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Até chegar o momento que nos damos conta que representamos muitos
papéis em nossas relações e temos a sensação de que perdemos nesse
teatro da vida nosso “Eu” mais autêntico, livre e feliz conosco e com o
mundo que nos rodeia. Eis então que começa nossa verdadeira jornada.
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O intuito desse livro é justamente auxiliar a equilibrar suas relações atuais
e anteriores, através da tomada de consciência das dinâmicas que
pode estar gerando conflitos em suas relações, assim como da postura
adotada por você como consequência, de modo que você possa
identificar o que se encaixa com seu caso e caminhar para uma solução.
Agora convido para que você entre em contato com o seu centro e se
conecte com um lugar receptivo sem seu interior para absorver esse
conhecimento. Perceba sua respiração, se estiver curta, procure respirar
profundamente algumas vezes, permita sentir no seu corpo todas as
sensações que vierem e se forem, coloque a atenção na sua respiração
por alguns segundos mais, assim como as batidas do seu coração.
Bem vindas (os) e obrigada por fazer parte de nossa rede de Amor
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AS LEIS SISTÊMICAS
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Saber fazer uso e harmonizar esses sentimentos básicos dentro de uma
postura funcional nos leva a maestria nas relações, tanto se desejamos
aprofundar e crescer em uma relação assim como, se desejamos
diminuir ou desfazer o vínculo.
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ao invés de seguir para a vida, caminhamos de forma inversa, para o
fracasso ou mesmo para a morte em lealdade invisível as pessoas do
nosso sistema.
Os pais são grandes e os filhos são pequenos. Essa frase pode parecer
determinista e até autoritária, mas possui efeitos profundos na alma dos
pais e de seus filhos. Quando essa ordem é recebida com respeito e
gratidão pelos filhos, eles podem seguir para a vida com as bênçãos de
seus pais e sem vinculações negativas.
Os pais dão e os filhos tomam. Não tem contra partida. Quando os filhos
querem fazer o caminho inverso, ou seja, dar aos pais, suprir suas
carências ou mesmo compensar suas frustrações ou tristezas, a isso
chamamos de presunção, pois estarão, sem perceber, em um postura de
superioridade diante de seus pais.
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pode verificar na forma que os filhos tratam seus pais nesta fase. Essa
“vingança” acaba sendo consequência da decepção dos filhos consigo
mesmos quando, após a idade adulta não tem força ou não conseguem
seguir suas vidas de forma autônoma e satisfatória, então acabam se
voltando contra os pais, julgando seus comportamentos em falta ou
excesso de atenção, amor, incentivo ou bens materiais. Na verdade são
filhos que chegam a idade adulta, mas psicologicamente permanecem
na esfera infantil.
É claro que quando os pais são idosos, muitos filhos tem o desejo de
retribuir a eles tudo o que receberam, mas é importante salientar que
toda e qualquer retribuição é errônea se os filhos priorizam ajudar os pais
antes de se desenvolverem na vida. Por exemplo, se priorizam
permanecer com os pais ao invés de seguir com oportunidades de
crescimento longe deles, seja para estudar ou trabalhar, então, essa
ligação embora possa parecer nobre, é um sinal de vinculação não
saudável, pois o filho não olha para o que sucederá, para o futuro, e sim,
se volta ao que já sucedeu, ao passado. Com isso, mesmo que
aparentemente com boa intenção, os filhos se deslocam de sua função,
querendo ser pais de seus pais e acabam retribuindo o que receberam
por culpa e presunção e não por amor.
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O CAMINHO SAUDÁVEL
O que é funcional é quando os filhos vão para a vida com tudo o que
tomaram de seus pais, e criam internamente uma culpa positiva que lhes
estimula a crescer e se desenvolver em todas as áreas de suas vidas, de
forma que sua prosperidade transborde na vida dos pais, como
consequência, por Amor a eles. Então esse presente é recebido como
uma benção. Ou quando os filhos se dedicam a cuidar de seus pais
idosos com Amor, desde que isso não destitua suas famílias atuais,
também é recebido como um presente.
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proveitosa para alavancar projetos, buscar melhores colocações nas
empresas ou no empreendedorismo. Quanto mais um filho acumula o
que tomou dos pais com gratidão, mais retribui para o “mundo” a sua
volta e cresce com sua contribuição.
Quando tomamos o que não nos cabe, é quando sentimos que o vem
dos pais é “pesado” ou desconfortável. Esse “sentir”, pode ser
identificado com facilidade, e é sempre um sinal de disfuncionalidade.
Os filhos podem, neste caso estarem se negando a tomar o que vem dos
pais por medo ou se, mesmo sendo pesado, sentem uma certa “honra”
por carregar esse peso, então tendem a repetir as mesmas histórias.
Por isso que muitos filhos tem dificuldade de tomar seus pais, porque
tomam aquilo que não lhes cabe ou porque temem carregar as cargas
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ou ter uma vida igual a dos seus pais. Esse medo causa confusão,
distorção, distanciamento mas, principalmente, vinculação, porque
quanto mais os filhos rejeitam os pais ou aquilo que vem deles, mais
inconscientemente buscam formas de compensar, e acabam repetindo
suas histórias, pois seu olhar e atenção estão voltado para o passado.
Desejar ter uma vida diferente da vida dos pais é natural e para os pais é
uma realização quando os filhos se desenvolvem e tem de fato uma vida
melhor do que a deles, isso quer dizer que o seu esforço ou sacrifício
valeram a pena. Por isso que, quando os filhos não se desenvolvem é
como se estivessem se “vingando” de seus pais, pois internamente lhes
diz “vocês não fizeram o suficiente, por culpa de vocês eu não tenho
sucesso” ou ainda podem representar “Assim como vocês, eu me limito,
eu fracasso”. Essa postura ainda infantil não enxerga que esse Amor
adoece a todos e impede de assumir a autorresponsabilidade pela vida.
Tomar é uma arte porque todos os pais foram suficientes, pois eles não
dão aos filhos simplesmente o que eles tem, e sim o que eles são e o que
também tomaram de seus pais.
Os filhos não devem julgar seus pais, dessa forma suas vidas se tornam
mais leves. Sempre, mesmo da forma mais inconsciente, a vida da
geração seguinte é mais leve que a da anterior e isso se deve ao que os
pais já tomaram, compensaram, foram exemplo ou carregaram. Cabe
aos filhos consciência e coragem para tomarem apenas o que lhes
cabe, ao preço que custou aos pais.
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que as dos seus pais, a levarem uma vida de sofrimentos e sacrifícios em
honra a eles. Quando na verdade os honraria se pudessem expandir essa
visão com amor. Lhes mostrar um outro lado, respeitando seus pontos de
vista e sem julgar sua resistência. Que pudessem tomar os seus dons, sua
dedicação, sua ação, seu amor, sua responsabilidade, sem as dores e as
consequências de suas escolhas pessoais.
Então, uma “métrica” para saber se os filhos tomaram o que lhes cabe
de seus pais com Amor é quando, enquanto adultos ao pensarem em
seus pais sentem-se alegres por tudo o que seus pais são e por tudo o
que vem deles. Parece simples mas esse é um dos maiores desafios que
temos, pois os pais são partes de nós, representam nossa luz assim como
as sombras que mais tememos.
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Após essa compreensão, podemos olhar com gratidão e humildade para
nossos pais e também, elevar o nosso olhar para o que está além, pois a
Vida chega através deles, desde muito longe.
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“No outono, o vento sopra e espalha as sementes. Uma delas cai em solo fértil,
outra em terreno rochoso, e cada uma delas tem de se desenvolver onde se
deposita. Não pode escolher o lugar. Do mesmo modo, não podemos escolher
nossos pais. Eles são o lugar onde nossa vida germina, o único lugar. Quer a
semente tenha caído em solo fértil, quer em terreno rochoso, será uma
verdadeira árvore, não importa como cresça. E dará frutos. Suas sementes se
espalharão de novo, e a mesma árvore tornará a crescer de maneira distinta em
diferentes lugares.”
“Para que possamos crescer de fato, temos de aceitar o lugar ao qual estamos
ligados, seja ele qual for. Com “vantagens” ou “desvantagens”, todo lugar
condiciona a um desenvolvimento específico, tem oportunidades específicas e
estabelece determinados limites. Porém, a vida é pura e autêntica tanto num
quanto noutro lugar.”
Bert Hellinger
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EQUILÍBRIO NA RELAÇÃO DE CASAL
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postura adotada pelo casal e por cada um como indivíduo dentro da
relação de acordo com seus condicionamentos prévios. E ainda, a
vinculação pode se estabelecer tanto para o “bem” como para o “mal”,
criando relações saudáveis e felizes ou relações tóxicas as quais os
companheiros muitas vezes não conseguem se desligar.
Essas posturas são reflexos das imagens internas que cada um carrega
sobre como é se relacionar, como esse dar e receber acontece, de
acordo com a interpretação que fizemos da “relação modelo” para
todos nós, que é a relação dos pais enquanto casal. Isso quer dizer que,
na grande maioria das vezes, quando as relações passam por muitos
conflitos, há envolvimentos sistêmicos, seja pelas imagens internas
inconscientes que conduzem a comportamentos disfuncionais ou a
emaranhados propriamente ditos.
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E isso é mais comum do que se imagina, sobretudo nos primeiros
relacionamentos. Por isso, é fundamental que possas agora olhar com
sinceridade para sua postura dentro da relação e a partir desse ponto
iniciar seu processo de reequilíbrio.
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AS QUATRO POSTURAS DAS RELAÇÕES
Expectador
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*Mais adiante explicarei com detalhes o que é a dinâmica do Amor
Interrompido.
Doutrinador
A relação tem sucesso quando o homem ama e toma a mulher sem ter o
desejo de modificá-la e o mesmo vale para a mulher, que ama e toma o
homem como seu homem sem o desejo de modificá-lo. Cada um dá o
que tem e recebe o que necessita. Aqueles que desejam expressa ou
implicitamente transformar ou educar o parceiro estão ferindo uma
ordem em relação aos pais e a própria relação de casal, pois de forma
inconsciente desejam ser o Pai ou a Mãe do parceiro porque
secretamente se sentem melhores e desejam modificar os seus próprios
pais.
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que aquele que recebeu essa quantidade desproporcional saia da
relação ao se formar, pois não consegue retribuir o que lhe foi dado em
valor e sacrifício. É o que acontece com os filhos em relação aos pais,
quando esses pagam seus estudos, nos filhos se cria uma tensão grande
de culpa por tudo o que receberam e eles tendem a se afastar dos pais
e compensar na próxima relação. E é exatamente isso o que acontece
nessa projeção dentro de uma relação de casal.
Dependente
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São pessoas que no fundo tem um alto grau de exigência em relação ao
outro, pois sempre esperam mais, julgam não terem sido atendidas de
forma suficiente na infância e tornam-se sugadores na relação de casal.
Sempre recebem, mas por mais que o parceiro(a) faça, não satisfará
suas necessidades mais profundas, pois de fato estão exigindo da pessoa
errada o que precisam fazer por si mesmas enquanto adultas. Tendem a
se tornarem vitimistas e dominadoras, pois acabam prendendo a outra
pessoa à relação através das histórias que conta e do sofrimento que
expressa.
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Adulto consciente
Mas essa troca não é mecânica, se quem recebe, devolve por se sentir
pressionado ou por exigências explícitas ou ocultas, isso não acrescenta
e sim diminui a paixão do casal. A relação torna-se fria e mecanizada em
todas as instâncias.
Neste caso, o casal não está olhando um para o outro, e sim voltados
para as próprias necessidades pessoais e as expectativas em relação ao
outro. Não olham para a relação com Amor e sim com outros intuitos,
que pode ser orgulho, necessidade de provar algo, medo da separação
ou de um enfrentar algum conflito.
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Amor, mais paixão, em quantidade e qualidade que fará seu amado,
sua amada, sorrirem entre os lábios, olhos e coração.
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EMARANHAMENTOS SISTÊMICOS
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tomados a serviço do sistema para compensar situações que não lhes diz
respeito diretamente, mas que também podem se liberar quando tomam
consciência e agem também com Amor para criar uma nova
informação na consciência coletiva, librando não só a si mas toda uma
geração.
Expiação
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apenas está em uma posição de arrogância como está tirando a
dignidade daquela pessoa, a isso chamamos de expiação.
Dupla Transferência
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Inúmeros são os casos de dupla transferência, de sentimentos
geralmente associados a raiva que são reprimidos pelos pais ou avós mas
que os filhos ou até mesmo os netos captam e podem tomar para si.
Embora não existam culpados, uma vez que esse tomar é inconsciente,
isso não isenta da injustiça cometida por quem tomou o que não lhe
cabia contra pessoas inocentes. Neste exemplo que citei, da injustiça
cometida pela esposa contra o marido. Então, o que resta para esses
casais, é deixar-se permear por uma nova percepção, uma nova
imagem interna, que por ser verdadeira toca a alma profundamente,
olhar para o que foi injustiçado e dizer: “Eu sinto muito. Eu não sabia.” E
que cada uma dessas frases sejam ditas até alcançarem a vibração
necessária para tocar a alma do companheiro. Então, os dois podem
novamente olhar-se mutuamente com amor e renascer para uma nova
relação, com mais consciência.
Identificações
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é possível considerar essa hipótese, sinta seu corpo como reage e
procure um profissional para lhe ajudar se necessário. Quem está
identificado com outra pessoa do sistema, não possui uma identidade
própria, é como se fosse apossado pelas informações daquele
antepassado, por isso, aqui não existe liberdade, há uma supressão da
personalidade do identificado e a expressão de outra personalidade,
que corresponde a alguém do sistema. Esse fato não pode ser explicado,
mas os efeitos sentidos e comprovados, pois quando ocorre a
desidentificação a pessoa percebe imediatamente em seu corpo e em
sua alma que foi liberada, sente como se seu corpo se ancorasse em solo
firme e um profundo alívio. Geralmente casos de identificação tem
relação com pessoas que foram excluídas, rejeitadas, abandonadas ou
se cometeu alguma outra injustiça como o esquecimento, por exemplo
no caso de mulheres que morreram no parto ou de pessoas internadas e
abandonadas em hospícios, relações extra conjugais que foram
omitidas, crianças que foram doadas, assassinatos etc.
Modelagem
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O movimento de Amor interrompido
Esse fechamento foi conduzido para a vida adulta, fazendo com que,
quando esse homem ou essa mulher tentem se aproximar e criar uma
relação com alguém, seu corpo, sua biologia lhe envia sinais de perigo,
que para ela pode ser inconsciente, mas que a leva a um afastamento
daquele compromisso por medo de sentir novamente aquela dor. O
movimento de amor interrompido cria situações de repetições, onde
num mesmo ponto, a pessoa tenta avançar mas algo dentro dela
lembra daquela dor ela instintivamente se afasta, tornando esse
movimento cíclico e neurótico.
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OUTRAS CAUSAS FUNDAMENTAIS DOS CONFLITOS
Quando os meninos ficam por muito tempo sob a esfera da mãe não se
completam enquanto homens, permanecem como eternos
adolescentes, queridinhos das mulheres mas não desenvolvem atitudes
nem despertam interesse por seu potencial masculino. Ao mesmo tempo,
quando as mulheres permanecem muito tempo sob a esfera do pai, se
tornam eternas adolescentes, não sendo vistas como mulheres atraentes
pelo seu potencial feminino. O que esses filhinhos buscarão em suas
relações de casal serão substitutos para a mãe e para o pai. Assim os
homens buscarão alguém semelhante a própria mãe, independente de
como for seu relacionamento com ela e a mulher buscará alguém
semelhante ao seu pai, independente de como for seu relacionamento
com ele. Ambos em posturas de tomadores, desejando receber do outro
aquilo que acreditam não terem recebido suficiente dos pais. Uma
relação de parceria, sem a profundidade e seriedade que uma relação
de casal exige para expressar seu potencial de realização
transcendental.
Por isso é importante que os meninos passem logo para a esfera do pai e
as meninas para a esfera da mãe, para que desenvolvam seus atributos
masculino e feminino e se completem em um parceiro. Aqueles que
buscam desenvolver igualmente suas energias masculina e feminina
tendem a ficar sozinhos, pois criam uma ideia de autossuficiência. Por isso
é importante que os homens permaneçam homens e cultivem o
masculino junto a outros homens e que as mulheres permaneçam
mulheres e cultivem o feminino junto a outras mulheres. Assim o casal
mantem sua tensão de atração mútua e vê o outro como
complementar.
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Ciúmes
Leviandade
Ser leviano é terminar uma relação sem uma justificativa adequada, que
seria por exemplo sentir que apesar dos esforços não foi possível manter o
que no início uniu o casal. Quem termina uma relação para benefícios
próprios ou simplesmente abandona um companheiro(a) ou família,
coloca em risco a própria felicidade e no caso de uma família, até
mesmo coloca em risco a vida dos filhos. As relações compõe a maior
preciosidade da experiência humana, em especial as de casais, e
devem ser vividas com a devida seriedade e intensidade. Assim um casal
se torna um casal de verdade até mesmo quando se separam.
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COMPENSAÇÕES ILUSÓRIAS
Relações religiosas
Não há como pagar pela salvação e viver dentro dessa esfera do Ego, é
uma tortura mais fácil para muitas pessoas do que sentir-se grata e
merecedora de tal presente. Essa gratidão porém, não é a gratidão
expressa e sim a vivenciada dentro do coração, é apenas um tomar,
como na relação com os pais, mas sem a presunção de querer devolver
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e com a autorresponsabilidade de viver com amor. Tomar sem
arrogância torna esse presente aceitável, e dessa postura surge uma
leveza interior, não de alguém que é especial em detrimento de outros
mas sim da aceitação do próprio destino e do destino de outros, aceitar
o que é, simplesmente, traz paz e alegria. O que é preciso soltar? O
controle.
Injustiças Familiares
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CAMINHOS DE SOLUÇÃO
Ainda, quando esse homem e essa mulher podem olhar um para o outro
e dizer: “Eu amo você e aquilo que o guiou até aqui”, “Eu amo você e
aquilo que a guiou até aqui”, então a relação é coroada pela benção,
pois cada um é visto desde a sua integralidade e aceito, então o Amor
entre o casal irradia luz.
Sexualidade e epiritualidade
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perpetuar, e o espírito se liga ao que provém do invisível e permite a
criação daquilo que é novo e ligado ao instinto.
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Equilíbrio na relação de casal com filhos
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tendência que as relações se mantenham por convenção, e quando isso
ocorre com a desculpa de ser por conta dos filhos, torna-se um caminho
pesado para todos.
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dois opostos. Todo perpetrador se tornará em alguma instância vítima e
toda vítima, perpetradora em alguma área.
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separam e permitem que os filhos amem a ambos livremente, para o filho
é um processo de crescimento e aprendizagem.
Quando um filho escuta de seus pais, que um dia eles se amaram muito,
para ele é um alívio, pode então amá-los integralmente também.
Uma das causas que muitas vezes é oculta e impede que os filhos
consigam tomar o pai é a sua lealdade inconsciente com a mãe. Isso
acontece quando as mães guardam ressentimentos em relação ao pai
dos filhos, esses então, ainda quando muito pequenos, por esse Amor
incondicional a mãe, se comprometem interna e precocemente com
ela através de dinâmicas como “Eu carrego com você (ou por você) sua
dor, seu sofrimento, sua raiva, mamãe” ou pode ser “Eu sofro, odeio e
repito como (ou por) você, mamãe”. Essas lealdades podem
permanecer ativas durante muitos anos, até que possam ser
identificadas.
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liberar-se primeiramente dessa fidelidade à mãe para após poder
enxergar o pai, com um olhar purificado.
E assim, esse filho também pode, agora, olhar para o pai e enxergá-lo
com seus próprios olhos, já purificados: “Agora eu consigo te ver pai”...
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Equilíbrio nas relações com parceiros que já possuem filhos
Além disso, torna mais leve para a mãe ou pai que segue com a
responsabilidade dos filhos, dividi-la com outra pessoa. Mas essa é uma
dinâmica que cria emaranhados com consequências longas para todos
os envolvidos, em especial aos filhos pequenos que recebem isso como
“herança”, sem poder se defender das escolhas dos pais.
Para o parceiro que faz esse papel de pai ou mãe substitutos, também é
muito pesado. Eles também podem estar compensando uma situação
pessoal para assumir essa posição, mas via de regra é um papel
arrogante perante o pai ou mãe biológicos gerando um grande
desequilíbrio. Quando essa pessoa faz questão de assumir o papel de pai
ou mãe “substituto” está excluindo com o consentimento da mãe/pai, o
genitor biológico e isso gera nos filhos uma lealdade inconsciente com o
excluído, além de uma frustração de identidade, pois não tendo sua
origem devidamente honrada, entra em um processo de distorção de
sua auto imagem, e comumente acaba por concordar com a exclusão
feita, mentalmente, criando culpa e uma tensão por compensação.
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Hellinger também escreve que o incesto as vezes está associado a essa
dinâmica, mas via de regra os filhos tornam-se extremamente leais a
esses "pais substitutos" e ambos deixam seus verdadeiros sonhos de lado.
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os seus ancestrais paternos, até o chão, baixando a cabeça, com amor,
humildade e gratidão. Permita-se sorrir...
Esse mesmo exercício pode ser realizado por filhos adotivos e adaptados
para os pais.
Muitas relações são acometidas por fatos que exigem que o equilíbrio
entre o dar e o receber seja modificado. Quando doenças graves ou
alguma deficiência possa ocorrer tragicamente no decorrer da relação
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ou previamente a ela, o casal precisa estar ciente que seu equilíbrio e
por consequência seu amor, será desafiado.
Mas isso não quer dizer que o equilíbrio não pode ser alcançado, só
precisa ser adaptado a realidade como se apresenta. Um sempre
passará a dar mais e o outro a receber mais, essa é realidade e precisa
ser encarada de frente, dessa forma ambos podem decidir se desejam
continuar. Pois o Amor não se delimita tão facilmente, ele também é
flexível se conduzido por uma ordem adequada, que neste caso será a
ordem da humildade e gratidão.
Por isso, esse ato de humildade e gratidão por parte de quem recebe
mais exige uma grande coragem, pois vai ancorar a relação, honrar seu
parceiro e fazer brilhar o presente que o outro com Amor lhe dá.
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Retomar o equilíbrio após um dano
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É preciso que, quem foi ferido também torne-se culpado para a
dinâmica regressar a compensação positiva. Se por exemplo um dos
companheiros fez algo que o outro se sentiu prejudicado, como por
exemplo, foi viajar de férias com seus amigos enquanto o outro não foi
por estar trabalhando. Esse que ficou internamente, sentiu-se
prejudicado. Para haver o reequilíbrio, é preciso que ele faça algo que
internamente lhe gere o senso de compensação. Ou pode fazer uma
viagem sozinho(a), nas suas férias, ou pode comprar algo que lhe
compense e estava adiando a pedido do outro, ou... n possibilidades, só
é preciso que, quem foi prejudicado sinta que está novamente no
mesmo patamar que seu companheiro através de uma ação, sinta-se
compensado.
É preciso saber dosar, fazer algo que de certa forma prejudique o outro,
só que, como o Ama, faz um pouco menos. Então a dinâmica pode se
reequilibrar para o positivo. No caso da saída de férias, poderia
igualmente sair sozinho para suas férias, mas por menos dias, ou sair com
o companheiro para viajar mas para um destino que quem está
compensando escolha, enfim.. cada situação trará alternativas
pertinentes, é preciso que os envolvidos estejam conscientes das
dinâmicas e tenham coragem de agir.
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MOVIMENTOS DA VIDA- Bert Hellinger
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nos mostram um caminho. Vou com vocês em uma meditação na qual
vocês poderão compreender isso internamente. Fechem os olhos, aí
poderemos fazer isso internamente... “
MEDITAÇÃO:
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recebem os antepassados, independentemente do preço pago, e
quando os
honram, independentemente do que tenham feito. O equilíbrio também
se dá quando os fatos já ocorridos, tenham sido bons ou ruins, podem
ficar no passado. Os excluídos recebem, então, o direito à hospitalidade
e, em vez de nos aterrorizarem, trazem a bênção. E quando também lhes
concedemos em nossa alma o lugar que lhes cabe, ficamos em paz com
eles e nos sentimos plenos e completos, pois temos conosco todos que
nos pertencem.”
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CONCLUSÃO
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algo de bom ela em homenagem a tantos que deram seus lugares para
que nós pudéssemos ocupar o nosso.
Decidimos ter coragem para seguir adiante, com coração cheio de
gratidão e a visão ampla, abrindo novos caminhos e possibilidades de
sucesso, saúde e amor aos nossos descendentes, com humildade e
sintonia com o todo, passado e futuro, aqui e agora.
Com Amor,
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