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HABEAS CORPUS
a) à liberdade de locomoção;
(...)
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
O Delegado de Polícia ao instaurar procedimento investigatório em desfavor
dos Policiais Militares que fazem parte da ocorrência e, porventura, da Autoridade de Polícia
Judiciária Militar, choca-se com a alínea ‘j’ do referido diploma legal, pois já foi demonstrado o
embasamento legal para a atuação da Polícia Militar na apuração dos fatos.
Cabe salientar que o procedimento correto que deveria ser adotado pela Polícia
Civil ao receber solicitação do Sindicato dos Delegados para averiguação de crimes praticados
por policiais militares de serviço, deve ser encaminhar a denúncia para a Polícia Militar para que
adote as providências apuratórias cabíveis e remeta para as autoridades competentes, caso
verifique a existência de alguma irregularidade, seja criminal ou administrativa.
Relevamos ainda que dos fatos ocorridos na data de 13 de agosto de 2019 onde
um policial militar efetuou um disparo de arma de fogo contra um civil, vindo a lesioná-lo, sem,
contudo, causar sua morte, pois o civil passou por cirurgia e já se encontra detido no Centro de
Detenção Provisória, ocorreu unicamente uma divergência hermenêutica entre a Polícia Militar
e a Polícia Civil sobre a tipificação do mesmo fato, divergência esta que em nada prejudica a
elucidação dos fatos para que o Ministério Público aprecie e adote as providências necessárias;
ao analisar racionalmente os fatos, a primeira autoridade policial a chegar ao local requisitou o
Instituto de Criminalística para periciar o local e procedeu na apreensão dos objetos, sendo certo
que os atos adotados pela outra Autoridade Policial Civil seriam os mesmos e o resultado também
o será e estará a disposição das 02 (duas) Polícias para elucidação dos fatos e finalização de seus
respectivos Inquéritos Policiais. O que é inconcebível é procurar criminalizar as atividades de
Polícia Judiciária Militar e seu entendimento acerca dos fatos, pois resultaria no crime de
hermenêutica, o que seria um ataque às Prerrogativas Legais, Institucionais e Funcionais, criando
uma insegurança jurídica enorme na atuação de todos os Operadores do Direito, além de um
retrocesso no desenvolvimento do Direito que está em constante aperfeiçoamento graças a
debates jurídicos, análises e mudança de jurisprudência, contribuindo, em última análise, para a
proteção e defesa de todo ambiente democrático. Com isso procuramos deixar claro que este
impetramento de Habeas Corpus em nada procura questionar o entendimento do Delegado que
tipificou os fatos do dia 13 de agosto de 2019 como tentativa de homicídio (BOPC nº 2517/19),
assim como não é possível que ele questione a tipificação dada pela Autoridade de Policia
Judiciária Militar de Lesão Corporal Dolosa (Inquérito Policial Militar 012/103/19), o que
vislumbramos é a flagrante ilegalidade e abuso de poder do Inquérito Policial nº 2251289-
39, advindo da instauração do BOPC nº 2617/19 que pretende apurar supostos crimes militares
efetuados por policiais militares de serviço acerca dos fatos registrados no BOPC nº 2517/19 e
não tem nenhuma correlação com crimes dolosos contra a vida de civil, ainda que na forma
tentada, praticados pelos policiais militares.
Diante da obviedade de ausência de resultado útil ao processo penal, não se
justifica a movimentação da máquina estatal, uma vez que a apuração dos supostos ilícitos, desde
o início é nula de pleno direito, trazendo o inquérito policial apenas uma única e nefasta
consequência, qual seja o constrangimento aos pacientes deste remédio jurídico.
Após elucidação de todos os detalhes dos fatos ora ocorridos, bem como das
ponderações acerca das imputações criminais indevidamente apuradas por Delegado de Polícia
Civil, venho solicitar a Vossa Excelência o que segue:
a) Provimento em caráter liminar do presente Habeas Corpus na sua forma
preventiva, haja vista o perigo iminente de lesão à liberdade de locomoção ilegalmente
provocada por Autoridade não competente para tal;
b) Trancamento imediato, e consequente encerramento, do Inquérito
Policial nº 2251289-39, referente ao Boletim de Ocorrência nº 2617/19, em obediência ao artigo
647, c.c. artigo 648, I, III, VI do Código de Processo Penal, uma vez que falta justa causa para o
prosseguimento da persecução penal, que será certamente nulo, o qual apura o cometimento dos
crimes de Usurpação de Função Pública, Fraude Processual e Prevaricação, constando como
autores o 1º Tenente PM Rodolfo de Oliveira Quirino e Soldado PM Fabio José Tonda, Policiais
Militares que participaram da ocorrência de flagrante, haja vista toda a sustentação exposta na
presente documentação;
c) Remessa para o 20º Batalhão de Polícia Militar do Interior dos autos
originais de quaisquer apurações que estejam em andamento na Polícia Civil do Estado de
São Paulo acerca do solicitado na alínea ‘b’, para que as apurações apropriadas sejam adotadas
por Autoridade competente e remetidas para os órgãos e Instituições pertinentes.
Na oportunidade renovo meus protestos de elevada estima e distinta
consideração.
Caraguatatuba, 11 de setembro de 2019.
ANEXOS:
a) Cópia do IPM 20 BPM/I nº 012/103/19;
b) Cópia da Portaria do Inquérito Policial n° 2251289-39;
c) Cópia do BOPM nº 10693/2019;
d) Cópia do BOPC nº 2517/2019;
e) Cópia do Laudo Pericial nº 316.946/2019;
f) Termo de Declaração do 1º Ten PM 130891-2 Rodolfo de Oliveira Quirino;
g) Termo de Declaração do Sd PM 139302-2 Fabio José Tonda;
h) Termo de Declaração do Sd PM André Luiz Correa Ribeiro;
i) Croqui do Local da Ocorrência;
j) Auto de Exibição e Apreensão;
k) Ficha de atendimento ambulatorial do 1º Ten PM 130891-2 Rodolfo de Oliveira
Quirino;
l) Resenha de Informações de Ocorrências Graves;
m) Informe de Alta Hospitalar do Sr. ADONAI BISPO DOS SANTOS;
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“Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a Defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana”.