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BOLETIM GERAL PM Nº 167

São Paulo, 28 de agosto de 1996.

 LEI Nº 9.299 DE 07AGO96, ALTERA DISPOSITIVOS DO CÓDIGO PENAL MILITAR E DO


CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR - TRANSCRIÇÃO - PROCEDIMENTOS -
DETERMINAÇÃO

Lei nº 9.299, de 07 de agosto de 1996.

Art. 1º - O Art. 9º do Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código Penal Militar,


passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 9º........

...............

II- ...........

c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza


militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra
militar da reserva, ou reformado, ou civil;

...............

f) revogada.

...............

Parágrafo único: Os crimes de que trata esse artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum".

Art. 2º - O "caput" do Art. 82 do Decreto-lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969, Código de


Processo Penal Militar, passa a vigorar com a seguinte redação, acrescido, ainda o seguinte §
2º, passando o atual parágrafo único a § 1º:

"Art. 82 - O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados
contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:

................

§ 1º - .........

§ 2º - Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum".

Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de agosto de 1996, 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Nelson A. Jobim

Mauro César Rodrigues Pereira


Zenildo de Lucena

Lélio Viana Lobo

(publicada em 08Ago96)

ORIENTAÇÕES SOBRE PROVIDÊNCIAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR EM FACE DA


LEI Nº 9.299/96 - DETERMINAÇÃO

1. Face as alterações introduzidas pela Lei nº 9.299/96 nos procedimentos de polícia judiciária
militar, DETERMINO:

a. não mais deverá ser instaurado Inquérito Policial Militar, ou Auto de Prisão em Flagrante
Delito, nas infrações penais em que o policial militar, estando de folga, utilize-se de armamento
pertencente ou sob administração da Corporação, salvo se a conduta estiver englobada em
uma das hipóteses remanescentes do artigo 9º do Código Penal Militar;

b. a expressão "... ou atuando em razão da função..." contida na nova redação do Art. 9º, II,
"c" do CPM, deverá ser interpretada como sendo a situação do policial militar que, não sendo
parte envolvida na inicial ocorrência, atua, embora, de folga, em razão de dever legal, em
legítima defesa de terceiros ou movido por interesse de ordem pública;

c. não deve ser instaurado qualquer procedimento de polícia judiciária militar nos casos em que
a ação do policial militar derivar do exercício de atividade extra profissional ("bico"), ou for ele
parte da ocorrência inicial, ou quando evidentemente sua atuação não se encontrar englobada
nas condutas citadas no item anterior ou em qualquer outra das hipóteses do artigo 9º do
Código Penal Militar;

d. compreenda-se que, no caso do novo parágrafo único do artigo 9º do Código Penal Militar,
permanece a natureza castrense do crime, mudando apenas a competência de foro.

e. nas hipóteses acima tratadas, e em outras cabíveis, não se configurando indícios de


qualquer infração penal castrense, deverá a ocorrência ser apresentada na Delegacia de
Polícia do local dos fatos, na forma da legislação processual penal comum, devendo o Plantão
de Polícia Judiciária Militar ou o Cmt da OPM do envolvido, na forma descrita na NI nº
CorregPM-001/150/94 e nas I-16-PM, providenciar, se necessário, a instauração de Sindicância
para a apuração da conduta administrativa do envolvido;

f. quando o policial militar praticar, nas hipóteses do artigo 9º do Código Penal Militar, infração
penal inicialmente classificada como crime doloso contra a vida, a Autoridade Militar ou o
Oficial de Serviço, na forma estabelecida na NI nº CorregPM-001/150/94, deverá instaurar o
adequado procedimento de polícia judiciária militar. Posteriormente, a Justiça Militar, caso
decida que realmente está presente a hipótese estabelecida no § 2º do artigo 82 do Código de
Processo Penal Militar cc Parágrafo único do artigo 9º do Código Penal Militar, fará, a seu
critério, a remessa dos autos ao Juízo Comum.

g. em todas as ocorrências em que algum policial militar houver praticado, ainda que em tese,
infração penal, comum ou militar, o Plantão de Polícia Judiciária Militar deverá ser acionado,
adotando-se na íntegra as providências mencionadas na NI nº CorregPM-001/150/94.

h. a Autoridade Militar continua, pois, a ligar-se com a Justiça Militar Estadual, na apuração de
qualquer crime militar

2. A Correg PM (Seção de Polícia Judiciária) deverá ser consultada para sanar eventuais
dúvidas decorrentes do novo texto legal.

(NOTA Nº CORREGPM-116/221/96).

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