ou da mãe, deixando filhos pequenos, abortos
espontâneos ou provocados, mortes durante o parto, suicídios ou tentativas,
assim como crimes onde se exclui intencionalmente ou não a vítima ou o
agressor, são essencialmente importantes; assim como os assassinatos, as
crianças abandonadas, os que utilizam drogas, prostituição, deficiências, entre
outros fatos que possam estar ligados a exclusões.

Hierarquia é uma outra Força, a segunda Lei Sistêmica. Ela tem a ver
com a ordem nas posições, com o lugar que cada um ocupa. A consciência
coletiva, aquela que serve como "vigia" dentro dos sistemas, diz que o todo é
mais importante que a soma de suas partes, e pede por "restauração" das
infrações. Neste sentido, quando as pessoas estão fora de seus lugares, pode-
se olhar para possíveis emaranhamentos, que têm como efeito o sofrimento
vivenciado, tanto na família como nas organizações.

As gerações seguintes, inconscientemente, colocam-se a serviço do


que aconteceu anteriormente, tentando, por exemplo, corrigir injustiças. Para
Hellinger; "sempre que ocorre um acontecimento trágico numa família, uma
pessoa em posição posterior violou a hierarquia, arrogando-se o que pertence
a pessoas em posição anterior. Esta presunção frequentemente tem um caráter
puramente objetivo e não subjetivo". O conflito da família onde filhos se sentem
maiores que os pais são tão diversos que vão desde as brigas, xingamentos e
desrespeitos mais comuns até aqueles onde filhos não falam mais com os pais,
ou que falam tão mal dos pais que agem em sua vida exatamente como eles,
sem se dar conta disto. Na escola vemos o desrespeito aos professores, o não
reconhecimento do lugar do mestre. E o sofrimento de ambas as partes (alunos
e professores), emaranhados com esta ordem sistêmica.

O Equilíbrio é a terceira Força ou Lei presente em todos os


sistemas. Há uma necessidade de compensação entre perdas e ganhos, dar e
receber, e como uma Lei Sistêmica, ela atua em todos os níveis; consciente ou
inconscientemente, tem-se a necessidade de compensação, e às vezes isso
ocorre fazendo com que se perca algo, com que se vivencie algo de ruim,
mesmo sem a aparente necessidade ou sem se perceber de onde isto vem. É
como se houvesse um sentido de equilíbrio. Ele diz se há crédito ou débito com
alguém. É quase matemático: se você deu algo, então você espera receber
algo também (ainda que não seja na mesma moeda). O outro, por sua vez,
sente uma pressão para retribuir, dar também. Se deve algo, há uma pressão
para pagar, para devolver, para quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva,
positiva, a relação será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto no
negativo. A troca equilibra as relações, tornando possível uma convivência
longa e saudável. Se, em uma negociação há equilíbrio, então há também
liberdade, alegria e portas abertas para próximas negociações. Os dois lados
ficam satisfeitos. Caso contrário, uma das partes não se sente bem. E quando
há dívida, uma das partes fica presa. A dívida funciona como uma necessidade
de pagar algo para que o equilíbrio retorne. Ela (a dívida) muitas vezes atua
como um fantasma, retorna, assombra, pode ser transformada em sentimentos
de culpa, atuando secundariamente, sem que se perceba sua origem. Os que
recebem pouco - injustiçados -, muitas vezes também ficam presos nesse
sentimento, que se secundariza, fazendo com que a pessoa se sinta uma
vítima eterna, com que transforme sua vida em verdadeira pobreza.

Nos sistemas familiares, é comum a observação de sentimentos de


vazio ligados a não receber (tomar) os pais, o que significa que os filhos
querem receber apenas o que é bom dos pais, e rejeitar o que não é bom. Para
tomar os pais é necessário receber tudo o que eles têm de bom e de ruim. Não
é possível selecionar, separar. Muitas vezes os pais estão disponíveis - prontos
para se relacionar com o filho apenas como são, com o que têm (não é
possível dar aquilo que não se tem). E o filho critica, julga, condena, nega,
reclama e simplesmente não recebe, não toma seus pais 12. O que traz solução
é o bem, o respeito e o amor. Outros tipos de compensação, que na maioria
das vezes estão vinculados ao sofrimento das pessoas, não trazem solução,
apenas causam mais desequilíbrios sistêmicos.

O campo do cliente, nas Constelações, é configurado com o auxílio


dos participantes do grupo, que se colocam como em um teatro, para
representar os familiares ou elementos do sistema a ser trabalhado. O cliente
posiciona todos os escolhidos para representar as pessoas importantes,
segundo o terapeuta, e senta-se, para observar a movimentação que se segue.
A representação é parte do fenômeno que ocorre neste tipo de trabalho, onde o
terapeuta e os participantes disponibilizam suas percepções para "ver" o que
acontece na dinâmica do sistema do cliente. Este "ver" dá-se de diversos
modos: as pessoas têm sensações físicas como tremores, arrepios, dores,
calor, frio, suores; sentimentos diversos como alegria, raiva, tristeza,
desconfiança, entre tantos outros. E há, na maioria das vezes, o
reconhecimento pelo cliente do comportamento, dos sentimentos, do modo
como a pessoa representada é ou foi na realidade, por vezes com a detecção
de sintomas físicos, mesmo não tendo o cliente dado nenhuma informação
sobre o que ocorre em seu sistema e sobre as pessoas representadas.

O terapeuta, então, faz a sua leitura do que está física e


espacialmente colocado no campo da representação do sistema familiar do
cliente e dá o direcionamento que julga adequado ou necessário, buscando
não a expressão de sentimentos e sim a ordem sistêmica, segundo as leis
sistêmicas, visando a reconciliação e o restabelecimento do fluxo amoroso no
sistema. A percepção dos representantes, utilizando a mente expandida 9 é a
mesma que o terapeuta utiliza dentro deste campo energético que se abre ao
se configurar um sistema. A orientação fenomenológica não permite que o
terapeuta seja levado por associações e caracterizações, ou por semelhanças
com membros do sistema, como em muitas outras abordagens, especialmente
as que trabalham com o psicológico. No trabalho sistêmico, o importante é
olhar os acontecimentos essenciais, os fatos, os destinos e as dinâmicas de
relacionamentos.

A partir dos movimentos sistêmicos se abre também a possibilidade


de movimentos dentro da família e do restabelecimento da ordem e do
equilíbrio, o que significa possivelmente a eliminação do sofrimento da pessoa
e também de outros elementos do sistema, mesmo que esses estes não
estejam presentes no momento da constelação. Isto é o que tem sido
observado em depoimentos de inúmeras pessoas que constelaram. Este
fenômeno ocorre em função da ressonância mórfica e dos "campos", dos quais
fazemos parte12.

Outro conceito central para compor a abordagem familiar sistêmica é


o "campo". O biólogo Rupert Sheldrake propõe a idéia dos campos
morfogenéticos, que nos auxiliam na compreensão de como os sistemas
adotam suas formas e comportamentos característicos. No caso das famílias,
padrões de sofrimento que muitas vezes se repetem geração após geração,
como os hábitos: cada tipo de sistema possui seu próprio tipo de campo. Os
campos mórficos, tal como os campos conhecidos da física, são regiões que se
estendem no espaço e se prolongam no tempo, com padrões de influência
organizadores potenciais, suscetíveis de se manifestarem fisicamente. São
campos que levam informações, campos de memória. O processo pelo qual o
passado se torna presente no seio de campos mórficos chama-se ressonância
mórfica: Há muitos tipos de campos porque há muitos tipos de coisas e
padrões dentro da natureza.

O reconhecimento da existência dos campos morfogenéticos permite


que nas Constelações Familiares sejam concebidas as repetições de padrões,
pois o modo como foram organizados no passado influencia taxativamente o
modo como as pessoas no seio da família funcionam hoje. Há uma espécie de
memória integrada nos campos mórficos. E os fatos, os eventos ocorridos na
família, por exemplo, podem tornar-se regularidades, "hábitos".

Na intervenção sistêmica fenomenológica de Constelações, há a


possibilidade de uma interação inteligente, do acesso em outros níveis
energéticos, da consciência e da mudança no sistema, pois o campo mórfico é
uma estrutura alterável, a partir do que Sheldrake 7 chama de ressonância
mórfica e, neste sentido, não apenas o cliente que constela beneficia-se, mas
todo o sistema pode beneficiar-se.

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Hellinger possui uma vasta literatura publicada em mais de 10 idiomas,


especialmente em alemão. Em português possui diversos livros publicados
pela editora Cultrix e pela Editora Atman.
Os mais significativos são:

 A fonte não precisa perguntar pelo caminho - Ed. Atman - ISBN 978-85-
98540-15-3
 Ordens do Amor - Ed. Cultrix - ISBN 85-316-0785-X
 Ordens da Ajuda - Ed. Atman - ISBN 85-98540-05-6
 Cohen, Dan Booth (2006): “Family Constellations”: An Innovative Systemic
Phenomenological Group Process From Germany. The Family Journal
July 2006 vol. 14 no. 3, 226-233
 Cohen, Dan Booth (2008). Systemic Family Constellations and their use
with prisoners serving long-term sentences for murder or rape. A disserta-
tion presented to the Faculty of Saybrook Graduate School and Research
Center in partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of
Philosophy (Ph.D.) in Psychology.
 1. Polity E. Aprendizagem e família: construindo novas narrativas. São
Paulo:Vetor;2001.
 2. Panúncio-Pinto MP. O sentido do silêncio dos professores diante da
violência doméstica sofrida por seus alunos: uma análise do discurso
[Tese de doutorado]. São Paulo:IP-Universidade de São Paulo;2006.
 3. Minuchin S, Lee WY, Simon GM. Dominando a terapia familiar. 2ª ed.
Porto Alegre:Artmed;2008.
 4. Polity E. Psicopedagogia: um enfoque sistêmico. Terapia familiar nas
dificuldades de aprendizagem. São Paulo:Empório do Livro;1998.
 5. Hellinger B, Ten Hövel G. Constelações familiares: o reconhecimento
das ordens do amor. São Paulo:Cultrix;2004.
 6. Martins J, Bicudo MAV. Estudos sobre existencialismo, fenomenologia
e educação. São Paulo:Moraes Ed.;1983.
 7. Sheldrake R. A ressonância mórfica & a presença do passado. Os
hábitos da natureza. Coleção crença e razão. Lisboa: Instituto
Piaget;1995.
 8. Franke-Gricksch M. Você é um de nós. Minas Gerais:Atman;2005.
 9. Sheldrake R. A sensação de estar sendo observado e outros aspectos
da mente expandida. São Paulo:Pensamento-Cultrix; 2003.
 10. Hellinger B. Ordens do amor: um guia para o trabalho com
constelações familiares. São Paulo:Cultrix; 2003.
 11. Hellinger B. O amor do espírito na Hellinger Sciencia. Minas
Gerais:Atman;2009.
 12. Hellinger B. Histórias de amor. Minas Gerais:Atman;2007.
 13. Beck J. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre:Artmed;1997.
 14. Schneider J, Gross B. Ah! Que bom que eu sei! A visão sistêmica
nos contos de fadas. Minas Gerais:Atman;2006.

  

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