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Clínico e
Laboratorial
do LCR
Profa. Thiara Manuele
PROTEÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
MENINGITE
• A meningite é uma complicação incomum da PL.
• PATÓGENOS MAIS COMUMENTE ISOLADOS:
Streptococcus salivarius (30%), Streptococcus viridans
(29%), estreptococo alfa-hemolítico (11%),
Staphylococcus aureus (9%), e Pseudomonas aeruginosa
(8%).
• Além de Staphylococci, Pseudomonas e outros bacilos
Gram-negativos foram atribuídos a instrumentos ou
soluções contaminados ou a má técnica.
• Estudos sugeriram que a meningite pós-PL decorreria de
secreções orofaríngeas em aerossol da equipe presente
ao procedimento, especialmente porque muitos dos
organismos agentes etiológicos são encontrados na boca
e nas vias aéreas superiores.
• Em 2005, o Healthcare Infection Control Advisory
Committee recomendou que as máscaras cirúrgicas
fossem utilizadas por indivíduos que colocam cateter ou
injetam material no canal espinhal.
Fonte: Google imagens.
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
SANGRAMENTO
• O LCR normalmente é acelular, embora até cinco
hemácias sejam consideradas normais após uma PL
devido a um trauma num capilar ou vênula.
• Sangramentos graves que resultam em comprometimento
da medula espinhal são raros na ausência de risco de
sangramento.
• Pacientes com trombocitopenia ou outro distúrbio de
coagulação ou aqueles que receberam terapia
anticoagulante antes ou imediatamente após submeter-
se a uma PL possuem risco aumentado de hemorragia. Fonte: Google imagens.
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
HERNIAÇÃO CEREBRAL
• A complicação mais séria.
• Suspeita de aumento de pressão
intracraniana (PIC) constitui
contraindicação relativa para realizar
PL e também exige avaliação
independente e tratamento.
• Série de casos estima que um resultado
desfavorável esteja presente em 12%-
13% dos pacientes com aumento de
PIC que se submeteram a PL.
Fonte: Google imagens.
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
TUMOR EPIDERMOIDE
• A formação de um tumor epidermoide
intraespinhal é uma complicação rara da
PL que pode se tornar evidente anos após
o procedimento.
• A maior parte dos casos conhecidos são
crianças de 5 a 12 anos que passaram por
PL na primeira infância; entretanto, a
complicação também foi descrita em
adultos.
https://www.tuasaude.com/cisto-no-cerebro/
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
SINTOMAS RADICULARES E LOMBALGIA
• Radiculopatia é caracterizada pela lesão ou comprometimento de um
ou mais nervos e suas raízes nervosas que passam pela coluna
vertebral, levando ao surgimento de sintomas como dor,
formigamento, sensação de choque e fraqueza dos membros.
• Não é incomum (13% em uma série) para pacientes experimentar dor
passageira semelhante a choque elétrico em uma perna durante o
procedimento.
• Entretanto, sintomas radiculares mais duradouros e trauma radicular
parecem ser raros.
• Até um terço dos pacientes reclamam de lombalgia localizada após
PL, que pode persistir por vários dias, mas raramente algo além disso. Fonte: Google imagens.
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e2822020.pdf
COLETA DA AMOSTRA
• Para a coleta do LCR são utilizados três
frascos estéreis sem anticoagulantes:
• Primeiro frasco: análise bioquímica e
sorológica
• Segundo frasco: microbiologia
• Terceiro frasco: citologia.
• Os frascos utilizados devem conter o nome,
número de registro do paciente, data e
local de coleta (onde foi puncionada a
amostra), pois os parâmetros citológicos
podem variar de acordo com o local da
punção.
http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/21-Exame-liquido.pdf
TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
• A amostra coletada deve chegar ao
laboratório o mais rápido possível, no
máximo em 2 horas, pois, após esse
tempo, podem ocorrer degradação e/ou
alterações morfológicas de hemácias,
leucócitos e outros tipos celulares,
diminuição da glicose, aumento de
concentração das proteínas e de
bactérias.
• A temperatura de armazenamento do
líquor nativo deve estar entre 5°C e
12°C, para minimizar danos às células. Fonte: Google imagens.
•A dosagem de cloretos
pode ser útil nas
meningites e
meningoencefalites,
onde há
hipoclorraquia.
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ATIVIDADE ENZIMÁTICA
1. DEHIDROGENASE LÁCTICA (DHL): A
libertação de DHL no LCR ocorre como Valores de referência
consequência da morte celular ou seja, é
um marcador inespecífico de necrose
celular e pode aparecer em várias
condições patológicas, incluindo
meningite, aumenta nos tumores
cerebrais primários, nas metástases do
sistema nervoso central, na hidrocefalia
e na isquemia cerebral.
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ATIVIDADE ENZIMÁTICA
• TRANSAMINASE GLUTÂMICA Valores de referência
OXALACÉTICA (TGO): produzida pelo
fígado, está presente em menor
quantidade em órgãos como coração,
músculos, rins e cérebro, o aumento da
TGO nem sempre indica danos no fígado.
• Aumentadas em períodos pós-convulsivos,
nas necroses de parênquima cerebral, no
envolvimento neurológico pelo HIV.
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ATIVIDADE ENZIMÁTICA
• ADENOSINA DEAMINASE (ADA): é uma
enzima que catalisa a conversão da
Valores de referência
adenosina à inosina, participando do
processo de diferenciação e proliferação
de linfócitos.
• Níveis elevados de ADA são indicadores
indiretos de tuberculose meníngea,
pericárdica e peritoneal. Aumentada em
processos inflamatórios, processos
infecciosos subagudos, sobretudo na
meningoencefalite tuberculosa.
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IMUNOGLOBULINAS
• Assim como a grande maioria das proteínas, as
imunoglobulinas presentes no LCR são provenientes do
soro.
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MARCADORES TUMORAIS
• A determinação de alguns
marcadores tumorais no
LCR permite o diagnóstico
do envolvimento do SN por
processos tumorais
neoplásicos sistêmicos.
(antígeno carcinoembrionário)
• Vale lembrar que as
sensibilidade e
especificidade deixam a
desejar e a sua presença só
deve ter valor diagnóstico
em indivíduos que
apresentem sintomatologia
neurológica. (Leucemia linfoide aguda e linfomas não-Hodgkin)
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ELETROFORESE DE PROTEÍNAS - BANDAS
OLIGOCLONAIS
• A eletroforese das proteínas
permite a determinação das frações
protéicas, sendo atualmente,
empregadas técnicas com ótimo
poder de resolução e com a
utilização de baixos volumes.
• As bandas oligoclonais são
imunoglobulinas sintetizadas por
um ou poucos clones de
plasmócitos, derivados de linfócitos
B, em resposta à presença contínua
de um antígeno único e altamente
específico.
Fonte: Google imagens.
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS -
BANDAS OLIGOCLONAIS
• A pesquisa de bandas oligoclonais no líquor tem
grande importância no diagnóstico e no
seguimento de processos inflamatórios do sistema
nervoso central (SNC).
• Podem ser encontradas em mais de 90% dos
pacientes com ESCLEROSE MÚLTIPLA.
https://docplayer.com.br/68885741-Paulo-diniz-da-gama-estudo-de-bandas-oligoclonais-restritas-ao-liquido-cefalorraquidiano-em-pacientes-com-esclerose-multipla-na-cidade-de-sao-paulo.html
ESTUDO DA BARREIRA
HEMATOENCEFÁLICA
• A BHE apresenta características especiais que permitem a passagem de
substâncias de acordo com o tamanho e a carga elétrica de suas moléculas.
• ALBUMINA: O marcador mais utilizado para avaliar a integridade da BHE,
determina-se o quociente de albumina que é a relação entre a concentração
de albumina no líquor e no soro.
• IMUNOGLOBULINAS: o aumento do teor liquórico de imunoglobulinas ocorre
quando existe síntese intra-tecal de IgA, IgG e IgM, nos processos infecciosos
ou inflamatórios do SN, ou quando a BHE está lesada, permitindo a passagem
de maiores quantidades destas substâncias.
Fonte: Google imagens.
PROCESSOS INFECCIOSOS
• O diagnóstico de processos infecciosos do SNC é sem dúvida alguma a
principal indicação de exame do LCR.
• Classicamente, os processos infecciosos podem ser divididos de acordo com
o período de evolução EM AGUDOS, SUBAGUDOS E CRÔNICOS.
• FASE AGUDA: o LCR mostra uma resposta celular com pleocitose, presença
de neutrófilos e eosinófilos e uma resposta humoral caracterizada pela
quebra da BHE e conseqüente aumento dos teores de albumina.
• FASE CRÔNICA: a resposta celular é pouco intensa, a BHE já se refez e existe
produção intra-tecal de anticorpos específicos com aumento dos teores de
globulinas gama.
MENINGITES
AGUDAS
BACTERIANAS
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MENINGITES E MENINGOENCEFALITES
• O líquor nas meningites virais
apresenta pleocitose menos
intensa que nas meningites
bacterianas agudas, a
concentração de proteínas está
discretamente elevada e os teores
de glicose e lactato tendem a ser
normais.
• Em virtude da alta freqüência e
das possibilidades terapêuticas, os
vírus da família herpesviridae -
Herpes simples 1 (HSV 1) e 2 (HSV
2), Citomegalovirus (CMV) e
Varicela-zoster (VZV)- são
bastante estudados e facilmente
diagnosticados.
Fonte: Google imagens.
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NEUROMICOSES
• O envolvimento neurológico por
fungos é uma condição grave,
de evolução subaguda ou
crônica, cujo diagnóstico nem
sempre é evidente.
• C. albicans, P. braziliensis, A.
fumigatus, H. capsulatum e
Cryptococcus neoformans.
• ACHADOS LIQUÓRICOS:
pleocitose com predomínio
linfomonocitário, aumento do
teor de proteínas, que é tanto
maior quanto mais evoluído
estiver o processo e diminuição
dos teores de glicose.
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NEUROTUBERCULOSE
• O diagnóstico do envolvimento neurológico pelo Micobacterium tuberculosis é difícil, em virtude
da baixa sensibilidade dos métodos ditos gold standard, como a micobacteriologia direta, através
da técnica de Ziehl-Neelsen, e a cultura em meio de Löwenstein.
• Geralmente, o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento é feito com base nos achados
clínicos associados à pleocitose liquórica e às alterações bioquímicas, sobretudo
hiperproteinorraquia, hipoglicorraquia e aumento da atividade enzimática da amino deaminase
(ADA) no líquor.
• Métodos que utilizam biologia molecular têm sido testados quer no diagnóstico quer no
seguimento terapêutico dos pacientes.
Fonte: Google imagens.
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NEUROESQUISTOSSOMOSE
• A frequência do envolvimento
neurológico pelo S. mansoni é baixa
se compararmos à alta prevalência
da esquistossomose no país, mas a
morbidade e as seqüelas dependem
da precocidade do diagnóstico.
• Os achados liquóricos mais
freqüentes são: pleocitose (90% dos
casos) com eosinofilorraquia (40-
70%), aumento da concentração de
proteínas e positividade das reações
imunológicas específicas.
Fonte: Google imagens.
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NEUROCISTICERCOSE
• O exame do líquido cefalorraquidiano
permite o diagnóstico e o estabelecimento da
existência ou não de um processo
inflamatório relacionado à neurocisticercose
(Taenia solium).
• A fase inflamatória caracteriza-se por discreta
pleocitose, com a presença de neutrófilos
e/ou eosinófilos, aumento dos teores de
globulinas gama, que reflete a presença de
imunoglobulinas e positividade das reações
de fixação de complemento,
imunofluorescência, hemaglutinação passiva
e ELISA. Fonte: Google imagens.
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NEUROSSÍFILIS
• O exame do líquido
cefalorraquidiano é de
fundamental importância no
diagnóstico e no seguimento da
neurossífilis.
• ACHADOS LIQUÓRICOS: são
compatíveis com um processo
inflamatório revelando pleocitose
e aumento da concentração
proteica com
hipergamaglobulinorraquia, sendo
freqüente e característica a
presença de bandas oligoclonais.
• Os testes imunológicos específicos
são utilizados para detectar
anticorpos contra o T. pallidum.
Fonte: Google imagens.
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PARAPARESIA ESPÁSTICA TROPICAL
• É uma afecção neurológica
associada à infecção pelo vírus
HTLV-1. A sua incidência, ao
longo da vida, é de 1 a 2% nos
portadores deste vírus.
• Alguns pacientes com
paraparesia espástica tropical
apresentam síntese intra-tecal de
anticorpos anti-HTLV 1, de classe
IgG e IgM, com índice de
anticorpos > 1,4.
•O PCR apresenta boa
sensibilidade, sobretudo se
associado à determinação de
anticorpos. Fonte: Google imagens.
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DOENÇAS DESMIELINIZANTES - ESCLEROSE
MÚLTIPLA
• Doença de evolução polifásica e com
sintomatologia diversa, a esclerose múltipla
(EM) tem no exame de LCR um excelente
método diagnóstico e de acompanhamento.
• Freqüentemente são encontradas pleocitose
linfomonocitária e hiperproteinorraquia
discretas, até 30 células/mm3 e até 100
mg/dL, respectivamente.
• O dado liquórico mais importante e útil no
diagnóstico é a presença de bandas
oligoclonais, que ocorre em mais de 90% dos
casos.
• Também é de grande importância a
determinação da produção intra-tecal de IgG,
que está elevada entre 70 e 90% dos casos.
• A dosagem da proteína básica de mielina,
antigamente utilizada, não apresenta valor Fonte: Google imagens.
diagnóstico, por níveis variáveis e por ser
altamente inespecífica.
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NEOPLASIAS
• O estudo citológico do LCR é muito importante no
diagnóstico de processos neoplásicos próprios ou
metastáticos do SN.
• A imunofenotipagem é extremamente útil para
detecção de populações de células com imunofenótipo
anômalo, assim como permite detectar populações de
células com imunofenótipo que podem ser,
normalmente, encontrados em outros órgãos ou
tecidos, mas que se encontradas no líquor são sempre
patogênicas.
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NEURODEGENERAÇÃO
• Na última década, muitos indicadores
bioquímicos potenciais para doenças do
SNC têm sido estudados.
• Devem-se destacar os estudos recentes
sobre marcadores úteis de
neurodegeneração, como níveis de
PEPTÍDEOS BETA-AMILOIDES (AΒ42 E
AΒ40), NEUROFILAMENTO DE CADEIA
LEVE (NFL), NEUROGRANINA (NG), TAU
TOTAL (T-TAU) E TAU FOSFORILADA (P-
TAU) no LCR.
• Esses biomarcadores são ferramentas
importantes para o diagnóstico e
tratamento precoces do declínio
cognitivo na doença de Alzheimer, na
encefalopatia traumática crônica e na
demência frontotemporal, entre outras
desordens neurocognitivas.
Fonte: Google imagens.
NEURODEGENERAÇÃO
• Os autores propõem um
algoritmo de duas etapas
com base em níveis de LCR
de P-tau e Aβ42, em que
uma alta razão P-tau/Aβ42
indicaria demência
frontotemporal associada à
doença de Alzheimer, e
baixa razão P-tau/Aβ42
indicaria somente demência
frontotemporal.