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POLÍCIA CIVIL DE PERNAMBUCO

DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS


UNIDADE DE CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
DIVISÃO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

PORTARIA GAB/PCPE Nº 333, DE 27 DE OUTUBRO DE 2022

Regulamenta o serviço de Plantões de Equipes de Força


Tarefa de Homicídios – FTHs e de Equipes de Divisão
Especializada de Apuração de Homicídio - DEAH, no
Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa - DHPP,
com finalidade de atender às ocorrências de CVLIs, tentados
e/ou consumados, na Capital e Região Metropolitana, e dá
outras providências.

O CHEFE DE POLÍCIA, no uso de suas atribuições, tendo em


vista a necessidade de regulamentar o serviço especializado de Plantões
ordinários realizados pela Polícia Civil de Pernambuco por meio das Equipes
de Força Tarefa de Homicídios do Departamento de Homicídios e de
Proteção à Pessoa - DHPP, para realizar diligências preliminares em Locais
de Crimes Violentos Letais Intencionais - CVLIs, tentados e consumados,
confeccionar Autos de Prisões em Flagrante Delito, instaurar procedimentos
policiais e providenciar outros serviços de Polícia Judiciária vinculados.
CONSIDERANDO que o exercício das funções de Polícia
Judiciária e de apuração das Infrações Penais, exceto as militares, além da
repressão à criminalidade, no âmbito do Estado, compete privativamente à
Polícia Civil de Pernambuco, de conformidade com o art. 144, caput, inc. IV,
e § 4º, da Constituição Federal, além do art. 103, caput, incs. I e II, da
Constituição Estadual, regulamentada pelo art. 7º, inc. I, do Decreto nº
34.479, de 29 de dezembro de 2009, e inc. V do anexo I do Decreto nº
35.305, de 08 de julho de 2010;

CONSIDERANDO a necessidade de funcionamento em regime


de plantão, pela Coordenação da Força Tarefa do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa – CFTH/DHPP, ainda que com o emprego de
policiais integrantes do Programa Jornada Extra de Segurança – PJES,
instituído pelo Decreto nº 21.858, de 25 de novembro de 1999, e alterações,
atuando em turnos suplementares de trabalho;

CONSIDERANDO o que estabelecem as Leis n° 13.021, de 10


de maio de 2006, e n° 13.057, de 29 de junho de 2006, bem como o Decreto
Governamental nº 29.781/2006, de 24 de outubro de 2006, que organizam e
estruturam o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa – DHPP;

CONSIDERANDO o conteúdo do Provimento Correicional e


Recomendatório da SDS nº 12, de 20 de agosto de 2019, em seu art. 5º, que
orienta a atuação dos profissionais de segurança pública no local de crime,
especificamente as atividades dos Delegados de Polícia;

CONSIDERANDO a necessidade de otimizar a estrutura da


Polícia Civil nas ações operacionais, com a devida regulamentação do serviço
de Equipes de Força Tarefa de Homicídios e respectiva atribuição imediata
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para proceder às diligências preliminares em Locais de Crime, instauração de


procedimentos e outras providências de Polícia Judiciária pertinentes, voltadas
ao enfrentamento da criminalidade violenta letal intencional nas áreas da
Capital e Região Metropolitana – abrangendo as Áreas Integradas de
Segurança 1 a 10 -, principalmente em razão do modelo de gestão “Pacto pela
Vida”, política pública do Governo do Estado de Pernambuco voltada ao
enfrentamento da criminalidade violenta;

RESOLVE:

Art. 1° Instituir o funcionamento em regime de plantão


ininterrupto no decurso das 24 horas do dia, sob a subordinação da
Coordenação da Força Tarefa de Homicídios do Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa – CFTH/DHPP, das Equipes de Força Tarefa de
Homicídios – FTHs, com atribuição imediata para proceder às diligências
preliminares em Locais de Crime Violentos Letais Intencionais - CVLIs,
tentados e consumados, lavratura dos respectivos procedimentos e outras
providências de Polícia Judiciária relacionadas, quanto às ocorrências da
Capital e Região Metropolitana, abrangendo as Áreas Integradas de
Segurança de 1 a 10.

§ 1º – A Coordenação da Força Tarefa de Homicídios possui


atribuição exclusiva para recepcionar acionamentos de ocorrências de Crimes
Violentos Letais Intencionais – CVLI´s, quanto às Áreas Integradas de
Segurança de 1 a 10, de modo que as Equipes da Força Tarefa de Homicídios
possuem a atribuição para as diligências investigativas preliminares, cabendo
ao Delegado que as chefia, de forma fundamentada, proceder à análise
primária do fato e suas circunstâncias, à avaliação preliminar de motivação e
de elemento subjetivo, com consequente adequação normativo-típica.

§ 2º Sendo deliberado tratar-se de outros crimes que não


configurem Crime Violento Letal Intencional - CVLI, cabe àquela Autoridade
Policial, por despacho fundamentado, após informar à Coordenação da Força
Tarefa de Homicídios, acionar a Coordenação de Serviços de Plantões
Policiais, que irá deliberar acerca da redistribuição da ocorrência.

Art. 2º As atividades das Equipes de Força Tarefa de Homicídios


serão coordenadas e supervisionadas pela Coordenação da Força Tarefa de
Homicídios – CFTH/DHPP.

Parágrafo único - As diligências e atividades realizadas pelas


Equipes de Força Tarefa de Homicídios serão formalizadas através da
lavratura dos respectivos procedimentos policiais, sempre sob a presidência
de Autoridade Policial, que deverá seguir as diretrizes legais e administrativas
vigentes na Polícia Civil de Pernambuco.

Art. 3º No exercício das suas atribuições, as Equipes de Força


Tarefa de Homicídios atenderão as ocorrências policiais distribuídas pela
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Coordenação da Força Tarefa de Homicídios, órgão que tomará conhecimento


das ocorrências por meio do acionamento do Centro Integrado de Operações
de Defesa Social – CIODS, da Secretaria de Defesa Social, sempre que
relacionadas à natureza específica dos Crimes Violentos Letais Intencionais,
consumados e/ou tentados, das Áreas Integradas de Segurança de 1 a 10,
sem prejuízo de outros acionamentos, a critério da gestão do Departamento
de Homicídios e de Proteção à Pessoa - DHPP, da Diretoria Integrada
Especializada - DIRESP ou da Chefia de Polícia.

Art. 4º As equipes de Força Tarefa de Homicídios integrarão


turmas distintas com atribuições plantonistas, preferencialmente, com período
de 24 (vinte e quatro) horas de efetivo exercício de trabalho por 72 (setenta e
duas) horas de repouso, conforme jornadas especiais previstas no Art. 19 da
Lei Complementar nº 155, de 26 de março de 2010.

Parágrafo único – Excepcionalmente, e em casos de


necessidade operacional a critério da Diretoria Integrada Especializada de
Polícia – DIRESP, o regime das escalas de serviço das Equipes de Força
Tarefa de Homicídios poderá ser desenvolvido em turnos especiais de 12
(doze) horas de efetivo exercício de trabalho, intercaladas por 36 (trinta e seis)
horas de repouso, consoante legislação vigente.

Art. 5º As Equipes da Força Tarefa de Homicídios com


atribuições de Plantão, serão constituídas por 12 (doze) Turmas de policiais,
integradas cada uma por 01 (um) Delegado, 01(um) Escrivão e 03(três)
Agentes de Polícia, permitindo a atuação diária de 03 (três) Equipes de
Plantão, denominadas 1ª FTH, 2ª FTH e 3ª FTH.

Art. 6º Enquanto não implementadas as lotações do efetivo


necessário a viabilizar o funcionamento como previsto no artigo anterior, as
Equipes de Força Tarefa de Homicídios funcionarão de forma híbrida,
empregando policiais por lotação ordinária e policiais por PJES.

§ 1º Ordinariamente, no horário compreendido entre 07h00min e


19h00min, em dias úteis, de segunda a sexta-feira, haverá, no mínimo, 02
(duas) Equipes de Força Tarefa de Homicídios em funcionamento,
denominadas 1ª e 2ª FTHs, compostas cada uma por 01(um) Delegado,
01(um) Escrivão e 03 (três) Agentes de Polícia, e exercerão suas atividades a
partir da sede da CFTH, para o atendimento das ocorrências de Crimes
Violentos Letais Intencionais – CVLIs, consumados e/ou tentados, nas Áreas
Integradas de Segurança de 01 a 10.

§ 2º No horário extraordinário, as equipes de Força Tarefa de


Homicídios - FTHs, poderão funcionar em regime especial do Programa de
Jornada Extraordinária de Segurança – PJES, garantindo a atuação de 03
(três) Equipes de Plantão a cada turno de 12 horas de serviço extraordinário.

Art. 7° A Coordenação da Força Tarefa de Homicídios tem por


finalidade promover a supervisão, coordenação, controle e otimização dos
serviços das Equipes de Força Tarefa de Homicídios, de forma centralizada,
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objetivando a necessidade de atender as demandas das ocorrências de


Crimes Violentos Letais Intencionais, consumados e/ou tentados, assegurando
a escalação de policiais voltada a garantir os serviços ininterruptos das
atividades de Polícia Judiciária na matéria, promover os encaminhamentos
dos procedimentos policiais realizados para as respectivas Unidades Policiais
com atribuição para prosseguir com as investigações em cada caso, sanar
eventuais equívocos procedimentais, manter registros estatísticos, bem como
administrar, controlar e gerir o efetivo empregado.

Art. 8º Os serviços desenvolvidos pelas Equipes da Divisão


Especializada de Apuração de Homicídios – DEAH têm a finalidade precípua
de proceder a diligências investigativas operacionais complementares às das
Equipes de Força Tarefa de Homicídios, com objetivo principal de prender
criminoso(s) e/ou obter indicativo da autoria do evento delituoso e identificar
testemunhas e outras provas.

§ 1º – As equipes da Divisão Especializada de Apuração de


Homicídio - DEAH serão constituídas por 01(um) Delegado e, no mínimo,
03(três) Agentes de Polícia e funcionarão no período noturno, além do período
diurno nos feriados e finais de semana, com atividades que serão
desenvolvidas com atuação nas Áreas Integradas de Segurança de 1 a 10,
respectivamente, de alcance do Departamento de Homicídios e de Proteção à
Pessoa - DHPP, da Divisão de Homicídios Metropolitana Norte - DHMN e da
Divisão de Homicídios Metropolitana Sul – DHMS.

§ 2º - De acordo com a necessidade específica de cada


ocorrência, excepcionalmente, as Equipes da Divisão Especializada de
Apuração de Homicídio – DEAH poderão realizar diligências para além das
Áreas Integradas de Segurança de 1 a 10, desde que relacionadas a
ocorrências de tais áreas, devendo informar à Coordenação da Força Tarefa
de Homicídios, que repassará a informação à Coordenação de Serviços de
Plantões Policiais.

§ 3º As equipes da Divisão Especializada de Apuração de


Homicídio - DEAH serão subsidiadas pelo regime do Programa de Jornada
Extra de Segurança – PJES, em escalas de jornadas especiais de 12 (doze)
horas de serviço, nos termos do art. 9º do Decreto 38.438 de 20 de julho de
2012, apenas em período de jornada extraordinária, e também serão
acionadas, supervisionadas e coordenadas pela Coordenação da Força
Tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – CFTH/DHPP.

Art. 9º As Equipes de que trata esta Portaria subordinar-se-ão


de forma imediata à Coordenação da Força Tarefa de Homicídios do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, sem prejuízo da
subordinação à Coordenação de Serviços de Plantões Policiais da Instituição,
durante a noite, feriados e finais de semana.

Art. 10 Os casos de Crimes Violentos Letais intencionais –


CVLIs classificados como intervenção policial, perpetrados por militares
estaduais contra civil, são de atribuição investigativa da Polícia Civil, em
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consonância com o que preceitua o Provimento Correicional da Corregedoria


Geral da Secretaria de Defesa Social nº 010/2019, em seu artigo 1º, § 2º.

Art. 11 Os casos omissos nesta Portaria serão resolvidos pelo


Chefe de Polícia Civil.

Art. 12 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Publique-se e Cumpra-se.

NEHEMIAS FALCÃO DE OLIVEIRA SOBRINHO


Chefe da Polícia Civil de Pernambuco

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