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GUIA PRÁTICO SOBRE

AS ORDENS
DO AMOR

A CASA ESMERALDA
sumário
Introdução.......................................1

As Principais Leis...........................2

Sobre as Ordens do Amor e o


Equilíbrio Sistêmico......................4

Procedimentos nas Constelações


Familiares.......................................13

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INTRODUÇÃO

A forma como nos relacionamos e interagimos dentro do nosso


grupo familiar pode gerar consequências negativas que
impactarão diretamente em nossa vida.

De acordo com o filósofo, teólogo e psicólogo Bert Hellinger,


criador das constelações familiares, para que esses problemas ou
emaranhamentos sejam evitados, é imprescindível que as
dinâmicas familiares sigam determinadas leis universais que
regem as dinâmicas familiares: a Lei da Hierarquia, a Lei do
Equilibro e a Lei do Pertencimento. Essas leis também são
conhecidas como as Ordens do Amor.

Para o desenvolvimento de seus estudos, Bert Hellinger adotou


uma abordagem fenomenológica, ou seja, uma postura em que se
renuncia ao conhecimento prévio ou preceitos de um objeto para
ver o que a realidade em si traz e assim constatar um saber que é
imediato, sem mediações de outras camadas prévias.

Nas constelações, a abordagem fenomenológica é essencial para


que funcione: tanto cliente quanto os representantes, precisam
estar dispostos a defrontar-se com a realidade que se manifesta
através da atuação de um campo de força, tal como é, sem
intenções e renunciando a teorias ou experiências anteriores. As
soluções dos problemas vêm através do próprio campo, sem a
necessidade de um conhecimento prévio.

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AS PRINCIPAIS LEIS

Lei do Pertencimento:

Cada grupo social se mantém vinculado, em decorrência de suas


crenças, mantidas pelas normas e pelos vínculos entre os
membros de um sistema. Bert Hellinger percebeu que cada
pessoa está comprometida com o destino do grupo, ou seja, todo
indivíduo está, acima de tudo, a serviço do seu sistema acima de
seu próprio querer. Quando atuamos em sintonia com o sistema
ao qual pertencemos, nossa consciência fica tranquila, ainda que
isso seja considerado mau ou errado para os outros, porque
agimos de acordo com os valores e sentimentos do nosso sistema
familiar. Como o sistema não permite exclusões, quando algum
membro é excluído, logo outro membro toma seu lugar,
identificando-se com o excluído, repetindo seu padrão.

Lei da Hierarquia:

Essa lei segue a cronologia do sistema. Prevalecem sempre os que


vieram antes no sistema. Os mais velhos, então, são
hierarquicamente superiores aos mais novos. Esta ordem deve
ser respeitada e cada um tem o seu lugar, contribuindo para a
evolução do mesmo. A Ordem é estabelecida pela hierarquia.
Quando há ruptura da ordem, os posteriores se sentem
compelidos a atuar como se fossem melhores que os anteriores, o
que causa desequilíbrio no sistema.

Lei do Equilíbrio:

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Trata-se do equilíbrio entre o dar e receber, que está a serviço
das trocas nas relações. É através do equilíbrio que uma relação
encontra harmonia. Cada um deseja retribuir aquilo que lhe é
ofertado e quando o faz, sempre dá um pouco mais, pois o desejo
de retribuir é uma constante em nossa vida. Sentir-se em débito
com ou sentir-se credor são movimentos naturais de nossa alma,
fazendo com que fiquemos vinculados ao sistema.

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SOBRE AS ORDENS DO AMOR E O
EQUILÍBRIO SISTÊMICO

No livro As Ordens do Amor, Bert Hellinger explica através das


dinâmicas das constelações familiares, o que causa desequilíbrio
e o que reajuste a harmonia dos sistemas. Aqui, vamos trazer de
um modo simplificado as principais ideias abordadas para uma
reflexão sobre esses princípios em nossas vidas.

O AMOR: O amor é uma parte da ordem, ou seja, não precede a


ordem. Só é possível desenvolver o amor caso preexista a ordem.
Quando há uma inversão, ocorre um desequilíbrio e como
consequência o fracasso. O amor se adapta a ordem para assim
florescer.

A ATUAÇÃO DO AMOR: O amor atua por trás de todos os


comportamentos, por mais estranhos que nos pareçam, e
também por trás de todos os sintomas de uma pessoa. Na terapia,
é fundamental que se encontre o ponto onde se concentra o
amor, ainda que distorcido. Quando chegamos à raiz,
encontramos também o caminho para a solução, que sempre
passa pelo amor.

TOMAR OS PAIS: Para estar completo em si mesmo, cada um de


nós precisa tomar os pais. Já basta aos pais quando eles dão a
vida aos filhos, mas eles dão muito mais porque cuidam de seus
filhos por muitos anos, e isso os filhos também tomam. Os filhos
jamais poderão compensar ou retribuir isso, portanto, só cabe a
eles respeitar os pais como eles são para tomá-los plenamente.
Entretanto, os pais também possuem algo que pertence somente
a eles e não se relaciona com os filhos, como alguma culpa, envol-

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vimento pessoal ou mérito pessoal. Não cabe ao filho se
identificar com isso, pois isso não significar tomar os pais. No
caso, dos méritos, por exemplo, o filho pode receber certas
vantagens, mas jamais se declarar um grande artista, político ou
empresário porque algum de seus pais foi. Caso faça isso, ele
sente-se culpado. Ele precisa fazer algo novo a partir disso,
mesmo que siga a mesma profissão. Da mesma forma, não cabe
aos pais fazer aos filhos exigências que ultrapassem seus limites,
como consolá-los, por exemplo. Quando pequenos os filhos não
conseguem defender-se contra essa intenção dos pais, e com isso,
acabam fracassando ou sucumbindo na vida.

A HIERARQUIA NA FAMÍLIA: Há uma hierarquia nos sistemas


familiares em que os que chegaram antes (mais velhos)
precedem os que chegaram depois (mais novos). Quando
acontece um desenvolvimento trágico numa família, uma pessoa
em posição posterior violou a hierarquia, comportando-se como
pertencesse a uma posição anterior. Por exemplo: quando um
filho (posição posterior) se arroga o direito de saber e julgar o
que se passa entre os pais (posição anterior), ele se coloca acima
deles. Assim como alguém em posição posterior que se coloca no
lugar de alguém em posição anterior pode reagir inconsciente
com a necessidade de fracassar, ficar infeliz ou morrer.

A PRECEDÊNCIA DOS VÍNCULOS: O primeiro vínculo de uma


pessoa tem precedência sobre o segundo, ndependentemente da
qualidade da primeira ligação. Isso significa que o segundo
vínculo prende menos que o primeiro. Entretanto, vínculo não
significa amor. Num casamento, por exemplo, a primeira mulher
tem precedência em relação à segunda, e isso não tem relação ao
sentimento. Pode acontecer que no segundo relacionamento o
amor seja maior, apesar de ser menor o vínculo. A relação do

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casal tem precedência sobre o cuidado dos filhos. Quando os pais
se sacrificam pelos filhos, acarreta na relação do casal. Porém,
quando o homem ou a mulher já tem filhos de uma primeira
relação, então, em primeiro lugar, vem o vínculo de pai e filho ou
mãe e filho, e, em segundo lugar, o de seu parceiro.

O VÍNCULO QUE NASCE DA CONSUMAÇÃO DO AMOR: Pela


consumação do amor, cria-se entre o homem e a mulher um
vínculo real. Este, por seus efeitos, é ainda mais forte do que o
vínculo entre filhos e pais. É o mais forte dos vínculos. Separar-se
dos pais não traz tanta dor e culpa quanto separar-se de um
parceiro a quem se esteve ligado. Pelo tamanho da dor e pela
culpa pode ser perceber a força que o vínculo tinha ou ainda tem.

A ORIGEM DOS PROBLEMAS NO SISTEMA FAMILIAR: A


dimensão sistêmica dos problemas e do destino dos planos de
vida pelos quais as pessoas inconscientemente se orientam
decorrem de vivências e histórias bem antigas. Muitas dessas
histórias em nada se referem à pessoa, mas à outra pessoa de sua
família. Por isso, quando alguém traz um problema para uma
constelação, geralmente, se trata de uma história mais antiga.

PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO: Quando algum indivíduo se


identifica com algum outro no sistema familiar, geralmente, ele
se torna alienado de si. Geralmente, não se há consciência disso,
mas fico preso em algo em que não desempenho meu papel no
sistema. Quando um filho faz o papel de pai ou mãe de seus
próprios pais, por exemplo, ocorre o que se chama de
parentificação. Além de subverter a ordem, se faz um papel que
não lhe pertence. Isso acontece com frequência quando a relação
com um dos pais não foi possível, então, em vez de comportar
como filho, assume o papel do pai ou mãe de um de seus pais. No

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ccaso de uma dupla transferência, a pessoa se sente como se
fosse outra. Ela não se vê como uma pessoa autônoma. Como
consequência, ela não se comporta como ela mesma. E caso esteja
num relacionamento, também não poderá ver seu parceiro do
modo como ele é. Tudo fica distorcido.

O SENTIDO DO EQUILÍBRIO SISTÊMICO: Existe um sentido de


equilíbrio que nos conecta às pessoas e aos grupos, que
permeiam nossos relacionamentos seja de qual natureza for. É
como um reflexo para manter as condições necessárias ao bom
êxito dos relacionamentos e ao pertencimento. Toda ação nossa
que afeta outras pessoas é acompanhada por um sentimento de
inocência ou culpa. Esse sentimento distingue, em cada
momento, se nosso modo de agir prejudica ou favorece o
relacionamento. Não que um seja bom e outro ruim, ambos têm o
mesmo propósito. Alternando os estímulos, a culpa e a inocência
fazem avançar o relacionamento e o mantém na trilha.

DAR E RECEBER: Quando numa relação ou num grupo existe um


desnível entre a vantagem de um e a desvantagem de outro, todos
os envolvidos sentem uma necessidade de compensação
consciente ou inconscientemente. Quando recebo algo de
alguém ou o tomo para mim, por mais belo que seja, tenho um
sentimento de desprazer, porque sinto isso como uma pressão
até que eu pague ou dê algo de igual valor. Quando pago ou dou
algo de igual valor, sinto-me livre da pressão dessa obrigação.
Essa sensação de estar desobrigado, experimento como leveza e
liberdade. No entanto, quando me recuso a receber alguma coisa,
para sentir obrigação de retribuir, também sinto leveza e
liberdade, mas isso leva à solidão e pobreza, porque interrompe o
fluxo das trocas. Numa relação, quando um parceiro dá menos do
que toma, coloca em risco a relação. A alternância entre o dar e o

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co tomar pode ser comparada à progressão da relação. Se quiser
que a relação avance, é preciso estar em constante alternância,
saindo do equilíbrio e voltando a ele. Mas quando se limita em
manter o equilíbrio, retribuindo apenas na medida do que se
recebe e sem aumentar, estaciona a relação, não havendo avanço.
E se uma pessoa dá menos do que toma, a outra também lhe dará
menos, fazendo com que a troca diminua, diminuindo a ligação
do casal. No entanto, caso o casal esteja num intercâmbio de
trocas negativas, para cessar esse tipo de fluxo e retomar ao
positivo, é necessário dar menos negativo do que se recebe até
essa troca recomeçar positiva.

O LIMITE DAS TROCAS: Toda relação começa com a necessidade


de renunciar a alguma coisa, porque a medida do dar e do
receber é limitada. Isso vale para qualquer relação. Algumas
pessoas buscam uma relação onde a troca seja ilimitada, mas isso
não existe. Quem abandona essa ilusão, expõe-se a uma relação
modesta, mas que justamente por ser modesta, poderá ser
também feliz. O melhor caminho para lidar com os limites do dar
e receber numa relação de casal é fazer pedidos concretos. Por
exemplo: dizer “por favor, me ame mais”, não é um pedido
concreto, mas sim “por favor, fique mais meia hora e converse
comigo.” Então, passada a meia hora, o outro sabe que satisfez o
seu pedido. Porém, se você disser: “fique comigo para sempre”,
nunca saberá quando terá sido satisfeito o seu pedido e causará
uma sensação excessiva de exigência e pressão no parceiro ou
parceira.

A MULHER SEGUE O HOMEM, E O HOMEM DEVE SERVIR AO


FEMININO: A relação do casal é bem sucedida quando a mulher
segue o homem. Isso significa que ela deve segui-lo para o país, a
língua, a cultura e a família dele, e permitir que os filhos façam o

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mesmo. Quando o homem segue a mulher surgem tensões. Por
outro lado, o relacionamento só tem êxito se o homem servir ao
feminino. Esta é a compensação.

A INDIVIDUALIZAÇÃO DIMINUI A INTIMIDADE NAS


RELAÇÕES: Na família de origem e em nossos relacionamentos, o
desenvolvimento se dá no sentido da individualização. Isso
significa que o indivíduo progressivamente se desprende de seus
vínculos. Esse desprendimento visa simultaneamente à
integração num contexto bem mais amplo onde a pessoa fica
conectada, porém livre. Toda ligação estreita força a evoluir para
algo maior e mais amplo. Por esta razão, quando uma relação
conjugal alcança o seu ponto culminante — que é o nascimento
do primeiro filho — ela perde em intimidade e ganha em
amplitude. Com isso a relação se enriquece, mas a intimidade
forçosamente diminui.

A PROTEÇÃO DA INTIMIDADE DO CASAL: Uma criança jamais


tem o direito de saber o que pertence à relação dos pais: isso não
lhe diz respeito. Da mesma forma, o que pertence à relação do
casal jamais se diz a terceiros. Quem revela assuntos de seu
relacionamento íntimo comete uma quebra de confiança que
pode acarretar no rompimento da relação.

CIÚMES E INFIDELIDADE: Quando um parceiro está com


ciúmes, ele inconscientemente induz o outro a ir embora, ainda
que para ele signifique que o outro permaneça. O ciúme é um
recurso para afastar de si a culpa e empurrá-la ao outro. No caso
de infidelidade, é preciso entender qual intenção ou ideia se há
por trás dela. Às vezes, as pessoas agem como se tivessem o
direito de reservar o outro perpetuamente para si, perseguindo o
parceiro, em vez de ganhá-lo pelo amor. A fidelidade deve ser o

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cresultado do amor e não de uma reivindicação. Porém, muitas
vezes, alguém chega a uma situação em que encontra outras
pessoas importantes. O parceiro não tem o direito de persegui-lo
por isso. Precisa respeitar a situação como é. A luta de um
parceiro para conservar o outro, frequentemente, nasce no medo
de que a criança sente de perder a mãe. Assim, a exigência de
fidelidade não visa tanto à qualidade da parceria, mas há sim
uma transferência de sentimento. Essa reivindicação de
fidelidade, então, tem algo de irreal.

A PRECEDÊNCIA NO DIVÓRCIO: Quando os pais se separam não


se deve contar o motivo aos filhos ou perguntar a eles com quem
querem ficar. Isso porque a relação de paternidade ou de
maternidade permanece a mesma. Caso contrário, os filhos se
sentirão forçados a decidir entre seus pais, a favor de um e contra
o outro. Isso não se pode exigir deles.

O DIVÓRCIO E CULPA: Em princípio, as separações acontecem


sem culpa e são, via de regra, inevitáveis. Quem procura pelo
culpado ou pela culpa, em si ou no parceiro, recusa-se a encarar
o inevitável e procede como se pudesse ter havido outra solução.
As separações são consequências de envolvimentos, e cada
parceiro está enredado da sua própria maneira. Quando os
envolvidos conseguem enfrentam a dor, abstendo de determinar
a culpa, cada um fica livre para o próprio futuro.

A FUNÇÃO DA CULPA: A culpa é uma forma de compensação


inconsciente. Por isso, ela surge com a negação da realidade. Na
medida em que a pessoa não quer reconhecer a realidade, se
comporta como se não estivesse vinculada ao contexto.

A CULPA COMO FONTE DE FORÇA: A culpa assumida em lugar

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de outro sempre enfraquece. Quem carrega a culpa de outros não
tem força para fazer o bem. Mas quando alguém carrega sua
própria culpa e responsabiliza-se por suas ações, isso fortalece o
indivíduo. Ele tem força para fazer com isso algo de grande.

QUESTÕES DE MORTE E LUTO TRANSFERIDO: Um sistema


sofre perturbação quando falta alguém importante, sejam quais
forem os motivos. Muitas vezes, trata-se de um irmão
precocemente falecido ou da falta do pai ou da mãe. Com o
intuito de compensar, o indivíduo deixa de tomar a vida, pois
sente culpa. Quando ele procede assim, a morte é duplamente má
para o membro falecido. Há a necessidade de equalizar e
reconhecer com humildade a independência do destino de cada
um. Quando as pessoas que cederam seu lugar são
conscientemente respeitadas e honradas, a ordem é
reestabelecida no sistema.

EQUILÍBRIO NAS ESCOLHAS: Quando alguém se decide por


uma coisa, geralmente, precisa abrir mão de outra. A coisa pela
qual se decide é aquilo que é, o que se realiza. A coisa de que se
abre mão comporta-se como um não-ser. Assim, cada ser que
existe e se realiza está envolvido por um não-ser. Quando tenho
uma postura de desprezo ao não-ser que corresponde ao meu
ser, então, o não-ser retira força daquilo que é. Por exemplo: uma
mulher se decide pela carreira, em vez de família e filhos, mas
age de maneira a desprezar e depreciar família e filhos, então,
esse não-ser retira algo do objeto de sua escolha, que assim fica
diminuído. Mas caso ela respeite como algo de grande, esse não-
ser do qual abriu mão em favor de sua carreira, acrescenta força
ao objeto de escolha.

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POR QUE A FELICIDADE DÁ MEDO: A felicidade é sentida como
perigosa, porque traz “solidão” em relação a um sistema com
problemas emaranhados. No problema e na infelicidade temos
companhia, sentimos pertencendo ao sistema. Mas na solução e
na felicidade, ao contrário, estão associados sentimentos de
traição e de culpa. Por isso, a felicidade e a solução só são
possíveis quando enfrentamos esse sentimento de culpa e de
traição.

AMOR INTERROMPIDO: Sentimentos como raiva, luto e


desespero, muitas vezes, funcionam como defesa contra uma dor
causada pela interrupção de um movimento precoce em direção
à mãe ou ao pai. Por exemplo, quando uma criança quis ir em
direção à mãe ou ao pai, mas não pôde porque estava no hospital
ou numa incubadora como bebê prematuro, ou porque o pai ou a
mãe morreram cedo, então, o amor se transforma em dor. A dor é
tão grande que a criança mais tarde nunca mais quer aproximar-
se dela. Em vez do amor, sente raiva ou desespero e a dor da
perda quando se entra em contato com o amor. É preciso voltar à
situação original e reconduzir o movimento interrompido.

NÃO PEDIR PERDÃO: Nenhum ser humano tem o direito de


perdoar, por isso, não se deve pedir perdão. Quando alguém pede
perdão, empurra a responsabilidade por sua culpa para o outro.
Da mesma forma, quando alguém se confessa, empurra para o
outro as consequências de seu comportamento. No ato de
perdoar existe sempre um desnível de cima para baixo, que
impede uma relação de igualdade. Mas se você diz: “Sinto muito”,
você se coloca de frente para o outro. Então, preserva sua
dignidade e para a outra pessoa é bem mais fácil ir ao seu
encontro do que pedir perdão.

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PROCEDIMENTOS NAS
CONSTELAÇÕES FAMILIARES

O SISTEMA FAMILIAR: “Sistema” significa aqui uma comunidade


de pessoas unidas pelo destino, através de várias gerações, cujos
membros podem ser inconscientemente envolvidos no destino
de outros membros. Por isso, é preciso perguntar que pessoas
pertencem ao sistema familiar quando configuramos uma
família.

SOBREVIVENTES E MORTOS, PERPETRADORES E VÍTIMAS:


Entre sobreviventes e mortos, bem como entre os perpetradores e
suas vítimas, se estabelece um vínculo profundo, que ultrapassa
os diretamente atingidos e se estende aos descendentes deles. Em
consequência disso, é preciso incluir ou honrar essas pessoas
para o equilíbrio do sistema. Por exemplo, soldados que voltaram
da guerra sentem-se, de modo especial, ligados a seus
companheiros mortos e também, da mesma forma, aos inimigos
que mataram.

QUINTA GERAÇÃO: Tudo o que passou tem o direito de ser


passado relegado ao passado, porque tudo obedece à lei da
impermanência. Reconhecendo e honrando essa lei, também
deixamos que algo seja transitório e passado. Quando voltamos
ao passado, que seja apenas para resolver o que ainda nos prende
ou para buscar força para o futuro, voltar à quinta geração é ir
longe demais; chega-se até a quarta, no máximo.

A PRECEDÊNCIA NUMA FAMÍLIA: Os pais se equiparam e juntos


ocupam o primeiro lugar. A seguir vêm os filhos: o primeiro, o
segundo, etc. Entre os pais, não há precedência pela ordem de

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origem, porque começaram a ser pais simultaneamente, mas
existe uma hierarquia de acordo com sua função. Aquele que é
responsável pela segurança tem, via de regra, o primeiro lugar, e
geralmente é o homem. Então, ele fica à direita da mulher. Mas
existem famílias, em que a mãe claramente ocupa o primeiro
lugar. Num caso assim, a mulher ficaria à direita do homem. Há,
todavia, outras situações em que a mulher tem a precedência.
Quando foram excluídas pessoas importantes na família da
mulher, a hierarquia muda. Nesse caso se posicionam, da direita
para a esquerda, primeiro as pessoas excluídas, em seguida a
mulher e só então o homem.

A RESPONSABILIDADE DO TERAPEUTA: A solução requer


coragem de encarar a realidade. Essa coragem só o terapeuta a
tem, desde que permaneça independente, conhecendo as ordens
que atuam nos sistemas e concorde com elas. No trabalho com
constelações familiares, o terapeuta deve manter uma postura
puramente fenomenológica. Isso significa que deve expor-se a
um contexto obscuro, até que subitamente lhe venha a clareza.
Quando, ao contrário, somente dispõe de um conceito e, a partir
dele ou de uma associação, pretende encontrar a solução, jamais
a encontra.

POSTURA FENOMENOLÓGICA: O momento que mostra qual é a


direção do próximo passo em uma constelação. Quando algo
semelhante se passa numa outra situação, não se deve invocar
uma percepção anterior, pois não se estará recebendo
verdadeiramente o momento presente tal como ele se mostra.
Talvez esse momento mostre algo diferente. Na postura
fenomenológica, adota-se cada situação com um novo olhar,
porque a verdade de um momento é substituída pela verdade do
momento seguinte. É nessa focalização para a verdade do mo-

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mento que se adota o procedimento de “psicoterapia
fenomenológica”.

ABSTRAIR DO PROBLEMA APRESENTADO: Quase tudo o que


alguém diz sobre uma situação realmente não corresponde a ela.
Quando se ouve ao problema apresentado está dando à pessoa
uma oportunidade de confirmar e reforça-lo através de sua
descrição. Em vista disso, não há necessidade de entrar em
detalhes, apenas que o cliente narre acontecimentos.

FICAR ATENTO À ENERGIA: Acontecimentos e fatos estão


carregados de energia. Quando alguém conta um acontecimento,
é possível sentir imediatamente se ele contém energia ou não e se
produz ou não um efeito à distância.

TRABALHAR COM O MÍNIMO: Grandes reconstruções familiares


ficam confusas e trazem poucas soluções. É preciso somente o
mínimo para que se possa agir. Nunca se deve ir mais longe do
que a pessoa precisa para chegar à solução, nem procurar
soluções para pessoas ausentes. Nas constelações familiares
comprovou-se a eficácia de trabalhar com o mínimo. Caso
contrário, a energia reflui para a curiosidade e para a vontade de
saber e se desvia da ação.

IMAGEM INTERNA: Após uma constelação, a mudanças nos


sistemas acontecem através da imagem interna correta. É
necessária uma disciplina interna especial para confiar na
imagem interna correta e não perturbar sua atuação com
palavras ou ações precipitadas.

REPRESENTAÇÃO NA CONSTELAÇÃO: Quando se representa


em uma constelação, é preciso sair conscientemente desse papel,

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Quando tomamos parte numa representação podemos perceber
com que rapidez nos n num sistema alheio. Por outro lado,
percebemos também como são instáveis e pouco confiáveis
nossos sentimentos, que podem mudar totalmente de um passo
para outro numa constelação familiar. Um dos princípios desse
trabalho é que quem participa como representante, numa
constelação, não deve relacionar a si mesmo coisa alguma do que
ali vivencia. Mesmo que exista uma ligação, o cuidado pela
própria alma proíbe o envolvimento com isso. É importante
colocar limites.

A REVERÊNCIA PROFUNDA: Pode haver uma resistência ao


movimento em direção aos pais quando se trata de um filho
adulto que censura seus pais por sentir-se ou desejar ser melhor
do que eles, ou por querer deles coisas diferentes do que
efetivamente recebe. Nesses casos, o movimento amoroso deve
ser precedido por uma reverência profunda. Essa reverência
profunda é, antes de tudo, um ato interior, mas é mais profundo e
forte quando se faz de forma visível e audível. Ajoelhar-se diante
dos representantes de seus pais, inclinar-se até o chão diante
deles ou estender-lhes os braços, dizendo: “Eu lhe(s) presto
homenagem” é uma forma de prestar reverência profunda. É
importante que os representantes dos pais se conservem em
silêncio durante o processo e não vão ao encontro do filho, mas
recebam a homenagem até que o respeito seja expresso de forma
suficiente.

A RODADA: Uma rodada significa que os participantes tomam


sucessivamente a palavra para dizer o que o trabalho produziu
neles até o momento, fazer perguntas ou abordar imediatamente
o que lhes ocorre. Os demais participantes permanecem
centrados, sem interferir nem comentar. Desta maneira, aquele

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Qque comunica não precisa levar em conta observações ou
objeções dos demais participantes. O que é significativo para um
indivíduo toca a todos. Quando uma pessoa reconhece ou resolve
algo essencial para si, os demais aprendem junto, sem que
precisem trabalhar individualmente esse problema no grupo.

NÃO CONTROLAR RESULTADOS: Após um trabalho de


constelação, o ideal é não perguntar ao cliente nada a respeito.
Não há necessidade de se colocar entre ele e sua alma, entre ele e
seu destino, entre ele e “a grande alma”. Quem fica curioso e quer
investigar, não está confiando nessas forças. Isso pode trazer
efeitos maléficos, tanto para o terapeuta quanto para o cliente.
Quando se sabe o mínimo possível, ao máximo se permanece
presente e centrado a si mesmo do que nos resultados
comunicados ou investigados.

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