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BGO 17 de Março de 2022 n. 054

1ª PARTE - LEGISLAÇÃO
OUTROS ATOS

1 - MORTES OU LESÕES CORPORAIS DECORRENTES DE


CONFRONTOS COM MILITARES ESTADUAIS

(Auto de Oposição à Intervenção Policial - AOIP)

CONSIDERANDO que compete à PMBA exercer as atribuições de Polí-


cia Judiciária Militar nos casos dos crimes militares definidos em lei, nos termos do
Decreto- Lei n.º 1.002/69 (Código de Processo Penal Militar);

CONSIDERANDO que a Resolução n.º 129/2015 do Conselho Nacional


do Ministério Público adota no seu art. 1º a expressão: “morte decorrente de
intervenção policial”, em vez de “homicídio decorrente de intervenção policial”;

CONSIDERANDO que lei determina que o auto de oposição à interven-


ção policial (nomenclatura utilizada pela Instrução Normativa 01 de 08 de julho
de 2019 para o antigo Auto de Resistência) deve ser elaborado quando sobrevier
resistência à prisão legal, bem como para legítima defesa do agente público ou
seus auxiliares, estipulando seus requisitos de forma e conteúdo;

CONSIDERANDO que a autoridade policial competente (Oficial PM),


conforme o art. 12 do CPPM, no caso de intervenção policial militar com resulta-
do morte, deve, de imediato, tomar as medidas preliminares ao Inquérito Policial

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Militar, que consistem nas primeiras providências para sua formalização, a fim de
que os elementos informativos iniciais não sejam extraviados, sobretudo, resguar-
dar a manutenção das provas cautelares, antecipáveis e não repetíveis;

CONSIDERANDO que Instrução Normativa Conjunta SSP/PM/CBM/


PC/DPT N°. 01, publicada no DOE n.º 22706 de 26 de julho de 2019, normatizou
a lavratura dos Autos de Oposição à Intervenção Policial nos âmbitos da PMBA
e PCBA, especialmente o art. 17 § 1º (“o comandante da guarnição da Polícia
Militar ou, eventualmente, do Corpo de Bombeiros Militar, deve cumprir todas as
diligências previstas na Portaria n.º 291/2011 – SSP, comunicar o caso à sua
corporação e apresentar-se, juntamente com os demais membros da sua equipe,
à Corregedoria da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar, se a morte
houver ocorrido na Região Metropolitana de Salvador, ou na unidade policial
Militar ou bombeiro militar do local onde a morte houver ocorrido, se fora da-
quela área”), e caput do art. 24 (“Todas as instaurações de inquéritos policiais
para apurar morte de civil decorrente de confronto com militar estadual em servi-
ço deverão ser comunicadas, semanalmente e via correio eletrônico institucional,
à Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública, à Corregedoria da
corporação militar e à Coordenação de Documentação e Estatística da Polícia
Civil, a fim de que seja avaliada a necessidade de instauração de Processo Admi-
nistrativo Disciplinar e para que sejam produzidos os dados estatísticos acerca
daqueles inquéritos”), RECOMENDO:

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1) a observância e cumprimento das disposições acima mencionadas pelas

UOPMs e UOEs do interior do Estado, referentes à lavratura do Auto de Opo-

sição à Intervenção Policial (AOIP) com resultado morte de civil;

2) Os Comandantes de UOPMs e UOEs do interior do Estado deverão

prover a estrutura logística e administrativa necessária e a escala de Oficial plan-

tonista/sobreaviso para a lavratura do AOIP, devendo atentarem para comunica-

ção dos AOIP e das instaurações dos respectivos Inquéritos Policiais Militares à

Corregedoria da PM, através de SEI ;

3) Os Comandantes de Policiamento Regionais e do CPE deverão manter

controle estatístico dos AOIP e dos respectivos Inquéritos Policiais Militares ins-

taurados no âmbito das unidades do seu orgânico, e coordenar toda estrutura

voltada para lavratura dos AOIP;

4) A Corregedoria da PMBA promoverá instrução para os Oficiais res-

ponsáveis pela lavratura do AOIP e através do seu Oficial de serviço de Plantão

de Polícia Judiciária Militar, poderá sanar eventuais dúvidas referentes à lavratura

do supracitado Auto;

5) Os casos omissos serão resolvidos pelo Comando-Geral.

NBGO Nº CGE 003/2022

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