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Aula 9: Estudo

Clínico e
Laboratorial
do LCR
Profa. Thiara Manuele
PROTEÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O tecido do SNC é muito


delicado. Por esse motivo,
apresenta um elaborado sistema
de proteção que consiste de
quatro estruturas:
1) Crânio
2) Meninges
3) Barreira hematoencefálica.
4) Líquido cerebrospinal (Líquor)
Fonte: Google imagens.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR)
É um fluido biológico que está em
íntima relação com o sistema nervoso
central (SNC) e seus envoltórios.
FUNÇÕES:
1) Fornecimento de nutrientes para o
tecido nervoso;
2) Eliminação de resíduos metabólicos;
3) Defesa do SNC contra agentes
infecciosos;
4) Remover resíduos e de circular
nutrientes;
5) Barreira mecânica ao cérebro e
medula espinhal contra traumas.
Fonte: Google imagens.
CIRCULAÇÃO DO
LIQUOR
• O LCR é produzido nos plexos
coróides dos dois ventrículos
lombares e no terceiro e quarto
ventrículos.
• O líquido flui através do espaço
subaracnóideo localizado entre
a aracnóide e a pia-máter.
• Os plexos coróides são redes de
capilares que formam o LCR a
partir do plasma por
mecanismos de filtração seletiva
sob pressão hidrostática e
transporte ativo de secreção.
Fonte: Google imagens.
CIRCULAÇÃO DO LIQUOR
• A circulação do liquor é extremamente lenta
e são ainda discutidos os fatores que a
determinam.
• Sem dúvida, a produção do liquor em uma
extremidade e a sua absorção em outra já
são o suficiente para causar sua
movimentação.
• Um outro fator é a pulsação das artérias
intracranianas, que, cada sístole, aumenta a
pressão liquórica, possivelmente
contribuindo para empurrar o liquor através
das granulações aracnoideas.
Fonte: Google imagens.
EXAME DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR)
• O exame do líquido cefalorraquidiano
(LCR) ou líquor vem sendo utilizado
como arma diagnóstica desde o final do
século XIX, contribuindo,
significativamente, para o diagnóstico de
patologias neurológicas.
• Além do diagnóstico, a análise do LCR
permite o estadiamento e o seguimento
de processos vasculares, infecciosos,
inflamatórios e neoplásicos que
acometem o Sistema Nervoso.
• Através da punção liquórica é possível,
também, a administração de
quimioterápicos, tanto para tratamento
de tumores primários ou metastáticos do
Sistema Nervoso Central, como para a
profilaxia do envolvimento neurológico
de tumores sistêmicos.
Fonte: Google imagens.
REALIZAÇÃO DO EXAME DE LCR
• A importância do controle do processo pré-analítico baseia-se no fato de que, quando
realizado de maneira inadequada, provoca erros ou variações nos resultados finais dos
exames.
• Por exemplo, durante a coleta, por punção lombar, cisternal ou ventricular, pode ocorrer
contaminação do material ou mesmo um acidente.
• Outros fatores desse processo, como a temperatura e o tempo de estocagem e as
condições do preparo da amostra, necessitam de uma padronização para evitar
resultados equivocados, que podem comprometer o diagnóstico e a conduta médica.
• Por isso, é importante que os profissionais tenham conhecimento dos erros e das
variações durante essa etapa.
Fonte: Google imagens.
REALIZAÇÃO DO EXAME DE LCR
• Não há preparo específico para o
exame do LCR.
• O paciente pode alimentar-se
normalmente e não deve estar
fazendo uso de medicação
anticoagulante ou de drogas que
interfiram na coagulação sanguínea.
• A sedação está indicada naqueles
pacientes extremamente agitados.
• CONTRA-INDICAÇÃO: indivíduos com
hipertensão intracraniana, quando
houver processo infeccioso no trajeto
da agulha, tratamento anticoagulante
(risco de sangramento).
Fonte: Google imagens.
COLETA DA AMOSTRA
• A punção lombar é
realizada através da
inserção da agulha
entre duas vértebras
da região lombar até
atingir o espaço
subaracnoideo, que é
um espaço entre
camadas que revestem
a medula espinhal, por
onde o LCR passa.
https://www.tuasaude.com/puncao-lombar/
COLETA DA AMOSTRA
• A pessoa pode colocar-se em
uma das duas posições, ou
deitado de lado com os joelhos
e a cabeça junto ao peito,
chamada de posição fetal, ou
sentado com a cabeça e a
coluna fletidas para a frente e
com os braços cruzados.
• De seguida, o médico aplica
uma solução antisséptica na
região lombar e procura o
espaço entre as vértebras L3 e
L4 ou L4 e L5, podendo injetar
neste local um medicamento
anestésico.
Fonte: Google imagens.
COLETA DA AMOSTRA
• Depois é inserida lentamente e entre as vértebras uma fina agulha, até atingir o
espaço subaracnóideo, de onde o líquido irá escorrer e pingar através da agulha,
sendo recolhido num tubo de ensaio esterilizado.
• Por fim, a agulha é retirada e é aplicado um curativo no local da picada.
• Este procedimento dura geralmente alguns minutos, no entanto o médico pode
não conseguir obter a amostra do líquido cefalorraquidiano logo quando insere a
agulha, podendo ser necessário desviar a direção da agulha ou fazer novamente
a picada em outra região.

Fonte: Google imagens.


COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
• A PL é um procedimento relativamente
seguro, mas complicações menores e
maiores podem ocorrer até quando as
medidas padrão de controle de infecção e
boas técnicas são usadas.
• As complicações mais comuns são
dorsalgia, cefaleia, dor radicular e
paraparesia (perda parcial das funções
motoras dos membros inferiores ou
superiores). Fonte: Google imagens.
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
CEFALEIA PÓS-PUNÇÃO
DURAL
• A incidência de cefaleia pós-
punção dural (CPPD) varia
grandemente, dependendo
dos fatores de risco do
procedimento e do paciente.
• A CPPD após PL ocorre em
aproximadamente 11% dos
casos quando se usa uma
agulha padrão, traumática.
• Fatores de risco: sexo
feminino (risco duas a três
vezes maior), gravidez, história
anterior de cefaleia e idade
entre 18 e 50 anos. Fonte: Google imagens.

https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
MENINGITE
• A meningite é uma complicação incomum da PL.
• PATÓGENOS MAIS COMUMENTE ISOLADOS:
Streptococcus salivarius (30%), Streptococcus viridans
(29%), estreptococo alfa-hemolítico (11%),
Staphylococcus aureus (9%), e Pseudomonas aeruginosa
(8%).
• Além de Staphylococci, Pseudomonas e outros bacilos
Gram-negativos foram atribuídos a instrumentos ou
soluções contaminados ou a má técnica.
• Estudos sugeriram que a meningite pós-PL decorreria de
secreções orofaríngeas em aerossol da equipe presente
ao procedimento, especialmente porque muitos dos
organismos agentes etiológicos são encontrados na boca
e nas vias aéreas superiores.
• Em 2005, o Healthcare Infection Control Advisory
Committee recomendou que as máscaras cirúrgicas
fossem utilizadas por indivíduos que colocam cateter ou
injetam material no canal espinhal.
Fonte: Google imagens.

https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
SANGRAMENTO
• O LCR normalmente é acelular, embora até cinco
hemácias sejam consideradas normais após uma PL
devido a um trauma num capilar ou vênula.
• Sangramentos graves que resultam em comprometimento
da medula espinhal são raros na ausência de risco de
sangramento.
• Pacientes com trombocitopenia ou outro distúrbio de
coagulação ou aqueles que receberam terapia
anticoagulante antes ou imediatamente após submeter-
se a uma PL possuem risco aumentado de hemorragia. Fonte: Google imagens.

https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
HERNIAÇÃO CEREBRAL
• A complicação mais séria.
• Suspeita de aumento de pressão
intracraniana (PIC) constitui
contraindicação relativa para realizar
PL e também exige avaliação
independente e tratamento.
• Série de casos estima que um resultado
desfavorável esteja presente em 12%-
13% dos pacientes com aumento de
PIC que se submeteram a PL.
Fonte: Google imagens.
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
TUMOR EPIDERMOIDE
• A formação de um tumor epidermoide
intraespinhal é uma complicação rara da
PL que pode se tornar evidente anos após
o procedimento.
• A maior parte dos casos conhecidos são
crianças de 5 a 12 anos que passaram por
PL na primeira infância; entretanto, a
complicação também foi descrita em
adultos.
https://www.tuasaude.com/cisto-no-cerebro/

Fonte: Google imagens.


https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
PARALISIA DO ABDUCENTE
• Tanto a paralisia bilateral do abducente
quanto a unilateral são complicações
conhecidas da PL.
• Acredita-se que elas resultem de
hipotensão intracraniana e geralmente
sejam acompanhadas de outras
características clínicas de cefaleia pós-PL.
• A maioria dos pacientes se recupera
completamente dentro de dias ou
semanas. Raramente se relatam outras
paralisias de nervos cranianos. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72802013000100014

https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
SINTOMAS RADICULARES E LOMBALGIA
• Radiculopatia é caracterizada pela lesão ou comprometimento de um
ou mais nervos e suas raízes nervosas que passam pela coluna
vertebral, levando ao surgimento de sintomas como dor,
formigamento, sensação de choque e fraqueza dos membros.
• Não é incomum (13% em uma série) para pacientes experimentar dor
passageira semelhante a choque elétrico em uma perna durante o
procedimento.
• Entretanto, sintomas radiculares mais duradouros e trauma radicular
parecem ser raros.
• Até um terço dos pacientes reclamam de lombalgia localizada após
PL, que pode persistir por vários dias, mas raramente algo além disso. Fonte: Google imagens.
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
• Para a coleta do LCR são utilizados três
frascos estéreis sem anticoagulantes:
• Primeiro frasco: análise bioquímica e
sorológica
• Segundo frasco: microbiologia
• Terceiro frasco: citologia.
• Os frascos utilizados devem conter o nome,
número de registro do paciente, data e
local de coleta (onde foi puncionada a
amostra), pois os parâmetros citológicos
podem variar de acordo com o local da
punção.
http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/21-Exame-liquido.pdf
TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
• A amostra coletada deve chegar ao
laboratório o mais rápido possível, no
máximo em 2 horas, pois, após esse
tempo, podem ocorrer degradação e/ou
alterações morfológicas de hemácias,
leucócitos e outros tipos celulares,
diminuição da glicose, aumento de
concentração das proteínas e de
bactérias.
• A temperatura de armazenamento do
líquor nativo deve estar entre 5°C e
12°C, para minimizar danos às células. Fonte: Google imagens.

Análise citológica do líquido cefalorraquidiano (Comar, 2009)


EXAME DO LÍQUOR
O exame compreende várias etapas:
Aspectos físicos Cor, turbidez antes e após centrifugação
Análises bioquímicas Ácido lático, glicose, proteínas, cloretos
Citologia Leucócitos, hemácias e diferencial de leucócitos
Microbiologia Bacterioscopia por gram, ziehl, MGG, cultura
Micologia Pesquisa de fungos, tinta da china
Sorologia Toxoplasmose, cisticercose, HIV
Pesquisa de antígenos: herpes, tuberculose,
Biologia molecular
toxoplasmose e outros.
http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/21-Exame-liquido.pdf
Análise citológica do líquido cefalorraquidiano (Comar, 2009)
EXAME FÍSICO
COR
• Apresenta composição celular de até
cinco células por milímetro cúbico,
possui aspecto de "água de rocha", é
límpido e incolor.
• Em condições patológicas, o LCR pode
apresentar aspecto turvo devido ao
aumento do número de células (> 400
células/mm3) e/ou proliferação de bactérias
ou fungos.
• XANTOCRÔMICO: amarelada decorrente
da presença de bilirrubina plasmática, que
pode ser resultado de uma hemorragia
subaracnóidea ou da transudação de
proteínas do soro para o LCR ou presença
de bilirrubina na icterícia.
• ERITROCRÔMICO: coloração avermelhada
decorrente da hemólise das hemácias, que
pode ser causada por um acidente de
punção ou uma hemorragia subaracnóidea.
Fonte: Google imagens.
EXAME FÍSICO
• O aspecto da amostra deve ser observado em local com
boa iluminação e pode ser definido como límpido, em
casos de LCR normal ou com celularidade (leucócitos,
hemácias) proteínas, lipídeos e microorganismos.

Fonte: Google imagens.

Análise citológica do líquido cefalorraquidiano (Comar, 2009)


DETERMINAÇÃO E ESTUDO DAS PRESSÕES
LIQUÓRICAS
•A determinação das
pressões inicial (PI) e final
(PF) do LCR permite o
diagnóstico de estados
hipertensivos e de
hipotensão do SNC, bem
como o estudo da
permeabilidade do canal
raquimedular e dos sistemas
intracranianos de drenagem
venosa.
Fonte: Google imagens.
Análise citológica do líquido cefalorraquidiano (Comar, 2009)
DETERMINAÇÃO E ESTUDO DAS PRESSÕES LIQUÓRICAS
• VOLUME LIQUÓRICO TOTAL
EM UM ADULTO: 120 ml a
150 ml.
• CRIANÇAS JOVENS: 60 a 200
mm H2.
• PACIENTES OBESOS: 250 mm
H2.
• HIPOTENSÃO INTRACRANIAL:
abaixo de 60 mm H2.
• HIPERTENSÃO
INTRACRANIAL: acima de 250
mm.
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro

Análise citológica do líquido cefalorraquidiano (Comar, 2009)


ESTUDO BIOQUÍMICO

•A análise mais sumária do líquido cefalorraquidiano


deve sempre levar em conta a contagem global de
células com a determinação do perfil celular e o
estudo bioquímico.
•Este estudo, na maior parte das vezes leva em conta
a dosagem de proteínas e suas frações, a
determinação dos teores de glicose, dosagem dos
cloretos e uréia etc.
COMPOSIÇÃO LIQUOR
• É semelhante a um ultrafiltrado
de plasma, porém, contém 99%
de água e apresenta maior
concentração de magnésio, íons
clorídricos, concentrações
relativamente elevadas de
cloreto de sódio e menor
concentração de glicose,
proteínas, aminoácidos, ácido
úrico, cálcio, fosfato e íons de
magnésio.
Fonte: Google imagens.
Caracteres físicos

VALORES DE REFERÊNCIA PARA LCR


Cor incolor
Aspecto límpido
Após centrifugação límpido sem depósito
Caracteres bioquímicos
Proteína 15,0 a 45,0 mg/dL
Glicose 50,0 a 80,0 mg/dL
Cloro 115,0 a 130,0 mEq/L
Ácido lático 1,2 a 2,1 mmol/L
Citologia
Leucócitos 0 a 4 mm3
Hemácias 0 mm3
Neutrófilos 0%
Linfócitos 50 a 70 %
Monócitos 30 a 50 %
Eosinófilo 0%
Reticulares 0%
Plasmócitos 0%
Bacterioscopia por Gram Ausência de bactérias
GLICOSE E LACTATO
• A concentração da glicose no LCR
depende da glicemia e do seu
metabolismo no cérebro. CAUSAS DE HIPOGLICORRAQUIA
• Classicamente, a glicorraquia é MENINGTIE BACTERIAA
cerca de 2/3 da glicemia.
MENINGITE TURBERCULOSA
• O aumento da concentração de
glicose no LCR está relacionado à MENINGITE POR FUNGOS
hiperglicemia.
CARCINOMATOSE MENÍNGEA
• Já a hipoglicoraquia ocorre em
situações onde haja aumento de SARCOIDOSE (nódulos inflamatórios em
consumo (glicólise) pelo SNC ou regiões diversas do organismo)
alterações nos mecanismos de
passagem da glicose do soro para o HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA
LCR.
GLICOSE E LACTATO
Valores de referência
• Os níveis de lactato no LCR não
dependem de sua concentração
sanguínea.
• O aumento da sua concentração
liquórica está relacionado ao
aumento do metabolismo
anaeróbio da glicose e à acidose
tecidual e, atualmente, tem sido
utilizado no diagnóstico
diferencial entre os processos
infecciosos bacterianos e virais.
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
CLORETOS
Valores de referência

•A dosagem de cloretos
pode ser útil nas
meningites e
meningoencefalites,
onde há
hipoclorraquia.

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ATIVIDADE ENZIMÁTICA
1. DEHIDROGENASE LÁCTICA (DHL): A
libertação de DHL no LCR ocorre como Valores de referência
consequência da morte celular ou seja, é
um marcador inespecífico de necrose
celular e pode aparecer em várias
condições patológicas, incluindo
meningite, aumenta nos tumores
cerebrais primários, nas metástases do
sistema nervoso central, na hidrocefalia
e na isquemia cerebral.
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ATIVIDADE ENZIMÁTICA
• TRANSAMINASE GLUTÂMICA Valores de referência
OXALACÉTICA (TGO): produzida pelo
fígado, está presente em menor
quantidade em órgãos como coração,
músculos, rins e cérebro, o aumento da
TGO nem sempre indica danos no fígado.
• Aumentadas em períodos pós-convulsivos,
nas necroses de parênquima cerebral, no
envolvimento neurológico pelo HIV.
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ATIVIDADE ENZIMÁTICA
• ADENOSINA DEAMINASE (ADA): é uma
enzima que catalisa a conversão da
Valores de referência
adenosina à inosina, participando do
processo de diferenciação e proliferação
de linfócitos.
• Níveis elevados de ADA são indicadores
indiretos de tuberculose meníngea,
pericárdica e peritoneal. Aumentada em
processos inflamatórios, processos
infecciosos subagudos, sobretudo na
meningoencefalite tuberculosa.
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IMUNOGLOBULINAS
• Assim como a grande maioria das proteínas, as
imunoglobulinas presentes no LCR são provenientes do
soro.

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MARCADORES TUMORAIS
• A determinação de alguns
marcadores tumorais no
LCR permite o diagnóstico
do envolvimento do SN por
processos tumorais
neoplásicos sistêmicos.
(antígeno carcinoembrionário)
• Vale lembrar que as
sensibilidade e
especificidade deixam a
desejar e a sua presença só
deve ter valor diagnóstico
em indivíduos que
apresentem sintomatologia
neurológica. (Leucemia linfoide aguda e linfomas não-Hodgkin)

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ELETROFORESE DE PROTEÍNAS - BANDAS
OLIGOCLONAIS
• A eletroforese das proteínas
permite a determinação das frações
protéicas, sendo atualmente,
empregadas técnicas com ótimo
poder de resolução e com a
utilização de baixos volumes.
• As bandas oligoclonais são
imunoglobulinas sintetizadas por
um ou poucos clones de
plasmócitos, derivados de linfócitos
B, em resposta à presença contínua
de um antígeno único e altamente
específico.
Fonte: Google imagens.
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS -
BANDAS OLIGOCLONAIS
• A pesquisa de bandas oligoclonais no líquor tem
grande importância no diagnóstico e no
seguimento de processos inflamatórios do sistema
nervoso central (SNC).
• Podem ser encontradas em mais de 90% dos
pacientes com ESCLEROSE MÚLTIPLA.

Fonte: Google imagens.


ELETROFORESE DE PROTEÍNAS -
BANDAS OLIGOCLONAIS
• Processos infecciosos subagudos ou crônicos do SNC,
tais como a panencefalite esclerosante subaguda pós-
sarampo, a neurossífilis e as encefalopatias virais - a
exemplo da causada pelo HIV -, costumam provocar o
aparecimento de tais bandas, cuja presença isolada
no LCR, e não no soro, está relacionada à síntese
intra-tecal de anticorpos.
Fonte: Google imagens.
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS - BANDAS
OLIGOCLONAIS

https://docplayer.com.br/68885741-Paulo-diniz-da-gama-estudo-de-bandas-oligoclonais-restritas-ao-liquido-cefalorraquidiano-em-pacientes-com-esclerose-multipla-na-cidade-de-sao-paulo.html
ESTUDO DA BARREIRA
HEMATOENCEFÁLICA
• A BHE apresenta características especiais que permitem a passagem de
substâncias de acordo com o tamanho e a carga elétrica de suas moléculas.
• ALBUMINA: O marcador mais utilizado para avaliar a integridade da BHE,
determina-se o quociente de albumina que é a relação entre a concentração
de albumina no líquor e no soro.
• IMUNOGLOBULINAS: o aumento do teor liquórico de imunoglobulinas ocorre
quando existe síntese intra-tecal de IgA, IgG e IgM, nos processos infecciosos
ou inflamatórios do SN, ou quando a BHE está lesada, permitindo a passagem
de maiores quantidades destas substâncias.
Fonte: Google imagens.
PROCESSOS INFECCIOSOS
• O diagnóstico de processos infecciosos do SNC é sem dúvida alguma a
principal indicação de exame do LCR.
• Classicamente, os processos infecciosos podem ser divididos de acordo com
o período de evolução EM AGUDOS, SUBAGUDOS E CRÔNICOS.
• FASE AGUDA: o LCR mostra uma resposta celular com pleocitose, presença
de neutrófilos e eosinófilos e uma resposta humoral caracterizada pela
quebra da BHE e conseqüente aumento dos teores de albumina.
• FASE CRÔNICA: a resposta celular é pouco intensa, a BHE já se refez e existe
produção intra-tecal de anticorpos específicos com aumento dos teores de
globulinas gama.
MENINGITES
AGUDAS
BACTERIANAS

• As três síndromes clássicas,


ou seja, de hipertensão
intracraniana, toxêmica e de
irritação meníngea são
acompanhadas por um líquor
de aspecto turvo,
apresentando pleocitose
(leucócitos) com predomínio
ou exclusivamente às custas
de neutrófilos,
hiperproteinorraquia e
hipoglicorraquia.
Fonte: Google imagens.
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
MENINGITES AGUDAS BACTERIANAS
• Mais de 80% das meningites
bacterianas agudas são causadas por
pneumococo, hemófilos e
meningococo, sendo que nos recém-
nascidos devem ser considerados as
enterobactérias e o estreptococo
tipo B.
• O diagnóstico etiológico pode ser
feito pelo encontro do agente
etiológico no exame bacterioscópico
direto (método de Gram) ou o seu
crescimento em meio de cultura
próprio.
• Além da visualização direta da
bactéria, pode-se pesquisar a
presença de antígenos bacterianos
mais comuns através de prova do
látex.
https://www.centerlab.com/blog/Informativo_117/
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
MENINGITES E MENINGOENCEFALITES
• As meningites e as meningoencefalites virais apresentam sintomatologia
mais branda e evolução autolimitada.

https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
MENINGITES E MENINGOENCEFALITES
• O líquor nas meningites virais
apresenta pleocitose menos
intensa que nas meningites
bacterianas agudas, a
concentração de proteínas está
discretamente elevada e os teores
de glicose e lactato tendem a ser
normais.
• Em virtude da alta freqüência e
das possibilidades terapêuticas, os
vírus da família herpesviridae -
Herpes simples 1 (HSV 1) e 2 (HSV
2), Citomegalovirus (CMV) e
Varicela-zoster (VZV)- são
bastante estudados e facilmente
diagnosticados.
Fonte: Google imagens.
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
NEUROMICOSES
• O envolvimento neurológico por
fungos é uma condição grave,
de evolução subaguda ou
crônica, cujo diagnóstico nem
sempre é evidente.
• C. albicans, P. braziliensis, A.
fumigatus, H. capsulatum e
Cryptococcus neoformans.
• ACHADOS LIQUÓRICOS:
pleocitose com predomínio
linfomonocitário, aumento do
teor de proteínas, que é tanto
maior quanto mais evoluído
estiver o processo e diminuição
dos teores de glicose.
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
NEUROTUBERCULOSE
• O diagnóstico do envolvimento neurológico pelo Micobacterium tuberculosis é difícil, em virtude
da baixa sensibilidade dos métodos ditos gold standard, como a micobacteriologia direta, através
da técnica de Ziehl-Neelsen, e a cultura em meio de Löwenstein.
• Geralmente, o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento é feito com base nos achados
clínicos associados à pleocitose liquórica e às alterações bioquímicas, sobretudo
hiperproteinorraquia, hipoglicorraquia e aumento da atividade enzimática da amino deaminase
(ADA) no líquor.
• Métodos que utilizam biologia molecular têm sido testados quer no diagnóstico quer no
seguimento terapêutico dos pacientes.
Fonte: Google imagens.
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
NEUROESQUISTOSSOMOSE
• A frequência do envolvimento
neurológico pelo S. mansoni é baixa
se compararmos à alta prevalência
da esquistossomose no país, mas a
morbidade e as seqüelas dependem
da precocidade do diagnóstico.
• Os achados liquóricos mais
freqüentes são: pleocitose (90% dos
casos) com eosinofilorraquia (40-
70%), aumento da concentração de
proteínas e positividade das reações
imunológicas específicas.
Fonte: Google imagens.

https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de-neurodiagnsticos/liquido-neuro
NEUROCISTICERCOSE
• O exame do líquido cefalorraquidiano
permite o diagnóstico e o estabelecimento da
existência ou não de um processo
inflamatório relacionado à neurocisticercose
(Taenia solium).
• A fase inflamatória caracteriza-se por discreta
pleocitose, com a presença de neutrófilos
e/ou eosinófilos, aumento dos teores de
globulinas gama, que reflete a presença de
imunoglobulinas e positividade das reações
de fixação de complemento,
imunofluorescência, hemaglutinação passiva
e ELISA. Fonte: Google imagens.

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NEUROSSÍFILIS
• O exame do líquido
cefalorraquidiano é de
fundamental importância no
diagnóstico e no seguimento da
neurossífilis.
• ACHADOS LIQUÓRICOS: são
compatíveis com um processo
inflamatório revelando pleocitose
e aumento da concentração
proteica com
hipergamaglobulinorraquia, sendo
freqüente e característica a
presença de bandas oligoclonais.
• Os testes imunológicos específicos
são utilizados para detectar
anticorpos contra o T. pallidum.
Fonte: Google imagens.

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PARAPARESIA ESPÁSTICA TROPICAL
• É uma afecção neurológica
associada à infecção pelo vírus
HTLV-1. A sua incidência, ao
longo da vida, é de 1 a 2% nos
portadores deste vírus.
• Alguns pacientes com
paraparesia espástica tropical
apresentam síntese intra-tecal de
anticorpos anti-HTLV 1, de classe
IgG e IgM, com índice de
anticorpos > 1,4.
•O PCR apresenta boa
sensibilidade, sobretudo se
associado à determinação de
anticorpos. Fonte: Google imagens.

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DOENÇAS DESMIELINIZANTES - ESCLEROSE
MÚLTIPLA
• Doença de evolução polifásica e com
sintomatologia diversa, a esclerose múltipla
(EM) tem no exame de LCR um excelente
método diagnóstico e de acompanhamento.
• Freqüentemente são encontradas pleocitose
linfomonocitária e hiperproteinorraquia
discretas, até 30 células/mm3 e até 100
mg/dL, respectivamente.
• O dado liquórico mais importante e útil no
diagnóstico é a presença de bandas
oligoclonais, que ocorre em mais de 90% dos
casos.
• Também é de grande importância a
determinação da produção intra-tecal de IgG,
que está elevada entre 70 e 90% dos casos.
• A dosagem da proteína básica de mielina,
antigamente utilizada, não apresenta valor Fonte: Google imagens.
diagnóstico, por níveis variáveis e por ser
altamente inespecífica.
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NEOPLASIAS
• O estudo citológico do LCR é muito importante no
diagnóstico de processos neoplásicos próprios ou
metastáticos do SN.
• A imunofenotipagem é extremamente útil para
detecção de populações de células com imunofenótipo
anômalo, assim como permite detectar populações de
células com imunofenótipo que podem ser,
normalmente, encontrados em outros órgãos ou
tecidos, mas que se encontradas no líquor são sempre
patogênicas.
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NEURODEGENERAÇÃO
• Na última década, muitos indicadores
bioquímicos potenciais para doenças do
SNC têm sido estudados.
• Devem-se destacar os estudos recentes
sobre marcadores úteis de
neurodegeneração, como níveis de
PEPTÍDEOS BETA-AMILOIDES (AΒ42 E
AΒ40), NEUROFILAMENTO DE CADEIA
LEVE (NFL), NEUROGRANINA (NG), TAU
TOTAL (T-TAU) E TAU FOSFORILADA (P-
TAU) no LCR.
• Esses biomarcadores são ferramentas
importantes para o diagnóstico e
tratamento precoces do declínio
cognitivo na doença de Alzheimer, na
encefalopatia traumática crônica e na
demência frontotemporal, entre outras
desordens neurocognitivas.
Fonte: Google imagens.
NEURODEGENERAÇÃO
• Os autores propõem um
algoritmo de duas etapas
com base em níveis de LCR
de P-tau e Aβ42, em que
uma alta razão P-tau/Aβ42
indicaria demência
frontotemporal associada à
doença de Alzheimer, e
baixa razão P-tau/Aβ42
indicaria somente demência
frontotemporal.

Fonte: Google imagens.

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