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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM

INSERÇÃO, MANUTENÇÃO E
RETIRADA DO CATETER UMBILICAL
VENOSO
CURSO DE CAPACITAÇÃO EM
INSERÇÃO, MANUTENÇÃO E
RETIRADA DO CATETER UMBILICAL
VENOSO

Apostila organizada pelas


Enfermeiras Cecília Melo, Karine
Vieira e Rosiane da Rosa para
aplicação do Curso de Capacitação
em inserção, manutenção e retirada de
Cateter Umbilical Venoso.
ORGANIZADORAS

CECÍLIA MELO

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2441236473519849

KARINE BARETTA TONINELO VIEIRA

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5994482006956539

ROSIANE DA ROSA
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0049102547853930
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................5
ANATOMIA DOS VASOS UMBILICAIS E CIRCULAÇÃO FETAL.....................6
INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES DO PROCEDIMENTO........................9
INSERÇÃO DO CATETER UMBILICAL VENOSO...............................................10
PREPARO DO AMBIENTE.......................................................................................10
PREPARO DO MATERIAL.......................................................................................10
PREPARO DO PACIENTE........................................................................................11
PREPARO DO PROFISSIONAL................................................................................12
INÍCIO DO PROCEDIMENTO..................................................................................12
CONFIRMAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO....................................................................14
FIXAÇÃO DO CATETER UMBILICAL VENOSO.................................................15
COMPLICAÇÕES E NECESSIDADES DE INTERVENÇÕES.............................18
RETIRADA DO CATETER UMBILICAL VENOSO..............................................19
PREVENÇÃO DE INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA
ASSOCIADA A CATETER VASCULAR CENTRAL EM NEONATOLOGIA....20
REFERÊNCIAS.............................................................................................................23
ANEXO – RESOLUÇÃO COFEN Nº388/2011..........................................................25
INTRODUÇÃO

Os cateteres umbilicais são usados somente no período neonatal, nos quais os


vasos umbilicais são importantes vias de acesso, principalmente em situações de
emergência, tais como durante a reanimação neonatal na sala de parto ou na unidade de
terapia intensiva neonatal (SEGRE; CORTA; LIPPI, 2009).
A sobrevivência dos recém-nascidos (RN) está diretamente ligada ao sucesso da
terapia intravenosa, no entanto esta terapia gera dor, estresse e risco de complicações
graves (RODRIGUES; GOMES; CUNHA, 2011). O cateterismo umbilical venoso
(CUV) é considerado um dos dispositivos centrais que são utilizados nos RN, porém o
uso de cateteres centrais está associado a infecção primária da corrente sanguínea na
neonatologia.
O código de Ética de Enfermagem nos responsabiliza a avaliarmos e
aprimorarmos nossas competências técnica, científica, ética e legal para somente depois
assumirmos atribuições, já que é nosso dever assegurar ao paciente e seus familiares
uma assistência livre de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência
(COREN – SC 2010).
A partir de 2011, conforme disposto na Resolução nº 388 do COFEN, é
privativo do profissional enfermeiro, a cateterização umbilical venosa (anexo 01).
Diante disto, vimos através desta capacitação, propor um curso de inserção,
manutenção e retirada em cateterismo umbilical venoso, onde os mesmos irão obter
conhecimento científico, habilidade técnica e atualização das normas vigentes
garantindo as boas práticas durante a terapia intravenosa através do cateterismo
umbilical venoso, uma vez que esta terapia é de alta complexidade e de extrema
importância para a sobrevida do RN grave.
ANATOMIA DOS VASOS UMBILICAIS E CIRCULAÇÃO FETAL

CIRCULAÇÃO FETAL
CIRCULAÇÃO NEONATAL
CORDÃO UMBILICAL

O cordão umbilical é a estrutura que liga a placenta ao feto. Sua formação se dá a partir
da 5ª semana de gestação, através do saco amniótico, da alantoide e da vesícula vitelínica. O
sangue presente no cordão umbilical possui a mesma potencialidade do sangue encontrado na
medula óssea, pois é rico em células tronco. As medidas do cordão umbilical podem variar entre
30 cm e 90 cm, uma média de 55 cm de comprimento e entre 1 a 2cm de diâmetro.

VASOS UMBILICAIS

É composto de duas artérias e uma veia responsáveis em levar nutrientes do organismo


materno para o feto, e também realizam troca gasosa. O coto umbilical tem duas artérias
geralmente localizadas as 05 e 07 horas e uma veia situada às 12 horas; além disso, a
veia apresenta uma forma ovalada e parede fina, enquanto as artérias têm a luz estrelada
e a parede mais espessa.

Fonte: http://adeledoula.blogspot.com.br/2011/11/entendendo-melhor-o-cordao-umbilical.html
INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES DO PROCEDIMENTO

São as seguintes indicações para cateterismo umbilical:

 Ressuscitação em sala de parto;


 Recém-nascido em estado grave, necessitando de drogas vasoativas ou
concentrações altas de glicose;
 RN de extremo baixo peso;
 Exsanguineotransfusão;
 Monitorização de PVC.

São contra-indicações de cateterismo umbilical:

 Recém-nascidos portadores de defeito de fechamento de parede abdominal;


 Recém-nascido que apresente clínica ou suspeita de quadro infeccioso como:
onfalite, peritonite e enterocolite.
INSERÇÃO DO CATETER UMBILICAL VENOSO

PREPARO DO AMBIENTE

1. É necessário manter o ambiente onde será realizado o procedimento aquecido ou


que não esteja com o ar resfriado. Para prevenir possível hipotermia no RN.
2. Arrume o material e comunique às pessoas que circulam na sala para diminuir a
rotatividade e barulho. Avise o restante da equipe e os pais dos RNs naqueles leitos
próximos para que evitem a contaminação dos materiais utilizados.

PREPARO DO MATERIAL

Utilizar Equipamentos de Proteção Individual como: gorro, máscara, touca, óculos


(se preferência), avental e luvas estéreis.
 01 Mesa auxiliar
 01 cateter umbilical com french adequado para o vaso
 01 fio de sutura mononylon 4-0 ou algodão 3,0
 01 seringa de 10 ml
 Cadarço estéril
 01 lâmina de bisturi nº 11
 01 frasco de soro fisiológico 100ml
 01 frasco de 30ml de clorexidina alcoólico 0,5 % ou clorexidina aquosa 1%
 01 frasco de 30ml de clorexidina degermante á 2%
 01 película para fixação de cateter ou placa de hidrocolóide
 02 campos duplos
 01 fita métrica

 01 caixa cirúrgica estéril contendo:


 01 Pinça fórceps íris sem dentes
 01 Tesoura íris reta
 02 Pinças hemostática tipo mosquito reta
 04 backaus
 01 pinça tipo allis
 01 cabo de bisturi
 01 porta agulha
 01 cuba pequena

PREPARO DO PACIENTE

1. A realização do procedimento no berço aquecido é idealmente melhor para os


profissionais que irão cateterizar, pela melhor possibilidade de visualização e
manipulação do RN, e melhor para o RN que ficará recebendo calor radiante
evitando hipotermia, porém também poderá ser feito dentro da incubadora.
2. Posicionar o RN em decúbito dorsal de forma confortável e realizar contenção dos
membros superiores e inferiores de maneira humanizada.
3. Medir a distância ombro-umbigo para verificar a medida exata de introdução do
cateter e colocar esse valor na tabela (tabela 1).
4. Fazer limpeza da pele ao redor do coto umbilical com clorexidina degermante,
retirar o excesso com soro fisiológico pré-aquecido e colocar película ou placa de
hidrocolóide periumbilical, como uma “segunda pele”, para proteção da pele do RN.
5. Solicite se possível, que o técnico de radiologia posicione anteriormente ao
procedimento a placa de raio-x embaixo do RN para evitar contaminação dos
campos estéreis.

Tabela 1: Tamanho do Cateter Venoso a ser inserido


ATENÇÃO: quando o cateterismo visar à infusão de drogas na sala de parto para
reanimação neonatal, não há necessidade de proceder a medida da distância ombro-
umbigo, basta introduzir o cateter cerca de 1,5 a 2 cm imediatamente após a
passagem pelo anel umbilical, que o cateter se localizará na própria veia umbilical
antes da veia porta. Posição segura e rápida para proceder à infusão de drogas durante a
reanimação!

PREPARO DO PROFISSIONAL

1. Higienizar as mãos;
2. Colocar touca, máscara (óculos se preferir) descartáveis;
3. Lavar e escovar as mãos e os antebraços com clorexidina degermante 2%;
4. Secar as mãos com compressa estéril;
5. Colocar o avental de manga longa e luva estéril.

INÍCIO DO PROCEDIMENTO

1. Ao iniciar o procedimento, realizar a antissepsia do coto umbilical com


clorexidina alcoólica 0.5% ou clorexidina aquosa 1% no sentido vai e vem, após
colocar os campos estéreis.
2. Reparar o cordão umbilical com cadarço estéril na base do coto (não na parte
cutânea do coto) com um nó simples sem apertar (apertar o nó se ocorrer
sangramento durante o procedimento).
3. Corte o coto 1 - 1,5 cm acima da base com lâmina de bisturi. Coloque duas pinças
hemostáticas ("mosquito") em lados opostos do coto.
4. Identificar as estruturas do coto: as duas artérias (paredes espessas com lúmen
fechado) e a veia parede mais fina e elíptica.
5. Apresentar e sustentar as estruturas com as pinças Kelly.
6. Introduzir delicadamente o cateter na veia umbilical até a distância marcada na
tabela da medida com auxilio de uma pinça (pinça Iris).
7. Verificar se o cateter reflui. O sangue flui lentamente.
8. Radiografar o tórax e o abdome do recém-nascido e verificar a posição correta do
cateter.
9. Confirmada a localização, fazer a sutura em “bolsa” ao redor do cateter na geléia
de Wharton e a bailarina. Após retirar o cadarço e os campos. Fixar o cateter em
“ponte”, conforme a figura 1.
10. Iniciar a infusão de soluções no cateter, no mínimo a 0,5ml/hora para manter a
permeabilidade do lúmen.

Figura 1 – Fixação em forma de ponte


CONFIRMAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO

A confirmação do posicionamento do cateter umbilical venoso dá-se através da


radiografia do tórax ou ultrassonagrafia. Nos casos em que o cateter for mantido,
assegurar-se de que a sua ponta fique acima do diafragma ou abaixo da sombra hepática
(exsangüíneotransfusão).
Posição correta: é necessário que a sua extremidade esteja adequadamente
localizada na veia cava inferior, um pouco acima do diafragma. O cateter umbilical
venoso, após sua introdução, cursa pela veia umbilical, ramo esquerdo da veia porta e
ducto venoso, entrando na veia cava inferior, onde deve ficar posicionado, próximo ao
átrio direito, usando como referências anatômicas os corpos vertebrais T8 e T9. Na
dúvida da inserção, fazer incidência lateral. A retirada do cateter será imediata se for
observado falso trajeto.
Na urgência: inserir cateter (não usar sondas) até que o sangue flua livremente.
Não é necessária confirmação radiológica, porém deverá ser confirmado a localização
assim que estabilizado o quadro ou ser retirado pela impossibilidade de confirmação do
correto posicionamento e reintrodução.

Figura 2 – Localização do CUV

FONTE: ALVAREZ et al, 2012.


FIXAÇÃO DO CATETER UMBILICAL VENOSO

A fixação do CUV é de extrema importância para o seguro funcionamento do


cateter. Deve-se realizar através de duas formas para maior segurança. Primeiramente,
após confirmação da localização do CUV deverá proceder-se a fixação com fios de
sutura na parte seccionada do coto fixando o cateter junto a esta base. Em seguida,
conforme orientado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a fixação
deve ser segurada através de uma “ponte”.

FONTE: Atenção à saúde do Recém-nascido. Ministério da Saúde, 2012.

Para realização da ponte, poderá ser utilizados insumos como esparadrapo,


placas de hidrocolóide e/ou micropore. É importante que a pele do recém-nascido, onde
será fixada esta “ponte”, seja preparada com a aplicação de uma membrana ou película
transparente, muitas vezes utilizadas para fixação de dispositivos intra-venosos
periféricos (BRASIL, 2010).

Fonte: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3325
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO

Para a manutenção do cateter umbilical venoso por todo o tempo necessário de


terapia, são necessários alguns cuidados por parte de toda a equipe de enfermagem na
utilização do CUV. Cabe aos demais integrantes da equipe de enfermagem, a
manutenção e manuseio como o preparo e instalação da infusão de medicamentos e
hemoderivados e ao enfermeiro privativamente, a inserção e retirada deste cateter.
Toda a equipe de enfermagem deverá ser treinada sobre os cuidados que este
cateter requer para controle de infecção relacionado ao uso de cateter central. Abaixo
seguem alguns cuidados de enfermagem para o CUV:

 Antes de realizar o manuseio do cateter, deverá ser feito higiene rigorosa das
mãos e uso de luvas descartáveis.
 A fixação da ponte não deverá ser trocada, apenas em caso de sujidade
aumentada.
 Observar sinais flogísticos peri-umbilicais a cada manuseio.
 Realizar limpeza do coto umbilical diariamente com solução antisséptica
preconizada pela instituição e, observar sinais flogísticos peri-umbilicais a cada
manuseio.
 O CUV por algumas vezes mantém a possibilidade de refluir sangue com a
aspiração do cateter, possibilitando a coleta de exames através do CUV. Porém
deve-se proceder antes e depois da coleta, a infusão de soro fisiológico 0,9%
para manter a permeabilidade do cateter.
 Pode-se manter as mudanças de decúbito normalmente mesmo com a
permanência do CUV, inclusive decúbito ventral.
 O CUV aceita todo e qualquer tipo de uso de medicações e hemoderivados,
independente da concentração e osmolaridade da solução.
 Realizar flushing com SF 0,9% e seringa 10ml antes e após administração de
medicações.

Cuidados levantados pelo COFEN (2011):

 Verificar rigorosamente a perfusão, pulso e temperatura de membros inferiores.


 Manter o cateter e a torneirinha livre de sangue evitando a formação de coágulos
e proliferação de microrganismos. Caso haja um coágulo, o mesmo deve ser
retirado por aspiração e nunca injetando o líquido.
 Registrar todas as infusões ou retirada de líquido do cateter.
 Realizar o manuseio das conexões com técnicas assépticas, promovendo a
desinfecção com gaze estéril e álcool etílico 70% ou clorexidina alcóolica 0.5%
por meio de fricção durante 5 a 15 segundos, sempre utilizando luvas.

Sugerimos também a elaboração de um protocolo para registro de dados da


inserção, manutenção e retirada do CUV. Neste protocolo, poderá conter dados de como
foi a inserção, finalidade, tamanho, características do recém-nascido, dados do motivo
da retirada do CUV, aspecto do cateter, comprimento, dificuldades, intercorrências.
Através do protocolo, é possibilitado maior controle deste procedimento relativamente
novo para a equipe de enfermagem.
COMPLICAÇÕES E NECESSIDADES DE INTERVENÇÕES

Principais complicações do cateterismo umbilical:

 Trombose da veia umbilical e do sistema portal;


 Embolia gasosa;
 Arritmia cardíaca;
 Necrose e abscesso hepático;
 Infecções generalizadas ou localizadas;
 Sangramento secundário;
 Deslocamento do cateter (devido a má fixação);
 Mau posicionamento em sistema porta pode causar necrose hepática e
enterocolite necrozante;
 Falso trajeto;
 Alterações de perfusão de membros inferiores, sobretudo nos pés, podadáctilos e
glúteos.

No caso de alterações de perfusão tissular de membros inferiores e superiores,


deve-se verificar novamente a posição do cateter através do raio-x e realizar uma nova
tentativa de reposicionamento se ainda intra-campo (durante procedimento de inserção).
Outras possibilidades de tentativas para manter o cateter, seria promover o aquecimento
do membro contralateral com algodão ortopédico e ataduras. Aguardar de 30 a 60 min,
proceder nova reavaliação dos membros afetados e se não houver melhora da perfusão,
realizar a retirada imediata do cateter.
RETIRADA DO CATETER UMBILICAL VENOSO

Segundo as orientações do GUIDELINES, o CUV deverá ser removido assim


que sua funcionalidade não seja mais necessária, apresente sinais flogísticos e/ou
insuficiência vascular em membros inferiores através da perfusão diminuída e/ou
cianose das extremidades.
Em relação ao tempo de permanência, deverá ser preferencialmente retirado
assim que possível ou no máximo após 14 dias de colocação do CUV (ANVISA, 2017).
A retirada do cateter deve iniciar retirando-se a fixação por insumos colantes da pele do
recém-nascido, seguido pelo corte dos fios de sutura que fixam o cateter a base do coto
com o uso de uma lâmina de bisturi. Com o CUV “solto”, deverá proceder-se a retirada
lenta e gradual do cateter pelo coto, observando-se os sinais vitais do recém-nascido e
possibilidade de sangramento após extrusão do cateter, observar a integridade do
cateter. Após a sua retirada, mantenha um curativo oclusivo com gaze estéril no local e
observe sangramento no local nas horas seguintes ao procedimento.
Quando da retirada do cateter umbilical venoso, o mesmo deve ser realizado
pelo profissional enfermeiro ou médico.
PREVENÇÃO DE INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA
ASSOCIADA A CATETER VASCULAR CENTRAL EM NEONATOLOGIA

Seguem abaixo as principais recomendações adaptadas do “Guideline for


Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections – HICPAC – CDC”, (CDC,
2002) e ANVISA (2017) relacionadas à pediatria e neonatologia.

As recomendações são classificadas nas seguintes categorias:

Categoria IA: Fortemente recomendado para implementação e fortemente apoiado por


estudos clínicos, experimentais ou epidemiológicos bem desenhados.
Categoria IB: Fortemente recomendado para implementação e apoiado por alguns
estudos clínicos, experimentais ou epidemiológicos e um racional teórico consistente.
Categoria IC: Recomendado por regras, padrões e regulações federais ou estatais.
Categoria II: Sugerido para implementação e apoiado por estudos clínicos ou
epidemiológico sugestivo ou racional teórico.

1. Designar somente profissionais treinados e que demonstram competência para


inserção e manutenção dos cateteres periféricos e centrais. (IA)
2. Assegurar adequada relação enfermagem/RN. Estudos observacionais revelaram
aumento do risco de infecção relacionada a cateteres vasculares quando a relação
RN/enfermeiras está insuficiente. (IB)
3. O uso de luvas não dispensa a adequada higiene das mãos, antes e após a
manipulação do acesso vascular. (IA)
4. Usar luvas estéreis para inserção de cateter vascular central. (IA)
5. Usar luvas estéreis ou de procedimento não estéreis (usando técnica asséptica) nas
trocas de curativos. (IC)
6. Usar solução anti-séptica para inserção do CVC (dar preferência às soluções de
clorexidina). (IA)
7. Antes da inserção do cateter, aguardar a ação e permanência mínima do antisséptico,
ou até que tenha secado por completo. (IB)
8. Usar curativo estéril de gaze ou transparente para cobrir o local de inserção. (IA)
9. Se o paciente apresentar sangramento, dar preferência ao curativo com gaze até
resolução do problema. (II)
10. Trocar o curativo sempre que o local estiver sujo, úmido ou solto. (IB)
11. Não usar pomadas ou cremes de antimicrobiano no local de inserção do cateter, pois
aumenta o risco de colonização e infecção fúngica e resistência microbiana. (IB)
12. Não trocar o CVC de rotina com objetivo de reduzir infecção associada a cateter.
(IB)
13. Pacientes que não estejam recebendo soluções com lipides ou sangue e derivados
recomenda-se não trocar o sistema de infusão, incluindo os outros dispositivos
acoplados ao sistema, com intervalo menor que 96h, e não maior que 7 dias, exceto se
suspeita ou comprovação de bacteremia relacionada ao CVC. (IA)
14. Trocar o sistema de infusão em no máximo 24h, se infusão de sangue ou derivados
ou solução lipídica. (IB)
15. Trocar o dispositivo tipo “needLeless” (sem agulha) no mínimo com a mesma
frequência do resto do sistema de infusão. (II)
16. Utilizar antisséptico apropriado (clorexidina ou álcool 70%,) nas conexões com
objetivo de minimizar risco de infecção associada a cateter. (IA)
17. Implantar sistema de “bundles” com objetivo de checar a adesão as recomendações
locais relativas a prevenção de infecção associada a cateter. (IB)
18. Constituir grupo específico de cateter para inserção e manutenção dos CVC. (IB)
19. Usar cateter tipo PICC sempre que estiver programada infusão endovenosa maior
que 6 dias. (IB)
20. Usar precaução de barreira máxima, com luva, máscara, avental e campos grandes
estéreis, tanto na inserção do cateter. (IB)
21. Designar um acesso vascular ou lúmen exclusivo para nutrição parenteral
(Brasil,1999)
22. Trocar o curativo a cada 2 dias para gaze (II) e para curativo transparente não há
limite de tempo para troca, visto que o risco de deslocamento do CVC, no momento da
troca é maior que o benefício de sua troca com tempo pré-estabelecido. (IB)
23. Remover o cateter umbilical arterial assim que este não seja mais necessário ou a
qualquer sinal ou sintoma de insuficiência vascular de membros inferiores ou sinais de
infecção associada a cateter. Idealmente manter o cateter umbilical arterial por no
máximo de 5 dias. (II)
24. Remover o cateter umbilical venoso assim que possível, podendo ser mantido no
local até o máximo de 14 dias, desde que mantido de forma asséptica (BUTLER-
O’HARA et al.; 2012). Riscos de infecção são aumentados com períodos prolongados
de uso. Remoção de cateter umbilical venoso em 7 dias, seguido de inserção de PICC
para terapia infusional contínua é uma estratégia para reduzir infecção primária da
corrente sanguínea.
REFERÊNCIAS

ALVARES, Beatriz Regina et al . Achados normais no exame radiológico de tórax do


recém-nascido. Radiol Bras, São Paulo , v. 39, n. 6, p. 435-440, Dec. 2006
. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
39842006000600012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 de julho de 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Orientações para


Prevenção de Infecção Primária de Corrente Sanguínea. 2010. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ef02c3004a04c83ca0fda9aa19e2217c/ma
nual+Final+preven%C3%A7%C3%A3o+de+infe%C3%A7%C3%A3o+da+corrente.pdf
?MOD=AJPERES>. Acesso em: 11 de julho de 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Medidas de prevenção


de infecção relacionada à assistência à saúde. 2017. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4++Medidas+de+Prev
en%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist
%C3%Aancia+%C3%A0+Sa%C3%Bade/a3f23dfb-2c54-4e64-881c-fccf9220c373>.
Acesso em: 11 de julho de 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os
profissionais de saúde.. Brasília, 2011. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_recem_nascido_%20guia_profissio
nais_saude_v2.pdf>. Acesso em: 11 de julho de 2019.

Centers for disease control and prevention – CDC. Guidelines for the prevention of
Intravascular Catheter – Related Infections; 2011. Disponível em:
https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5110a1.htm?vm=r. Acesso em: 25 de
abr. de 2015.

COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução Nº 388/2011. Normatiza a


execução, pelo enfermeiro, do acesso venoso, via cateterismo umbilical. Brasília, 2011.
Disponível em: <http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3882011_8021.html>.
Acesso em 11 de julho de 2019.

COFEN. Programa Proficiência: Atuação da enfermagem frente ao procedimento de


cateterismo umbilical. Disponível em:
<http://proficiencia.cofen.gov.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id
=555:atuacao-da-enfermagem-frente-ao-procedimento-de-cateterismo
umbilical&catid=39:blog&Itemid=65>. Acesso em 11 de julho de 2019.

Kido RYZ et al. Cateteres umbilicais em recém-nascidos: indicações, complicações e


diagnóstico por imagem. Sci Med, v.25, n.1, 2015.

RODRIGUES, E.C.; GOMES, R.; CUNHA, S.R. Perdeu a veia: significados da prática
da terapia intravenosa na unidade de terapia intensiva neonatal. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v.15, n.3, 2011.
SEGRE, C.A.M.; COSTA, H.P.F.; LIPPI, U.G. Perinatologia fundamentos e prática. 2
ed. São Paulo: SARVIER, 2009.
ANEXO – RESOLUÇÃO COFEN Nº388/2011

Resolução nº 388 de 18/10/2011 / COFEN - Conselho Federal de Enfermagem


(D.O.U. 20/10/2011)

Acesso venoso, via cateterismo umbilical.


Normatiza a execução, pelo Enfermeiro, do acesso venoso, via cateterismo umbilical.

Resolução COFEN Nº 388 DE 18/10/2011


O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), no uso das atribuições que lhe são
conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia,
aprovado pela Resolução Cofen nº 242, de 31 de agosto de 2000,
Considerando o art. 11, inciso I, alínea "m", da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
segundo o qual o Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe,
privativamente, a execução de cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica
e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões
imediatas;
Considerando o acesso venoso, via cateterismo umbilical, como um procedimento
complexo, que demanda competência técnica e científica em sua execução;
Considerando a Resolução Cofen nº 358, de 15 de outubro de 2009, que dispõe sobre a
Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional
de Enfermagem; e
Considerando tudo o mais que consta nos autos do PAD/Cofen nº 366/2011 e a
deliberação do Plenário em sua 407ª Reunião Ordinária,
Resolve:
Art. 1º. No âmbito da equipe de Enfermagem, o acesso venoso, via cateterismo
umbilical, é um procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais
da profissão.
Parágrafo único. O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e
habilidades que garantam rigor técnicocientífico ao procedimento, atentando para a
capacitação contínua necessária à sua realização.
Art. 2º. O procedimento a que se refere o artigo anterior deve ser executado no contexto
do Processo de Enfermagem, atendendo-se as determinações da Resolução Cofen nº
358/2009.
Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
JULITA CORREIA FEITOSA
Presidente do Conselho
Em exercício
GELSON LUIZ DE ALBUQUERQUE
Primeiro-Secretário

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