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Sem erros, permanecemos estreitos sem erros. Permanecemos pobres sem erros.

Falta-nos o
amor que nos aproxima dos que erram. Sem erros. Também não podemos amar os outros.

Bert Hellinger

O LUGAR DE CADA UM NO SISTEMA


FAMILIAR
Cada integrante de nosso sistema familiar, quando nasce, garante naquele
momento seu lugar na familiar. Este lugar é bem claro: ele é depois de todos que
vieram antes e antes de todos os que virão depois.

Este lugar não pode ser trocado em hipótese nenhum. Da mesma forma, este
lugar não pode ser ocupado por outros de nenhuma maneira.

Ainda assim, o movimento de quebra da ordem familiar é um dos mais comuns


observados na Constelação Familiar.
E como se quebra a ordem?
Quando me julgo superior aos pais, quando interfiro nos problemas dos outros, quando me
intrometo em assuntos que não me pertencem.
Hellinger escreveu em seu livro “Ordens do amor”: “Quando alguém atenta contra
a ordem de origem, quando, por exemplo, um filho se arroga o direito de saber e
julgar o que se passa entre os pais, ele se coloca acima deles.

Sempre que acontecem processos trágicos em sistemas, como acidentes graves, suicídios e
coisas semelhantes, trata-se de consequências da transgressão da ordem. Alguém em
posição posterior colocou-se no lugar de alguém em posição anterior, e consequentemente
reage com uma necessidade inconsciente de fracassar, ficar infeliz ou morrer.”

Permanecer em seu lugar, assumindo suas responsabilidade, limites e também sua própria
liberdade resulta em uma vida leve. E nisso, a Constelação Familiar pode ajudar.

O PODER DOS SISTEMAS


FAMILIARES
Por Joy Manné, no livro “As Constelações Familiares em sua vida diária”

“Ao vir ao mundo no seio de uma família, não herdamos somente um patrimônio
genético, mas sistemas de crença e esquemas de comportamento. Nossa família é
um campo de energia no interior do qual nós evoluímos. Cada um, desde seu
nascimento, ocupa aqui um lugar único.

(…) Somos, também, mantidos em nosso campo familiar pessoal e individual num
nível determinado, que entrava ou faz crescer a nossa disposição para ser feliz,
escolher livremente, ter êxito naquilo que empreendemos, para fazer durar os
relacionamentos agradáveis, a saúde, o bem-estar e também as doenças.
(…) As constelações familiares nos dão a oportunidade de compreender os
esquemas em seu nível mais pro fundo. Elas permitem que nos libertemos, ao
mesmo tempo que encontramos a paz e a felicidade.

A natureza do nosso campo de energia familiar é determinada pela história da


nossa família, principalmente sua religião e suas crenças, em outras palavras, sua
consciência. Nosso país de origem, a religião em meio à qual nascemos, também
desempenham um papel.

Essa natureza é moldada por acontecimentos marcantes, como a história dos


relacionamentos dos pais e dos avós, morte de uma criança muito nova, aborto,
parto prematuro, adoção, suicídio, guerra, exílio forçado, troca de religião, incesto,
antepassado agressor ou vítima, traição, ou mesmo a confiança.

As ações generosas e altruístas de nossos pais e de nossos antepassados são


saudáveis para nós, enquanto suas más ações modificam o campo energético
familiar, obrigando as gerações posteriores a pagar o preço.

Entre as más ações estão: adquirir bens de forma duvidosa, trapacear ou roubar,
pertencer a uma corporação cuja função envolva matar (como o exército, por
exemplo), as diferentes formas de violência, a internação psiquiátrica ou a prisão
de membros da família, os acidentes que terminam em morte, renegar sua religião
ou seu país.

O comportamento dos nossos antepassados em relação às mulheres ou aos


homens afeta nossa aptidão para criar bons relacionamentos. A ausência de
respeito e da gratidão a que nossos antepassados têm direito também altera o
campo de energia.

O provérbio bíblico “até a terceira e quarta geração” confirma-se nas constelações


familiares. Pode até ser que a influência decorra daí. Imersos no campo energético
familiar, ignoramos sua influência que permanece fora da nossa consciência.

Estamos presos a comportamentos e atitudes que nos derrotam e incitam a


cometer atos que não compreendemos e dos quais acabamos por nos arrepender.
As constelações familiares nos ensinam que a nossa família é a nossa sina.

Entretanto, não estamos irremediavelmente presos a essa sina e podemos


alcançar a cura. Ao compreender os mecanismos desse processo, ficamos na
posse do poder de controlar o nosso comportamento a fim de evitar sofrimento
para as gerações futuras.”

A FAMÍLIA E A ORDEM
texto de Bert Hellinger
“Filhos saudáveis e felizes, bem como pais afetuosos, são encontrados em todas
as culturas, religiões e classes sociais. Portanto, há muitas maneiras eficientes de
criar filhos, que podem diferir umas das outras e mesmo contrariar-se.

Não obstante, o amor exige vínculo, equilíbrio entre o dar e o receber, e ordens
sociais adequadas seja qual for a cultura, mas deixa-nos largo espaço para
concretizar tudo isso.

O amor flui mansamente quando todos os membros de um sistema familiar


obedecem à hierarquia. Como vimos, a hierarquia familiar deve atender a três
critérios: tempo, peso e função.

Com respeito ao tempo, a hierarquia familiar vem de cima e do mais antigo até o
mais novo. Assim como o tempo, ela não pode ter a direção invertida: os filhos
sempre vêm depois dos pais e os mais jovens sempre vêm depois dos mais
velhos.

O relacionamento entre marido e mulher existe antes de se tomarem pais; há


adultos sem filhos, mas não existem filhos sem pais biológicos.

O amor vence quando os pais cuidam bem dos filhos quando eles são jovens, mas
a recíproca não é verdadeira. Assim, o relacionamento entre marido e mulher
assume prioridade na família.

A prioridade baseada no tempo também se aplica aos irmãos. Os que estão perto
do começo da vida recebem dos que já viveram mais. O mais velho dá ao mais
jovem, o mais jovem recebe do mais velho. O primeiro filho dá ao segundo e ao
terceiro; o segundo recebe do primeiro e dá ao terceiro; e os caçulas recebem de
todos os outros.

O primogênito dá mais e o infante recebe mais. Por isso, muitas vezes, o filho mais
velho é recompensado com privilégios e o mais novo assume maiores
responsabilidades para com a velhice dos pais.

Os novos sistemas de relacionamento também têm prioridade sistêmica sobre os


antigos. Dá-se aí o contrário da dinâmica de precedência dentro de um sistema em
que os membros mais velhos se sobrepõem aos que vêm depois.

O relacionamento do casal tem prioridade sobre o relacionamento com a família de


origem, do mesmo modo que o segundo casamento tem precedência sobre o
primeiro.

Os relacionamentos são prejudicados quando esse princípio não é acatado —


quando os pais permanecem mais importantes que os parceiros e filhos ou os
primeiros parceiros mais importantes que os novos.

Com respeito ao peso, o relacionamento mais importante na família é entre o pai e


a mãe; vem em seguida o relacionamento entre pais e filhos, os relacionamentos
com a família em geral e, finalmente, os relacionamentos com outros grupos
livremente escolhidos.

Algumas pessoas, assoberbadas por um destino particularmente ingrato, podem


ter peso sistêmico bastante para que a sequência normal, de acordo com o tempo,
deva ser ajustada.

CONSTELAÇÃO FAMILIAR NÃO É MÁGICA


Há um componente muito importante para os bons resultados de uma Constelação
Familiar: a responsabilidade pessoal.

É através dela que o cliente consegue se apropriar do que foi visto na Constelação
e partir para a ação e para as possibilidades que se abrem após um trabalho com
as Constelações Familiares.

Mas isso também tem um custo: sair do papel de vítima e dizer sim aos erros, e
também aos acertos. É ver a realidade, com tudo que a compõe.

Isso dá força, algo muito próprio que nos direciona para uma vida mais leve e
madura.

A Constelação Familiar encontra aqui também um desafio: a medida que este


conhecimento se difunde, muitas pessoas chegam nele querendo terceirizar essa
responsabilidade.

Sim, há ação do campo familiar e há reflexos em todo o sistema. Mas sem uma
postura realmente madura diante da própria realidade em relação às dores, aos
insucessos, ao que é difícil, os efeitos verificados na Constelação se perdem.

Isso porque, ainda que inconsciente, somos os maiores agentes de


acontecimentos (bons e ruins) em nossa vida. E se não tomarmos a possibilidade
de mudança como nossa responsabilidade, nós iremos, novamente, criar o
ambiente para que certos situações difíceis voltem a acontecer.

Constelação Familiar não é mágica. É uma chance de ver e aceitar o nosso lugar e


nosso papel no nosso sistema familiar. Com a postura certa, nos auxilia a assumir
a responsabilidade que nos pertence e assim tomar as atitudes necessárias para
caminhar adiante.

O QUE FAZER COM A IMAGEM DE


UMA CONSTELAÇÃO FAMILIAR?
Pergunta para Bert Hellinger e sua resposta no livro “A fonte não precisa perguntar
pelo caminho”
 

Um PARTICIPANTE perguntou à HELLINGER: “Você sempre traz à luz que


estamos metidos em certas lealdades no seio de nossa família. Tem-se, nesse
ponto, aonde essas lealdades vem à luz, uma chance de se liberar delas, quando
se reconhece que não são boas para si?”

HELLINGER então o responde: “Nem sempre. Às vezes, a lealdade é tão forte que a
solução não é possível. A solução exige uma despedida da família e a disposição de ser
independente.
Isso está ligado a um sentimento de solidão. Por isso, o passo é tão grande. É
necessária, portanto, uma transformação interna, um processo de
amadurecimento, frequentemente, também algo assim como uma consumação
espiritual em direção a algo maior.

Então, isso tem êxito. Quem não tem antenas para isso, quem, por exemplo, quer
fazê-lo mecanicamente, não tem êxito. Funciona melhor quando se olha aquilo que
vem à luz, concorda-se com isso assim como é e, então, deixa-se que a própria
alma dirija, sem ser muito ativo.”

Este é um dos desafios após uma constelação. Temos que aceitar o tempo do
nosso centramento ao mesmo tempo que assumimos a responsabilidade por
nossas ações.

A Constelação Familiar não é mágica. Ela exige bastante mudanças daqueles que
chegam até ela. Porém, os resultado tem se mostrado muito eficiente para todos
aqueles que desejam e se compromentem realmente consigo mesmo no
movimento das mudanças.

PORQUE REPETIMOS?
Você sabe porque repetimos as situações difíceis do nosso sistema familiar?

O conhecimento trazido pela constelação fala de como recebemos influências dos


acontecimento difíceis de nossa rede familiar, mesmo de pessoas que sequer
tivemos convivência.

Isso acontece pelo nosso vínculo familiar, pela lealdade e amor (muitas vezes
inconscientes) que temos com todos aqueles que pertencem ao nosso sistema, em
especial em um espaço de 4 gerações.

Hellinger, pioneiro neste conhecimento, escreveu no livro “Ordens do Amor”:

“Na comunidade de destino, constituída pela família e pelo grupo familiar, reina
portanto, em razão do vínculo e do amor que lhe corresponde, uma necessidade
irresistível de compensação entre vantagens de uns e as desvantagens de outros,
entre a inocência e a sorte de uns e a culpa e a desgraça de outros, entre a saúde
de uns e a doença de outros, e entre a vida de uns e a morte de outros.

Em razão dessa necessidade, se uma pessoa foi infeliz, uma outra também quer
ser infeliz; se uma ficou doente ou se sente culpada, uma outra, saudável ou
inocente, também fica doente ou se sente culpada; e se uma morreu, outra,
próximo a ela, também deseja morrer.”

Nesse movimento inconsciente, somos levados à repetição do que é difícil. Porém,


entrar em contato com esta identificação e olhar com amor e respeito para o que
foi difícil nos permite liberar do amor cego e seguir para uma vida mais leve.

É isso que a Constelação Familiar oferece. Um conhecimento que nos auxilia a


seguir adiante para além das dificuldades.

PAIS E FILHOS sob o olhar da


Constelação Familiar
Por Bert Hellinger, no livro “No centro sentimos leveza.”

“Pertence às ordens do amor entre pais e filhos, em primeiro lugar, que os pais


dêem e os filhos tomem. Os pais dão a seus filhos o que antes tomaram de seus
pais e o que, como casal, tomaram um do outro”.
Os filhos tomam, antes de tudo, seus pais como pais e secundariamente aquilo
que os pais lhes dão por acréscimo. Em compensação, aquilo que tomaram dos
pais eles posteriormente transmitem a outros e, principalmente, como pais, aos
próprios filhos.

Alguém só pode dar porque antes recebeu, e tem o direito de receber porque mais
tarde também dará.

Quem vem primeiro deve dar mais, porque também recebeu mais, e quem vem
depois necessariamente recebe mais. Entretanto, também ele, quando já tiver
recebido bastante, dará aos que vierem depois. Assim, dando e tomando, todos se
sujeitam à mesma ordem e seguem a mesma lei.

Esta ordem também vale para o dar e tomar entre irmãos. Quem veio antes deve
dar aos que vieram depois, e quem vem depois deve tomar dos que vieram antes.
Quem dá, já recebeu antes, e quem recebe, também precisa dar depois.

Por essa razão, o primeiro filho dá ao segundo e terceiro, o segundo recebe do


primeiro e dá ao segundo e o terceiro recebe do primeiro e do segundo. O filho
mais velho dá mais e o mais novo recebe mais. Em compensação, o mais novo
frequentemente cuida dos pais quando envelhecem.”
[A FORÇA DO VÍNCULO]
Por Bert Hellinger

Por efeito do vínculo, os membros subsequentes e mais fracos da família querem


segurar os antecedentes e mais fortes para que não se vão, ou pretendem segui-
los se já partiram. Também por efeito do vínculo, os membros que obtiveram
vantagem querem assemelhar-se aos que ficaram em desvantagem.

Assim, filhos saudáveis querem assemelhar-se a pais doentes e filhos inocentes a pais
culpados. O vínculo faz ainda com que membros da família com boa saúde se sintam
responsáveis por membros doentes, inocentes por culpados, felizes por infelizes e vivos por
mortos. Assim, pessoas que se sentem em vantagem se dispõem também a arriscar e
oferecer sua saúde, inocência, vida ou felicidade pela saúde, inocência, vida ou felicidade
dos outros. Pois alimentam a esperança de que, renunciando à própria vida e à própria
felicidade, poderão assegurar ou salvar a vida e a felicidade de outros membros dessa
comunidade de destino, restituindo e recuperando a vida e a felicidade deles, mesmo que
tenham sido perdidas.

Na comunidade de destino, constituída pela família e pelo grupo familiar, reina, portanto,
em razão do vínculo e do amor que lhe corresponde, uma necessidade irresistível de
compensação entre a vantagem de uns e a desvantagem de outros, entre a inocência e a sorte
de uns e a culpa e a desgraça de outros, entre a saúde de uns e a doença de outros, e entre a
vida de uns e a morte de outros. Em razão dessa necessidade, se uma pessoa foi infeliz, uma
outra também quer ser infeliz; se uma ficou doente ou se sente culpada, uma outra, saudável
ou inocente, também fica doente ou se sente culpada; e se uma morreu, outra, próxima a ela,
também deseja morrer.

Dessa maneira, no interior dessa estreita comunidade de destino, o vínculo e a necessidade


de compensação levam ao equilíbrio e à participação na culpa e na doença, no destino e na
morte de outros. Com isso, tenta-se pagar a salvação do outro com a própria desgraça, a
cura do outro com a própria doença, a inocência do outro com a própria culpa ou expiação,
e a vida do outro com a própria morte.

[VÍNCULO E PROGRESSO]
por Bert Hellinger, no livro “A fonte não precisa perguntar pelo caminho.”

“Quero dizer algo sobre o vínculo. Muita desventura está enraizada em vínculos. A criança
está vinculada profundamente à sua família e, na verdade, não somente a seus pais e irmãos,
mas também aos antepassados.

Porque ela, através do vínculo, faz parte da alma da família, participa também nos destinos
dessa família. Ela acha que mostra o seu amor participando desses destinos. Portanto,
quando alguém da família foi assassinado, ela acha que talvez possa mostrar o seu amor
pela vítima, se também morrer.
Ou se o pai se suicidou, ela acha que o seu amor por ele exige que morra precocemente
como ele. Eu denomino isso de dinâmica: “Eu sigo você”. Ou quando a criança vê que um
dos pais quer morrer, diz: “Eu faço isso em seu lugar”.

Portanto, através do amor e através do vínculo a desventura continua. Ontem, vimos em


alguns exemplos que o que se exige do indivíduo para que se libere desse vínculo é, de fato,
não um amor menor, mas sim, um amor maior. Por exemplo, exige do homem que quer
seguir o seu pai que se suicidou mais amor pelo seu pai se permanecer em vida do que
morrendo.

E que a alma da criança sente-se mais vinculada na desventura, quer dizer, sente-se inocente
na desventura. Enquanto que concordando com uma solução, afastando-se da morte e
voltando se para a vida, sente-se culpada. Por isso, a solução exige da alma tanto progresso.

Portanto, solução só existe através de um desenvolvimento interno.

Em alemão, solução é uma palavra ambígua. C. G. Jung a denomina individuação. Portanto,


através da solução, somos isolados e, de certa maneira, mais solitários, entretanto, ao
mesmo tempo, fortes e capazes de fazer algo novo. Todo progresso que afasta da
desventura, que afasta da discórdia para a paz passa pelo isolamento nesse sentido, pois,
esse tipo de isolamento permite que me volte para um todo maior.

A criança que quer ficar inocente em seu amor fica presa em sua própria família. Quem no
isolamento progride para o maior não está somente vinculado à sua família, senão a muitas
famílias, diferentes famílias, ele pode unir em si antagonismos, está ligado a um todo maior
e pode, portanto, também servir a um todo maior.

Por isso, quando alguém que viu uma solução torna a cair em desventura, sente-se mais
inocente e menor. Quando se libera e olha para frente, sente-se culpado, mas maior. ”

Há um preço a ser pago no caminho para o crescimento pessoal, e é sobre isso que
Hellinger fala neste trecho. Ao mesmo tempo, aquilo que é desafiante se torna uma nova
força para novas possibilidades.

O OLHAR SISTÊMICO
A Constelação Familiar e Sistêmica é um conhecimento que olha para influências
pessoais que surgem do vínculo a um grupo, seja ele familiar, profissional ou de
qualquer outro tipo.

Considerar o sistema e suas atribuições significa que o todo NÃO pode ser
explicado a partir da análise separada de cada elemento.
Na verdade, na inter-relação entre seus integrantes, uma realidade maior surge,
estando esta além para a simples soma da contruibuição individual de cada
integrante.

Esta análise é especialmente válida no trabalho da Consultoria Organizacional


Sistêmico-Dinâmica, onde o conhecimento da Constelação Sistêmica é aplicado
para análise de emaranhamentos profissionais.

Em uma empresa, a simples identificação do indivíduo que acarreta o problema e


a aplicação de uma solução direcionada geralmente não resolve a dificuldade. O
olhar precisa ampliar para encontrar o motivo sistêmico que permite a
manifestação de um sintoma empresarial.

É nesse novo olhar, que a Constelação Organizacional auxilia no diagnóstico e na


busca de soluções.

“O todo é mais do que a soma dos elementos. As propriedades sistêmicas são


mais – e pode-se até dizer que são algo distinto – do que a mera adição de seus
elementos. As propriedades de um sistema não podem ser concluídas a partir da
análise dos respectivos elementos, elas só são acessíveis quando o sistema como
um todo é considerado na inter-relação entre as suas partes.”   (trecho de Klaus
Grochowiak e Joachim Castella, no livro “Constelações Organizacionais –
Consultoria Organizacional Sistêmico-Dinâmica).

Sobre as informações que surgem e as


que permanecem ocultas no trabalho
da Constelação Familiar.
Por Bert Hellinger, No livro “A fonte não precisa perguntar pelo caminho”.

“A família tem uma memória. O que dela vem à luz nos é presenteado. Mas ainda
estão presos a ela o escuro e o oculto do qual vêm.

Isto é, o seu essencial nos permanece oculto, por exemplo, o seu “de onde” e o
“para onde”.

Não só nos permanece somente oculto, mas também em segurança, isto é,


subtraído ao nosso acesso. Por isso, podemos e nos é permitido dispor dele
somente quando se mostra, e nós paramos aí, onde nos é ocultado.

Por isso, o que veio à luz não trai o oculto e nem aquilo que está em segurança,
somente nos é mostrado por ele de maneira limitada.
Nossas opiniões se colocam na frente do que vem à luz, encobrindo-o. A opinião,
tão logo a tenhamos formado, nos permite permanecer no subjetivo e por isso
bloqueia o conhecimento.

Ao contrário, o que veio à luz nos força ao desconhecido, insólito e novo. Quando
nos concentramos neste trabalho, então nos concentramos naquilo que
permanece oculto, atrás do que quer vir à luz.

Nós nos submetemos não somente ao que vem à luz, mas também àquilo que
permanece oculto e a tudo aquilo que se manifestou e que volta a imergir.

Por isso, estamos em harmonia com os dois movimentos e nos submetemos a


ambos. Este trabalho deixa aparecer o essencial e, por isso, não se limita ao que
está em primeiro plano, por exemplo, à cura de uma doença.

Por isso, ele é em sua essência mais do que simples psicoterapia.”

CONSTELAÇÕES FAMILIARES:
FILOSOFIA APLICADA
“Vou esclarecer com um exemplo:

Um cliente reclama de seus pais ou reclama do que ele ou ela vivenciou de ruim
na infância.

Originalmente tínhamos pena desse cliente e pensávamos: ‘Vamos ajudá-lo’. Mas se penso
filosoficamente, através do espírito, não existe nada de ruim. Isso não pode existir.

Se atrás de tudo atua uma força criativa, não existe nada que possa contradizer isso.

Portanto, agora olho filosoficamente para essa situação e peço ao cliente que ele também
veja a sua situação filosoficamente e que diga: ‘Não importa o que tenha sido: obrigado.
Tomo isso como uma força. Eu tomo esses pais como pais especiais, que me dão forças
especiais e essenciais para a minha vida’.

De repente, tudo o que aconteceu se transfigura.

Fica preciso.

Como o terapeuta se comporta então?

Ele já não é mais um terapeuta, é agora, na verdade, um filósofo.


Ele não tem nenhum pesar.

Pelo contrário, concorda também com aquilo que é ou que foi.

Com isso são liberadas forças que ultrapassam a psicoterapia”.

PARA ENTENDER A CONSTELAÇÃO


FAMILIAR
Algumas pessoas estranham o termo “Constelação Familiar” e isto é bem natural.

Aqueles que não conhecem os estudos de Bert Hellinger sobre os relacionamentos


humanos e as influências do sistema familiar sobre os seus integrantes, acham
que se trata de algo místico.

Por isso, geralmente é um desafio falar da Constelação Familiar de Hellinger para aqueles
que nunca participaram de uma vivência.

Então, para fim de explicação e buscando facilitar o entendimento, vamos usar aqui neste
post um termo mais diretamente relacionado com o objeto deste trabalho. Usaremos
“Posicionamento Familiar” no lugar de Constelação Familiar.

O “Posicionamento Familiar” (Constelação Familiar) é uma dinâmica terapêutica com o


objetivo de observar como membros de uma família se relacionam em um sistema.

Dadas algumas regras que regem o sistema familiar, como descobriu o psicoterapeuta
Hellinger, ao fazer o “Posicionamento familiar” com base numa questão trazida pelo
cliente, é possível verificar onde está a possível fonte da identificação do cliente com seu
sistema e que se manifesta como dificuldade em sua vida.

Essa dinâmica fica clara para o cliente, servindo como um rápido diagnóstico e incitando
mudanças. Como é uma experiência que se manfesta em seu corpo, a compreensão é muito
mais rápida e efetiva, diferente por exemplo, da terapia onde o cliente fala sobre suas
questões.

Outras teorias também se propõem a explicar outros resultados da Constelação, que vão
para além do trabalho com o cliente.

Como estas informações que transparecem no “Posicionamento Familiar” advém do


insconsciente familiar do cliente, este também é impactado, gerando movimentos em todo o
sistema.

O trabalho de Hellinger é impressionante e tem encontrado resultados expressivos em todo


o mundo, já sendo aplicado há mais de 40 anos.
Hoje, este conhecimento se expande para todo local onde há relações sistêmicas, como na
Administração, na Saúde, na Pedagogia e no Direito.

Lembre-se: “Posicionamento Familiar” é um sinônimo de “Constelação Familiar”.

Neste texto apenas mudamos para auxiliar uma compreensão mais racional, sem a barreira
“mística” ( e inexistente) que o nome original em português as vezes desperta nas pessoas
que não o conhecem.

CONSTELAÇÃO FAMILIAR: UMA


TERAPIA BREVE
Por Bert Hellinger

“Terapias breves se destacam porque, partindo da multiplicidade do possível, direcionam-se


ao essencial.

Chegam direto ao assunto, ao centro, à raiz.

Com efeito, as constelações familiares também são terapias breves porque trazem à luz, em
poucos passos, o que estava, até então, oculto e, assim, as soluções com frequência
emergem, espontaneamente.

Uma constelação familiar dura, via de regra, de 20 a 50 minutos.

Isto é bem breve, quando se pensa o quanto vem à luz e quão amplos são os resultados.

Entretanto, ela traz toda a família para seu campo de visão, incluindo muitas pessoas na
solução.

Trata-se de soluções no sentido literal ou de um movimento interrompido em direção à mãe


ou ao pai que estava impedido ou interrompido, até aquele momento; ou trata-se de olhar
para uma realidade até então não percebida, porque se tinha medo dela. Aqui, o terapeuta
deixa o cliente ver sem rodeios essa realidade e deixa que ela mostre a solução.”

[A REPETIÇÃO COMO FORMA DE


EXPIAR ALGO DIFÍCIL]
por Bert Hellinger, no livro “Ordens do amor”

“A expiação é uma forma de compensação, e por sinal, uma compensação cega.


Existe uma lei natural que busca sempre compensar um desequilíbrio.

Essa lei atua igualmente na psique, onde também busca sempre compensação.
Assim, a expiação é uma tentativa de compensar alguma coisa instintivamente.

Muitas vezes ela funciona de um modo que escapa do controle do indivíduo.

Há, porém, uma forma de libertar-se do contexto instintivo e de compensar de


acordo com uma ordem superior, que chamo de ordem do amor.

Ela se encontra em um nível superior e leva a compensar de uma forma que


dispensa a expiação.”

A forma de cessar a expiação é olhando para a realidade com respeito, lidando


com a responsabilidade que lhe cabe. Assim, nos liberamos e liberamos os outros
em relação a este acontecimento.

A Constelação Familiar tem ajudado milhares de pessoas em todo o mundo a buscar


soluções e a reconquistar a força necessária para tomar novas atitudes em busca de uma
vida mais leve e próspera, com mais significado e satisfação.
O conhecimento trazido pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger nos fala que por meio de
nosso amor “cego” e lealdade ao nosso sistema familiar, podemos repetir acontecimentos
passados e reviver uma dor familiar em nossa própria vida. Presos a esse passado é muito
difícil seguir adiante em direção ao nosso sucesso.
Este movimento é inconsciente, e por isso ficamos tantas vezes andando em círculos,
tentando mudar, mas sem bons resultados. Ficamos presos na repetição.
A Constelação Familiar e o conhecimento que parte dela ajuda a trazer para o consciente
isto que atua em nosso interior. Quando vemos para onde está direcionando nosso olhar,
aquilo a que reagimos sem saber perde força, e a mudança se torna possível.

O que é constelar? O que é uma Constelação Familiar? 


Esta pergunta sempre vem para nós durante o nosso trabalho. Trazemos aqui a
visão da Hellinger Schule, a escola do próprio Hellinger que realiza treinamentos
em todo o mundo:

“O que aparece em uma Constelação Familiar? O que é aquilo que se monstra em uma
constelação? E como pode ser que algo completamente desconhecido pode aparecer e se
revelar? Estas perguntas devem ser repetidas cada vez novamente.
É evidente que um campo sábio entra em ação em uma constelação. De acordo com as
compreensões e o conhecimento de hoje, a Constelação Familiar, como se revela agora,
está muitos anos a frente do tempo. A Constelação Familiar é um movimento externo de um
acontecimento cósmico.

A pergunta: “Pode-se aprender a Constelação Familiar?” é respondida claramente por


Bert Hellinger: Não. Porém o que podemos aprender é desaprender a nossa imagem de
“certo” e “errado”; a imagem de um processo determinado para se livrar de um
problema, e abdicar de uma interpretação. Isso significa que há uma única intenção:
queremos constelar uma família. Isto acontece em sintonia com o cliente. A constelação
pode ser relacionada da mesma forma a um meio profissional. Também um produto ou
uma questão de decisão podem ser constelados.

O procedimento numa constelação continua livre de qualquer intenção, de qualquer desejo


e do medo. Da mesma forma livre do desejo de poder entregar um resultado. Respostas
racionais são sempre suposições. Se estas condições são garantidas pelo constelador,
então um outro campo, que torna qualquer intervenção desnecessária, se abre.

A pergunta é: Como podem o constelador e o cliente entrar em sintonia com o campo


sábio? Como podem se deixar guiar para dentro dele, reconhecendo a boa solução para
então aplicá-la como insight na vida? Bert Hellinger diz: Podemos aprender a transformar
o nosso ser, o nosso caráter, para resistir à tentação do “fazer”. Olhamos de forma
centrada para o fenômeno. Assim nos tornamos o observador. E ao observar, o movimento
cósmico se revela, que pode ser visto, vivido e compreendido por cada um. De qualquer
forma ele precisa permanecer no espaço sem interpretação.

Aprender a Constelação Familiar segundo Hellinger® significa aprender uma abordagem


completamente nova em relação ao desconhecido. A Constelação Familiar segundo
Hellinger® não é nem um ofício nem um método. Ela é uma caminho, uma passagem para
um outro plano, um outro nível de consciência. Ali todas as perguntas encontram o seu
caminho e sua resposta.

Podemos partir do princípio que tudo que acontece numa constelação, que revelou
aquilo que foi e que será, sempre serve ao bem do cliente. Também se o cliente
teve outra expectativa em relação à sua ideia da constelação. Se o cliente confiar
no constelador, aquele resultado exato o indicará para um novo plano.

O resultado de uma constelação indica um novo caminho e leva adiante, para


muito além do pensamento e dos desejos. No entanto o constelador preciso ser
capaz de suportar, e deixar o cliente suportar, o resultado de uma constelação.

Aqui estamos falando sempre de uma Constelação Familiar segundo Hellinger®.


No início das constelações, Bert Hellinger pensava que a Constelação Familiar
pertencia somente aos médicos e terapeutas. Entretanto ele revogou tal ideia. Ele
reconheceu que os procedimentos e a abordagem necessários devem ser a partir
de uma postura profundamente humilde, que esteja aberta e pronta para tudo que
se observa.
Um postura que não é orientada por um objetivo de forma curiosa ou “fazedora”. É
uma absoluta confiança e entrega, sem saber por si mesmo aonde ou como o
próximo passo leva adiante. Assim o constelador e o cliente podem estar
presentes com absoluta atenção diante de um movimento de forma maravilhada.

A Constelação Familiar pertence às mãos responsáveis. O constelador deve estar


diante das pessoas e da vida de forma consciente, atenciosa, cuidadosa,
respeitosa e aberta. Esta é a tarefa de aprendizagem. A teoria pode ser
encontrada em mais de 100 livros de Bert Hellinger.

A prática é descoberta de caso em caso de forma nova. Da mesma forma como


não há duas pessoas iguais, não há duas constelações iguais. Seja relacionada a
uma empresa ou a um relacionamento, à vida profissional ou privada, a doenças,
à escolha vocacional ou a qualquer outra questão. Aqui estamos diante de uma
transição para um ou mais campos sábios, movedores e poderosos. Eles podem
ser descritos também como vários planos entrelaçados do “SER” todo-
abrangente.”

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