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Constelação Familiar

Deborah do Valle , responsável pelo Espaço


Urygaya. Historiadora de formação, pós
graduada em gestão de pessoas e
neuropsicologia, mestre em Educação
Internacional. Atua na área das terapias
Integrativas desde 1994, com Prana Yoga;
Meditação Ativa; Constelação Familiar;
numerologia Cármica; Bioenergia e
Equilíbrio dos chacras. Nos últimos anos
atuou nas Unidades Básicas de Saúde como
terapeuta Integrativa ajudando na qualidade
de vida junto ao Instituto Morgan pelo
projeto “Bem Estar Pessoal”.
O que é Constelação Familiar?
BERT HELLINGER (1925-2019)

Nasceu na Alemanha em 1925, estudou filosofia, teologia , pedagogia. A sua formação religiosa levou-o depois a
ingressar numa ordem religiosa católica, trabalhando como missionário por 20 anos na África do Sul, na tribo dos
Zulus. No início dos anos 70 deixou a ordem religiosa católica, dedicando-se à psicoterapia.

Hellinger sistematizou a abordagem da Psicoterapia Sistêmica Fenomenológica criada após anos de


pesquisas com famílias, empresas e organizações em várias partes do mundo, buscando o diagnóstico e solução de
problemas e conflitos. O resultado desses experimentos se transformou em um trabalho simples, direto e profundo
que se baseia em um conjunto de “leis” naturais que regem o equilíbrio dos sistemas que o próprio Bert gosta de
chamar de “Ordens do Amor”.
Constelação familiar é uma nova perspectiva terapêutica, organizada
pelo alemão Bert Hellinger. Surgiu após observar princípios
provenientes de várias escolas terapêuticas, tais como: Terapia de
Comportamento de Gestalt, o Psicodrama de Moreno, a Hipnoterapia de
Milton Ericsson, o campo morfogenético por Rupert Sheldrake, entre
outras.
Hellinger associou a esse trabalho sistêmico três leis que, se respeitadas,
deixam todo o sistema familiar em harmonia, todavia quando qualquer
dessas leis é ignorada ocorre o desequilíbrio desse sistema familiar.

As três leis associadas por Hellinger ao trabalho sistêmico são:


 Pertencimento
 Ordem/hierarquia
 Equilíbrio.
OBJETIVO

Promove a identificação das Ordens do Amor, pondo em


evidência os profundos laços que unem uma pessoa à sua família,
inclusive às gerações mais longínquas. Estes laços são de tal
maneira poderosos que quando membros de uma dada geração
deixam situações por resolver, membros das gerações posteriores
sentirão irresistivelmente empurrados para a sua resolução
permanecendo prisioneiros de fatos pelos quais não são
minimamente responsáveis.
Hellinger afirma que onde existem pessoas convivendo, essas três leis estarão atuando, quer as
pessoas tenham consciência ou não. E mais, afirma que o desrespeito a qualquer uma dessas
leis irá descompensar o sistema. E um sistema descompensado busca a compensação em algum
membro da família, ou seja, a descompensação do sistema gera os emaranhamentos que são
situações em que “alguém da família retoma e revive inconscientemente o destino de um
familiar que viveu antes dele.”

Assim, a terapia sistêmica denominada Constelação Familiar, permite, para a pessoa que se
submete a ela, trazer à luz os emaranhados que estão presentes no seu sistema familiar e lhe dá
possibilidade de reequilibrar esse núcleo, evitando que esses emaranhados continuem
influenciando seu próprio destino ou o destino de outros membros da família.
Emaranhamento significa que alguém na família retoma e revive
inconscientemente o destino de um familiar que viveu antes dele. Se, por
exemplo, numa família, uma criança foi entregue para adoção, mesmo
numa geração anterior, então um membro posterior dessa família se
comporta como se ele mesmo tivesse sido entregue. Sem conhecer esse
emaranhamento não poderá se livrar dele. A solução segue o caminho
contrário: a pessoa que foi entregue para adoção entra novamente em jogo.
E colocada, por exemplo, na constelação familiar. De repente, a pessoa que
foi excluída da família passa a ser uma proteção para aquela que estava
identificada com ela. Quando essa pessoa volta a fazer parte do sistema
familiar e é honrada, ela olha afetuosamente para os descendentes.
Ainda Sobre as Leis
 Lei do Pertencimento, segundo a qual cada grupo social se mantém
vinculado, em decorrência de suas crenças, mantidas pelas normas e
pelos vínculos entre os membros. ( Abortos, assassinatos,presos, abusos
sexuais, traumas, etc)

 Lei do Equilíbrio. Trata-se do equilíbrio entre o DAR e o RECEBER e está


a serviço da troca nas relações. Necessitamos manter esse equilíbrio em
nossas relações, pois é no equilíbrio entre o DAR e RECEBER que uma
relação encontra harmonia.

 Lei da Ordem ou Hierarquia, onde aqueles que chegaram antes,


cronologicamente, prevalecem sobre os que chegaram depois.
HIERARQUIA

“O ser é estruturado pelo tempo. O ser é definido pelo tempo e através dele,
recebe seu posicionamento. Quem entrou primeiro em um sistema tem
precedência sobre quem entrou depois. Sempre que acontece um
desenvolvimento trágico em uma família, uma pessoa violou a hierarquia do
tempo.”. Segundo Hellinger, quem veio antes é maior e tem prioridade. Portanto,
nos sistemas familiares, tem mais direito o que esteve primeiro, pais sobre os
filhos, irmãos mais velhos sobre os irmãos mais novos, etc.
Quando tratamos da dor dentro de
uma lógica da existência, quem veio
primeiro pode ser maior!
“Pertencer à nossa família é nossa necessidade básica. Esse vínculo é nosso desejo
mais profundo. A necessidade de pertencer a ela vai além até mesmo da nossa
necessidade de sobreviver. Isso significa que estamos dispostos a sacrificar e entregar
nossa vida pela necessidade de pertencer a ela”, ou seja, já nascemos com a necessidade
de pertencer ao nosso núcleo e, em prol disso, faremos tudo que for preciso para nos
encaixar, até mesmo morrer.
Temos isso por direito, por ter nascido naquele sistema, motivo pelo qual não são
toleradas exclusões, tudo e todos têm o direito de pertencer. Caso alguém seja excluído
do sistema, um descendente poderá se identificar e tomar para si a missão de reincluir
aquele familiar, repetindo o seu comportamento e seu destino a fim de ser visto,
reconhecido e incluído.

“nossa alma coletiva dá importância fundamental à sua completude. Muitas vezes um


indivíduo é excluído por não satisfazer às exigências morais desse grupo. A ordem
espiritual superior que concede a todos os que pertencem o mesmo direito de
pertencimento não tolera exclusões. Se, mesmo assim, isso ocorrer, ela coloca um
movimento em ação que resgata o excluído utilizando outro membro da família como
representante. ”
“O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem
equivalentes.” Essa lei é aplicada somente para as pessoas que estão no
mesmo nível hierárquico, não pode ser aplicada a pais e filhos, por
exemplo, uma vez que os pais nos deram algo que jamais conseguiremos
retribuir que é a VIDA. Para as demais relações, nas quais a hierarquia é
nivelada, a lei do equilíbrio deve ser observada a fim de manter-se o
vínculo e o relacionamento. O segredo das relações e trocas positivas é
sempre dar um pouco a mais. Desse modo, o outro vai querer devolver
mais, e isso faz com que a relação cresça com o tempo, sempre de forma
positiva. Em troca, quando se recebe algo negativo, o receptor deve
buscar o equilíbrio, demonstrando ao outro que o recebeu não lhe
agradou, mas devolvendo sempre menos, fazendo com que a troca
negativa desapareça.
O outro quer receber o que você
quer dar?
Assim tudo fica em equilíbrio......
A primeira das ordens de ajuda trabalha diretamente o equilíbrio na hora de dar. É preciso
que se entregue apenas aquilo que carregamos por hora. Dessa forma, devemos pegar o
suficiente e sempre entregar o que podemos.

Precisamos conhecer nossos limites e, ainda que tenhamos boas intenções, é preciso nos
afastar. Caso contrário, as seguintes atitudes podem ocorrer:

Querer doar mais do que é possível dar...Como dito acima, a sua intenção pode ser muito
nobre, mas há limite para tudo. Existem circunstâncias onde deixamos de fazer algo por nós
para fazermos pelo outro. Mesmo que pareça egoísmo, devemos focar primeiramente em nós,
reunirmos recursos e só então ajudarmos os outros.

Criar expectativas não correspondidas...Ninguém é obrigado a atender as exigências que


fazemos ou guardamos dentro de nós. Expectativas servem apenas para construir uma imagem
idealizada que aproxima alguém da perfeição. Infelizmente, quando isso não é respeitado, a
frustração se torna real.
A segunda das ordens da ajuda fala a respeito do poder de compreender
o contexto de uma situação. De acordo com ela, seu uso correto nos faz conhecer
nossos limites e alimentar a humildade de não ultrapassá-los. Fazer uma análise
do momento e entregar apenas aquilo que carrega, sem recorrer a recursos que
não tem.

Fugindo disso, corremos o risco de esconder ou ignorar a realidade. Sem contar


que a insistência prejudica não só o outro, mas a você também. Portanto, entenda
o momento de agir e não fazer nada, sendo humilde nas suas próprias escolhas.
Essa sabedoria não vai desperdiçar o seu tempo e energia.
A maturidade faz parte da 3 ordem de ajuda, tanto ao
outro, como a nós mesmos. Precisamos assumir uma
postura mais adulta e fazer o outro agir de acordo com ela
no relacionamento. Por exemplo, você não deve acatar
desejos infantis ou mesmo concessões em favor do outro. O
mesmo deve entender que a vida é feita por
responsabilidades e que não devem ser ignoradas.

Por isso que, quando formos ajudar alguém, devemos tratá-


lo como o adulto que é. O mesmo deve reconhecer seu
próprio potencial sem interferências e trabalhar para
conquistar qualquer mudança. Isso vai amadurecê-lo e
deixá-lo mais consciente, fazendo com que entenda o quão
longe pode ir.
A quarta das ordens da ajuda nos move a olhar para as pessoas de maneira completa,
sistêmica, e não de forma isolada. Além do próprio indivíduo, devemos assistir sua relação
com quem está próximo, especialmente a família. Em relação a eles, devem ser acolhidos com a
mesma atenção dada ao cliente. Caso o contrário, isso acaba por:

Resultar em desprezo...Se apenas um indivíduo for assistido, a chance de reabilitação dele fica
comprometida. O desprezo em relação às pessoas importantes de sua família vai impedir que se
olhe de forma mais profunda para qualquer pessoa. Isso é como cortar o passado de alguém e
deixá-lo sem impressão digital.

Ignorar soluções...Às vezes, a solução para o problema de relação em uma pessoa se encontra
em um familiar distante. Se isso é ignorado, a possibilidade de ajudar uma pessoa cai
drasticamente.

Ignorar sua infantilidade...Ignorar comportamentos infantis implica de forma direta na


limitação do desenvolvimento dessa pessoa. Com isso, impedimos que o empoderamento
chegue até ela, fazendo com que não cresça e amadureça.
Por fim, a 5ª. das ordens da ajuda nos convida a respeitarmos a história de
cada pessoa. Devemos respeitá-las sem impedimentos e da forma verdadeira como
elas são, entendendo os caminhos que tomaram em suas vidas. Se assim for feito,
fica mais claro entender as necessidades desse indivíduo pela ótica dele e dos
parentes.

Precisamos evitar as reprovações, julgamentos contínuos, desprezo moral e


críticas.
As ordens do amor e as ordens da ajuda servem de pilares para que possamos
viver de forma adequada. Mesmo que você não seja um psicoterapeuta, isso
acaba filtrando o contato que tem com o mundo externo. Você aprende a ser
solidário, amoroso, atencioso e companheiro na medida certa, sem exageros
ou faltas.

Tenha em mente que, por mais que queira a felicidade de alguém, ela está
entregue a outras constantes na vida. Isso significa que você não tem poder
pleno sobre o bem-estar dela e nem deve querer assumir essa
responsabilidade. A partir dessas influências externas, tal indivíduo terá mais
ingredientes para amadurecer e se tornar um adulto completo.
Como está sua vida?

RODA DA VIDA
“Quem recuar diante da realidade
como ela é por ter o desejo interno O que você gostaria
de que ela fosse diferente, que fosse diferente?
enfraquece” (Bert Hellinger)

” Algumas pessoas continuam


acenando para o velho trem O que você precisa
quando o novo já estacionou na e quer mudar?
plataforma.” (Bert Hellinger)

“De nossos pais temos tudo: O que


somos e o que nos falta” (Bert Como você vê seu
Hellinger) pai e sua mãe?
Deborah do Valle (11) 984981617 urygaya

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