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QUAL O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO VACATIO LEGIS?

“Vacatio legis” é o período em que a lei, após a sua publicação, está em


latência, aguardando para entrar em vigor.
É um período no qual o governo aguarda para que todos os destinatários
da lei possam tomar conhecimento da sua existência.

EM REGRA, QUAL É O PRAZO DE VACATIO LEGIS?

45 dias dentro do país e 3 meses para que seja observada nos estados
estrangeiros.
É o que dispõe a LINDB (lei de introdução às normas de Direito
Brasileiro), antiga Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), em seu art. 1o
c/c art. 1º §1º.

O PRAZO DE VACATIO LEGIS SERÁ SEMPRE O MESMO?

Não. O prazo de 45 dias no Brasil, ou 3 meses no estrangeiro, para a lei


entrar em vigor ocorre - conforme diz a LINDB - “salvo disposição
contrária”, ou seja, este prazo é o que se aplica na omissão de uma data
fixada para o início da vigência.
Se a lei não fixar nenhum prazo certo para entrar em vigor = cai na regra
geral: 45 dias no Brasil, ou 3 meses no estrangeiro!
A Lei Complementar 95/98, que dispõe sobre as normas de redação das
leis, permite, por exemplo, que para leis de menores repercussões possa
ser adotada a cláusula de “entra em vigor na data de sua publicação”,
assim, não se aplicará o vacatio legis que vimos anteriormente.

APÓS A SUA VIGÊNCIA, ALGUÉM PODE ALEGAR QUE NÃO CUMPRIU


UMA LEI PORQUE NÃO CONHECIA SEU TEOR?

Não, pois segundo a LINDB, art. 3o, ninguém se escusa de cumprir a lei,
alegando que não a conhece.

COMO É O PROCEDIMENTO PARA SE ALTERAR OU CORRIGIR O TEXTO


DISPOSTO EM UMA LEI?

Isso só é possível com a elaboração de uma nova lei. Só a lei pode


modificar outra lei. Segundo a LINDB, art. 4o: as correções a texto de lei
já em vigor consideram-se lei nova.

EM REGRA, QUAL O PRAZO DE VIGÊNCIA DE UMA LEI?


Em regra, as leis são permanentes, vigendo até que uma outra lei venha
modificá-la ou revogá-la (LINDB, art. 2º).
Isso só não se aplica àquelas leis que são expressamente “temporárias”,
criadas para viger somente em um determinado período, como a lei
orçamentária anual (fica em vigor para aquele ano que foi criada) ou
determinada circunstância, como uma lei especial em período de guerra.

COMO PODE UMA LEI POSTERIOR REVOGAR UMA LEI ANTERIOR?

 Quando declara expressamente que tal lei ficou revogada.


 Quando a lei posterior torna a existência da lei anterior incompatível.
 Quando ela regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

CONSIDERE QUE UMA LEI NOVA TRAGA “DISPOSIÇÕES GERAIS”


SOBRE UM ASSUNTO QUE JÁ ERA TRATADO EM UMA LEI MAIS
ANTIGA. ELA VAI REVOGAR ESTA LEI ANTIGA?

Em regra não.
A lei antiga continua a existir, a não ser que estas novas disposições
gerais tornem a existência da lei anterior incompatível.

SE UMA LEI NOVA TROUXER “DISPOSIÇÕESESPECÍFICAS” SOBRE UM


ASSUNTO QUE JÁ ERA TRATADO EM UMA LEI MAIS ANTIGA, ELA VAI
REVOGAR ESTA LEI ANTIGA?

Não. Segundo a LINDB, art. 2º, §2º, a lei nova, que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei
anterior.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE REVOGAÇÃO, DERROGAÇÃO E AB-


ROGAÇÃO?

A revogação é o gênero que inclui tanto a derrogação quanto a ab-


rogação.
Assim, a revogação pode ser de duas formas:
 Derrogação – Quando uma lei retira parcialmente a vigência de uma lei
anterior, é a “alteração” da lei anterior por uma lei posterior.
 Ab-rogação – quando uma lei retira totalmente a vigência de outra lei, é a
“supressão” da lei anterior pela lei posterior.

O QUE É REPRISTINAÇÃO?
Repristinação é o ato de uma lei voltar a vigorar após a lei revogadora ter
perdido a sua vigência.

A REPRISTINAÇÃO É ACEITA NO BRASIL?

Somente se for de forma expressa.


De forma tácita não se aceita a repristinação no Brasil, pois a LINDB, em
seu art. 2º, §3º diz que salvo disposição em contrário, a lei revogada não
se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Temos então uma “vedação à repristinação tácita”.
Pode, no entanto, ocorrer a “repristinação expressa”, ou seja, a uma lei
expressamente dizer em seu texto “volta a vigorar a lei X, anteriormente
revogada pela lei Y”.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE INTEGRAÇÃO DA LEI E INTERPRETAÇÃO


DA LEI?

 Integrar é preencher as lacunas, suprir as omissões deixadas pela norma.


 Interpretar é buscar o real sentido de um texto.

DIANTE DE UMA NORMA QUE CONTENHA LACUNAS (OMISSÕES),


PODERÁ O JUIZ DEIXAR DE DECIDIR A CAUSA?

Não. No caso de uma lei possuir lacunas, omissões legislativas, caberá ao


juiz promover a integração da lei, pois o juiz nunca pode deixar de decidir
alegando que não existe regulamentação para tal caso.

QUAIS SÃO OS MEIOS USADOS PARA SE FAZER UMA INTEGRAÇÃO DA


LEI?

Segundo a LINDB, em seu art. 4°, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
caso de acordo com aanalogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO?


CITE EXEMPLOS.

 Direito Privado é aquele que regulamenta as relações entre particulares


(pessoas): Direito Civil, Direito Comercial e Direito Internacional Privado.
 Direito Público é aquele que regulamenta a política do Estado e as
relações entre os seus órgãos, ou entre estes e os particulares, como o
Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Eleitoral e etc.
QUAL É A PRINCIPAL DIFERENÇA A SER OBSERVADA ENTRE O
DIREITO PÚBLICO E O DIREITO PRIVADO QUANDO OBSERVAMOS A
POSIÇÃO EM QUE SE ENCONTRAM AS PARTES DA RELAÇÃO
JURÍDICA?

No direito privado não há superioridade de alguma das partes da relação,


ambas estão em pé de igualdade.
No direito público isso não acontece. Teremos como uma das partes o
Estado, e este Estado estará defendendo o interesse público e desta
forma poderá se sobrepor aos particulares, já que o interesse geral é, em
regra, mais importante para sociedade do que o individual.
Surge, assim, o princípio da Supremacia do Interesse Público.

SEMPRE QUE TIVERMOS O ESTADO EM UMA DAS PARTES DA


RELAÇÃO JURÍDICA ESTAREMOS DIANTE DE UM DIREITO PÚBLICO?

Não. Nem sempre que o Estado for parte da relação estaremos falando em
direito público, pois, algumas vezes, o Estado também será regido por
direito privado, por exemplo, quando está comprando ou vendendo algum
bem ou mercadoria, ou quando está prestando serviços não exclusivos
de Estado, como transporte público, ou alugando um edifício público.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE LEI E CONSTITUIÇÃO?

A Constituição é a norma máxima de um Estado. É uma norma que está


no ápice da cadeia hierárquica, devendo ser observada por todos os
integrantes do país e que também serve de base para todas as demais
leis do Estado.
As leis, então, seriam normas “infraconstitucionais”, estão abaixo da
Constituição.

O QUE É UMA EMENDA CONSTITUCIONAL?

Emendas constitucionais, como o próprio nome diz, são normas criadas


para "emendar" a Constituição, ou seja, têm o poder de modificar, reduzir
ou ampliar o texto que está disposto na própria Constituição.
Assim, as emendas constitucionais possuem a mesma hierarquia da
Constituição, devendo por isso passar por um processo bem dificultoso
de elaboração.

O QUE SÃO NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS?

São as normas que estão abaixo da Constituição na cadeia hierárquica,


por isso são chamadas de infraconstitucionais. Essas normas
infraconstitucionais devem respeito à Constituição, devendo observar os
seus direcionamentos ao serem produzidas.

QUAIS SÃO AS NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS QUE FAZEM PARTE


DO PROCESSO LEGISLATIVO, DISPOSTAS NO ART. 59 DA
CONSTITUIÇÃO?

s normas infraconstitucionais são de 6 tipos básicos se considerarmos o


art. 59 da Constituição Federal:
1- Lei ordinária
2- Lei complementar
3- Medida Provisória
4- Lei delegada
5- Decreto Legislativo
6- Resolução
Obs.: Ainda podemos citar neste conceito os Regimentos dos Tribunais e
o Decreto Autônomo do Presidente, mas estas normas não se encontram
expressas no art. 59 da Constituição.

QUAL É A ESCALA HIERÁRQUICA ENTRE AS LEIS


INFRACONSTITUCIONAIS (LEI COMPLEMENTAR, LEI ORDINÁRIA, LEI
DELEGADA, MEDIDA PROVISÓRIA, DECRETO LEGISLATIVO E
RESOLUÇÃO)?

Não há! Todas as leis infraconstitucionais estão em um mesmo patamar


hierárquico, a diferença entre elas está na matéria que elas abordam e não na
hierarquia.

O QUE SÃO NORMAS INFRALEGAIS?

São normas que estão abaixo das normas infraconstitucionais na cadeia


hierárquica, devendo respeito a estas.
Os exemplos de normas infralegais são as mais variadas como os
Decretos (regulamentares), Portarias e etc..

QUAL A DIFERENÇA ENTRE LEI ORDINÁRIA E LEI COMPLEMENTAR?

Lei ordinária é a lei "genérica", ou propriamente dita (tudo que leva o nome de
"ordinário (a)" significa "comum", "normal").
As leis complementares e as leis ordinárias possuem um processo legislativo
similar. Diferenciam-se apenas em 2 pontos:
1- Na matéria tratada:
- A Constituição expressamente já elencou no seu texto todos os casos onde
há exigência da lei complementar, dizendo frases como “lei complementar
disporá sobre...”. Geralmente são temas de alta relevância como normas gerais
e estatutos organizacionais (Magistratura, Ministério Público, Vice-
Presidente, Organização e funcionamento da AGU...).
- Já a lei ordinária, é dita de matéria "residual", ou seja, quando não se
tratar de algum assunto que for taxado para outra espécie normativa,
caberá a lei ordinária, que é a lei "comum", a regulamentação.

2- No quórum de aprovação: É necessária a maioria absoluta (mais da


metade do efetivo da Casa Legislativa) para aprovar a lei complementar e
basta maioria simples (mais da metade dos membros presentes) para a
ordinária.
OBS. Para a maioria simples ser válida, deve estar presente na sessão, ao
menos, o quantitativo de membros que equivale à maioria absoluta.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE MAIORIA ABSOLUTA E MAIORIA SIMPLES?

 Maioria absoluta é quando mais da metade do número total de


membros aprova algo.
 Maioria simples é quando mais da metade do número dos membros que
estão presentes na sessão aprovam algo.
- Para que se alcance a maioria simples, deve-se pelo menos estar
presente o quantitativo referente à maioria absoluta.

O QUE SÃO MEDIDAS PROVISÓRIAS?

As medidas provisórias são atos emanados pelo Presidente da República


(ou Governador, ou ainda os Prefeitos) que tem a mesma força de uma lei.
A diferença é que embora com força de lei, esta medida é provisória, ou
seja, só fica em vigor por 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias.
Após expirado esse prazo ela perde a sua eficácia, podendo ser
convertidas em lei ordinária ou expirando de vez, quando deverão ser
regulamentadas por um "Decreto Legislativo" do Congresso Nacional.

QUAL A DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL?

O Direito Constitucional é definido como o ramo de direito público que


estuda os conceitos relacionados à ordem constitucional, ou seja, estuda
a lei máxima de um país e o que estiver atrelado a ela.
QUANTO AO FOCO DE INVESTIGAÇÃO, QUAIS AS POSSÍVEIS
CLASSIFICAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL?

 Direito Constitucional Comparado - Faz comparação entre ordenamentos


constitucionais de países diferentes ou em tempos diferentes.
 Direito Constitucional Geral (ou comum) - Estudo teórico e geral sobre os
conceitos e princípios constitucionais.
 Direito Constitucional Positivo (ou especial) - Estuda um ordenamento
específico que esteja vigorando em um país.

O QUE É A TEORIA GERAL DO ESTADO E QUAL O SEU OBJETO?

A Teoria Geral do Estado (TGE) é o estudo do Estado pelos mais variados


prismas, como o jurídico, sociológico, político, e etc. Assim, o objeto da
"TGE" é tudo que se relaciona à formação dos Estados, seus elementos e
a sua evolução no tempo.
É um estudo que possibilita buscar o aperfeiçoamento do Estado, e para
isso não se limita aos aspectos jurídicos, mas estuda o Estado através de
uma análise jurídica, sociológica, política, e etc.
Neste ponto também se diferencia da ciência política, a qual tem o foco de
investigação mais restrito (Teoria Política). A TGE seria uma disciplina
mais abrangente, se importando também com as decorrências jurídicas.

PODEMOS DIZER QUE A TEORIA GERAL DO ESTADO SE DIFERENCIA


DA CIÊNCIA POLÍTICA PELO FATO DAQUELA SER UMA DISCIPLINA QUE
ANALISA O ESTADO SOMENTE COMO OBJETO JURÍDICO, ENQUANTO
ESTA É UMA DISCIPLINA QUE ANALISA O ESTADO SOB O PRISMA DA
TEORIA POLÍTICA?

Não. A TGE não se preocupa somente com o aspecto jurídico, mas com
um aspecto amplo: jurídico, sociológico, político...
A ciência política evita entrar em aspectos jurídicos situando o Estado
sob uma ótica da Teoria Política.

QUAIS SÃO OS ELEMENTOS BÁSICOS DO ESTADO (CONSIDERADO A


PARTIR DO ESTADO MODERNO)?

 São elementos básicos do Estado: o Povo, o Território e a Soberania.


Para alguns doutrinadores também poderíamos incluir a finalidade.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE POVO E POPULAÇÃO?


Povo – é o elemento pessoal do Estado – são as pessoas efetivamente
ligadas ao Estado por vínculos jurídicos de nacionalidade.
População – critério demográfico, quantitativo – qualquer um que esteja
no território.

O QUE É SOBERANIA?

Soberania é a característica que o Estado possui de ser:


Na ordem externa (perante os demais países) -
Independente (autodeterminação), ou seja, não se submetendo a nenhum
outro país; e
Na ordem interna - ser o poder máximo presente em seu território, tendo a
exclusividade do poder jurídico, inclusive da coação física legitima
segundo as leis, de forma que consiga impor este seu poder jurídico.

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA?

Unicidade - Ela é apenas uma, não pode haver mais de um Poder


Soberano dentro do Estado, senão, não será mais soberano.
Indivisibilidade - Não se pode permitir que haja conflitos ou fracionamentos
criando interesses diversos daquele que é o real interesse do povo e
rompendo a unicidade.
Indelegabilidade (ou inalienabilidade) - O seu titular, o povo, não pode abrir
mão de seu poder. Embora haja representantes, estes sempre agem em
nome do seu povo.
Imprescritibilidade - Este poder é permanente, não se acaba com o tempo.

O CONCEITO DE ESTADO SE CONFUNDE COM O CONCEITO DE


NAÇÃO?

Não.
- Nação é um conceito sociológico, refere-se a uma idéia de união
em comunidade, um vinculo que o povo adquire por diversos fatores
como etnia, religião, costumes...
- Estado é conceito jurídico, sendo uma sociedade política.

DENTRO DE UM MESMO ESTADO PODEM EXISTIR VÁRIAS NAÇÕES?

Sim, dentro de um Estado pode haver várias nações (vários grupos


vinculados), ou mesmo, esta nação pode estar espalhada por vários
Estados, mas que continua mantendo este sentimento histórico de união,
exemplo clássico disso é a nação judaica.
NA IDADE ANTIGA, QUAL ERA A PRINCIPAL FORMA DE GOVERNO E NO
QUE ELA ESTAVA BASEADA?

Era a Monarquia absolutista, baseada na teocracia (respaldada no poder


divino).

NA IDADE MÉDIA, QUEM DETINHA O PODER EM SUAS MÃOS?

Na verdade ninguém, pois os territórios eram divididos em “feudos” e


havia uma intensa instabilidade política entre o imperador, os senhores
feudais e a igreja.

A INSTABILIDADE POLÍTICA DA IDADE MÉDIA PERDUROU NA IDADE


MODERNA?

Não, na idade moderna tivemos a retomada da unidade política, havendo


o fortalecimento da burguesia.

É CERTO DIZER QUE OS VERDADEIROS “ESTADOS” SURGIRAM NA


IDADE MÉDIA?

Não, foi na idade moderna que começaram a surgir os verdadeiros


estados (estado em sentido estrito) organizados e possuidores de uma
soberania una.

CITE DUAS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO MODERNO?

Difere do Estado medieval pela "unidade e soberania".


- Houve a retomadada da unidade territorial;
- Ocorreu também a retomada da unidade política, com a existência de um
poder soberano sobre o território;
- A igreja perde força e deixa de ser uma das bases do Estado.

QUAIS AS DUAS PRINCIPAIS TESES QUE TENTARAM EXPLICAR O


SURGIMENTO DA SOCIEDADE? QUAL O PENSAMENTO PRINCIPAL DE
CADA UMA DELAS?

A tese da Sociedade Natural e a do Contratualismo.


A Sociedade natural seria tese segundo a qual o homem é naturalmente
um animal social e político. Somente o homem que fosse muito superior
ou muito vil, ou então por algum acidente (naufrágio ou perdido em um
floresta) é que poderiam viver isolado.
O Contratualismo defende que a sociedade é formada por uma
associação voluntária dos homens, através de um contrato hipotético.

CITE 2 DOS PRINCIPAIS DEFENSORES DA TEORIA DA SOCIEDADE


NATURAL.

Os principais defensores dessa teoria foram Aristóteles, Cícero, São


Tomás de Aquino, dentre outros.

CITE 2 DOS PRINCIPAIS DEFENSORES DA TEORIA DO


CONTRATUALISMO (CONTRATO SOCIAL).

Os principais defensores foram Thomas Hobbes, John Locke,


Montesquieu, Rousseau, dentre outros.

SERIA CORRETO DIZER QUE, ATUALMENTE, PREVALECE A TESE DE


QUE A SOCIEDADE É FRUTO DE UM CONTRATO SOCIAL ENTRE OS
INDIVÍDUOS?

Não. Atualmente predomina o modelo misto de que a sociedade é produto


de uma necessidade natural de associação humana, de essência
naturalista, mas sem excluir, porém, que a razão humana tem grande papel
no estabelecimento de suas bases e características.

SERIA CORRETO DIZERMOS QUE, PARA QUE UM GRUPO SEJA


CARACTERIZADO COMO UMA SOCIEDADE, PRECISAMOS TER UM
AGRUPAMENTO MUITO NUMEROSO DE PESSOAS EM ALGUM LUGAR,
EM FUNÇÃO DE ALGUM OBJETIVO COMUM?

Não. Um agrupamento muito numeroso de pessoas em algum lugar, em


função de algum objetivo comum não é suficiente para dizermos que tais
indivíduos constituem uma sociedade. Para tal é preciso que se
verifiquem 3 características:
1- Finalidade ou Valor Social: O Bem comum.
2- Manifestação ordenada: reiteração + ordem + adequação.
3- Poder Social: Uma vontade que predomina em prol de outras.

A FINALIDADE DE UM SOCIEDADE É O BEM COMUM DE SEUS


INTEGRANTES. NO ENTANTO, DUAS CORRENTES TENTARAM
ESTABELECER AS BASES PARA A FINALIDADE SOCIAL: OS
DETERMINISTAS E OS FINALISTAS. PERGUNTA-SE:
1 QUAL A ESSÊNCIA DE CADA UMA DESSAS TEORIAS?

- A essencia de cada uma delas é a seguinte:


 a) Os deterministas - negam possibilidade de escolha, o homem se
submete às leis naturais, sob o princípio da casualidade. O homem tem a
sua vida condicionada a fatores econômicos ou geográficos e não adianta
lutar contra eles. É aquele dizer: filho de pescador vai ser pescador.
 b) Os finalistas - o homem é livre para escolher sua finalidade, mesmo
que "forças" criem uma tendência, ele possui inteligência e vontade de
fixar um objetivo próprio para dirigir a sua vida.

2- QUAL A QUE PREVALECE NOS DIAS ATUAIS?

2- A teoria finalista prevalece, e faz necessário que a finalidade social seja


uma finalidade que consiga atender a todos os individuos livres em conjunto.

QUAL SERIA O CONCEITO DE BEM COMUM FORMULADO PELO PAPA


JOÃO XXIII?

Seria o conjunto de todas as condições que possibilitem o


desenvolvimento integral da personalidade humana.

- QUAL A DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADE DE FINS PARTICULARES E


SOCIEDADE DE FINS GERAIS?

a) Sociedade de fins particulares - quando possuem uma finalidade


definida, voluntariamente escolhida por seus membros.
b) Sociedade de fins gerais - quando seu objetivo é criar condições para
que cada um dos seus membros (ainda que estes sejam outras
sociedades) consigam atingir os seus objetivos. Estas são as"sociedades
políticas".
- EM QUAL DELAS PODEMOS ENQUADRAR O "ESTADO"?

As sociedades políticas podem ser bem pequenas e restritas como a familia,


os clãs e as tribos, mas podem ser também grandes e importantes como os
Estados.

CITE DUAS DIFERENÇAS ENTRE SOCIEDADES E COMUNIDADES.

Sociedade: Comunidade:

Seus membros buscam um fim Não há busca por um objetivo


determinado. definido, bastando a sua
autopreservação.
Vínculos jurídicos regem as relações Elo formado pela afinidade
entre seus membros e normas jurídicas sentimental, psicológica ou
regulamentam a suas manifestações espiritual de seus membros

Há um poder, que é estabelecido e Não há lideranças


reconhecido juridicamente, capaz de institucionalizadas, no máximo o
alinhar os membros em prol dos exercício de influências de membros
objetivos comuns sobre outros.

É POSSÍVEL QUE UMA COMUNIDADE VENHA A SE TRANSFORMAR EM


UMA SOCIEDADE?

Sim. Nada impede que uma comunidade venha a se transformar em uma


sociedade, caso seus membros decidam voluntariamente se organizar e passar
a ordenamente perseguir objetivos comuns.

SEGUNDO A DOUTRINA, EM QUE OBRA O TERMO "ESTADO", NO


SENTIDO QUE SE MOSTRA HOJE, (SOCIEDADE POLÍTICA DE VOCAÇÃO
PERMANENTE DOTADA DE PODER) APARECEU PELA PRIMEIRA VEZ?

Na obra "O Príncipe" de Maquiavel (1513). O termo foi gradativamente


ganhando espaço ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII.

SE CONSIDERARMOS O ESTADO EM UM SENTIDO AMPLO, SERIA


CORRETO DIZER QUE PODEMOS TRAÇAR UMA CERTA EVOLUÇÃO, EM
UMA SEQUÊNCIA CRONOLÓGICA, QUE VAI DO ESTADO ANTIGO AO
ESTADO MODERNO, PASSANDO PELO GREGO, O ROMANO E O
MEDIEVAL?

Sim. Alguns autores não admitem a existência do estado antes do século XVII,
para eles não bastaria haver uma sociedade política, mas também haver
características bem definidas como uma soberania una, o que não era presente
em épocas medievais, onde existiam os feudos e corporações dissolvendo o
poder. Outros autores dizem que o Estado sempre existiu, tendo o homem
sempre se organizado em sociedade e sob uma autoridade.
Assim, podemos traçar uma certa evolução, em uma sequência cronológica,
que vai do Estado Antigo ao Estado Moderno, passando pelo Grego, o Romano
e o Medieval.

CITE DUAS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO ANTIGO.

O Estado Antigo (Hebreus, Egípcios, Sírios...) eram caracterizados por:


- Natureza unitária;
- Religiosidade;
- Monarquia absolutista de fundamento divino. Alguns autores dispõem que tal
governo seria em alguns casos ilimitado, enquanto em outros casos seria
limitado pelos sacerdotes;
- Instabilidade territorial.

SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO ANTIGO, PERGUNTA-SE:

1- O QUE SE ENTENDE PELA NATUREZA UNITÁRIA DO


ESTADO ANTIGO?
A sua natureza era unitária, pois inexiste divisões, sejam
territoriais, políticas, jurídicas ou administrativas, no interior do
Estado.
2- O QUE SE ENTENDE PELA NATUREZA RELIGIOSA DO
ESTADO ANTIGO?
A sua natureza era religiosa, pois não há como dissociar a
religião do governo, das leis e da moral.

CITE 2 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO GREGO.

Dividido em cidade-estados (polis);


- Busca pela autossuficiência (autarquia) da polis.
- Uma elite ("cidadãos") dominava os assuntos políticos, excluindo a massa de
indivíduos das decisões, ainda quando o governo fosse tido por democrático.

CITE DUAS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO ROMANO.

- Base familiar;
- Inicialmente possuía organização no modelo das cidades-Estado,
posteriormente abandonada pelas guerras de conquista e integração dos povos
conquistados.
- Restrita parcela de indivíduos participando do Governo.
- Famílias patrícias (fundadoras do Estado) com privilégios, inclusive ocupando
durante muito tempo as principais magistraturas (cargos supremos do
governo).
- Ao longo do tempo, as demais camadas sociais foram apliando seus direitos.

CITE DUAS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO MEDIEVAL.

Base religiosa cristã;


- Invasões bárbaras;
- Território fracionado em feudos;
- Intensa instabilidade política, econômica, social e territorial;
- A intensa instabilidade política é gerada pelo conflito entre 3 forças: o
imperador, os senhores feudais e a igreja.

QUAL CARACTERÍSTICA DO ESTADO MEDIEVAL QUE FOI O PRINCIPAL


IMPULSIONADOR PARA O SURGIMENTO DO ESTADO MODERNO?

A intensa instabilidade, política, econômica e social, foi o principal ponto que


gerou o surgimento do Estado Moderno, pois havia a necessidade,
principalmente da burguesia, de possuir um poder central forte, de forma a
proteger seus interesses. Os senhores feudais também estavam descontentes
com a carga tributária excessiva para custear os luxos das famílias reais e
guerras.
JURIDICAMENTE, PODEMOS EMPREGAR O TERMO NAÇÃO COMO
SINÔNIMO DE POVO?

Não. Assim como nação não pode ser considerado como sinônimo de Estado,
também não é sinônimo de povo.
Povo também é conceito jurídico que se refere ao elemento pessoal do
Estado. Representa o corpo de membros que integra o Estado.
A Nação é conceito sociológico que se refere a vínculos emocionais,
culturais, religiosos e etc.
No entanto, o comum emprego de nação como sinônimo de povo, não é por
acaso. O termo nação foi empregado durante a Revolução Francesa (1789)
como uma forma emocional de imbuir todos os cidadãos (como se fizessem
parte de uma mesma nação) a lutar pela causa revolucionária. Assim,à época
da Revolução, ainda que de forma apelativa, ambos os termos eram
empregados para dar a idéia de povo.

CONSIDERANDO O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO, QUEM É O


TITULAR DA SOBERANIA?

O titular da soberania é o povo.


Para o direito brasileiro a Soberania é um atributo do Estado Brasileiro
(República federativa do Brasil), mas tem a sua origem no povo e possui como
seu titular o povo brasileiro, conforme nos mostra a Constituição "Todo poder
emana do povo".
O QUE É O CONSTITUCIONALISMO?

Constitucionalismo é evolução das relações entre governantes e


governados que faz surgir a Constituição. Pode ser enxergado em dois
aspectos:
1- Amplo ou sociológico - Todos os estados sempre tiveram uma
constituição, até mesmo na antiguidade, constituição esta que nada mais
era do que a forma como se delineava o Poder naquela sociedade, as
forças dominantes e as forças "dominadas".
2- Estrito ou moderno - Em uma visão específica, o constitucionalismo
surge somente ao final do séc. XVIII com as revoluções francesa e
americana. Este constitucionalismo estrito, que é o aceito para a doutrina
majoritária está relacionado à limitação do Poder arbitrário dos
governantes em face do povo e do respeito à lei (formação de um Estado
de Direito). - GRAVE MUITO BEM ESTA CARACTERÍSTICA!

É POSSÍVEL DIZER QUE TIVEMOS CONSTITUCIONALISMO NA IDADE


ANTIGA?

Sim, embora em uma visão mais estrita o "Constitucionalismo" seja


definido como o evento que faz surgir a Constituição escrita, limitando os
poderes do Estado e garantindo direitos fundamentais, podemos usar
uma visão sociológica na qual toda sociedade sempre teve uma
Constituição, que era formada por aquelas relações de poder que
existiam para organizar tal sociedade.
Assim, tínhamos, por exemplo, a "Lei do Senhor" regendo a civilização
hebraica no que podemos chamar de "Constitucionalismo Antigo".

QUAL FOI O PRINCIPAL DIPLOMA NORMATIVO DO


CONSTITUCIONALISMO DA IDADE MÉDIA?

Foi a Magna Carta Inglesa de 1215 onde o rei João "sem terra" teve de
assinar uma carta de limitações de seu poder para que não fosse deposto
pelos barões.

PODEMOS DIZER QUE O VERDADEIRO CONSTITUCIONALISMO, NO SEU


SENTIDO ESTRITO, SURGE APÓS A REVOLUÇÃO FRANCESA E
INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS?

Sim, o termo Constitucionalismo (formador da Constituição) em uma


visão estrita só começa a aparecer no final do séc. XVIII com a Revolução
Francesa e independência dos Estados Unidos, quando começaram,
então, a surgir as Constituições Escritas e limitadoras do Poder Estatal,
garantindo um rol de Direitos e Garantias Fundamentais.
Trata-se do “Constitucionalismo Moderno”, que dá início
ao "Estado Liberal" (aquele que possui uma constituição limitando o
poder dos governantes em prol das liberdades individuais).
É neste momento, então, que para a grande maioria da Doutrina a
Constituição pode ser chamada efetivamente de "Constituição", surgindo
o chamado conceito ocidental de Constituição ou conceito ideal. Baseado
na doutrina do Prof. Canotilho, neste conceito, elencamos as seguintes
características:
- Forma escrita;
- Deve organizar o Estado politicamente e prever a separação de funções
do Poder Político (tripartição dos Poderes);
- Deve garantir as liberdades individuais, limitando o poder do Estado;
- Deve prever a participação do povo nas decisões políticas.

CITE DOIS PRECEDENTES HISTÓRICOS DO CONSTITUCIONALISMO


MODERNO?

Cartas de Franquia e Contratos de Colonização.


O que seriam eles? Vejamos:
- Pensamento iluminista - Pregava o liberalismo político e econômico. Foi
a base das revoluções do séc. XVIII e XIX.
- Teoria do Pacto Social de Rousseau - Segundo Rousseau, o Estado é
um contrato social entre seus integrantes, logo o povo não pode estar
submisso, sem participar nas decisões políticas.
- Pactos - Acordos entre o monarca e os barões (ou burgueses). Ex.
Magna Carta de 1215, onde o rei só governaria se aceitasse as condições
impostas pela nobreza (barões). Outro importante foi o Petition of Rights
(1628) onde passou ser necessário o consentimento de todos para que se
fossem cobradas dádivas ou benevolências. Importante também é citar o
Bill of Rights de 1689 (declaração de direitos) feita pelo parlamento inglês
e aceita por Guilherme de Orange, que reconheceu, na Inglaterra,
diversos direitos e liberdades como a propriedade privada e as eleições
livres para o parlamento.
- Forais - Permitiam o autogoverno dos burgos.
- Cartas de Franquia - Assegurava a liberdade às corporações e colocava
limites ao poder dos senhores feudais para exigir tributos.
- Contratos de colonização - Regras consensuais fixadas pelos novos
colonos da América do Norte, para que pudessem regulamentar o Poder e
se governarem.
OBS - As definições de cada um desses antecedentes não tem sido
cobradas em concursos! Mas, é cobrado o nome deles como exemplos de
antecedentes das Constituições.

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO CONCEITO IDEAL (OU


OCIDENTAL) DE CONSTITUIÇÃO QUE APARECEU NO
CONSTITUCIONALISMO MODERNO?

- Forma escrita;
- Deve organizar o Estado politicamente e prever a separação de funções
do Poder Político (tripartição funcional dos Poderes);
- Deve garantir as liberdades individuais, limitando o poder do Estado
(liberdades negativas);
- Deve prever a participação do povo nas decisões políticas (sistema
democrático).
PODEMOS DIZER QUE APÓS A REVOLUÇÃO FRANCESA E A
INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS TEMOS O INÍCIO DO ESTADO
SOCIAL DE DIREITO?

Não. Ali temos o Estado "Liberal", onde começaram a se assegurar


as liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de
primeira geração".
O Estado Social surge após isso, quando começaram a perceber que não
bastava dotar o cidadão de simples liberdades, mas deveriam garantir
meios efetivos para execê-las.

QUAIS OS DIPLOMAS NORMATIVOS QUE PODEM SER CONSIDERADOS


MARCOS DE TRANSIÇÃO DO ESTADO LIBERAL PARA O ESTADO
SOCIAL?

São a Constituição mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar em


1919.
Assim, no Estado Social, as Constituições passam a trazer em seu
texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração - liberdades
individuais - direitos políticos e civis).
A Constituição passa a trazer os direitos sociais, econômicos e
culturais (direitos de segunda geração - relacionados à igualdade). E,
assim, as constituições foram se tornando mais analíticas, extensas.

O MOMENTO ATUAL DO ESTADO BRASILEIRO, APÓS A CF DE 1988,


PODE SER CONSIDERADO DENTRO DO “ESTADO SOCIAL”?

Não, desde o final da 2ª Guerra Mundial, o Estado Social passou a


ser substituído pelo Estado Democrático de Direito, onde ascendem
iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos.
Surge assim no mundo, a fase conhecida
como "neoconstitucionalismo" acompanhando os ideais democráticos.

PODEMOS DIZER QUE A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO


"NEOCONSTITUCIONALISMO" SERIA O MAIOR FOCO DADO ÀS LEIS
INFRACONSTITUCIONAIS, JÁ QUE ELAS QUE SERVEM EFETIVAMENTE
PARA MATERIALIZAR A CONSTITUIÇÃO?

Não, seria justamente o inverso disso.


A principal característica do "neoconstitucionalismo" seria mudança de
um Estado com foco nas leis para um Estado com foco na própria
Constituição.
Com o neoconstitucionalismo há uma busca para colocar a Constituição
como centro do ordenamento jurídico, dotá-la de força normativa efetiva e
promover um compromisso de concretização de seu núcleo básico
(direitos fundamentais).
Podemos resumir da seguinte forma as características do
neoconstitucionalismo:
Constituição com força normativa e ocupando o centro do ordenamento
jurídico.
Expansão do papel do Poder Judiciário e da jurisdição constitucional
(controle de constitucionalidade e todos os mecanismos que realmente
asseguram a força normativa da constituição).
Reconhecimento da normatividade dos princípios. (bloco constitucional)
Equidade e moral norteando uma nova interpretação constitucional.
Direitos fundamentais, respaldados na dignidade da pessoa
humana, assumem caráter constitucional e normativo, tornam-se imunes
de serem abolidos pelas “maiorias eventuais” eirradiam-se por todo o
ordenamento, prevendo condições mínimas essenciais à vida humana
digna.

QUAL CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA PODEMOS CONSIDERAR COMO


MARCO DO ESTADO SOCIAL NO BRASIL?

A Constituição de 1934.

QUAL CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA PODEMOS CONSIDERAR COMO


MARCO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO NO BRASIL?

A Constituição de 1988.

O JUSNATURALISMO, O POSITIVISMO E, ATUALMENTE O PÓS-


POSITIVISMO, PODEM SER CONSIDERADOS OS 3 PENSAMENTOS QUE
MARCARAM ÉPOCA NA INFLUÊNCIA DO DIREITO MODERNO E
CONTEMPORÂNEO. QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA
VISÃO DO DIREITO PARA O JUSNATURALISMO?

Para o jusnaturalismo, o direito é uno, imutável, inato, e,


principalmente, independe da vontade do Estado. A lei nada mais é do
que a razão humana.
Na ótica jusnaturalista, o Poder Constituinte Origiário seria limitado pelo
direito natural.
O jusnaturalismo tomou corpo ao associar-se ao iluminismo e
impulsionou as grandes revoluções liberais do séc. XVIII, fazendo
oposição ao absolutismo monárquico.
Seu auge aconteceu nas primeiras Constituições Escritas e nas
Codificações (reunião em um único documento de diversas normas sobre
um mesmo objeto, para dar clareza, unidade e simplificação ao Direito –
começa em 1804 com o “Código Napoleônico” – o código civil francês).
O jusnaturalismo acabou sofrendo uma contenção pela ascensão do
modelo positivista.

1- COMO OS POSITIVISTAS ENXERGAM O DIREITO?

 Para o positivismo o direito é a lei escrita, e pronto! A lei válida é a


lei que se formou pelo procedimento correto, não há qualquer
vinculação à justiça, moral e filosofia.
 O positivismo jurídico apoiou-se no positivismo filosófico, onde a
ciência é a única verdade, e o conhecimento deveria se basear em
experiências e observações.
 Para os positivistas o ordenamento jurídico era completo, não
havia lacunas que não pudessem ser preenchidas pelo próprio
ordenamento.

2- QUAL A CRÍTICA QUE O POSITIVISMO FAZ AO


JUSNATURALISMO?

 Para o positivismo o jusnaturalismo era algo sem embasamento,


“acientífico”, metafísico.

 O positivismo nos deu grande contribuição, como a estabilidade do


Direito, a supremacia da lei, sendo esta uma ordem una e que
emana do Estado. No entanto, o fato de deixar a ética distanciada
da lei permitiu a ascensão de movimentos como o nazismo e o
fascismo.

1- QUAL A VISÃO QUE O "PÓS-POSITIVISMO" TEM DO


JUSNATURALISMO, DO POSITIVISMO E,
CONSEQUENTEMENTE, DO DIREITO?

 O pós-positivismo entende o jusnaturalismo e o positivismo


como complementares e não como opostos.
 Recebe as contribuições de cada um: a estabilidade do direito
positivista e a base ética e moral jusnaturalista.
 A visão de direito muda com o pós-positivismo. Ascende este novo
constitucionalismo (neoconstitucionalismo), onde
a Constituição alberga diversos temas que estavam no direito
infraconstitucional, e passa a se tornar o centro do ordenamento
jurídico, os princípios assumem um caráter normativo em
igualdade com as regras, e os direitos fundamentais e princípios
constitucionais irradiam-se condicionando a aplicação de todo o
ordenamento.

2- QUAL NORMA É CONSIDERADA O MARCO HISTÓRICO DO


"PÓS-POSITIVISMO"?
 O marco principal foi a Lei Fundamental de Bonn (Constituição
Alemã de 1949).
 Destaca-se ainda a posterior instalação do Tribunal Constitucional
Federal Alemão (1951); a Constituição Italiana de 1947 e a
instalação da Corte Constitucional italiana em 1956.
 O pós-positivismo pode ser considerado o marco filosófico do
constitucionalismo moderno, surgido após a Segunda Guerra
Mundial, de sobremodo com uma reação do direito às atrocidades
perpetradas pelo nazismo, autorizadas pelo direito então vigente, à
época dissociado da moral e da ética.

PODEMOS DIZER QUE O PÓS-POSITIVISMO E O


NEOCONSTITUCIONALISMO, NADA MAIS SÃO QUE UMA ROUPAGEM DO
QUE JÁ SE PREGAVA COM A "TEORIA CRÍTICA DO DIREITO"?

Não. A Teoria Crítica do Direito preconiza a necessidade


de desconstrução do direito formal.
Já o pós-positivismo percebe nitidamente a importância do direito formal,
escrito, como forma de clareza e estabilidade, ainda que proponha
resgatar a ética e justiça. Já para o pensamento crítico, o Direito não está
contido na lei, independe do estado, devendo ser buscado pelo operador
do Direito, mesmo que contrário à lei, o intérprete deve buscar a justiça.

Mas o que era essa "Teoria Crítica do Direito"?


A Teoria Crítica do Direito foi um tema muito debatido nas décadas de 70
e 80, mas nunca chegou a se concretizar de forma efetiva na produção do
direito. Ela está baseada em um conjunto de ideias que questionam várias
premissas do direito tradicional- cientificidade, objetividade, neutralidade,
estabilidade, completude.
Os defensores desta teoria partem da constatação de que o Direito não
lida com fenômenos que se ordenam de forma isolada, sem a atuação de
vários atores, legislador, jurista e os juízes. Segundo tal teoria, a intensa
relação entre sujeitos e Direito, compromete sua pretensão científica.
Segundo Barroso, de sua análise sobre passagem de Marx, a teoria crítica
enfatiza o caráter ideológico do Direito, equiparando-o à política, a um
discurso de legitimação do poder. Para Marx, o direito surge, em todas as
sociedades organizadas, como a institucionalização dos interesses
dominantes, o acessório normativo da hegemonia de classe. Em nome da
racionalidade, da ordem, da justiça, encobre-se a dominação, disfarçada
por uma linguagem que a faz parecer neutra. Face a tal constatação, a
teoria crítica propõe a atuação concreta e efetiva do operador do direito,
ao fundamento de que o papel do conhecimento não é somente a
interpretação do mundo, mas também sua transformação. Podemos dizer
que preconiza a necessidade de desconstrução do direito formal.
Ainda que tal teoria não tenha se concretizado, não podemos
desconsiderar que teve relevante influência para um Direito menos
dogmático e mais aberto a outros conhecimentos, como a ética, moral e a
sociologia.
O QUE SERIA ENXERGAR A CONSTITUIÇÃO SOB UM PRISMA
"SOCIOLÓGICO"?

O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta


observar os "fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o
governo, o poder e etc.
Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada
mais é do que a forma como a própria sociedade organiza o seu poder, as
relações que estabelece entre governantes e governados e estes entre si.
Desta forma, independente de haver ou não documento escrito,
formalizando a Constituição, a Constituição existe! Pois é a própria
relação de poder na sociedade. Com efeito, todos os povos sempre
tiveram uma constituição, sociologicamente falando.
Diz-se assim que a Constituição, em uma visão sociológica, seria a "soma
dos fatores reais de poder".

QUEM ERA O PRINCIPAL DEFENSOR DO SENTIDO SOCIOLÓGICO DA


CONSTITUIÇÃO?

Ferdinand Lassale.
Dica: Sentido sociológico à Ferdinand Lassale.

É CORRETO DIZER QUE NO SENTIDO SOCIOLÓGICO, A CONSTITUIÇÃO


SERIA UM EVENTO DETERMINADO PELAS FORÇAS DOMINANTES DA
SOCIEDADE?

Sim. O sentido sociológico é justamente aquele que prega que a


Constituição é um “fato social”, ou seja, as próprias relações sociais é
que definem o teor de uma Constituição. Assim, a Constituição real, para
Lassale, era o que chamava de “soma dos fatores reais de poder”.

A CONSTITUIÇÃO ESCRITA TINHA ALGUMA IMPORTÂNCIA PARA


FERDINAND LASSALE?

Não, para ele a Constituição escrita era “mera folha de papel”, ela só seria
efetiva se refletisse integralmente a “Constituição Real” que era
justamente a “soma dos fatores reais de poder”.

O QUE SERIA ENXERGAR A CONSTITUIÇÃO SOB UM PRISMA


POLÍTICO?

Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max


Weber, ao atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: Política
seria o "conjunto de esforços feitos com vista a participar do poder ou a
influenciar a divisão do poder (...)".
O professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado como sendo "a
função de coordenar os grupos ou indivíduos, em vista de fins a serem
atingidos, impondo a escolha dos meios adequados".
Desta forma, damos a seguinte dica: Pensou em política, pense em
"organização" e "estratégia". Pois, algo político é aquilo que irá organizar
alguma coisa (no caso do Estado, organizar seu poder, sua forma de
aquisição e sua transmissão) com fins estratégicos (visando algo
"macro", importante, com "visão de topo" e não meramente operacional).
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria pensar
a Constituição como o diploma que estabelece as principais coisas
organizatórias do Estado e seus direitos fundamentais. Qualquer outra
coisa que não tiver esse caráter essencial (organizatório, estratégico) não
será político, logo, não será constituição.

QUEM ERA O PRINCIPAL DEFENSOR DO SENTIDO POLÍTICO DA


CONSTITUIÇÃO?

Carl Schimitt
DICA: Sentido político à Carl Schimitt

O SENTIDO POLÍTICO DA CONSTITUIÇÃO PREGAVA QUE A


CONSTITUIÇÃO SERIA UMA DECISÃO POLÍTICA
FUNDAMENTAL.PODEMOS ENTENDER COMO DECISÃO POLÍTICA
FUNDAMENTAL A DEFINIÇÃO DE QUAIS SERIAM OS INSTITUTOS DE
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS?

Sim. Essa seria a decisão fundamental que deveria constar de uma


constituição. Todo o resto do texto seria irrelevante e dispensável.

É CERTO ASSOCIARMOS A CONSTITUIÇÃO ESCRITA, FORMAL, AO


CONCEITO POLÍTICO DE CONSTITUIÇÃO?

Não. Pois, no conceito político, importa tão somente qual é a decisão política
fundamental do Estado (quais seriam os institutos de organização do Estado e
os Direitos Fundamentais), se passarmos a escrever na Constituição outros
assuntos fora disso, teríamos o que Schimit chamava de “leis constitucionais”.
Assim, Schimitt diferenciava a “Constituição” das “leis constitucionais”, sendo
essas irrelevantes, o que tornava irrelevante termos um texto escrito.

O QUE SERIA ENXERGAR A CONSTITUIÇÃO SOB UM PRISMA


JURÍDICO?

Quando você pensa em jurídico, você pensa em que?


Aposto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... Algo
que está no mundo jurídico é algo que está na lei, está normatizado.
Assim, enxergar a Constituição em sentido jurídico é vê-la como uma
norma, uma lei. Diga-se de passagem: a lei máxima de um ordenamento
jurídico.

QUEM ERA O PRINCIPAL DEFENSOR DO SENTIDO JURÍDICO DA


CONSTITUIÇÃO?

Hans Kelsen

PODEMOS ASSOCIAR HANS KELSEN AO POSITIVISMO JURÍDICO?

Sim. Kelsen era defensor do positivismo (o que importa é a norma escrita,


que é capaz de se impor).

PARA KELSEN, PENSAMENTO FILOSÓFICO, POLÍTICO OU


SOCIOLÓGICO TERIA ALGUMA INFLUÊNCIA NA CONSTITUIÇÃO?

Não, para Kelsen a Constituição é "norma pura", "puro dever ser".


Isso significa que a Constituição (norma jurídica) tem origem nela própria,
ela é criada baseando-se no que "deve ser" e não no mundo do "ser".
Assim, o surgimento da Constituição não se apóia em qualquer
pensamento filosófico, político ou sociológico. Tem-se um norma maior,
uma norma pura, fundamental.

O SENTIDO JURÍDICO PROPOSTO POR KELSEN TRAZ COM ELE 2


DESDOBRAMENTOS, O SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO E O SENTIDO
JURÍDICO-POSITIVO. QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?

- Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada


antes de escrever seu texto.
- Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que
efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do
ordenamento.
Diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade
que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.

O JURISTA ALEMÃO KONRAD HESSE ERA DEFENSOR DE QUAL DOS


SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO?

Konrad Hesse, era discípulo de Kelsen, defendia o sentido jurídico.


QUAL A OBRA DE KONRAD HESSE QUE O TORNOU IMPORTANTE
REFERÊNCIA NO ESTUDO DAS “CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO” E O
QUE ELA DIZIA?

A obra foi "A Força Normativa da Constituição" (1959), que versava sobre
o caráter impositivo que a Constituição teria de modificar a realidade
social, nesta obra resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o
flexibilizou - disse que o pensamento de Lassale até fazia sentido, porém,
havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar
a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam
reciprocamente influenciadas.

O AUTOR PORTUGUÊS J. J. GOMES CANOTILHO TAMBÉM MERECE


DESTAQUE NO ESTUDO SOBRE OS SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO.
QUAL ERA O SENTIDO DE CONSTITUIÇÃO DEFENDIDO POR
CANOTILHO, E O QUE SIGNIFICAVA?

Foi o “sentido dirigente” da Constituição. Para Canotilho a Constituição


deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado, notadamente
através das normas programáticas inseridas no seu texto.

DE UMA FORMA SIMPLES E RÁPIDA, VOCÊ SABERIA DEFINIR O QUE É


O “PODER CONSTITUINTE”?

Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou


modificar aquilo que está escrito como "Constituição".

QUEM FOI O PRIMEIRO DEFENSOR DA TEORIA DO PODER


CONSTITUINTE?

Foi o Abade Sieyès (Emmanuel Joseph Sieyès), em sua obra “O que é o


terceiro Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa.

A CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DO PODER CONSTITUINTE SE DÁ EM


“ORIGINÁRIO” E “DERIVADO”. QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?

Originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a


ordenação estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a
Constituição.
- O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder
constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que
foram anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não
foram inicialmente previstas, ou seja, realizar emendas (derivado
reformador e revisor) ou criar constituições estaduais (derivado
decorrente), devendo respeitar no entanto algumas limitações
estabelecidas pelo poder originário.
PODEMOS DIZER QUE O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (PCO) É
UM PODER JURÍDICO?

Não, ele é um poder político, pois organiza a nova ordem jurídica, ou seja,
a sua natureza é de um poder “pré-jurídico”, pois é a partir dele que
começa a ordem jurídica.

PODEMOS DIZER QUE O PODER CONSTITUINTE DERIVADO (PCD) É UM


PODER POLÍTICO?

Não, ele é um poder jurídico, instituído pelo Poder Originário dentro da


ordem jurídica criada.

SEGUNDO A DOUTRINA, QUAIS SÃO AS ESPÉCIES NAS QUAIS O


PODER CONSTITUINTE DERIVADO (PCD) PODE SER SUBDIVIDIDO?

O Poder Constituinte Derivado (PCD) pode ser dividido para o nosso estudo
em 4 espécies:
- PCD Reformador;
- PCD Revisor;
- PCD Decorrente;
- PCD Difuso*.
*Para alguns, o poder difuso não é poder derivado, jurídico, mas sim um poder
de fato, político.
Veremos cada um deles detalhadamente em nosso estudo.

O QUE É O PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR?

É o poder de fazer emendas constitucionais. Trata-se da reforma da


Constituição, ou seja, a alteração formal de seu texto. (CF, art. 60).

O QUE É O PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR?

É o poder de fazer a Revisão Constitucional - procedimento único realizado em


1994 e que não pode mais ser criado - onde se fizeram as chamadas emendas
constitucionais de revisão com a mesma força e limitações das emendas de
reforma, porém, eram mais simples de ser criadas.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A APROVAÇÃO DAS EMENDAS DE


REFORMA E AS EMENDAS DE REVISÃO?

 As emendas de reforma serão votadas em 2 turnos, em cada


Casa Legislativa (Câmara e Senado), e serão aprovadas por 3/5 dos votos de
cada uma.
 As emendas de revisão para serem aprovadas bastavam maioria
absoluta (mais da metade do efetivo) em turno único de votação, em
uma sessão unicameral do Congresso.

HOJE EM DIA, AINDA PODE SER FEITA REVISÃO CONSTITUCIONAL?

Não, o poder de revisão havia sido instituído para se manifestar 5 anos após a
promulgação da Constituição e depois se extinguir. Seu objetivo era
restabelecer uma possível instabilidade política causada pela nova Constituição
(instabilidade esta que não ocorreu). O poder já foi exercido, um ano depois do
previsto, em 1994, e foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso
acabou, não podendo ser novamente criado.

O QUE É O PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE?

É o poder que os Estados possuem para elaborar (ou modificar) as


suas Constituições Estaduais, em virtude da autonomia que possuem para
se auto-organizarem.
Devemos observar que, por serem poderes inerentes aos Estados-membros, o
PCD decorrente só pode ocorrer em federações como o Brasil, nunca em
estados unitários.
No Brasil, esse poder decorrente foi expressamente previsto pela Constituição
Federal às Assembléias Legislativas Estaduais quando no ADCT, art. 11,
dispôs:
"Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a
Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta".

O QUE É O PODER CONSTITUINTE DIFUSO?

É o poder de se promover a mutação constitucional, ou seja, a alteração do


significado (interpretação) das normas constitucionais sem que seja alterado o
texto formal da Constituição, ou seja, trata-se de uma alteração informal do
texto constitucional.
Ela se faz através das novas interpretações emanadas principalmente pelo
Poder Judiciário.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


HISTÓRICO E PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO REVOLUCIONÁRIO?

Ele será histórico quando sua manifestação ocorre para dar origem a um novo
Estado. Ele será revolucionário quando sua manifestação tem como objetivo
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente.

QUEM É O TITULAR DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO?


É o povo. O PCO é a manifestação da soberania, é o poder político que
organiza o estado manifestando a soberania que é titularizada pelo povo.

EM ALGUNS CASOS, PODEMOS DIZER QUE O TITULAR DO PODER


CONSTITUINTE ORIGINÁRIO SERIAM AS "ASSEMBLEIAS
CONSTITUINTES”?

Não. Não se pode confundir o exercício com a titularidade.


O titular do poder é o povo, a Assembleia Nacional Constituinte é apenas o
exercente deste poder do povo.

O QUE SE ENTENDE POR PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL?

Seria aquele que transcenderia às fronteiras de um Estado, sendo aplicável a


vários Estados.
Uma tentativa de instalação de um Poder Constituinte Supranacional fracassou
na Europa, quando tentou-se a criação de uma "Constituição Europeia".

PODEMOS DIZER QUE O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO É UM


PODER INICIAL?

Sim. Ele é inicial porque dá início a todo o novo ordenamento jurídico.

É CORRETO DIZER QUE, EMBORA SEJA UM PODER INICIAL, O PODER


CONSTITUINTE ORIGINÁRIO PODE SER CONSIDERADO UM PODER
LIMITADO, JÁ QUE DEVE RESPEITAR AS LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELOS
DIREITOS NATURAIS, SUPRANACIONAIS?

Não. Pelo fato de que, quanto ao poder constituinte, adotamos a


teoria positivista no Brasil, considerando que o PCO é um poder Ilimitado,
irrestrito, e soberano, não reconhece nenhuma limitação material ao seu
exercício.
A doutrina majoritária no Brasil não aceita a tese "jusnaturalista" que diz que o
PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais.
Observação: Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela corrente
positivista, existe historicamente nas Constituições (de países democráticos)
um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa humana e
da justiça. A diferença é que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma
obrigação instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas um bom
senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência lógica do regimes
que se pretendem instituir.
POR QUE O PODER CONSTITUINTE ORGINÁRIO PODE SER
CONSIDERADO UM PODER INCONDICIONADO?

Porque não existe nenhum procedimento formal pré-estabelecido para que ele
se manifeste.
Muita atenção a isso! Sempre relacione o termo "(in)condicionado"
à procedimentos formais, nunca relacione este termo a conteúdo, matéria,
assuntos tratados e etc., já que no que tange a "conteúdos, matérias, assuntos
e etc." estamos falando da característica "(i)limitado".

AO ELABORAR UMA NOVA CONSTITUIÇÃO, PODEMOS DIZER QUE O


POVO ESGOTOU O SEU PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO?

Não, o PCO é um poder permanente, não se esgota no momento de seu


exercício.

PODE-SE DIZER QUE, AO CONTRÁRIO DO PODER CONSTITUINTE


ORIGINÁRIO, O PODER DERIVADO É UM PODER CONDICIONADO, JÁ
QUE POSSUI DIVERSAS LIMITAÇÕES MATERIAIS AO SEU EXERCÍCIO?

Não. O correto seria limitado. Embora o PCD seja um poder condicionado, ele
é condicionado peloprocedimento formal de manifestação.
Ao falarmos que ele é "limitado" estamos falando de limitações de conteúdo,
assuntos... as chamadas "Cláusulas Pétreas" - relação de assuntos expressos
no art. 60 §4º da Constituição (além de alguns outros implícitos) que não
podem ser abolidos ou enfraquecidos pelo Poder Constituinte Derivado.
Desta forma, dizer que ele é condicionado quer dizer que ele se submete
a “condições formais” para ser exercido, deve respeitar diversos
procedimentos. Quando se fala em “limitações materiais”, ou seja, limitações
no conteúdo tratado, o termo a ser usado é o “limitado” e não “condicionado”.

PODEMOS DIZER QUE O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO É UM


PODER ILIMITADO, POIS NÃO SE SUJEITA A NENHUM PROCEDIMENTO
PRÉ-ESTABELECIDO DE MANIFESTAÇÃO?

Não. Não se sujeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação


é a característica de “incondicionado” do PCO.
O PCO é ilimitado, porém, dizer que ele é ilimitado é dizer que não reconhece
limitações materiais para seu exercício e não limitações formais ou
procedimentais.

CITE 3 CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO?

 - Poder político;

 - Inicial;

 - Ilimitado, irrestrito, ou soberano;

 - Autônomo;

 - Incondicionado;

 - Permanente.

CITE 3 CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO?

Acertou se citou 3 dentre essas:


Poder Jurídico;
Derivado;
Condicionado;
Limitado.

QUAIS SÃO AS LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS AO PODER


CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR?

Sãos as presentes na CF, art. 60 §1º: A Constituição não poderá ser


emendada na vigência de:
 - intervenção federal;
 - de estado de defesa ou;
 - de estado de sítio.

O QUE SÃO CLÁUSULAS PÉTREAS?

São as limitações materiais ao Poder de Reforma da Constituição.


São conteúdos (assuntos) que não são passíveis de redução ou abolição da
Constituição.

QUAIS SÃO AS CLÁUSULAS PÉTREAS EXPRESSAS?

1-A forma federativa de Estado;


2-O voto direto, secreto, universal e periódico;
3-A separação dos Poderes;
4-Os direitos e garantias individuais.

Observações:
a) Segundo o STF, as cláusulas pétreas não significam a
intangibilidade literal (impedimento de fazer meras alterações redacionais na
literalidade), mas apenas a proteção do núcleo essencial dos princípios e
institutos cuja preservação nelas se protege. É de se ressaltar, mediante isso,
que não se pode sequer reduzir o alcance dessas matérias. Entretanto, elas
não são imutáveis, pois poderão ocorrer alterações meramente redacionais ou
para fins de fortalecimento do seu alcance. Embora este seja o entendimento
majoritário, algumas organizadoras de concursos públicos já consideraram
estas cláusulas como insuscetíveis de alteração.

b) Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de


1988 como uma cláusula pétrea expressa. Expressamente, é apenas um
princípio sensível, aquele que se não for respeitado ensejará uma “intervenção
federal”. O entendimento sobre ser ou não uma clásula pértrea, porém, não é
unânime, algumas doutrinas reconhecem a forma republicana como cláusula
pétrea implícita, devido à proteção dada ao “voto periódico”, típico dos
governos republicanos. Em concursos, se não houver abertura na questão para
os pensamentos doutrinários, deve-se indicar que a república não é uma
cláusula pétrea.

c) Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e garan-


tias individuais, mas, estesnão se resumem ao art. 5º da CF, estando espalha-
dos ao longo dela. Assuntos como as limitações ao poder de tributar (art. 150)
e anualidade das leis que alteram o processo eleitoral (art. 16) já foram citadas
pelo STF como cláusulas pétreas por serem direitos individuais.

CITE 2 CLÁUSULAS PÉTREAS IMPLÍCITAS?

O povo como titular do poder constituinte originário;


O próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);
O poder igualitário do voto.

O VOTO OBRIGATÓRIO É UMA CLÁUSULA PÉTREA?

Não. Voto obrigatório não é cláusula pétrea, apenas o fato de ser direto,
secreto, universal e periódico.

O QUE É “DUPLA REVISÃO”?

É um procedimento vedado no Brasil, que consistiria na possibilidade de o


legislador primeiramente modificar o art. 60 da Constituição - que estabelece os
procedimentos e limitações à reforma da Constituição -, desprotegendo as
matérias gravadas como pétreas, e depois editar outra emenda extinguindo as
cláusulas.
No Brasil, o art. 60 é uma cláusula pétrea implícita, temos então a proibição à
"dupla revisão”.
Por ser uma cláusula pétrea implícita, o entendimento é de que não é possível
modificar esses procedimentos e limitações ao Poder de Reforma, não
podendo facilitar a reforma da Constituição nem dificultá-la. Assim, tais
procedimentos e limitações foram taxativamente dispostos pelo Poder
Originário e devem ser seguidos desta forma enquanto estiver vigente a atual
Constituição.

AO SE EXERCER O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO, O QUE


OCORRE COM A CONSTITUIÇÃO ANTERIOR?

Fica totalmente revogada.


Não se pode falar em recepcionar ou aproveitar qualquer norma de status
constitucional anterior. Caso haja interesse em dispor constitucionalmente
sobre uma matéria da mesma forma que a Constituição anterior versava, deve-
se escrever expressamente isso no novo texto, pois nada do texto anterior será
válido. Ele fica totalmente revogado.
Observação: Essa revogação total se refere ao texto CONSTITUCIONAL,
veremos que pode haver aproveitamento (recepção) de normas de
status INFRACONSTITUCIONAL, mas nunca de status constitucional.

AO SE EXERCER O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO, O QUE


OCORRE COM A AS NORMAS DE STATUS ABAIXO DA CONSTITUIÇÃO
JÁ EXISTENTES NAQUELE MOMENTO?

Se elas tiverem conteúdo compatível com o novo texto constitucional serão


recepcionadas. Se elas forem incompatíveis serão revogadas.

PARA APURARMOS UMA RECEPÇÃO DE NORMAS


INFRACONSTITUCIONAIS DEVEMOS NOS ATENTAR TANTO À
COMPATIBILIDADE MATERIAL QUANTO FORMAL DESTAS NORMAS
COM A NOVA CONSTITUIÇÃO?

Não, para fins de recepção o que importa é tão somente a compatibilidade


material. De nada importa o aspecto formal.
Ou seja: Poderá uma lei ordinária ser recepcionada como lei complementar ou,
até mesmo, uma lei federal virar uma lei municipal, desde que o conteúdo
(aspecto material) seja compatível.
OBS - Embora seja possível uma lei federal ser recepcionada como lei
municipal (basta que esta lei seja materialmente compatível com a nova
constituição e esta diga que tal matéria, que antes era de competência federal,
passou a ser municipal) não podemos fazer o caminho inverso: Leis municipais
ou estaduais serem aproveitadas como leis federais. Isso é impossível não por
um aspecto teórico, mas prático: Temos 26 Estados, um DF e milhares de
municípios no Brasil, qual destas inúmeras leis que iria se federalizar? Não há
como escolher uma delas. Diferente do que ocorre quando a única lei federal
passa a vigorar no ordenamento dos diversos municípios. Não há concorrência
de normas.

É POSSÍVEL OCORRER ALGUM APROVEITAMENTO OU RECEPÇÃO DE


NORMAS CONSTITUCIONAIS ANTERIOR AO NOVO TEXTO
CONSTITUCIONAL, MAS COM STATUS REBAIXADO À
INFRACONSTITUCIONAL?

Não, a Constituição anterior fica totalmente revogada.


Não é aceita no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização", que
defende que as normas constitucionais anteriores, que não fossem conflitantes,
estariam albergadas pela nova Constituição, continuando assim a vigorar,
porém, com status rebaixado como se fosse uma lei ordinária.

UMA CONSTITUIÇÃO PODE RECEBER DIVERSAS CLASSIFICAÇÕES


DISTINTAS DE ACORDO COM QUAL FOCO A ESTAMOS
CLASSIFICANDO.ASSIM, PODEMOS CLASSIFICÁ-LAS QUANTO À
ORIGEM, À FORMA, À EXTENSÃO, AO CONTEÚDO, À FINALIDADE,
À ELABORAÇÃO, À ALTERABILIDADE, À DOGMÁTICA E ATÉ À
RELAÇÃO COM A REALIDADE. DIANTE DISSO, PERGUNTA-SE:

1- O QUE SIGNIFICA CLASSIFICAR UMA CONSTITUIÇÃO


QUANTO À ORIGEM?

 Classificar quanto à origem significa identificar seu órgão de


elaboração, de onde partiu o poder para elaborar o texto, a fonte da qual
emanou a vontade que o originou. Ou seja, se foi da vontade popular ou
por imposição do governante.

2- QUANTO À ORIGEM, COMO UMA CONSTITUIÇÃO PODE SER


CLASSIFICADA?

2- Quanto à origem, as Constituições podem basicamente


ser Promulgadas (Populares) ou serOutorgadas (Impostas).
 Alguns autores ainda identificam além de promulgadas e outorgadas, a
constituição "cesarista" (veremos sobre ela à frente).

QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONSTITUIÇÕES PROMULGADAS E


OUTORGADAS?

- A Constituição promulgada, também chamada de popular, ou democrática, é


aquela legitimada pelo povo. Elaborada por uma assembléia constituinte.
- Outorgada é aquela Constituição imposta unilateralmente pelos
governantes sem manifestação popular.

É CORRETO DIZER QUE, QUANTO À FORMA, AS CONSTITUIÇÕES


PODEM SER PROMULGADAS OU OUTORGADAS?

Não. As constituições "quanto à ORIGEM" podem ser classificadas como


promulgadas ou outorgadas. A classificação "quanto à forma" é para definir se
elas são escritas ou não escritas.

O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO "CESARISTA"?

A Constituição cesarista ou bonapartista é uma carta considerada outorgada,


porém, é submetida a uma votação popular para que seja ratificada.
Não podemos dizer que a carta cesarista seria democrática pelo referendo
popular. Ela não deixa de ser outorgada, pois ela é formada pela vontade do
governante e a participação popular se dá apenas com um referendo de forma
a consentir com a submissão àquela vontade do governante.
OBS- dizemos "carta", pois alguns autores rejeitam usar o rótulo de
"Constituição" para aqueles textos impostos pelos governantes. Assim,
"constituições", termo que tem início na Rev. Francesa seriam somente
aqueles textos que protegem as liberdades dos indivíduos em face do arbítrio
estatal. (Apenas parte da doutrina utiliza este rigor)

QUAIS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS FORAM CONSIDERADAS


OUTORGADAS?

As Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969.


Veja a dica:
No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas.
Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica:
A primeira é um número par, as demais são ímpares - lembre-se que essa de
número par é a do império, logo = outorgada!)
Por outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A
primeira é um númeroímpar, as demais são pares. Essa de número ímpar, foi
nossa primeira constituição republicana, nossa primeira democrática!).

QUAIS AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS QUE PODEM SER


CONSIDERADAS PROMULGADAS?

As Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988


Lembrando que no Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4
Outorgadas. Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969
(dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por outro lado,
foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um
número ímpar, as demais são pares).

QUANTO À FORMA, UMA CONSTITUIÇÃO PODE SER ESCRITA OU NÃO


ESCRITA. EXISTE A POSSIBILIDADE DE UMA CONSTITUIÇÃO QUE
POSSUA TEXTOS ESCRITOS SER CONSIDERADA COMO "NÃO-
ESCRITA"?

Sim. Para ser escrita a constituição deve estar codificada em um texto único.
Se a constituição for baseada em leis esparsas, ainda que escritas, não pode
ser considerada uma Constituição escrita.
(Conforme ensina Alexandre de Moraes)

QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONSTITUIÇÃO LEGAL E CODIFICADA?

Trata-se de uma classificação pouco cobrada em concursos.


Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver sistematizada em
um documento únicoserá chamada de codificada, já se estiver em textos
esparsos, será chamada de legal.

BASEANDO-SE NA CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXTENSÃO. QUAL A


DIFERENÇA ENTRE CONSTITUIÇÃO A SINTÉTICA E A ANALÍTICA?

As sintéticas são concisas, restringem-se a tratar das matérias essenciais a


uma Constituição (basicamente a organização do Estado e o Poder Político e
os direitos fundamentais)
As analíticas são extensas, tratam de várias matérias além daquelas essenciais
à Constituição.

QUANTO AO CONTEÚDO, PODEMOS CLASSIFICAR AS CONSTITUIÇÕES


COMO MATERIAIS OU FORMAIS, QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELAS?

A Constituição Material é aquela que se preocupa com o conteúdo das


normas, sua matéria, aceitando como constitucionais apenas as normas
essenciais a uma Constituição.
A Constituição formal não está preocupada com o conteúdo das normas,
basta que o assunto seja tratado em um texto rígido supremo para ser tido
como constitucional, ou seja, sua forma.

JÁ TIVEMOS NO BRASIL ALGUMA CONSTITUIÇÃO MATERIAL?

Sim. A Constituição brasileira de 1824 era material, pois possuia em seu art.
178 o seguinte texto: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e
atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e
individuais dos cidadãos".

QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA E UMA


CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA?

Dogmática é a Constituição elaborada por um órgão Constituinte consolidando


o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado
momento, sintetizando em um documento escrito as linhas jurídicas
dominantes à época da sua elaboração.
Histórica não é elaborada em um momento específico, ela surge ao longo do
tempo, consolidando-se gradativamente.

PODEMOS DIZER QUE UMA CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA SERÁ


NECESSARIAMENTE ESCRITA?

Sim, pois como ela sistematiza um pensamento que ainda não está
historicamente enraizado, ela deve ser necessariamente escrita, para dar
publicidade e clareza às normas constitucionais.

A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 PODE SER CONSIDERADA UMA


CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA?

Não, ela é uma Constituição dogmática.

É CORRETO DIZER QUE A CONSTITUIÇÃO RÍGIDA É AQUELA QUE NÃO


PODE TER SUAS NORMAS ALTERADAS?

Não. A Constituição que não pode ter suas normas alteradas seria uma
Constituição imutável. A Constituição rígida é aquela que pode ser alterada,
mas que tal alteração somente pode ser feita por processo legislativo especial
e complexo.

O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL?

É aquela que está no mesmo patamar das demais leis ordinárias, não
necessitando de nenhum processo especial para alterá-la.

É POSSÍVEL QUE UMA CONSTITUIÇÃO SEJA CLASSIFICADA


SEMIRRÍGIDA OU SEMI-FLEXÍVEL?

Sim, as Constituições Semirrígidas ou semi-flexíveis possuem uma parte que é


rígida e outra flexível.
NO BRASIL JÁ TIVEMOS ALGUMA CONSTITUIÇÃO SEMIRRÍGIDA?

Sim, a Constituição Brasileira de 1824, que era uma constituição material, era
semirrígida, pois trazia em seu art. 178 que: "É só Constitucional o que diz
respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos
direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional
pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias”.

O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO SUPER-RÍGIDA?

É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88. Isso ocorre pois na


Constituição de 1988 temos as chamadas "cláusulas pétreas", normas que não
podem ser abolidas, nem por emendas constitucionais.

O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE?

É aquela que possui normas programáticas traçando um plano para o governo.

COMO SE CHAMAVA A CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES


PROPOSTA POR KARL LOEWENSTEIN?

Era a classificação ontológica, que tinha como foco à relação da Constituição


com a realidade. Ou seja, a Constituição era classificada de acordo com o
modo que os agente políticos aplicavam a norma.

SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES PROPOSTA POR


KARL LOEWENSTEIN, COMO PODERÍAMOS CLASSIFICAR AS
CONSTITUIÇÕES?

Constituição normativa – É a Constituição que é efetivamente aplicada,


normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos.
Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É ignorada na prática.
Constituição semântica – É aquela que serve apenas para justificar a
dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o
poder.

SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES PROPOSTA POR


KARL LOEWENSTEIN, QUAL A DIFERENÇA ENTRE UMA CONSTITUIÇÃO
NORMATIVA E UMA CONSTITUIÇÃO NOMINALISTA?

Constituição normativa seria a Constituição que é efetivamente aplicada.


Constituição nominal, nominalista ou nominativa seria aquela ignorada na
prática.
SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES PROPOSTA POR
KARL LOEWENSTEIN, O QUE SERIA UMA CONSTITUIÇÃO SEMÂNTICA?

Seria a Constituição usada apenas para justificar a dominação daqueles que


exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder. Apenas expõe
normas de acordo com a conveniência das forças dominantes.

O QUE SERIA UMA CONSTITUIÇÃO PACTUADA? CITE UM EXEMPLO.

As Constituições Pactuadas ou Dualistas são aquelas que nascem de


compromisso firmado entre o rei e o Poder Legislativo, pelo qual a monarquia
ficaria sujeitada aos esquemas constitucionais. Um exemplo foi a Magna Carta
inglesa de 1215.

O QUE É UMA "CONSTITUIÇÃO-GARANTIA"?

É aquela Constituição sintética, que segue o modelo clássico, assegurando as


liberdades individuais e organizando o Estado.

O QUE É UMA "CONSTITUIÇÃO-BALANÇO"?

É a Constituição que serve tão-somente para descrever a organização de um


determinado Estado em um determinado momento de sua história. Ela é revista
periodicamente para fazer "um balanço" daquele momento histórico, foi usada
em alguns países que adotaram o socialismo, no século XX.

A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 PODE SER CONSIDERADA UMA


CONSTITUIÇÃO SINTÉTICA?

Não, ela é analítica, até mesmo prolixa, pois traz diversos assuntos que não
são essenciais a uma Constituição.

A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 PODE SER CONSIDERADA UMA


CONSTITUIÇÃO RÍGIDA?

Sim, e se seguirmos a doutrina do Prof. Alexandre de Moraes, seria mais que


rígida, seria "super-rígida".

A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 PODE SER CONSIDERADA UMA


CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE?

im, pois ela possui diversas normas programáticas em seu corpo, traçando
metas para o governo alcançar e caminhos para as políticas públicas.
CITE PELO MENOS 5 CLASSIFICAÇÕES APLICÁVEIS À CONSTITUIÇÃO
BRASILEIRA DE 1988.

Acertou se disse 5 dentre essas: Promulgada; escrita; analítica; rígida (ou


super-rígida); formal; dogmática; dirigente; eclética; codificada.

QUAIS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS FORAM CONSIDERADAS


OUTORGADAS?

No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas.


Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969*
(dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares).

Por outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988


(dica: A primeira é um número ímpar, as demais são pares).

*Em verdade, a Constituição de 1969 não foi formalmente uma nova


Constituição, mas sim uma Emenda Constitucional à CF de 1967. Porém,
tratou-se de uma Emenda Constitucional - imposta pela junta militar - que
modificou tão vastamente a ordem jurídica vigente à época que é comum
considerarmos como uma Constituição.

QUAIS AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS QUE PODEM SER


CONSIDERADAS PROMULGADAS?

Novamente a dica... No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4


Outorgadas.
Foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988
(dica: A primeira é um número ímpar, as demais são pares).

Já as outorgadas foram as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969


(dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares).

CITE 3 CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1824.

As principais características da Constituição de 1824, chamada


de Constituição Mandioca, eram:
- Constituição outorgada;
- semirrígida;
- nominativa (não correspondia à realidade);
- Forma de Estado: Estado Unitário (dividido em províncias);
- Forma de Governo: Monarquia Constitucional;
- Previa direitos individuais sob influência do liberalismo clássico;
- O imperador possuia um "Poder Moderador", a par do Legislativo, Executivo
e Judiciário; (Era a "quadripatição" do Poder, idealizada por Benjamin
Constant)
- Sufrágio censitário (só votava quem tinha condição econômica) e eleições
indiretas;
- Câmara dos Deputados formada por representantes eleitos e temporários;
- Senado formado por membros vitalícios e nomeados pelo Imperador.
(Câmara + Senado = Assembleia Geral);
- Catolicismo como religião oficial.

É CORRETO DIZER QUE A FORMA FEDERATIVA DE ESTADO SÓ VEIO A


SER ADOTADA NO BRASIL EM 1934, JÁ QUE AS CONSTITUIÇÕES
ANTERIORES (1824 E 1891) PREVIAM O ESTADO COMO SENDO
UNITÁRIO?

Não. A CF de 1891 já começou a adotar a forma federativa de Estado.


Somente a CF de 1824 previa o estado como unitário.
Este é o motivo de dizermos que no Brasil temos uma federação por
segregação (e não por "agregação" como nos EUA), já que tínhamos
inicialmente um estado unitário que foi dividido em entidades autônomas.

CITE 3 CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1891.

Influência norte-americana (devido a Rui Barbosa);


- Constituição promulgada;
- Rígida;
- Forma de Estado: Federação (federalismo dualista, com uma rígida repartição
de competências entre a União e os Estados, que eram as antigas províncias);
- Forma de Governo: República;
- Regime: Representativo;
- Sistema de Governo: Presidencialismo.
- Eleições diretas;
- Os Estados foram dotados de “competências remanescentes”.
- Aboliu o Poder Moderador, adotando a tripartição dos poderes, inspirada em
Montesquieu.
- Previu o habeas corpus.
- nominativa (não correspondia à realidade).
- Fim do catolicismo como religião oficial, havendo uma liberdade de culto.
- Transformou o Rio de Janeiro, antigo município neutro, em Distrito Federal.
É CORRETO DIZER QUE A CONSTITUIÇÃO DE 1937 ROMPEU COM O
“BICAMERALISMO CLÁSSICO”, TRANSFORMANDO O SENADO EM MERO
ÓRGÃO DE COLABORAÇÃO DA CÂMARA?

Não! Isso foi feito pela Constituição de 1934.

QUAL FOI A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA A PREVER OS


DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS?

Os direitos sociais, econômicos e culturais (direitos de "2a Dimensão") - foram


previstos no Brasil a partir da Constituição de 1934.

A CONSTITUIÇÃO PODE BASICAMENTE SER DIVIDIDA EM QUANTAS


PARTES?

Em 2 partes:
1- Parte Permanente: Formada pelo Preâmbulo + Parte Dogmática (250
artigos);
2- Parte Transitória: ADCT (atos das disposições constitucionais transitórias).

Obs. É oportuno lembrar que o preâmbulo faz parte do Texto


Constitucional, mas não na "norma" Constituição Federal propriamente
dita, pois ele não possui valor normativo.
O STF já decidiu que o preâmbulo não pode ser considerado uma norma,
sendo incapaz de impôr regras, e que não é possível exigir sua
reprodução nas Constituições Estaduais.
Diferentemente são os ADCT, que possuem valor normativo, tão forte como
qualquer outra norma constitucional, inclusive na mesma posição hieráquica
perante à parte permanente. Sua única diferença é que são normas
"temporárias", que possuem um prazo definido para viger e depois expirar.

SEGUNDO JOSÉ AFONSO DA SILVA, QUAIS SERIAM OS ELEMENTOS


QUE COMPÕEM A CONSTITUIÇÃO?

Seriam os seguintes elementos:


1- Orgânicos;
2- Limitativos;
3- Sócio-ideológicos;
4- De Estabilização Constitucional;
5- Formais de aplicabilidade.
O QUE SERIAM ELEMENTOS ORGÂNICOS DA CONSTITUIÇÃO? CITE
EXEMPLOS.

Seriam as normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.


Organizam a estruturação do Estado.
Dica: Daí o nome "orgânico", ou seja, que "organiza", estabelece os "órgãos",
"setores" e etc.
Exemplos:
Título III – Da Organização do Estado; Título IV – Da organização dos poderes
e do Sistema de Governo; Forças Armadas; Segurança pública; Tributação,
Orçamento.

O QUE SERIAM ELEMENTOS LIMITATIVOS DA CONSTITUIÇÃO? CITE


EXEMPLOS.

São os que limitam a atuação do poder do Estado.


Exemplo: Os direitos e garantias fundamentais (exceto os direitos sociais =
eles são sócio-ideológicos).

O QUE SERIAM ELEMENTOS SOCIO-IDEOLÓGICOS DA CONSTITUIÇÃO?


CITE EXEMPLOS.

São aqueles que tratam do compromisso entre o Estado individualista (que


protege a autonomia das vontades) com o Estado Social, onde as pessoas
fazem parte de uma coletividade a ser respeitada como um todo.
Ou seja, tentam harmonizar a livre iniciativa e as liberdades individuais com as
regras para uma vida em sociedade.
Exemplo: Direitos Sociais, Título VII – Da ordem econômica e financeira; Título
VIII – Da Ordem Social;

O QUE SERIAM ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL?


CITE EXEMPLOS.

São os elementos que tratam da solução de conflitos


constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições
democráticas.
Exemplo: as normas como o Controle de Constitucionalidade, os
procedimentos de reforma do texto constitucional (emendas constitucionais), o
estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal.

O QUE SERIAM ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE DA


CONSTITUIÇÃO? CITE EXEMPLO
São as regras que direcionam a forma de aplicação do conteúdo constitucional.
Exemplos: Os ADCT, o preâmbulo e normas como o art. 5º, §1º - “As normas
definidoras dos Direitos e Garantias Fundamentais têm aplicação imediata”.
PODEMOS DIZER QUE AS NORMAS ORIGINÁRIAS DA CONSTITUIÇÃO
POSSUEM SUPERIORIDADE HIERÁRQUICA EM RELAÇÃO ÀQUELAS QUE
FORAM INTRODUZIDAS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS?

Não, o Brasil adota o conceito de Constituição formal, todas as normas estão


em um mesmo patamar jurídico, independentemente se são originárias ou
derivadas, se tratam de um assunto "X" ou "Y", se são da parte permanente ou
dos ADCT.
Se está na Constituição terá uma mesma hierarquia e será capaz de se
sobrepor sobre as demais normas infraconstitucionais.

PODEMOS DIZER QUE AS NORMAS PERMANENTES DA CONSTITUIÇÃO


POSSUEM SUPERIORIDADE HIERÁRQUICA EM RELAÇÃO ÀQUELAS QUE
ESTÃO NOS ADCT?

Não há qualquer supremacia entre normas constitucionais, sejam elas da parte


permanente, dos ADCT, originárias ou derivadas.

QUAL A DIFERENÇA BÁSICA ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS?

As regras são mais concretas, são normas que definem um procedimento,


condutas. São usadas para dar segurança jurídica ao ordenamento.
Princípios são mais abstratos, não são definidores de condutas, são os
chamados "mandados de otimização", ou seja, eles devem ser utilizados para
se alcançar o grau ótimo de concretização da norma, são usados para dotar o
ordenamento de equidade.

EXISTEM PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS?

Sim. Os princípios constitucionais podem estar expressos na Constituição


(princípio da igualdade, princípio da uniformidade geográfica, princípio da
anterioridade tributária...) ou podem estar implícitos no texto constitucional
como princípio da razoabilidade, princípio da proporcionalidade e etc.

O QUE SÃO PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS?

São aqueles presentes no art. 34, VII da Constituição Federal, que, se não
respeitados, poderão ensejar a intervenção federal.
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS?

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;


b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Estes são os princípios presentes no art. 34, VII da Constituição Federal, os
quais, se forem descumpridos, poderão ensejar uma intervenção federal.

O QUE SÃO PRINCÍPIOS FEDERAIS EXTENSÍVEIS (OU COMUNS)?

São aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria


federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do
processo legislativo, dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE NORMAS DE REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA E


NORMAS DE IMITAÇÃO?

Normas de Reprodução Obrigatória são aquelas normas da Constituição da


República que são de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais.
Já as Normas de Imitação são aquelas normas que podem, facultativamente,
estar presentes na Constituição Estadual.

O QUE SÃO PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESTABELECIDOS?

São aqueles que estão expressamente ou implicitamente no texto da


Constituição Federal limitandoo poder constituinte do Estado-membro.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS MATERIAIS E


FORMAIS?

Normas materiais são aquelas que tratam de assuntos essenciais a uma


Constituição como organização do Estado e limitação dos seus poderes face
ao povo. Já as normas fomais são todas aquelas que estão dispostas em um
status constitucional, independentemente do conteúdo tratado.

EXISTE NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA NORMAS QUE SÃO


EXCLUSIVAMENTE MATERIAIS?
Não, todas as normas da Constituição são formais. Assim, embora existam
normas materiais em nossa Constituição, todas as normas são também
formais. Existem então duas categorias de normas: Normas formalmente e
materialmente constitucionais; Normas apenas formalmente constitucionais.

EXISTE ALGUMA NORMA CONSTITUCIONAL SEM EFICÁCIA JURÍDICA?

Não. Toda norma constitucional possui eficácia jurídica, pois, ainda que ela não
consiga ser aplicada de imediato, tem a chamada "eficácia negativa" capaz de
tornar inconstitucional normas inferiores que disponham de forma contrária a
ela.
A exceção se faz ao preâmbulo, que não tem força jurídica e sequer pode ser
considerado uma norma, não sendo possível desta forma obrigar que os
Estados o reproduzam em suas Constituições Estaduais.

SEGUNDO JOSÉ AFONSO DA SILVA, QUAIS SÃO AS 3 CLASSIFICAÇÕES


QUE UMA NORMA CONSTITUCIONAL PODE RECEBER QUANTO À SUA
EFICÁCIA?

Eficácia Plena
Eficácia Contida
Eficácia Limitada

EM QUE SE DIFERENCIAM AS NORMAS DE EFICÁCIA PLENA E CONTIDA?

Ambas têm aplicação imediata, independentemente da feitura de uma lei para


mediar os seus efeitos, porém, a contida poderá ser restringida futuramente por
leis infraconstitucionais, a plena não.
Ex de norma de ef. plena: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou
permanecer associado (CF, art. 5º, XX).
Ex de norma de ef. contida: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendida às qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, art.
5º, XIII). Ou seja, As pessoas podem exercer de forma plena qualquer trabalho,
ofício ou profissão, salvo se vier uma norma estabelecendo certos requisitos
para conter essa plena liberdade.

PODEMOS DIZER QUE AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA POSSUEM


APLICABILIDADE IMEDIATA?

Não, elas possuem aplicabilidade "mediata", ou seja, sua aplicação só ocorre


após a edição de uma norma infraconstitucional que possa mediar os seus
efeitos.
AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA, SEGUNDO O PROF. JOSÉ AFONSO
DA SILVA, POSSUEM DUAS SUBCLASSIFICAÇÕES, QUAIS SÃO ELAS?

- Normas de princípio programático;


- Normas de princípio institutivo.

EM QUE SE DIFEREM AS NORMAS DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO E AS


DEFINIDORAS DE PRINCÍPIO INSTITUTIVO?

a) Normas de princípio programático são as que direcionam a atuação do


Estado e os trilhos das políticas públicas.
b) Normas de princípio institutivo são as normas que trazem apenas um
direcionamento geral, e ordenam que o legislador a organize ou institua órgãos,
instituições ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos.

SEGUNDO MARIA HELENA DINIZ, QUAIS SÃO AS 4 CLASSIFICAÇÕES


QUE UMA NORMA CONSTITUCIONAL PODE RECEBER QUANTO À SUA
EFICÁCIA?

Eficácia absoluta ou supereficazes;


Eficácia plena;
Eficácia relativa restringível;
Eficácia relativa complementável.

O QUE SERIAM NORMAS DE EFICÁCIA ABSOLUTA OU SUPEREFICAZES?

É o nome dado pela prof. Maria Helena Diniz às cláusulas pétreas presentes na
CF, art. 60 §4º.

O QUE SERIAM NORMAS DE EFICÁCIA RELATIVA RESTRINGÍVEL?

É o nome dado pela prof. Maria Helena Diniz às normas que José Afonso da
Silva chama de "eficácia contida".
Ou seja, são as normas constitucionais que poderão vir a ser restringidas
futuramente por leis infraconstitucionais.
Ex: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida às
qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, art. 5º, XIII). Ou seja, as
pessoas podem exercer de forma plena qualquer trabalho, ofício ou profissão,
salvo se vier uma norma estabelecendo certos requisitos para conter essa
plena liberdade.
O QUE SERIAM NORMAS DE EFICÁCIA RELATIVA COMPLEMENTÁVEL?

É o nome dado pela prof. Maria Helena Diniz às normas que José Afonso da
Silva chama de "eficácia limitada".

AS NORMAS DEFINIDORAS DOS DIREITOS E GARANTIAS


FUNDAMENTAIS DEVEM OBRIGATORIAMENTE POSSUIR EFICÁCIA
PLENA?

Não, a Constituição, art. 5º, § 1º, diz que as normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais têm aplicação imediata. Isso não quer dizer que sejam
todas de eficácia plena, até porque as normas de eficácia contida também têm
aplicação imediata. Mas na verdade, a intenção do legislador constitucional foi
fazer um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam
frustrados os anseios da sociedade.

O QUE SE ENTENDE POR NORMAS DE EFICÁCIA EXAURIDA?

São aquelas normas presentes nos ADCT (atos transitórios) que já perderam o
seu poder de produzir novos efeitos jurídicos, pois foram criados para viger por
um prazo específico. Elas possuem "aplicabilidade esgotada".

ESTÁ CERTO DIZER QUE A NORMA DO ART. 5°, XII DA CONSTITUIÇÃO:


"É INVIOLÁVEL O SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DAS
COMUNICAÇÕES TELEGRÁFICAS, DE DADOS E DAS COMUNICAÇÕES
TELEFÔNICAS, SALVO, NO ÚLTIMO CASO, POR ORDEM JUDICIAL, NAS
HIPÓTESES E NA FORMA QUE A LEI ESTABELECER PARA FINS DE
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL OU INSTRUÇÃO PROCESSUAL PENAL", PODE
SER CLASSIFICADA COMO NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA?

Sim, trata-se de uma norma de eficácia contida, pois ela é aplicável desde
logo, protegendo o sigilo de comunicação, mas essa proteção pode sofrer
limitações posteriores em virtude de lei.

A NORMA QUE DIZ "O ESTADO PROMOVERÁ E INCENTIVARÁ O


DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO, A PESQUISA E A CAPACITAÇÃO
TECNOLÓGICAS", PODE SER CONSIDERADA UMA NORMA DE EFICÁCIA
LIMITADA DEFINIDORA DE UM PRINCÍPIO INSTITUTIVO?

Não, embora seja uma norma de eficácia limitada, ela estabelece um programa
para o governo, é uma norma programática e não de princípio institutivo.
AS NORMAS QUE DEFINEM OS DIREITOS SOCIAIS NO ART. 6º: "SÃO
DIREITOS SOCIAIS A EDUCAÇÃO, A SAÚDE..." SÃO CONSIDERADAS
NORMAS PROGRAMÁTICAS?

Sim, é o exemplo clássico de normas programáticas, pois a sua simples


previsão na Constituição não gera efeitos imediatos, mas direciona que o
Estado adote ações que visem a concretização dos direitos ali previstos.

A NORMA QUE DIZ "SÃO PODERES DA UNIÃO, INDEPENDENTES E


HARMÔNICOS ENTRE SI, O LEGISLATIVO, O EXECUTIVO E O
JUDICIÁRIO" PODE SER CLASSIFICADA COMO UMA NORMA DE EFICÁCIA
ABSOLUTA?

Sim, pois traz uma cláusula pétrea. E a expressão "norma de eficácia


absoluta" é a forma pela qual a prof. Maria Helena Diniz classifica tais espécies
de normas, que não podem ser subtraídas por emendas constitucionais.

PODEMOS CLASSIFICAR COMO NORMA DE EFICÁCIA PLENA O


DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE ASSEGURA A LIBERDADE DE
EXERCÍCIO DE QUALQUER TRABALHO, OFÍCIO OU PROFISSÃO,
ATENDIDAS AS QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS ESTABELECIDAS EM
LEI?

Não. Trata-se de norma de eficácia contida, já que, tão logo a Constituição


entrou em vigor, já foi assegurada tal liberdade podendo, no entanto, uma
norma infraconstitucional superveniente conter o alcance desta garantia.

A NORMA QUE DIZ "A LEI DISPORÁ SOBRE A CONSTITUIÇÃO,


INVESTIDURA, JURISDIÇÃO, COMPETÊNCIA, GARANTIAS E CONDIÇÕES
DE EXERCÍCIO DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO" PODE SER
CLASSIFICADA COMO UMA NORMA DE PRINCÍPIO INSTITUTIVO?

Sim, as normas de princípio institutivo trazem expressões como "na forma da


lei", "nos termos da lei", "a lei estabelecerá"... São as normas que trazem
apenas um direcionamento geral e ordenam o legislador a organizar ou instituir
órgãos, instituições ou regulamentos.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL E


INTEGRAÇÃO CONSTITUCIONAL?

Interpretação constitucional é o processo de se descobrir o verdadeiro teor da


norma constitucional. Interpreta-se aquilo que está escrito para se buscar a
verdadeira forma de se aplicar a norma.
Integração constitucional ocorre para "preencher lacunas
normativas" deixadas pela norma. Esse preenchimento ocorre utilizando-se das
leis infraconstitucionais (basicamente as leis ordinárias e leis complementares),
que devem ser elaboradas nos limites e nos termos traçados pelo texto
constitucional.

É CORRETO DIZER QUE SOMENTE OS TRIBUNAIS PODEM


INTERPRETAR A CONSTITUIÇÃO, NÃO PODENDO O JUIZ SINGULAR
PROMOVÊ-LA?

Não! Qualquer juiz pode interpretar a Constituição.

É CORRETO DIZERMOS QUE SOMENTE O PODER JUDICIÁRIO PODE


INTERPRETAR A CONSTITUIÇÃO?

Em regra, é o Poder Judiciário que interpreta a Constituição. Mas não é uma


atividade exclusiva do Judiciário.Temos por exemplo a chamada "interpretação
autêntica" que é proferida normalmente pelo Poder Legislativo, editando as
chamadas "leis interpretativas".

PARA SE INTERPRETAR A CONSTITUIÇÃO, O INTÉRPRETE DEVE-SE


VALER DE PRINCÍPIOS E MÉTODOS INTERPRETATIVOS. SOBRE ESTES
PRINCÍPIOS E MÉTODOS, PERGUNTA-SE:

1- QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS PRINCÍPIOS E OS MÉTODOS


DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL?

 - Os princípios são aqueles direcionamentos iniciais, pontos de partida.


São pressupostos, que devem ser observados para posteriormente usar
os métodos. Os métodos, por sua vez, são a forma como se irá
promover a interpretação.

2- OS PRINCÍPIOS SÃO EXCLUDENTES ENTRE SI OU DEVEM


SER USADOS EM CONJUNTO? E OS MÉTODOS?

Um princípio não exclui o outro, os princípios devem ser observados em


conjunto. Os métodos também podem , quando possível, ser empregados
conjuntamente.

3- CITE 2 PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL?

 3- São princípios de interpretação:


 a) Princípio da unidade da Constituição:
 b) Princípio da concordância prática ou da harmonização.
 c) Princípio da correição funcional (ou conformidade funcional).
 d) Princípio da eficácia integradora.
 e) Princípio da força normativa da Constituição.
 f) Princípio da máxima efetividade.
 g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da
presunção de constitucionalidade das leis.
 h) Razoabilidade.
 i) Proporcionalidade.

4-CITE 2 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO


CONSTITUCIONAL?

São métodos de interpretação:


 a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico);
 b) Método tópico-problemático;
 c) Método hermenêutico-concretizador;
 d) Método científico-espiritual;
 e) Método normativo-estruturante.

QUAL O PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL QUE DIZ


QUE AS NORMAS CONSTITUCIONAIS FORMAM UM CORPO ÚNICO,
INDIVISÍVEL PARA FINS DE INTERPRETAÇÃO?

Princípio da Unidade da Constituição.

PODEM EXISTIR CONTRADIÇÕES ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS?

Não, embora haja "aparentes contradições" as normas constitucionais não


podem ser contraditórias. Cabe ao intérprete, pelo princípio da Unidade da
Constituição, dissipar quaisquer contradições ou antinomias aparentes,
aplicando tais normas em conjunto.

EXISTEM NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS


INCONSTITUCIONAIS?

As normas constitucionais originárias (fruto do Poder Constituinte Originário)


nunca serão inconstitucionais, pois o PCO é ilimitado. Tal fato é uma das
decorrências do Princípio da Unidade da Constituição.
O princípio da "Unidade da Constituição", então, deve ser entendido
observando 4 facetas diferentes:
1- A Constituição é um corpo único;
2- Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. Pode
haver apenas uma "aparência" de contradição.
3- Não há hierarquia entre as normas constitucionais;
4- Não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais.
O jurista Otto Bachof desenvolveu a teoria de que existiriam normas
constitucionais orginárias inconstitucionais, mas ela não é admitida no Brasil

O QUE SE ENTENDE PELO PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA?

O princípio da concordância prática, que para alguns autores também deriva do


princípio mãe "Unidade da Constituição" também é conhecido como princípio
da harmonização. Ele diz que o intérprete, ao tomar conhecimento de
"aparentes contradições" entre princípios (na verdade, diz-se "colisão de
princípios"), deverá harmonizá-los, de forma que decida qual deles irá
prevalecer diante do caso concreto.
Este princípio é frequentemente usado ao se ponderar direitos fundamentais
em um caso concreto. O intérprete decide qual direito fundamental prevalece
naquele caso (ex. Liberdade de expressão x Intimidade/privacidade).
Vale ressaltar, que nestes casos há somente um "prevalecimento", não há uma
negação do direito que foi "derrotado", já que deve-se respeitar um conteúdo
mínimo, conhecido como "núcleo essencial dos direitos fundamentais", desta
forma, os dois direitos podem acabar sendo, de alguma forma, aplicados, só
que em graus diferentes.

QUAL A FINALIDADE DO INTÉRPRETE OBSERVAR O PRINCÍPIO DA


CORREIÇÃO FUNCIONAL (OU CONFORMIDADE FUNCIONAL)?

O princípio da correição funcional ou conformidade funcional deve ser


observado de forma a impedir que o intérprete chegue a um resultado que
perturbe a repartição de competências que a Constituição estabeleceu em sua
estrutura.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O PRINCÍPIO DA EFICÁCIA INTEGRADORA E


A INTEGRAÇÃO CONSTITUCIONAL?

Princípio da eficácia integradora é um princípio de "interpretação"


constitucional. Ou seja, é um princípio usado no processo de se descobrir o
verdadeiro teor da norma constitucional. Tal princípio direciona o intérprete a
buscar a interpretação mais favorável a uma integração política, social ou que
reforce a unidade política do Estado.
Integração constitucional ocorre para "preencher lacunas normativas" deixadas
pela norma, não tem nada a ver com interpretação constitucional, e não deve
nunca ser confundida com o princípio da eficácia integradora (ou efeito
integrador).

EXISTE UM PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO, IDEALIZADO POR KONRAD


HESSE, SEGUNDO O QUAL, O INTÉRPRETE DEVE ADOTAR A
INTERPRETAÇÃO QUE GARANTA MAIOR EFICÁCIA E PERMANÊNCIA DAS
NORMAS CONSTITUCIONAIS, OU SEJA, O INTÉRPRETE DEVE GARANTIR
QUE NÃO SERÁ IGNORADA A FORÇA IMPOSITIVA DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS.

QUE PRINCÍPIO É ESSE?

É o princípio da força normativa da Constituição.

"NOTADAMENTE DIANTE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, O


INTÉRPRETE DEVE ADOTAR UMA POSIÇÃO QUE FAVOREÇA O
FORTALECIMENTO E A EFETIVIDADE DESTAS NORMAS".

QUE PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO É ESTE?

É o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais, que alguns


doutinadores chamam de máxima efetividade dos Direitos Fundamentais,
embora não seja restrito a eles.
A doutrina ainda aponta este princípio como sendo derivado da "força
normativa da Constituição".

"POR ESTE PRINCÍPIO, O INTÉRPRETE DEVE PRESUMIR QUE A LEI É


CONSTITUCIONAL E QUANDO RESTAR DÚVIDA EM RELAÇÃO AO
SIGNIFICADO DA NORMA, ESCOLHERÁ AQUELE SIGNIFICADO QUE A
TORNARÁ CONSTITUCIONAL, DECLARANDO-SE INCONSTITUCIONAL
QUE SE TOME INTERPRETAÇÃO DIVERSA".

QUE PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO PODE SER DEFINIDO DESTA


MANEIRA?

O Princípio da interpretação conforme a Constituição.


Trata-se de um princípio usado tanto para interpretação constitucional quanto
no controle de constitucionalidade. Por este princípio, o intérprete deve
presumir que a lei é constitucional e quando restar dúvida em relação ao
significado da norma, escolherá aquele que a tornará constitucional,
declarando-se inconstitucional que se tome interpretação diversa. Assim, este
princípio traz as seguintes decorrências:
- Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser atribuída uma
interpretação constitucional (princípio da conservação das normas);
- A constituição sempre deve prevalecer - Sempre se interpretam as leis
conforme a Constituição, nunca se interpreta a Constituição conforme as
leis (Princípio da prevalência da Constituição);
-Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações diversas, não
pode ser aplicável a normas que contenham sentido unívoco, já que o
intérprete deve analisar a finalidade do legislador, não podendo dar à lei uma
interpretação que subverta o seu sentido (Princípio da vedação da
interpretação conforme a Constituição mas contra legem).

O PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO PODE


SER USADO QUANDO A NORMA APRESENTA SENTIDO UNÍVOCO?

Não. Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações diversas,


pois o intérprete deverá escolher qual a interpretação tomar, dentre as
possíveis formas de interpretação.

PODEMOS INTERPRETAR A CONSTITUIÇÃO CONFORME O


ESTABELECIDO NAS LEIS DO ESTADO?

Não. Sempre se interpretam as leis conforme a Constituição, nunca se


interpreta a Constituição conforme as leis.
PODEMOS DECLARAR INCONSTITUCIONAL UMA NORMA PARA A QUAL
POSSA SER ATRIBUÍDA UMA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL?

Não. Trata-se do princípio da conservação das normas, decorrência do


Princípio da interpretação conforme a Constituição e da presunção de
constitucionalidade das leis. Caso uma lei possa ser interpretada de uma forma
constitucional, esta interpretação deverá ser adotada, impedindo que se
fulmine a norma por inconstitucionalidade.

OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE ESTÃO


EXPRESSOS NO TEXTO CONSTITUCIONAL?

Não. Tais princípios não foram positivados expressamente na Constituição,


mas costuma-se elencá-los como implícitos no art. 5º LIV que dispõe sobre o
“devido processo legal”.

QUAIS SÃO OS 3 SUB-PRINCÍPIOS DO PRINCÍPIO DA


PROPORCIONALIDADE?

Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser uma medida
adequada para se conseguir a finalidade esperada.
Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, se não existe
outra solução menos gravosa.
Proporcionalidade em sentido estrito – seria a efetiva ponderação entre os
benefícios e malefícios que serão causados com o ato.

QUAL A PREMISSA BÁSICA DO MÉTODO JURÍDICO (OU MÉTODO


HERMENÊUTICO CLÁSSICO) PROPOSTO POR ERNEST FORSTHOFF?
A Constituição é uma lei, assim ela deve ser interpretada da forma como se
interpretam as leis.

O MÉTODO JURÍDICO CLÁSSICO, QUE PARTE DA PREMISSA QUE A


CONSTITUIÇÃO É UMA LEI, DEVENDO ENTÃO SER INTERPRETADA
COMO ESTA, PROPÕE O USO BASICAMENTE DE 5 TÉCNICAS
INTERPRETATIVAS:

1- INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA.

2- INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA.

3- INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL OU LITERAL.

4- INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA.

5- INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA.

EM BREVES PALAVRAS, COMO PODEMOS DEFINIR CADA UMA DELAS?

1. Interpretação autêntica – Ocorre quando o próprio órgão que editou a


norma edita uma outra norma, com o fim de esclarecer pontos duvidosos e
que, sendo meramente interpretativa, poderá ter eficácia retroativa já que não
cria nem extingue direitos;
2. Interpretação teleológica – Interpreta-se a norma tentando buscar
a finalidade para qual foi criada;
3. Interpretação gramatical ou literal – Usa-se o a literalidade da lei;
4. Interpretação histórica – Busca-se os precedentes históricos para tentar
alcançar a interpretação a ser dada à norma;
5. Interpretação sistemática – Tenta-se harmonizar as normas dando uma
unidade ao ordenamento jurídico.

QUAL A PRINCIPAL CRÍTICA AO USO DO MÉTODO HERMENÊUTICO


CLÁSSICO?

A maior crítica a este método é que Savigny ao estabelecer a sua teoria,


estava pensando no Direito Privado. A Constituição é dotada de uma
complexidade de normas que torna o tal método insuficiente.

QUAL DOS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL PARTE DA


PRÉ-COMPREENSÃO DA NORMA ABSTRATA E TENTA CONCRETIZÁ-LA?

Método hermenêutico-concretizador.
QUAL DOS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL PARTE
DO PROBLEMA PARA UM POSTERIOR DEBATE DAS NORMAS?

Método tópico-problemático.

SE DISSERMOS "NESSE MÉTODO HÁ UMA PRIMAZIA DO PROBLEMA


SOBRE O NORMA”, A QUAL MÉTODO ESTAMOS NOS REFERINDO:
TÓPICO-PROBLEMÁTICO OU HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR?

Ao método tópico-problemático. No método hermenêutico-concretizador é o


contrário temos a “primazia da norma sobre o problema”.

QUAL DAS CORRENTES INTERPRETATIVISTAS DEFENDEM UMA MAIOR


AUTONOMIA DO JUIZ AO SE INTERPRETAR A NORMA, PREVENDO UMA
POSSIBILIDADE DE QUE OS JUÍZES APLIQUEM “VALORES E PRINCÍPIOS
SUBSTANTIVOS”: OS INTERPRETATIVISTAS OU OS NÃO-
INTERPRETATIVISTAS?

Os não-interpretativistas. A corrente interpretativista considera que os juízes


devem se limitar a captar o sentido dos preceitos expressos na Constituição ou
que, pelo menos, estejam claramente implícitos. Ou seja, embora o nome
possa induzir o contrário, nesta corrente a atividade do juiz é bem restrita,
limitada.

EM BREVES PALAVRAS, DESCREVA OS MÉTODOS: CIENTÍFICO-


ESPIRITUAL E NORMATIVO-ESTRUTURANTE.

Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, integrando o texto


constitucional com a realidade a qual a sociedade está vivendo.
Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado analisar a sua
função como estruturadora do Estado. Assim, o intérprete deve observar em
suas mãos dois elementos:
1- A norma constitucional, em si.
2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em todos os
níveis. Ou seja, como a norma está sendo aplicada na sociedade, como está
ocorrendo a atividade jurisdicional e administrativa em cima do texto, e etc.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONTROLE DE COMPATIBILIDADE E


CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE?

Controle de compatibilidade é o nome genérico que se dá ao ato de se verificar


se uma norma é compatível ou não com algum diploma superior a ela, o qual a
norma controlada deve respeitar.
O controle de compatibilidade ocorre principalmente de 3 formas:
1- Controle da Constitucionalidade - verifica a compatibilidade entre uma
norma e a Constituição.
2- Controle de Legalidade - verifica se normas infralegais (decretos, portarias
e etc.) são compatíveis com as leis das quais decorrem.
3- Juízo de recepção - ocorre para verificar se uma norma anterior à
Constituição vigente possui compatibilidade material (somente o conteúdo) com
a nova Constituição.
Esquema:

É POSSÍVEL HAVER CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PERANTE A


CONSTITUIÇÃO DE 1988 DE UMA DETERMINADA LEI QUE FOI CRIADA NA
VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO DE 1967?

Não. Neste caso haverá apenas um juízo de recepção, onde verificará se a


norma está compatível ou revogada.
Não podemos dizer que haverá controle de “constitucionalidade” pois este tipo
de controle só é possível quando estamos verificando a compatibilidade de
uma norma diante da Constituição vigente na época de sua criação.
Ou seja, se esta lei, criada na vigência da CF de 1967 fosse impugnada
perante à própria CF de 67, poderia haver o controle, mas perante a CF de
1988 não, pois a inconstitucionalidade é “congênita”(é averiguada no seu
nascimento) e nunca “superveniente” (nunca acontece ao longo da vigência da
lei, sem que tenha nascido inconstitucional).
Assim, se imaginarmos uma norma criada sob a vigência da CF de 1967,
perfeitamente compatível com a sua Constituição. Se, com o advento de uma
nova Constituição, essa norma não for mais válida em seu conteúdo, ela
simplesmente será tida por REVOGADA, nunca como inconstitucional, pois
para ser inconstitucional, ela já tem que nascer inconstitucional.
É CORRETO DIZER QUE SOMENTE QUANDO TIVERMOS RIGIDEZ
CONSTITUCIONAL É QUE PODEREMOS TER “CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE”?

Sim. Somente em constituições formais e rígidas (e na parte rígida das


semirrígidas) é que podemos verificar o fenômeno da "supremacia da
constituição" e assim ser possível fazer um controle de Constitucionalidade.
Em constituições materiais e flexíveis, basta uma norma tratar de matérias que
são reservadas à Constituição para que ela seja considerada constitucional,
revogando a norma constitucional anterior que versava sobre tal matéria.
Assim, não há também o que se falar em controle de constitucionalidade em
constituições flexíveis, pois não há uma imposição formal de observância da
Constituição perante o resto do ordenamento.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL?

Inconstitucionalidade formal – A lei adquiriu um vício no seu processo de


formação. Ou seja, quem tomou a iniciativa não era competente para tal, ou o
modo de votação não foi de acordo com o previsto, ou qualquer outro vício no
processo.
Inconstitucionalidade material – Embora tenha se observado todo o
processo legislativo de forma correta, o conteúdo veiculado pela norma é
incompatível com certos ditames constitucionais.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE INCONSTITUCIONALIDADE NOMODINÂMICA


E INCONSTITUCIONALIDADE NOMOESTÁTICA?

A inconstitucionalidade formal, também recebe o nome de "nomodinâmica",


pois fornece idéia de dinamismo (movimento) pelo fato do vício ocorrer durante
o processo de formação da norma. Já a Inconstitucionalidade material é
chamada de "nomoestática", pois nos remete a idéia de algo que está
"parado", a ofensa ocorre em face do conteúdo, independente do processo de
formação.

QUANTO AO ÓRGÃO CONTROLADOR, O CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE PODE SER POLÍTICO, JURISDICIONAL OU
MISTO. QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?

Segundo a doutrina, o controle de constitucionalidade pode ser:


Político - quando exercido por órgãos que não pertencem ao Judiciário.
Existem alguns países da Europa que possuem um tribunal constitucional
desvinculado dos demais poderes do Estado. A existência deste tribunal
constitucional tem o objetivo quase exclusivo de proteger a Constituição,
controlando a constitucionalidade dos atos.
Jurisdicional - quando exercido por órgãos pertencentes ao Judiciário;
Misto - quando existe uma reserva - algumas espécies de normas são
controladas exclusivamente pelo controle político e outras normas sofrem
controle por parte do judiciário.

QUANTO AO ÓRGÃO CONTROLADOR, QUAL O TIPO DE CONTROLE


ADOTADO NO BRASIL?

Costuma-se dizer que o Brasil adota o controle jurisdicional, pois, ainda que o
Legislativo e o Executivo possam também realizar o controle de
constitucionalidade todas as normas estão sujeitas a um controle por parte do
judiciário. Não há reservas feitas ao outros poderes.

O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PODE SER PREVENTIVO OU


REPRESSIVO.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESSAS DUAS FORMAS?


O controle da constitucionalidade pode ocorrer em 2 momentos distintos: antes
ou depois da promulgação da lei (ou emenda constitucional). Assim temos:
Controle Preventivo – Controle sobre o projeto de lei.
Controle Repressivo – Controle sobre a lei já promulgada.

QUAIS OS PODERES DO ESTADO (LEGISLATIVO, EXECUTIVO E


JUDICIÁRIO) QUE PODEM REALIZAR O CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO?

Todos os Poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário)


podem realizar controle preventivo.

COMO SE DÁ O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO


NO PODER LEGISLATIVO?

Também chamado de 1º controle, ele ocorre assim que um projeto de lei é


proposto, sendo exercido pelas chamadas “CCJ” – Comissão de Constituição e
Justiça. Se a CCJ entender que o projeto viola preceitos da Constituição,
arquivará o projeto.

COMO SE DÁ O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO


NO PODER JUDICIÁRIO?

O controle preventivo no Judiciário é o 2º controle, que ocorre se um projeto de


lei “sobrevive” à CCJ. Tal controle se dá quando durante o seu trâmite no
Congresso Nacional, algum parlamentar (e somente o parlamentar), que
entenda que o projeto seja inconstitucional, impetra um mandado de segurança
no STF, pois os parlamentares tem o direito líquido e certo de participar de um
processo legislativo que seja juridicamente correto. Se este direito for violado,
deliberando-se sobre um projeto que entenda inconstitucional ou de forma
contrária ao processo legislativo previsto, poderá acionar o judiciário por tal
ação.

COMO SE DÁ O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO


NO PODER EXECUTIVO?

Ocorre com o uso do “veto JURÍDICO” do presidente da República.


O presidente possui o poder de 2 tipos de veto:
Veto Político - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou
em parte, contrário ao interesse público.
Veto Jurídico -Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou
em parte, inconstitucional. (esse é o usado para controle de
constitucionalidade)
O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REPRESSIVO É O QUE SE
FAZ SOBRE A LEI JÁ PROMULGADA, AINDA QUE PENDENTE DE
PUBLICAÇÃO, DESDE QUE ESTA VENHA A OCORRER ANTES DO
JULGAMENTO (SEGUNDO O STF).

ESTE CONTROLE PODE SER FEITO POR QUAIS PODERES DO ESTADO?

Assim como o preventivo, o controle repressivo também poderá ser feito por
cada um dos 3 poderes.

COMO SE DÁ O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REPRESSIVO


NO PODER EXECUTIVO?

Esse controle na verdade é decorrente de uma jurisprudência do STF (RTJ


151/331).
Segundo esta jurisprudência, admite-se que o chefe do executivo (Presidente,
Governador ou Prefeito) – e somente o chefe do Executivo, nenhuma outra
autoridade - se recuse, por ato administrativo expresso e formal, a dar
cumprimento a uma lei ou outro ato normativo que entenda ser flagrantemente
inconstitucional, até que a questão seja apreciada pelo Poder Judiciário.

COMO SE DÁ O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REPRESSIVO


NO PODER LEGISLATIVO?

O controle repressivo no Legislativo pode ocorrer basicamente em duas


hipóteses.
1- A primeira hipótese é a definida no art. 49, V da Constituição:
“Compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa”.
Ou seja, quando um decreto regulamentar ou uma lei delegada, editados pelo
Executivo, ultrapassem os limites dentro dos quais deveriam agir. Importante
salientarmos que, embora a doutrina considere a extrapolação dos decretos um
caso de controle de constitucionalidade, segundo o STF (RE 349307 AgR/ PR -
PARANÁ), se o regulamento extrapolou os limites da lei não seria caso de
inconstitucionalidade, mas mera ilegalidade.

2- A segunda hipótese de controle de constitucionalidade repressivo por parte


do Legislativo ocorre quando o Congresso, através de uma comissão mista,
aprecia se a medida provisória observou os seus pressupostos constitucionais
de relevância e urgência.

O QUE É O PRINCÍPIO DA “RESERVA DE PLENÁRIO”?

Trata-se do dispositivo expresso no art. 97 da Constituição que diz:


"Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (pleno) ou dos
membros do respectivo órgão especial (OE) poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público".
Vamos explicar:
Órgão especial é o órgão principal de um Tribunal, que pode ser formado
quando este alcança um número superior a 25 julgadores, absorvendo as
funções principais que ficavam com o pleno do Tribunal. A previsão deste
órgão está no no art. 93, XI da Constituição. Vejamos:
"Nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído
órgão especial (OE), com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade
e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno" .
Assim, os chamados "órgãos fracionários" de um tribunal (turma, câmara, etc.)
não têm, em princípio, competência para declarar inconstitucionalidade de
normas, somente possuem esta competência o pleno do tribunal ou, caso
exista, o órgão especial.

PELO PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO (EXPRESSO NO ART. 97 DA


CONSTITUIÇÃO), SOMENTE O PLENO DE UM TRIBUNAL OU SEU ÓRGÃO
ESPECIAL PODERÁ DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU
ATO NORMATIVO DO PODER PÚBLICO.

É CORRETO, ENTÃO, QUE SE DIGA QUE OS ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS


DEVERÃO SEMPRE ENVIAR OS FEITOS ONDE HÁ DISCUSSÃO SOBRE A
INCONSTITUCIONALIDADE AO PLENO OU ÓRGÃO ESPECIAL PARA
DECISÃO?

Não, dispensa-se o envio do feito ao pleno ou OE em dois casos:


1- Se já existir decisão sobre o tema proferida anteriormente pelo seu OE ou
pleno;
2- Se já existir decisão sobre o tema proferida anteriormente pelo STF.

EMBORA OS ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS DE UM TRIBUNAL NÃO POSSAM


DECLARAR DIRETAMENTE A INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS OU
ATOS NORMATIVOS, É CORRETO DIZERMOS QUE PODERÃO ELES
AFASTAR A INCIDÊNCIA DO ATO NORMATIVO SOBRE A CAUSA
JULGADA, NÃO DECLARANDO A SUA INCONSTITUCIONALIDADE, MAS
NÃO APLICANDO O SEU TEOR?

Não, isso viola a jurisprudência do STF, firmada em sua Súmula Vinculante nº


10: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte".
Lembrando que um Tribunal geralmente possui vários órgãos fracionários (1ª
turma, 2ª turma...), assim, estes órgãos não podem diretamente declarar a
inconstitucionalidade, para que decidam algum caso com base na
inconstitucionalidade de ato normativo, deverá, em regra, remeter o feito ao
órgão especial (caso exista) ou ao Pleno do Tribunal (reunião total dos
membros) nos termos do art. 97 da Constituição.

PODEMOS DIZER QUE A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO IMPEDE


A POSSIBILIDADE DE O JUIZ SINGULAR, EM DECISÃO MONOCRÁTICA NA
PRIMEIRA INSTÂNCIA, DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI
OU ATO NORMATIVO DO PODER PÚBLICO, DIANTE DE UM CASO
CONCRETO?

Não. A reserva de plenário é de observância obrigatória apenas nos tribunais,


não no juízo monocrático (singular) na primeira instância. Assim, o juiz singular
pode, livremente, diante de um caso concreto, decidir pela
inconstitucionalidade de um lei que esteja sendo aplicada ao caso.

EXPLIQUE SUCINTAMENTE A DIFERENÇA ENTRE O CONTROLE DIRETO


DE CONSTITUCIONALIDADE E O CONTROLE DIFUSO DE
CONSTITUCIONALIDADE?

- O Controle Direto ocorre quando se discute a constitucionalidade do ato


normativo em tese, em abstrato, ou seja, independente dos seus efeitos
concretos. Ele ocorre através do uso de ações específicas (ADI, ADC e ADPF)
para levar ao conhecimento do STF (ou TJ, se o controle for estadual) uma
discussão sobre o teor da lei.

- O Controle Difuso se dá diante de um caso concreto e não mais da lei em


abstrato. Pode ocorrer em qualquer órgão jurisdicional (e não só no STF ou no
TJ, como o direto) e o que se quer resolver é uma causa principal, sendo a
discussão sobre a inconstitucionalidade apenas um meio para se resolver
aquela causa. Daí ser chamado de controle incidental, pois não se entra em
juízo diretamente para impugnar o ato, mas para resolver um outro problema,
sendo a arguição de inconstitucionalidade apenas uma questão prejudicial.

QUAIS ÓRGÃOS DO JUDICIÁRIO SÃO LEGITIMADOS PARA REALIZAR


CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DIRETO? E O DIFUSO?

Controle Direto – Somente no STF, se o controle for perante a Constituição


Federal, ou o TJ se o controle for em face da Constituição Estadual.
Trata-se de controle que se faz "diretamente" ao guardião da Constituição (STF
- em se tratando da Constituição Federal / TJ em se tratando da Estadual).
Controle Difuso– Qualquer órgão do Judiciário, inclusive os juízes singulares.
Ele é dito "difuso", pois é de uso "difundido", espalhado, por todos os órgãos
judiciais.
EMBORA O STF SEJA O RESPONSÁVEL PELO CONTROLE DIRETO, ELE
TAMBÉM PODE, ASSIM COMO QUALQUER ÓRGÃO JURISDICIONAL,
REALIZAR UM CONTROLE DIFUSO DIANTE DE UM CASO CONCRETO.

QUAL O INSTRUMENTO PROCESSUAL UTILIZADO PARA LEVAR AO


STF UM CASO CONCRETO ONDE HAJA DISCUSSÃO, ADVINDA DE
OUTRO ÓRGÃO DO PODER JUDICIÁRIO, SOBRE A
CONSTITUCIONALIDADE DE ATO NORMATIVO?

O instrumento é o Recurso Extraordinário.


O R. Extraordinário é um tipo de recurso privativo do STF quando se quer levar
a este tribunal alguma matéria constitucional. Vide CF, em seu art. 102, III:
Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário (R. Ex.), as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Olhando para as alíneas a, b e c, veja que o STF admitirá o R. Ex. quando a


decisão de algum tribunal contrariar dispositivo da Constituição. Além disso, o
STF admitirá R. Ex. caso a decisão do tribunal recorrido decidir por fulminar
uma lei federal ou algum tratado. A alínea “c” é muito cobrada em concursos, já
que ela admite o R. Ex. somente caso a decisão do tribunal recorrido declare
válida a lei ou ato local. Ou seja, confrontou-se a lei ou ato local com a CF e
decidiu-se que: a lei é válida! Caso a decisão fosse “a lei é inválida”, não
caberia R. Ex., pois no confronto prevaleceu a Constituição. Veja que existe
uma diferença se o ato questionado é federal ou local (estadual ou municipal):
Lei Federal – Se no confronto com a CF, for julgada inválida – cabe R. Ex.
Lei Local – Se confrontada com a CF, for julgada válida – cabe R. Ex.

A alínea “d” trata da existência de conflito federativo, ou


seja, leis locais (estaduais e municipais) que estão em confronto com leis
federais, perturbando a repartição de competências que foi estabelecida pela
Constituição Federal. Caberá ao STF decidir qual das leis está de acordo com
o texto constitucional, devendo prevalecer. Não confunda com o conflito entre
lei federal e "ato de governo local", neste caso, quando se tratar de "ato local",
e não de "lei local", o julgamento será doSTJ, mediante recurso ESPECIAL e
não extraordinário, que é privativo do Supremo.

O RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO É UM RECURSO FÁCIL DE SE


INTERPOR, POIS HÁ REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE INSERIDO PELA
EC 45/04 QUE É A EXISTÊNCIA DE “REPERCUSSÃO GERAL” DA CAUSA A
SER DISCUTIDA.
ASSIM, SE O STF DECIDIR QUE A MATÉRIA NÃO É RELEVANTE, NÃO
POSSUINDO REPERCUSSÃO GERAL, PODERÁ NEGAR O
PROCEDIMENTO DO RECURSO.

QUAL O QUÓRUM EXIGIDO PARA QUE O STF CONSIGA NEGAR A


ADMISSÃO DE UM RECURSO EXTRAORDINÁRIO?

O STF pode negar a admissão do recurso extraordinário se assim votarem 2/3


de seus membros.

PODEMOS DIZER QUE, ALÉM DA REPERCUSSÃO GERAL, OUTRO


REQUISITO PARA ADMISSÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO É O
“PREQUESTIONAMENTO"?

Sim. Segundo o STF, o prequestionamento da questão constitucional é


requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário.
Ou seja, quando o sujeito decidir por interpor um Recurso Extraordinário ao
STF, a questão constitucional que ele alegar para fins do recurso deve já ter
sido levantada anteriormente no processo, deve ter sido “pré–
questionada”, não podendo alegar algo novo que não foi analisado pelo
juízo anterior.

Trata-se de entendimento sumulado:


Súmula 282: É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na
decisão recorrida, a questão federal suscitada.
Súmula 356: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por
faltar o requisito do prequestionamento.

NO ENTENDIMENTO DO STF, OS TRIBUNAIS DE CONTAS PODEM


REALIZAR CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE?

Sim, mas somente controle difuso (diante de um caso concreto), NUNCA um


controle abstrato (direto, da lei em tese). Na verdade, eles têm o poder de
“afastar a incidência de uma determinada lei a um caso concreto”. Esse
entendimento está expresso na súmula 347 do STF, abaixo:
"O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público"

QUAL A ORIGEM HISTÓRICA DO CONTROLE DIFUSO?

Foi idealizado no direito norte-americano, no célebre caso Marbury versus


Madison em 1803.
CITE TRÊS NOMES QUE PODEM SER EMPREGADOS COMO SINÔNIMOS
PARA O CONTROLE DIRETO?

Os seguintes nomes podem ser usados para se referir ao controle direto:


- Controle em abstrato, ou da lei em tese: Pois se faz o controle da norma
em si, independente dos efeitos concretos que ela tenha gerado, discute-se a
sua validade no campo abstrato do direito.
- Controle Concentrado (ou reservado): O controle concentrado é feito
diretamente no órgão responsável por guardar a Constituição, logo, será no
STF em se tratando de Controle Federal, ou no TJ, em se tratando de Controle
Estadual.
- Controle direto: Pois não é incidental.
- Controle por via de ações: Pois o instrumento para se chegar ao “órgão
guardião” será obrigatoriamente uma das 3 ações (ADI, ADC ou ADPF).
- Controle com uso da competência originária: Pois o órgão guardião é o
primeiro a julgar a causa, ela chegou diretamente a ele e não através de
recursos advindos de outros órgão.
- Controle austríaco: Pois foi idealizado por Hans Kelsen, jurista austríaco
defensor da supremacia da Constituição, e da Constituição em sentido jurídico
e formal.

CITE TRÊS NOMES QUE PODEM SER EMPREGADOS COMO SINÔNIMOS


PARA O CONTROLE DIFUSO?

Os seguintes nomes podem ser usados para se referir ao controle difuso:


- Controle concreto: Pois analisa-se o caso concreto, ou seja, os efeitos que a
lei produziu naquela situação, e não a lei em si, em abstrato.
- Controle incidental (incidenter tantum): Na verdade o que o autor do
pedido quer é que tenha o seu problema resolvido, sendo a declaração de
inconstitucionalidade apenas o caminho para que alcance isso, a
inconstitucionalidade é apenas um “acidente”.
- Controle difuso (ou aberto): Pois não fica circunscrito a um único órgão
(STF ou no TJ), mas, está aberto à qualquer juiz ou tribunal.
- Controle indireto: pois é incidental e não diretamente feito.
- Controle por via de exceção: exeção = defesa, recursos... (grosseiramente
falando).
- Controle com uso da competência recursal ou derivada: Pois no caso do
STF, ele reconhecerá a causa através de um recurso extraordinário e não no
uso da sua competência originária.
- Controle norte-americano: Pois, tem sua origem histórica no direito norte-
americano, no caso Marbury versus Madison em 1803.

É POSSÍVEL QUE UMA SENTENÇA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA MOVIDA


PELO MINISTÉRIO PÚBLICO AFIRME A INCONSTITUCIONALIDADE DE
LEI?
Sim. Nada impede que em um controle incidental, no caso concreto, decida-se
pela inconstitucionalidade da lei em no curso do processo de uma ação civil
pública, ou qualquer outra ação, como mandado de segurança.
Alguns doutrinadores, no entanto, costumam ressaltar que, em se tratando da
ação civil pública, existem casos em que a decisão se daria com efeitos
abstratos, abrangendo uma coletividade indeterminada de pessoas e, nestes
casos, não poderia haver a declaração da inconstitucionalidade por parte da
autoridade judicial, pois assim, a ação civil pública acabaria tendo os efeitos de
uma decisão em ADI, que é ação de controle abstrato que só poderia ser
impetrada do STF ou TJ.
É CORRETO DIZERMOS QUE NAS AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE, É PRECISO QUE O AUTOR DEMONSTRE A
REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO DISCUTIDA NO CASO, PARA QUE A
AÇÃO POSSA SER ADMITIDA PELO STF?

Não. Isto só é necessário no Recurso Extraordinário, não se aplica às ações


diretas.

QUAIS SÃO AS 3 AÇÕES QUE PODEM SER USADAS NO CONTROLE


DIRETO OU ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE?

São a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), a ADC (Ação Declaratória de


Constitucionalidade) e a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental).

QUAIS AS 3 FORMAS QUE A ADI (AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE) PODE ASSUMIR E QUAL A DIFERENÇA
ENTRE ELAS?

A ADI é impetrada quando se quer mostrar que uma norma é inconstitucional.


É dividida em 3 tipos:
.ADI genérica: É a comum, onde se pede a declaração de
inconstitucionalidade de um ato normativo.
.ADI por omissão:Objetiva fazer com que o judiciário afirme a omissão
inconstitucional de algum Poder Público, ou seja, que este poder está omisso,
inerte em fazer algum ato previsto constitucionalmente. Basicamente são as
omissões que impedem a produção dos efeitos finais das normas de eficácia
limitada.
.ADI interventiva:Objetiva decretar a intervenção federal em um Estado que
descumpriu os princípios constitucionais sensíveis previstos na (CF, art. 34,
VII). Diferentemente das duas outras, que poderão ser propostas por todos os
legitimados do art. 103. Na ADI interventiva, somente o PGR é legitimado.
É CORRETO DIZERMOS QUE A ADC (AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE) SÓ PODERÁ SER IMPETRADA QUANDO FOR
VERIFICADA UMA “CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE”?

Sim. Este é um requisito que a lei 9868/99 exige, já que toda lei tem uma
presunção (relativa) de constitucionalidade. Ou seja, a ADC é usada para fazer
com que o STF afirme que tal ato é constitucional, transformando uma
presunção relativa em absoluta. Assim, só se houver uma “controvérsia judicial
relevante” é que seria autorizada o seu ajuizamento.

O QUE SIGNIFICA DIZER QUE A ADPF É REGIDA PELO PRINCÍPIO DA


SUBSIDIARIEDADE?

A ADPF é uma ação que poderá ser proposta segundo a lei 9882/99 “quando
for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federal, estadual ou municipal”, mas desde que haja um importante
requisito: “não exista nenhum outro meio hábil capaz de resolver esse
problema”. Então a ADPF só pode ser usada em caráter residual, ou seja,
como último recurso para resolver a controvérsia. Isso é o que se chama de
“princípio da subsidiariedade.

É CORRETO DIZER QUE A ADPF PODE SER IMPETRADA CONTRA ATOS


NORMATIVOS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO FEDERAL?

Sim, trata-se de uma disposição expressa da lei 9882/99 que rege a ADPF.
Assim, a ADPF pode ser usada para impugnar atos que foram criados antes de
1988, porém, estes atos devem ser impugnados perante a CF de 1988, e neste
caso, como sabemos, não estará se discutindo “constitucionalidade” do ato
(pois não existe inconstitucionalidade superveniente), mas sim “juízo de
recepção”, e desta forma, a decisão será pela “recepção ou revogação” do ato
e não pela sua “constitucionalidade ou inconstitucionalidade”.
Esquematizando:
Leis anteriores a 1988 X Constituição da época em que foram criadas:
 Só caberá controle concreto;
 Este controle poderá verificar a compatibilidade tanto material quanto formal
entre a lei e a “sua” CF;
 A decisão será: A lei é inconstitucional ou a lei é constitucional.
Leis anteriores a 1988 x CF/88:
 Poderá ser usado além do controle concreto, a ADPF,
 O controle será para verificar apenas a compatibilidade material;
 Pois, como não existe inconstitucionalidade superveniente, a decisão dirá: A lei
foi recepcionada ou a lei não foi recepcionada (foi revogada).
PODEMOS DIZER QUE A ADI, ADC E A ADPF PODEM SER USADAS PARA
LEVAR AO STF UMA DISCUSSÃO SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE
TANTO DE LEIS FEDERAIS, QUANTO ESTADUAIS E MUNICIPAIS?

Não. Isso é algo que temos que ter muita atenção:


ADIN – Só pode veicular (tratar sobre) leis federais ou estaduais;
ADECON – Só veicula leis federais;
ADPF – Pode veicular qualquer lei: federal, estadual ou municipal.

NA JURISPRUDÊNCIA DO STF, PODEMOS DIZER QUE A AÇÃO CIVIL


PÚBLICA NÃO É INSTRUMENTO IDÔNEO PARA SE DISCUTIR
INSTITUIÇÃO INCONSTITUCIONAL DE TRIBUTO?

Sim. Neste caso não poderemos usar a ação civil pública. Embora o STF
permita o uso da ação civil pública para discutir a constitucionalidade em casos
concretos, o STF entende que a ação civil pública não é instrumento idôneo
para se discutir instituição inconstitucional de tributo, pois neste caso ela
estaria analisando em tese a lei instituidora, e não os casos concretos advindos
dela.

SEGUNDO O STF, O MANDADO DE SEGURANÇA PODE SER USADO


PARA IMPUGNAR UMA LEI EM TESE?

Não. A súmula 266 do STF diz que não cabe mandado de segurança contra lei
em tese. Isso porque “impugnar lei em tese” (em abstrato) é papel da ação
direta de inconstitucionalidade.

SEGUNDO O STF, PODEMOS DIZER QUE O PODER LEGISLATIVO NÃO


TEM O PODER DE APROVAR UMA LEI EM CUJOS DISPOSITIVOS
DECLAREM INCONSTITUCIONAIS OUTRAS LEIS DE SUA AUTORIA?

Sim, isso mesmo, o Legislativo não está autorizado a aprovar lei em cujos
dispositivos se declarem nulas e de nenhuma eficácia, por serem
inconstitucionais, outras leis de sua autoria (uma lei não é instrumento hábil
para fazer controle de constitucionalidade).

É CORRETO DIZERMOS QUE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


ABSTRATO POSSUI CAUSA DE PEDIR “ABERTA”?

Sim. Segundo a jurisprudência do STF, o controle de constitucionalidade


abstrato possui causa de pedir “aberta”, ou seja, o STF não se vincula ao
pedido do impetrante, podendo declarar a inconstitucionalidade com base em
outro dispositivo. Perceba que no entanto, não ocorre dispensa da
fundamentação do pedido, apenas, a fundamentação não vincula o Supremo,
que poderá achar outras razões para acatar ou não o pedido dada a relevância
da controvérsia.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS CHAMADOS “LEGITIMADOS ESPECIAIS”


E OS “LEGITIMADOS UNIVERSAIS” NO QUE TANGE AO AJUIZAMENTO DA
ADI, ADC OU ADPF?

Legitimados Universais: são aqueles que podem impetrar ADI, ADC e ADPF
sobre qualquer matéria, ou seja, “não precisam demonstrar pertinência
temática”.
Legitimados Especiais: Precisam demonstrar pertinência temática. Ou seja,
só podem interpor ações diretas quando tratarem de assuntos afetos à sua
natureza. Ex. Governador do Rio de Janeiro não pode impetrar ADI para
impugnar a constitucionalidade de uma lei do estado do Acre.

QUEM SÃO OS LEGITIMADOS ESPECIAIS E OS LEGITIMADOS


UNIVERSAIS PARA INTERPOSIÇÃO DAS AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE?

Os legitimados estão dispostos taxativamente no art. 103 da CF. A CF não


define quais deles seriam universais e quais seriam especiais, isso coube à
doutrina e jurisprudência. Podemos separá-los da seguinte forma:
Legitimados Universais:
1- O Presidente da República;
2- O PGR;
3- O Conselho Federal da OAB;
4- Partido político com representação no CN;
5- A Mesa de qualquer das Casas Legislativas (câmara e senado);
Legitimados Especiais:
6- A Mesa de Assembléia Legislativa Estadual ou Câmara Legislativa do DF;
7- O Governador de Estado/DF;
8- Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

É CORRETO DIZER QUE A MESA DO CONGRESSO NACIONAL ESTÁ


ENQUADRADA ENTRE OS LEGITIMADOS UNIVERSAIS PARA
AJUIZAMENTO DE ADI?

Não. A Mesa do Congresso não tem legitimidade para propor ações diretas.
Somente as mesas da Câmara ou do Senado (separadamente) é que possuem
esta legitimidade. A CF não incluiu a mesa do Congresso como legitimada nem
universal nem especial.
SUPONHA QUE UM PARTIDO POLÍTICO, APÓS AJUIZAR UMA ADI NO STF,
PERCA A SUA REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL. É
CORRETO DIZERMOS QUE NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO, A
PERDA DESTA REPRESENTAÇÃO NÃO PREJUDICA O ANDAMENTO DA
AÇÃO?

Sim. Segundo o STF, a perda da representação do partido político junto


ao CN NÃO prejudica a ação já impetrada, pois os requisitos devem ser
verificados no momento da propositura da ação e não ao longo do seu
processo.

SABEMOS QUE A CONFEDERAÇÃO SINDICAL OU ENTIDADE DE CLASSE,


DESDE QUE TENHAM ÂMBITO NACIONAL, PODEM IMPETRAR AÇÕES
DIRETAS. SEGUNDO O STF, PODEMOS INCLUIR NESTE CONCEITO,
PARA FINS DE LEGITIMIDADE PARA IMPETRAR ADI, UMA “ASSOCIAÇÃO
DE ASSOCIAÇÕES” QUE SEJA CRIADA PARA GANHAR PROJEÇÃO
NACIONAL?

Sim. O STF reconhece, desde 2004 após rever a sua jurisprudência, a


legitimidade ativa das chamadas associação de associações para fins de
ajuizamento da ADI.

QUAL É O PAPEL DO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA DURANTE O


PROCESSO DE UMA ADI?

Segundo o art. 103 §1º da CF, o PGR deverá ser previamente ouvido no
processo, para se manifestar sobre o ato impugnado. Aliás, o mesmo
dispositivo diz que essa manifestação prévia do PGR deve ocorrer em todos os
processos de competência do STF.
Segundo a CF, ele deverá ainda se manifestar previamente à edição, revisão
ou cancelamento deenunciado de súmula vinculante de cuja proposta não
houver formulado.

QUAL É O PAPEL DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO DURANTE O


PROCESSO DE UMA ADI?

Segundo a Constituição, em seu art. 103 §3º, O AGU será previamente citado
para “DEFENDER” o ato ou texto impugnado, sempre que o STF apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo.
Antigamente, ao analisar a literalidade da Constituição, a doutrina defendia que
o AGU mesmo que não concordasse, só teria uma opção: defender a lei. Essa
opção, porém, passou a ser relativizada segundo a jurisprudência do STF, que
entendia que o AGU não precisaria defender a norma cuja
inconstitucionalidade já tiver sido anteriormente afirmada pela corte em outro
processo.
Atualmente, a questão ainda sofreu mais uma mudança, ao julgar questão de
ordem na ADI 3916 em outubro de 2009, o STF passou a entender que o AGU
possui liberdade de agir, não estando obrigado a defender o ato impugnado em
ação direta de inconstitucionalidade.

PODEMOS DIZER QUE DEVIDO À LEI 9868/99 ADMITIR MANIFESTAÇÕES


DE ÓRGÃOS E ENTIDADES NA QUALIDADE DE “AMICUS CURIE” NOS
PROCESSOS DE ADI E ADC, A JURISPRUDÊNCIA DO STF PASSOU A
RECONHECER A POSSIBILIDADE DE HAVER “INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS” NOS PROCESSOS DE CONTROLE CONCENTRADO?

Não. Sobre os terceiros não envolvidos no processo, diz a lei 9882/99: “Não se
admitirá intervenção de terceiros no processo de ADI ou ADC”.
Intervenção de terceiros é um instituto de processo civil, onde pessoas que não
fazem parte do início do processo poderão, por exemplo, em seu decorrer
prestar “assistência” a uma das partes ou fazer “oposição” a ambas.
A intervenção não é admitida, mas, existe a possibilidade de que em decisões
complexas, de matérias relevantes, outros órgãos ou entidades se manifestem
para prestar informações na qualidade de “amicus curie” (amigos da corte), e
essa possibilidade é uma faculdade que o relator do processo possui e a fará
por despacho irrecorrível.
Assim temos: Amicus curie = manifestações de órgãos ou entidades
especializadas, não tem nada a ver com “intervenção de terceiros” que é figura
de direito processual.

SEGUNDO A CF, PODEMOS DIZER QUE AS DECISÕES EM AÇÕES


DIRETAS TERÃO SEMPRE EFEITO ERGA OMNES (GERAL) E EFICÁCIA
VINCULANTE?

Não. Nos termos da CF, isso só ocorre para as decisões “de mérito”, ou seja,
aquelas que efetivamente analise o objeto impugnado.
Caso haja, por exemplo, um indeferimento de uma ADI por algum aspecto
formal, essa decisão não se reveste destes efeitos, pois não foi uma “decisão
de mérito”.

SEGUNDO A CF, PODEMOS DIZER QUE AS DECISÕES DE MÉRITO QUE


SEJAM PROFERIDAS SOBRE AÇÕES DIRETAS TERÃO EFEITO ERGA
OMNES (GERAL) E EFICÁCIA VINCULANTE PERANTE OS DEMAIS
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO, EXECUTIVO E LEGISLATIVO?

Não, pois o correto seria dizer que a decisão possui efeito vinculante perante
os demais órgãos do poder judiciário e da administração pública (executivo ou
funções administrativas do legislativo e judiciário), seja na esfera federal,
estadual ou municipal.
Muito importante é observar que a decisão não vinculará nem o Poder
Legislativo em sua função típica de editar leis, nem o próprio STF.
OBS - Efeito vinculante significa dizer que não se poderá agir de forma
contrária a decisão. Caso haja um desrespeito a isso, caberá reclamação
diretamente ao Supremo.

QUAL A DIFERENÇA DO “ALCANCE SUBJETIVO” DE UMA DECISÃO


DEFINITIVA DE MÉRITO DO STF NO CONTROLE ABSTRATO (ADI, ADC E
ADPF) E DAS DECISÕES EM CONTROLE DIFUSO?

O alcance subjetivo (sujeitos que sofrerão o efeito da ação) no controle


abstrato é “erga omnes”, ou seja, a decisão do STF em controle abstrato vale
para todos os destinatários do ato normativo impugnado.
Já no controle concreto o alcance subjetivo será “inter partes”, ou seja, a
decisão só irá valer para aquelas partes do processo que estão em litígio, os
demais destinatários do ato não sofrerão nenhum efeito com a decisão. (Salvo
se, nos termos do art. 52, X, da Constituição, o STF remeter o processo ao
Senado Federal e este suspenda a execução do ato normativo em todo o
território nacional).

EM REGRA, QUAL É O “ALCANCE TEMPORAL” DE UMA DECISÃO


DEFINITIVA DE MÉRITO DO STF NO CONTROLE ABSTRATO (ADI, ADC E
ADPF)? É POSSÍVEL HAVER MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS (SE
SIM, COMO OCORRE)?

Ex-tunc, ou seja, retroativo, pois a lei é declarada inválida (nunca deveria ter
existido).
A chamada modulação temporal dos efeitos (modificação da regra retroativa) é
possível, caso o tribunal, alegando SEGURANÇA
JURÍDICA ou EXCEPCIONAL INTERESSE SOCIAL, entenda pelo voto de 2/3
de seus membros que deve ao invés da eficácia retroativa, conceder uma
eficácia ex-nunc ou a partir de outro momento que venha a fixar (pro-futuro).

EM REGRA, QUAL É O “ALCANCE TEMPORAL” DE UMA DECISÃO


DEFINITIVA DE MÉRITO DO STF EM CONTROLE DIFUSO?É POSSÍVEL
HAVER MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS (SE SIM, COMO
OCORRE)?

Ex-tunc, ou seja, retroativo assim como ocorre no controle abstrato.


A jurisprudência vem admitindo, por analogia, a modulação temporal dos
efeitos também no caso do controle concreto, quando então o juiz também
poderá entender que a eficácia seja ex-nunc.

CONSIDERE QUE O STF TENHA DECLARADO, DE FORMA INCIDENTAL,


NO JULGAMENTO DE UM RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUE UM
DISPOSITIVO DE DETERMINADA LEI É INCONSTITUCIONAL.
É CORRETO DIZERMOS QUE, NESSE CASO, TENDO EM VISTA RAZÕES
DE SEGURANÇA JURÍDICA OU DE EXCEPCIONAL INTERESSE SOCIAL,
PODERÁ O STF, POR MAIORIA DE DOIS TERÇOS DE SEUS MEMBROS,
RESTRINGIR OS EFEITOS DAQUELA DECISÃO OU DECIDIR QUE ELA SÓ
TENHA EFICÁCIA A PARTIR DE SEU TRÂNSITO EM JULGADO OU DE
OUTRO MOMENTO QUE VENHA A SER FIXADO, AINDA QUE ESTEJAMOS
NOS REFERINDO A UM CONTROLE INCIDENTAL?

Sim. Trata-se da modulação temporal dos efeitos, que atualmente é admitida


também no controle difuso.
1- EM REGRA, QUAL É O “ALCANCE TEMPORAL” DE UMA DECISÃO DO
STF EM MEDIDA CAUTELAR DE ADI, ADC OU ADPF?

2- É POSSÍVEL HAVER MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS (SE SIM,


COMO OCORRE)?

Aqui a decisão é apenas ex-nunc (não retroativa), pois é provisória, pendente


de uma decisão definitiva, que aí sim terá eficácia retroativa.
É possível ocorrer modulação apenas da ADI, quando o tribunal poderá
entender que o melhor é conceder eficácia retroativa já para a medida cautelar.
(Neste caso - de medida cautelar -, a lei é omissa sobre a necessidade de 2/3
dos votos para modular os efeitos, assim, entende-se que basta a decisão por
maioria).
QUAL É O “ALCANCE SUBJETIVO” DE UMA DECISÃO DO STF EM MEDIDA
CAUTELAR DE ADI, ADC OU ADPF?

O alcance subjetivo será “erga omnes”, pois mesmo sendo a decisão


meramente cautelar, estamos falando de um controle abstrato, não há partes
em litígio que justifique uma decisão inter partes, mas sim uma norma sendo
impugnada “em tese”.

EM REGRA, QUAL É O “ALCANCE TEMPORAL” DA DECISÃO DO SENADO?

É POSSÍVEL HAVER MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS (SE SIM,


COMO OCORRE)?

Tema não pacífico na doutrina nem jurisprudência, entendemos que será ex


nunc (não retroativa), pois se trata tão somente de uma “suspensão” e não de
uma declaração de inconstitucionalidade.
A exceção ocorre para a administração pública federal, cuja suspensão terá
força retroativa por força de uma decreto federal.
Sobre a modulação temporal, há a possibilidade de o próprio STF enviar
expediente ao Senado, informando que seria mais plausível a suspensão de
forma ex-tunc, o Senado então poderia agir neste sentido.
O QUE SE ENTENDE POR INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA?

A inconstitucionalidade se diz progressiva quando uma norma que é em tese


inconstitucional não é retirada do mundo jurídico sob pena de agravamento da
situação pela falta da norma.

Ou seja, são os casos excepcionais onde é melhor ter a norma


regulamentando certas relações, ainda que de forma inconstitucional, do que a
total falta de regulamentação.

Assim, diz-se também que é uma "norma em trânsito para


inconstitucionalidade" ou "norma ainda constitucional", pois assim que a
situação fática permitir ela será fulminada do ordenamento jurídico.

O QUE SIGINIFICA "INCONSTITUCIONALIDADE REFLEXA" ?

Em direito, o termo "reflexa" é usado como sinônimo de "indireta".


Assim, a inconstitucionalidade é reflexa, ou indireta, quando na verdade uma
norma está cometendo diretamente apenas uma ilegalidade, e somente
indiretamente é inconstitucional.

Por exemplo: Um decreto regulamentar contraria uma lei infraconstitucional,


por conseguinte, está contrariando também a Constituição.

O decreto é inconstitucional? Sim! Mas antes de ser incosntitucional ele é


ilegal.

Assim, o STF não analisa inconstitucionalidades reflexas no âmbito do controle


direto de constitucionalidade.

O QUE É A INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO?

A inconstitucionalidade por arrastamento ou consequencial ocorre quando ao


ser declarado inconstitucional um dispositivo de uma norma, por consequência,
também estaria-se declarando inconstitucional os diplomas legais que forem
dependentes ou interdependentes dos dispositivos fulminados. Assim, ocorre
um verdadeiro arrastamento dos efeitos da declaração à outros dispositivos
dependentes do primeiro.
1- O QUE SE ENTENDE PELA TEORIA DA "TRANSCENDÊNCIA DOS
MOTIVOS DETERMINANTES"?

Basicamente, a teoria da "Transcendência dos Motivos


Determinantes" permitiria decidir um caso utilizando os fundamentos que
motivaram a decisão de outro caso julgado. Esta tese começou a ganhar
relevância no Supremo em 2003, quando o Tribunal esboçou um início de
entendimento de que não seria apenas o dispositivo (desfecho da decisão) que
geraria o efeito vinculante, mas também os fundamentos que motivaram a
decisão.
2- ATUALMENTE ESTA TESE É ACEITA PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL?

Não. Atualmente a tese não é aceita pela Suprema Corte. Nas palavras do
Supremo, o sistema brasileiro admite o controle de constitucionalidade apenas
de leis ou normas específicas, não se aceitando declaração de
inconstitucionalidade de matéria ou tema.
Com efeito, por exemplo, se uma lei X de um Estado da federação foi
declarada inconstitucional, não se pode admitir que o fundamento da
declaração impeça a aplicação de uma lei Y em outro Estado, ainda que de
conteúdo similar.
Baseado na teoria da “transcedência”, muitos casos concretos foram levados
ao conhecimento do STF, por meio de reclamação, onde supostamente
estariam sendo desrespeitadas decisões (ou fundamentos de decisões) do
Tribunal. No entanto, o Supremo tende a negar estas reclamações, alegando
que tal remédio constitucional não pode ser usado como atalho processual
para submeter um litígio ao exame direto da Suprema Corte, em detrimento
das vias ordinárias.

O QUE SÃO OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS?

Podemos definir "princípios fundamentais" como os princípios básicos da


estruturação e organização do Estado e do seu Poder Político.
Ou seja, são os princípios que irão definir institutos como a forma de governo,
sistema de governo, forma de Estado e regime político, sintetizando normas
que serão desdobradas ao longo de todo o texto constitucional.
Na Constituição, eles vão do art. 1º ao 4º.
PODEMOS DIZER QUE "PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS" E "PRINCÍPIOS
POLÍTICO-CONSTITUCIONAIS" SÃO SINÔNIMOS?

Podemos definir "princípios fundamentais" como os princípios básicos da


estruturação e organização do Estado e do seu Poder Político.
Ou seja, são os princípios que irão definir institutos como a forma de governo,
sistema de governo, forma de Estado e regime político, sintetizando normas
que serão desdobradas ao longo de todo o texto constitucional.
Na Constituição, eles vão do art. 1º ao 4º.

O QUE SERIAM OS PRINCÍPIOS JURÍDICO-CONSTITUCIONAIS?

Sim. Tudo que for relacionado ao termo "político" estará dando idéia de
"organização''. Os princípios fundamentais, por trazerem normas que
organizam o Estado e seu Poder, são princípios políticos, organizatórios.
PODEMOS DIZER QUE OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PODEM SER
CHAMADOS DE NORMAS-SÍNTESES (OU NORMAS-MATRIZ)?

São aqueles princípios que estão ao longo da Constituição, que geralmente


são decorrentes dos político-constitucionais (ou princípios fundamentais).

PODEMOS DIZER QUE SÃO SINÔNIMOS OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS


E OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO?

Sim, elas possuem esse nome pois sintetizam os preceitos básicos da


Constituição e servem de origem (matriz) para diversos desdobramentos ao
longo do texto constitucional.

QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL?

Uma das principais formas de cobrança dos princípios fundamentais em


concursos é a "literalidade". Em sua literalidade, a Constituição abordou os
princípios fundamentais em 3 grupos: os fundamentos, os objetivos
fundamentais e os princípios das relações internacionais. As provas tentam
fazer com que o aluno confunda um termo com o outro. Assim, preste bem
atenção ao enunciado. Quando for pedido os "fundamentos", estes são
o famoso "So-Ci-Di-Val-Plu":
- soberania;
- cidadania;
- dignidade da pessoa humana;
- valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
- pluralismo político.
E se pedisse, em vez de fundamentos, os "princípios fundamentais", aí vale
qualquer dos princípios e normas que estão do art. 1º ao 4º da Constituição.
PODEMOS DIZER QUE "GARANTIR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL" É
UM DOS MAIS IMPORTANTES FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL?

Não, trata-se de um "objetivo fundamental" e não um "fundamento".


Fundamentos são o "So-Ci-Di-Val-Plu".
DICA: Objetivos fundamentais são "METAS" a serem alcançadas pela
República Federativa do Brasil. Dessa forma, fica bem simples você perceber
que eles estão dispostos na forma de verbos que retratam ideais a serem
alcançados. Quais são esses "ideais", essas "metas"? São as seguintes (CF,
art. 3º):
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Assim, nunca confunda estes "objetivos" com os fundamentos, que são
aqueles princípios que servem de "alicerce" para construção de nossa
República.
É CERTO DIZER QUE É UM OBJETIVO FUNDAMENTAL DO BRASIL
CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E IGUALITÁRIA?

Não, o correto é construir uma sociedade livre, justa e SOLIDÁRIA.


SEGUNDO O ART. 3º DA CONSTITUIÇÃO, PODEMOS DIZER QUE A
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DEVERÁ BUSCAR REDUZIR A
POBREZA E A MARGINALIZAÇÃO, BEM COMO ERRADICAR AS
DESIGUALDADES SOCIAIS?

Não, o correto seria ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as


desigualdades sociais e regionais.
Lembre-se que erradicar desigualdades é totalmente utópico, elas podem no
máximo serem reduzidas, já que a diversidade é inerente à sociedade. Porém,
a pobreza e marginalização, embora difícil, são passíveis de serem
erradicadas.
PROMOVER O BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM,
RAÇA, SEXO, COR, IDADE E QUAISQUER OUTRAS FORMAS DE
DISCRIMINAÇÃO, É UM OBJETIVO FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL?

Sim, está presente no art. 3º, IV da Constituição.

QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL NAS SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS?

Esta relação tem que estar muito bem fixada. Alguns alunos preferem utilizar
um mnemônico (in-pre-auto-não-igual-defe-so-re-co-co). Lembre sempre que
são estes:
-independência nacional;
-prevalência dos direitos humanos;
-autodeterminação dos povos;
-não intervenção;
-igualdade entre os Estados;
-defesa da paz;
-solução pacífica dos conflitos;
-repúdio ao terrorismo e ao racismo;
-cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
-concessão de asilo político.
NO PLANO INTERNACIONAL, PODEMOS DIZER QUE O OBJETIVO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SERÁ A BUSCA DE UMA
INTEGRAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL ENTRE OS POVOS DA AMÉRICA
DO SUL, VISANDO A FORMAÇÃO DE UMA COMUNIDADE SUL-
AMERICANA DE NAÇÕES?

Não. O enunciado possui 3 erros. O correto seria buscar a integração política,


econômica, social e cultural (e não apenas econômica e social), e isso seria
entre os povos da AMÉRICA LATINA, visando formar uma
comunidade LATINO-AMERICANA de nações.

POR QUE NÃO PODEMOS DIZER QUE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL É UMA UNIÃO DISSOLÚVEL DE ESTADOS, MUNICÍPIOS,
DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS FEDERAIS?

Por dois motivos: primeiro que estamos diante de uma união "indissolúvel" e
não dissolúvel, ou seja, a nossa federação não pode ser dissolvida, seus entes
formadores não possuem direito de secessão (direito de se separar do vínculo
federativo).
Outro motivo é que esta união indissolúvel é formada
pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, somente, não podemos elencar os
territórios federais como formadores da federação.
OBS - Nunca confunda território federal (regiões mantidas pela União, despidas
de autonomia, atualmente inexistentes em nosso país, mas que nada impede
que possam voltar a existir) com o Distrito Federal, este é um ente
autônomo de nossa federação, com seu próprio governo, organização,
legislação e administração.

É CORRETO DIZER QUE, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, TODO O PODER


EMANA DO POVO, PORÉM, O POVO O EXERCE APENAS
INDIRETAMENTE, POR MEIO DE REPRESENTANTES ELEITOS?

Não, pois o povo exerce o poder direta e indiretamente. Por este motivo,
dizemos que o Brasil é uma democracia mista ou semi-direta. Em regra temos
uma democracia representativa (onde representantes eleitos exercem o poder
soberano do povo), mas também temos possibilidades da manifestação direta
do poder.

ATRAVÉS DE QUAIS INSTRUMENTOS O POVO PODE EXERCER


DIRETAMENTE O SEU PODER SOBERANO?

Através do Plebiscito, do Referendo e da Iniciativa Popular.


QUAL A DIFERENÇA ENTRE PLEBISCITO E REFERENDO?

Plebiscito é a manifestação popular previamente à realização de um ato, para


direcionar os trabalhos dos representantes.
Referendo é a manifestação popular posterior à realização de um ato, para que
se possa ratificá-lo ou não.

O QUE É A INICIATIVA POPULAR?

É a forma pela qual os cidadãos podem propor projetos de lei. Essa propositura
pode ser feita tanto para leis municipais, quanto estaduais e federais.
Embora ela exista no âmbito das 3 esferas, os requisitos para que se consiga
uma iniciativa popular, no entanto, são diferentes para esfera federal, estadual
e municipal.
- Na esfera federal, a iniciativa deve ser proposta na Câmara dos Deputados,
por: 1% do eleitorado nacional; De pelo menos 5 estados; e Ao menos 0,3%
dos eleitores de cada um deles;
- Em âmbito estadual, a iniciativa popular deverá ser regulada por uma Lei
Ordinária (art. 27 §4º).
- Em âmbito municipal, será subscrita por no mínimo 5% do eleitorado. (art.
29 XIII).

SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PODEMOS DIZER QUE SÃO


PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS, INDEPENDENTES E
HARMÔNICOS ENTRE SI, O LEGISLATIVO, O EXECUTIVO E O
JUDICIÁRIO?

Não, o correto, segundo o art. 2º da Constituição seria "São poderes da União".


Os municípios, de qualquer forma, não poderiam estar elencados nesta frase,
pois eles não possuem Poder Judiciário. O Poder Judiciário é apenas federal
ou estadual.

A COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS PARA O PROGRESSO DA


HUMANIDADE CONSTITUI OBJETIVO FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL?

Não. Seria um princípio que rege as relações internacionais, e não um objetivo


fundamental.
PODEMOS DIZER QUE A FORMA DE GOVERNO BRASILEIRA É A
DEMOCRACIA?

Não. Embora sejamos uma democracia, democracia é regime de governo (ou


regime político) e não a "forma de governo", forma de governo do Brasil é a
"República".
É essencial que decoremos o seguinte:
 Forma de Governo = República;
 Forma de Estado = Federação;
 Regime de Governo ou Político = democracia mista (ou semi-direta);
 Sistema de Governo = Presidencialismo.
Como dica, lembre-se que a forma está no nome "República Federativa" ou
seja, forma de governo = República / forma de Estado = Federação.
É CORRETO QUE SE DIGA QUE A FORMA DE ESTADO BRASILEIRA É A
REPÚBLICA?

Não. Forma de Estado é a federação. A forma de governo do Brasil que é a


"República".
É essencial que decoremos o seguinte:
 Forma de Governo = República;
 Forma de Estado = Federação;
 Regime de Governo ou Político = democracia mista (ou semi-direta);
 Sistema de Governo = Presidencialismo.
Como dica, lembre-se que a forma está no nome "República Federativa" ou
seja, forma de governo = República / forma de Estado = Federação.

O PRESIDENCIALISMO PODE SER CONSIDERADO O REGIME POLÍTICO


DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL?

Não. Regime político do Brasil é a democracia mista ou semi-direta.


Presidencialismo é sistema de governo. Mais uma vez:
É essencial que decoremos o seguinte:
 Forma de Governo = República;
 Forma de Estado = Federação;
 Regime de Governo ou Político = democracia mista (ou semi-direta);
 Sistema de Governo = Presidencialismo.
Como dica, lembre-se que a forma está no nome "República Federativa" ou
seja, forma de governo = República / forma de Estado = Federação.

PODEMOS DIZER QUE O SISTEMA DE GOVERNO BRASILEIRO É A


FEDERAÇÃO?

Não. Sistema de governo brasileiro é o presidencialismo. Federação é a forma


de estado. Mais uma vez:
É essencial que decoremos o seguinte:
 Forma de Governo = República;
 Forma de Estado = Federação;
 Regime de Governo ou Político = democracia mista (ou semi-direta);
 Sistema de Governo = Presidencialismo.
Como dica, lembre-se que a forma está no nome "República Federativa" ou
seja, forma de governo = República / forma de Estado = Federação.

"A MANEIRA COMO SE DÁ A INSTITUIÇÃO DO PODER NA SOCIEDADE E


COMO SE DÁ A RELAÇÃO ENTRE GOVERNANTES E GOVERNADOS.
QUEM DEVE EXERCER O PODER E COMO ESTE SE EXERCE". ESSE É O
CONCEITO DE FORMA DE ESTADO, CERTO?

Errado. Esse é o conceito de forma de governo. Ou seja, a forma na qual


temos o desenho das relações entre os governantes e os governados. Se o
poder estiver nas mãos de um, temos uma monarquia, quando o poder estiver
nas mãos de todos, temos uma república.

CITE DUAS CARACTERÍSTICAS DA MONARQUIA.

1- Vitaliciedade - O governante terá o governo em suas mãos por toda a sua


vida. Não há temporariedade.
2- Hereditariedade - Não há eletividade. O governo é passado de pai para
filho, como herança.
3- Irresponsabilidade sobre seus atos políticos. Não é possível
o impeachment do Monarca.

CITE DUAS CARACTERÍSTICAS DA REPÚBLICA.

Acertou se citou duas entre essas quatro:


1- Temporariedade dos mandatos: Pois assim, nenhum representante
tomará para si a feição do poder, permanecendo ilimitadamente no cargo.
Haverá uma rotatividade dos cargos públicos para que diversas pessoas, com
pluralidade de opiniões e ideias possam representar a sociedade.
2- Eletividade dos cargos políticos: Os cargos políticos só serão legítimos se
providos por eleições, de acordo com a vontade do povo.
3 - Transparência na gestão pública, através de prestação de contas,
levando a uma responsabilidade dos governantes: Os representantes não
podem se apoderar do patrimônio que é de todos, nem geri-los como bem
entenderem. Devem promover uma gestão que esteja alinhada com a
finalidade do bem comum.
4- Separação das funções do poder político entre diferentes
agentes (tripartição funcional do Poder)

"O MODO DE EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO EM FUNÇÃO DO


TERRITÓRIO".

PODEMOS DIZER QUE ESTE É O CONCEITO DA FORMA DE ESTADO?

Sim. A forma de Estado é a forma pela qual o poder se divide no território, se o


poder estiver "espalhado" teremos uma federação. Se o poder estiver
centralizado, teremos um estado unitário. O Brasil adota como forma de Estado
a federação, ou seja, o modo de distribuição geográfica do poder político se dá
com a formação de entidades autônomas ao longo de seu território.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE FEDERAÇÃO E CONFEDERAÇÃO?


Em uma federação temos um Estado fracionado em unidades autônomas.
Nas confederações as unidades não são simplesmente autônomas, elas são
soberanas. Assim, a federação é uma união indissolúvel, ou seja, os entes não
têm o direito de secessão. Já nas confederações, os Estados podem se
separar do bloco.

PODEMOS DIZER QUE A FEDERAÇÃO BRASILEIRA FOI FORMADA POR


AGREGAÇÃO?

Não, temos uma federação por segregação, ou movimento centrífugo,


diferentemente do EUA, onde haviam vários Estados que se "agregaram"
(movimento centrípeto) para formar o país, no Brasil tinha-se apenas um
Estado que se desmembrou em outros.

PODEMOS DIZER QUE NO BRASIL TEMOS UM FEDERALISMO


COOPERATIVO? POR QUÊ?

Sim, porque existe uma repartição de competências de forma que cada ente
federativo irá contribuir para a finalidade do Estado, havendo a previsão de
competências que são comuns a todos, além de colaborações técnicas e
financeiras para a prestação de alguns serviços públicos, e repartição das
receitas tributárias.

"O MODO ATRAVÉS DO QUAL SE RELACIONAM OS ÓRGÃOS DOS


PODERES DO ESTADO (ESPECIALMENTE EXECUTIVO E LEGISLATIVO)".
É CORRETO DIZER QUE SE TRATA DO CONCEITO DE SISTEMA DE
GOVERNO?

Sim. Existem basicamente dois sistemas de governo: o presidencialismo e


o parlamentarismo. No Presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande
independência em relação ao Legislativo. No parlamentarismo ocorre uma
maior dependência entre estes poderes já que eles atuam em colaboração.

QUAL A DIFERENÇA DE CHEFE DE ESTADO E CHEFE DE GOVERNO?

 Chefe de Estado é o membro do Poder Executivo que exerce o papel de


representante do Estado, principalmente no âmbito externo, mas também como
representante moral perante o povo, no âmbito interno.
 Chefe de Governo é o membro do Poder Executivo responsável por chefiar o
governo, ou seja, a direção das políticas públicas em âmbito interno.

É CORRETO DIZER QUE NO PRESIDENCIALISMO A CHEFIA DE ESTADO


E CHEFIA DE GOVERNO ESTÃO NAS MÃOS DE UMA ÚNICA PESSOA?
Sim. No presidencialismo, temos a unicidade da chefia. O Presidente tem em
suas mãos tanto a chefia de Estado quanto a chefia de governo. No
parlamentarismo, temos uma dualidade de chefia. Existe uma pessoa como o
chefe de Estado e outra como chefe de governo

PODE-SE DIZER QUE A DIVISÃO ATUAL DA FORMA DE GOVERNO ENTRE


REPÚBLICAS E MONARQUIAS É ORIUNDA DO PENSAMENTO DE
MAQUIAVEL, EM SUA OBRA "O PRÍNCIPE"?

Sim. Maquiavel escreveu "o Príncipe" e nesta obra ele previa como forma de
governo os "principados" (monarquias) e as Repúblicas (que poderiam ser uma
aristocracia ou democracia).

O PENSAMENTO DE MONTESQUIEU ERA O MESMO DO DE MAQUIAVEL


QUANTO ÀS FORMAS DE GOVERNO?

Não, MontESquieu foi quem escreveu o ESpírito das Leis e previa como forma
de governo, além das Repúblicas e Monarquias, o dESpotismo, que ocorreria
quando a monarquia não estivesse sujeita às leis.

A FORMA DE ESTADO BRASILEIRA É UMA CLÁUSULA PÉTREA?

Sim, o Brasil é e sempre será na vigência da Constituição de 1988 uma


federação. Pois a Constituição proíbe qualquer emenda constitucional que
tenda a abolir a federação ou deturpar o pacto federativo. Isso foi previsto na
CF art. 60 §4º, sendo assim, chamado de cláusula pétrea (cláusula de pedra).

A FORMA DE GOVERNO BRASILEIRA É UMA CLÁUSULA PÉTREA?

Considera-se que não, embora haja pensamentos diversos. A forma de


governo republicana não está presente entre as chamadas "cláusulas pétreas"
na CF, art. 60, §4º, ou seja, não está presente naquela relação das disposições
que não podem ser abolidas (ou reduzidas) de nossa Constituição. Porém,
alguns (que não são maioria) consideram que estaria protegida
"implicitamente". Deixando as discussões de lado, é importante ressaltar que
embora não seja considerada pacificamente como uma cláusula pétrea, a
forma republicana é um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII), ou
seja, um princípio que se não for observado poderá ensejar em uma
intervenção federal.

QUAIS SÃO AS FACETAS QUE CARACTERIZAM A AUTONOMIA DOS


ENTES FEDERATIVOS?

São a "GOLA", ou seja, o auto-governo, a auto-organização, a auto-legislação


e a auto-administração.
OBS.: Para alguns doutrinadores não haveria a separação entre auto-
organização e autolegislação.

O QUE SE ENTENDE PELA FACETA DA AUTONOMIA CHAMADA


"AUTOGOVERNO"?

É a capacidade de os entes da federação escolherem seus governantes sem


interferência de outros entes.

O QUE SE ENTENDE PELA FACETA DA AUTONOMIA CHAMADA "AUTO-


ORGANIZAÇÃO"?

É a capacidade de os entes instituírem suas próprias constituições (no caso


dos estados) ou leis orgânicas (no caso dos municípios e do DF).

O QUE SE ENTENDE PELA FACETA DA AUTONOMIA CHAMADA "AUTO-


LEGISLAÇÃO"?

É a capacidade de os entes elaborarem suas próprias leis através de um


processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do processo em
âmbito federal.

O QUE SE ENTENDE PELA FACETA DA AUTONOMIA CHAMADA "AUTO-


ADMINISTRAÇÃO"?

É a capacidade de os entes da federação se administrarem de forma


independente, tomando suas próprias decisões executivas.

É CORRETO DIZER QUE NO BRASIL TEMOS UMA FEDERAÇÃO FORMADA


POR ENTES AUTÔNOMOS, SENDO A SOBERANIA UM ATRIBUTO
SOMENTE DA UNIÃO?

Não. No Brasil todos os entes internos, inclusive a União, são dotados apenas
de autonomia,nenhum ente interno é dotado de soberania.
A soberania, que a Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamento
da República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o
Estado brasileiro possui nos limites do seu território, não se sujeitando a
nenhum outro poder de igual ou superior magnitude e tornando-se um país
independente de qualquer outro no âmbito internacional) irá se
manifestar apenas na pessoa da República Federativa do Brasil, entendida
como a união de todos os entes internos, representando todo o povo brasileiro,
povo este que é o verdadeiro titular da soberania.
PODEMOS DIZER QUE O REGIME DE GOVERNO NO BRASIL É A
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA?

Não, o correto seria a democracia mista ou semi-direta. Temos uma mistura


da democracia representativa (indireta - o poder é exercido pelos
representantes eleitos) com a democracia direta (exercida diretamente pelo
povo através do plebiscito, referendo e iniciativa popular).

SABEMOS QUE O BRASIL É UM ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. AO


PREVER ISSO, IMPLICITAMENTE, A CONSTITUIÇÃO QUER DIZER QUE O
BRASIL ADOTA CERTOS PRINCÍPIOS. CITE 3 DESTES PRINCÍPIOS QUE A
DOUTRINA RELACIONA COMO "PRINCÍPIOS DO ESTADO DEMOCRÁTICO
DE DIREITO".

 Princípio da Constitucionalidade - A Constituição rígida é a norma superior e


legitimada pela vontade popular, devendo ser respeitada.
 Princípio democrático - A democracia deve ser representativa e participativa
(democracia mista), além de pluralista com respeito as minorias.
 Sistema de direitos fundamentais.
 Princípio da Justiça Social.
 Princípio da igualdade - que deve ser a busca pela igualdade material (tratar
de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades) e não
apenas uma igualdade formal.
 Princípio da divisão dos poderes.
 Princípio da legalidade.
 Princípio da Segurança Jurídica.

SEGUNDO JOSÉ AFONSO DA SILVA, QUAL É A TAREFA FUNDAMENTAL
DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO?

Superar as desigualdades sociais e regionais e instaurar um regime


democrático que realize a justiça social.
PODEMOS DIZER QUE A EXISTÊNCIA DE UM PODER JUDICIÁRIO
AUTÔNOMO E INDEPENDENTE É ESSENCIAL A UM ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO?

Sim. Alexandre de Moraes adverte que não se consegue conceituar um


verdadeiro Estado democrático de direito sem a existência de um Poder
Judiciário autônomo e independente, para que exerça sua função de guardião
das leis e garantidor da ordem na estrutura governamental republicana.

PODEMOS DIZER QUE A TRIPARTIÇÃO FUNCIONAL DO PODER, ENTRE


EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO É UMA CLÁUSULA PÉTREA?
Sim. Segundo o art. 60, §4º da Constituição, a tripartição funcional do Poder,
entre Executivo, Legislativo e Judiciário é uma disposição que não pode ser
abolida (ou reduzida) de nossa Constituição.

O QUE É O SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS?

Os Poderes do Estado, ao mesmo tempo em que são independentes, são


também harmônicos entre si, o que forma o chamado “sistema de freios e
contrapesos” (check and balances), em que um Poder vai sempre atuar de
forma a impedir o exercício arbitrário na atuação do outro.

CITE ALGUNS EXEMPLOS DE "FREIOS E CONTRAPESOS"?

O poder de veto exercido pelo Presidente aos projetos de lei, a necessidade de


aprovação do Senado para que o Presidente possa nomear certas autoridades
(elencadas pela Constituição), o controle que o Judiciário exerce sobre atos
públicos que violem os dispositivos da Constituição ou das leis, entre outros.

É CORRETO DIZER QUE EM CADA PODER TEMOS O EXERCÍCIO DE


FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS?

Sim. As típicas seriam aquelas precípuas de cada um (o Judiciário julgando, o


Legislativo legislando (e fiscalizando) e o Executivo administrando), as atípicas
seriam as funções precípuas de outro Poder (O Legislativo julgando e
administrando, o Executivo legislando e etc.)

PARA A MODERNA DOUTRINA CONSTITUCIONAL, É CORRETO SE FALAR


EM "SEPARAÇÃO DOS PODERES"?

Não. Atualmente o uso do termo "separação dos poderes" ou "divisão dos


poderes" é alvo de críticas. O Poder do Estado para a doutrina majoritária é
apenas um (unicidade do poder político), e assim como a sua soberania, é
indelegável (o interesse do povo não pode ser usurpado) e imprescritível (não
se acaba com o tempo). Desta forma, o que se separa ou se divide não é o
Poder do Estado (Poder Político) e sim as funções deste Poder, daí termos a
aplicação da expressão "tripartição funcional do Poder" (ou "distinção das
funções do poder").

É CORRETO QUE SE DIGA QUE A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL NÃO PODE


PREVER FREIOS E CONTRAPESOS QUE NÃO ESTEJAM PREVISTOS NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL?

Sim, pois segundo o STF, os mecanismos de freios e contrapesos estão


previstos na Constituição Federal, sendo vedado à Constituição Estadual
inovar criando novas hipóteses de interferências de um poder em outro.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIREITOS E GARANTIAS?

Direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo, uma
liberdade positiva.
As garantias não se referem às ações, mas sim às proteções que as pessoas
possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Dessa forma,
as garantias são proteções para que se possa exercer um direito.

A EXPRESSÃO "DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS" É SINÔNIMO


DE DIREITOS INDIVIDUAIS?

 Não. Os direitos e garantias fundamentais são mais amplos, albergam tudo que
está do art. 5º ao 17 da Constituição, assim, a doutrina costuma dizer que os
direitos fundamentais podem ser de 5 tipos:
1- Direitos e deveres individuais e coletivos;
2- Direitos Sociais;
3- Direitos da Nacionalidade;
4- Direitos Políticos; e
5- Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos
políticos.

SEGUNDO A DOUTRINA, EM QUE SE DIFEREM OS “DIREITOS E


GARANTIAS FUNDAMENTAIS” E “OS DIREITOS HUMANOS”?

A doutrina costuma diferenciá-los da seguinte forma: os direitos humanos são


aqueles direitos inerentes à pessoa humana, de caráter geral, amplo, e
independem de estarem expressos em uma Constituição. Aos direitos
humanos que são efetivamente escritos em um texto constitucional (declaração
de direitos) se dá o nome de direitos fundamentais.

PODE-SE DIZER QUE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS FORAM


EXAUSTIVAMENTE PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO?

Não, tais direitos e garantias não se constituem em uma relação fechada,


exaustiva, mas em um rol exemplificativo, aberto para novas conquistas e
reconhecimentos futuros. Assim diz o art. 5º, § 2º da Constituição: Os direitos e
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte.

CITE 3 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E GARANTIAS


FUNDAMENTAIS.

acertou se citou 3 dessa lista:


 - historicidade e mutabilidade;
 - inalienabilidade;
 - imprescritibilidade;
 - irrenunciabilidade;
 - universalidade;
 - relatividade ou limitabilidade;
 - indivisibilidade,concorrência e complementaridade.

O QUE SIGNIFICA DIZER QUE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS SÃO


HISTÓRICOS?

Eles são históricos porque foram conquistados ao longo dos tempos. Esse
caráter histórico também remete a uma ideia cíclica de nascimento,
modificação e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais direitos
como imutáveis.

O QUE SE ENTENDE PELA INALIENABILIDADE DOS DIREITOS


FUNDAMENTAIS?

Significa que eles são intransferíveis e inegociáveis.

POR QUE É DITO QUE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS SÃO


IMPRESCRITÍVEIS?

Pelo fato de que eles podem ser invocados independentemente de lapso


temporal. Enquanto estiverem vigentes, eles não prescrevem com o tempo.

ALGUÉM PODE RENUNCIAR AOS SEUS DIREITOS FUNDAMENTAIS?

Não, os direitos fundamentais são irrenunciáveis. Eles podem até não estar
sendo exercidos, mas ninguém pode renunciar ao direito de estar protegido por
tais direitos e garantias.

É CORRETO DIZER QUE NA CONSTITUIÇÃO ENCONTRAMOS DIVERSOS


DIREITOS FUNDAMENTAIS ABSOLUTOS?

Não, os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem
limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional
(decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se no dever de
respeitar algum outro direito fundamental de outra pessoa.
SOMENTE PESSOAS FÍSICAS PODEM SER TITULARES DE DIREITOS
FUNDAMENTAIS OU PESSOAS JURÍDICAS TAMBÉM PODEM POSSUIR
TAIS DIREITOS?

Pessoas jurídicas também podem ser titulares de Direitos Fundamentais,


embora não todos. Alguns desses direitos podem ser garantidos até mesmo às
pessoas jurídicas de direito público, como, por exemplo, o direito de
propriedade.

OS DIREITOS FUNDAMENTAIS, HISTORICAMENTE, SE CONSTITUEM EM


UMA CONQUISTA DE UMA PROTEÇÃO DO CIDADÃO EM FACE DO
PODER AUTORITÁRIO DO ESTADO. É POSSÍVEL DIZER QUE,
ATUALMENTE, ESSA PROTEÇÃO FOI AMPLIADA, DEVENDO TAIS
DIREITOS SEREM ENXERGADOS TAMBÉM COMO PROTEÇÃO AOS
DEMAIS PARTICULARES?

Sim. É o que se chama de "proteção horizontal" dos Direitos Fundamentais.


Temos assim dois tipos de proteção:
 Relação vertical = Particular X Estado (este tem posição preponderante em
relação aos particulares, pois representa o interesse público);
 Relação horizontal = Particular X Particular.

A DOUTRINA COSTUMA CLASSIFICAR OS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM


"DIMENSÕES". QUAIS OS DIREITOS QUE REPRESENTAM A PRIMEIRA
DIMENSÃO?

São os direitos que dão a ideia de "liberdade" - os direitos civis e políticos.


Dica: As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa:
liberdade, igualdade, e fraternidade; e os direitos Políticos são os de Primeira
dimensão.

QUAIS OS DIREITOS QUE REPRESENTAM A SEGUNDA DIMENSÃO DOS


DIREITOS FUNDAMENTAIS?

São os direitos que dão a ideia de "igualdade" - os direitos sociais, econômicos


e culturais. Dica: As dimensões estão na ordem do lema da Revolução
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade; e lembre-se que os
direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de "second") são
os de segunda dimensão.

QUAIS OS DIREITOS QUE REPRESENTAM A TERCEIRA DIMENSÃO DOS


DIREITOS FUNDAMENTAIS?
São os direitos que dão a ideia de "solidariedade" (ou fraternidade) - os
direitos difusos e coletivos.
Dica: As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa:
liberdade, igualdade, e fraternidade;

O QUE SE ENTENDE SOBRE O NÚCLEO ESSENCIAL DOS DIREITOS


FUNDAMENTAIS?

O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu conteúdo


intocável, protegido de forma que o direito o qual está sofrendo a restrição não
fique descaracterizado e perca a sua efetividade. Sabemos que os direitos e
garantias fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Eles estão
sujeitos a restrições que ora serão impostas pelo legislador (nos casos em que
a Constituição autorize, expressa ou implicitamente), ora serão impostas por
outros direitos que poderão com eles colidir no caso concreto, devendo, neste
caso, ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá. A proteção ao núcleo
essencial impede que um direto fundamental perca totalmente a sua
efetividade ao ser limitado por outro ou por uma lei. Chama-se de "teoria dos
limites dos limites" (ou seja, uma limitação à imposição de limitações")

A PROTEÇÃO AO NÚCLEO ESSENCIAL ESTÁ EXPRESSA NO TEXTO


CONSTITUCIONAL?

Não, trata-se de uma proteção que é implicitamente disposta na Constituição.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE RESERVA LEGAL SIMPLES E RESERVA


LEGAL QUALIFICADA?

Estamos diante de uma reserva legal simples quando a Constituição se limita


a autorizar a restrição (Ex. Art. 5º VII - é assegurada, "nos termos da lei", a
prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva); ou Estaremos diante de uma reserva legal qualificadaquando, além
de autorizar a restrição, a Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5º,
XII - autoriza que a lei venha a trazer hipóteses de interceptação telefônica,
mas somente para atender aos fins de investigação criminal ou instrução
processual penal).

QUAL A DIFERENÇA ENTRE RESERVA LEGAL ABSOLUTA E RESERVA


LEGAL RELATIVA?

Chama-se reserva legal absoluta quando será a própria lei que irá atender o
mandamento. Ex. Os casos constitucionais que venham com as expressões "a
lei estabelecerá", "a lei regulará", " a lei disporá"... veja que é a própria lei,
diretamente, que atenderá o comando constitucional;
Diz-se que a reserva legal é relativa quando não é a lei que irá, diretamente,
atender ao comando constitucional, mas estabelecerá os limites, ou os termos,
dentro dos quais um ato infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que
venham com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos limites
estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que atenderá ao comando,
porém, esta estará traçando os limites para tal. OBS- A classificação da
reserva legal em absoluta ou relativa, não exclui a classificação da reserva
legal em simples ou qualificada.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE RESERVA LEGAL E LEGALIDADE?

Reserva legal é um termo mais específico. Ocorre quando a Constituição


estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para que uma lei
(necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder Legislativo - ou então,
uma lei delegada ou medida provisória) estabeleça algumas situações. Ex. Art.
5º, XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Legalidade é um termo mais genérico. Grosso modo, a legalidade pode ser
atendida tanto com o uso de leis formais, quanto pelo uso de atos infralegais
emanados nos limites da lei. Legalidade, então, seria simplesmente "andar
dentro dos limites traçados pelo Legislador". Seja com o uso direto de uma lei,
seja o uso de um ato, nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente
cumprir o comando da "legalidade".

CITE DUAS DECORRÊNCIAS DA DIMENSÃO OBJETIVA DOS DIREITOS


FUNDAMENTAIS.

A visão clássica dos direitos fundamentais é a "dimensão subjetiva". Ou seja,


consiste em enxergá-los como um direito da pessoa em face do Estado, o qual
deve exercer um papel negativo (abstenção de intervir) ou positivo (prestações
que o Estado faz de forma a garantir condições mais dignas de sobrevivência).
Já a dimensão objetiva é a nova visão, onde os Direitos Fundamentais devem
ser enxergados não só sob a ótica dos “direitos das pessoas frente ao Estado”,
mas como enunciados que contém alta carga valorativa. Valores, princípios,
regras que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico e assumem um papel
central no constitucionalismo. As decorrências da dimensão objetiva são as
seguintes:
1- (Carga Valorativa) Direitos fundamentais não são meros enunciados, são
valores, princípios, possuem carga axiológica que deve ser usada para fins de
aplicação, ainda que não estejam sendo titularizados por uma pessoa
específica.
2- (Irradiação) Os direitos fundamentais se “irradiam” pelo ordenamento
jurídico levando a uma ideia de “interpretação conforme os direitos
fundamentais”. O Estado passa ainda a ter um dever de proteção dos valores
contidos em tais direitos.
3- (Aplicação Imediata) Eles possuem aplicação imediata, devendo sempre
que possível serem aplicados “de pronto”.
4- (Caráter Impositivo) Os direitos fundamentais possuem caráter
mandamental, imperativo e, em especial aqueles de prestações positivas,
como os Direitos Sociais, possuem eficácia dirigente, enunciando normas que
impõem uma efetiva atuação do Estado, legislativa e administrativa, com o fim
de regulamentá-los e concretizá-los.
5- (Condicionamento recíproco) Os direitos fundamentais podem ser
reciprocamente condicionados, uns pelos outros, para que seja viável o
convívio em sociedade. Lembrando que nesse condicionamento
(harmonização, conformação), restringem-se direitos, mas devem ser
preservados, ao menos, os núcleos essenciais de cada um.
6- (Eficácia Horizontal) Surge a ideia de que tais direitos devem ser
enxergados com eficácia horizontal (proteção do indivíduo em face dos outros
indivíduos).

É CORRETO DIZER QUE AS NORMAS QUE DEFINEM DIREITOS E


GARANTIAS FUNDAMENTAIS, EM REGRA, SÓ SERÃO APLICÁVEIS APÓS
REGULAMENTAÇÃO LEGAL?

Não. Segundo o art. 5º, §1º as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têmaplicação imediata. Isso quer dizer que "em regra" devemos
aplicar imediatamente todos dos direitos e garantias.

QUAL O PROCEDIMENTO QUE UM TRATADO PRECISA CUMPRIR PARA


SER EQUIVALENTE ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS?

Primeiramente ele precisa versar sobre Direitos Humanos. Caso seja sobre tal
tema, ele deve ser internalizado pelo mesmo rito de aprovação de uma emenda
constitucional, ou seja: 3/5 dos votos, em 2 turnos de votação em cada
Casa do Congresso.

A PARTIR DE QUANDO COMEÇOU A POSSIBILIDADE DE UM TRATADO


SOBRE DIREITOS HUMANOS INTEGRAR O ORDENAMENTO JURÍDICO
COM STATUS DE EMENDA CONSTITUCIONAL?

Essa possibilidade passou a existir com a EC 45 em 2004.

QUAL O STATUS HIERÁRQUICO DE VIGÊNCIA DAQUELES TRATADOS


INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS QUE FORAM
INTERNALIZADOS ANTES DA EC 45?

Como antes da EC 45 não havia a possibilidade de que os tratados sobre


direitos humanos fossem internalizados com status de emenda constitucional,
aceita-se então que eles vigoram com statussupralegal, podendo revogar leis
anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. Mas sem se enquadrar
no status constitucional.

QUAIS SÃO OS POSSÍVEIS STATUS HIERÁRQUICOS QUE UM TRATADO


INTERNACIONAL PODE ASSUMIR NO ORDENAMENTO BRASILEIRO?
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre
direitos humanos.
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos
não votado pelo rito de emendas constitucionais, mas pelo rito ordinário;
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos
humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 dos votos, em 2
turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade só passou a existir com a
EC 45/04.

É O CORRETO DIZER QUE O BRASIL SE SUBMETERÁ À JURISDIÇÃO DE


TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL?

Sim, desde que ele tenha manifestado adesão, é o que dispõe o §4º do art. 5º
da Constituição.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA E


NACIONALIDADE DERIVADA?

A nacionalidade originária é aquela adquirida por nascimento e a derivada é a


adquirida por vontade posterior.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE "IUS SOLI" E "IUS SANGUINI"?

A nacionalidade originária pode se dar por dois critérios:


- ius soli - É nacional aquele que nascer no solo do país (compreendido
neste conceito também as extensões territoriais como os navios de guerra, os
navios mercantes em alto mar e etc.).
- ius sanguini - É nacional aquele que tiver "sangue" (for filho) de nacional do
país.

QUAL O CRITÉRIO QUE O BRASIL USA PARA DEFINIR AQUELES QUE


SERÃO BRASILEIROS NATOS (IUS SOLI OU IUS SANGUINI)?

O Brasil utiliza o "ius soli" com exceções. Ou seja, a regra é ser brasileiro nato
aquele que nascer em solo brasileiro, porém, existem exceções onde se
utilizará o ius sanguini para tal definição.

TODOS QUE NASCEREM EM SOLO BRASILEIRO SERÃO BRASILEIROS


NATOS?
Não. Em regra, se nasceu no Brasil é brasileiro, porém, isso não ocorre
se os pais forem estrangeiros a serviço de seu país.

A CONSTITUIÇÃO PERMITE QUE PESSOAS QUE NASÇAM FORA DO


TERRITÓRIO BRASILEIRO SEJAM CONSIDERADAS BRASILEIROS NATOS.
QUAIS SÃO ESSAS HIPÓTESES?

Se o pai e/ou mãe são brasileiros à serviço da Rep. Fed. do Brasil.


- Os pais são brasileiros e não estão à serviço da Rep. Fed. do Brasil, porém:
 os filhos foram registrados em repartição brasileira competente; ou
 os filhos vieram a residir na República Federativa do Brasil e optou, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira;

O QUE É NACIONALIDADE "POTESTATIVA"?

É a nacionalidade que depende de manifestação da vontade, através da opção.


Ocorre nos casos que os filhos de brasileiros, que nasceram no exterior,
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
A CONSTITUIÇÃO PREVIU DUAS HIPÓTESES DE NATURALIZAÇÃO, A
ORDINÁRIA E A EXTRAORDINÁRIA. A QUEM SE APLICA CADA UMA
DELAS?

 A ordinária vale para os estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa.


 A extraordinária ou quinzenária vale para estrangeiros oriundos de qualquer
outro país.

QUAIS SÃO OS REQUISITOS, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, PARA SE


CONSEGUIR A NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA?

A naturalização ordinária, que vale para os estrangeiros oriundos de países


de língua portuguesa, necessita de:
- residir no Brasil por 1 ano ininterrupto; e
- ter idoneidade moral.

QUAIS SÃO OS REQUISITOS, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, PARA SE


CONSEGUIR A NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA?

A naturalização extraordinária ou quinzenária que vale para estrangeiros


oriundos de qualquer outro país, necessita de:
 residir no Brasil por mais de 15 anos ininterruptos; e
 não ter condenação penal; e
 requerer a nacionalidade brasileira.
SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, OS PORTUGUESES, QUANDO ESTIVEREM
NO BRASIL, POSSUEM OS MESMOS DIREITOS DOS BRASILEIROS?

Não. Isso só ocorre se tiverem residência permanente e houver reciprocidade


em favor de brasileiros, em Portugal.
OS PORTUGUESES QUE TIVEREM RESIDÊNCIA PERMANENTE NO PAÍS,
E CASO HAJA RECIPROCIDADE EM FAVOR DE BRASILEIROS, TERÃO
TODOS OS DIREITOS INERENTES AO BRASILEIRO NATO?

Não. A Constituição confere aos portugueses com residência permanente no


País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, os direitos inerentes ao
brasileiro, mas acrescenta "salvo os casos previstos na Constituição", que são
os casos onde há reserva aos brasileiros natos (como o acesso ao cargo de
Presidente da República, Oficial das Forças Armadas e etc.).
SÃO BRASILEIROS NATURALIZADOS OS PORTUGUESES COM
RESIDÊNCIA PERMANENTE NO PAÍS, SE HOUVER RECIPROCIDADE EM
FAVOR DE BRASILEIROS?

Os portugueses com residência permanente no País são “equiparados” a


brasileiros naturalizados e não efetivos brasileiros naturalizados (CF, art. 12
§1º).
A CONSTITUIÇÃO GARANTE QUE A LEI NÃO FARÁ QUALQUER
DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS?

Não. segundo a Constituição, a lei não poderá estabelecer distinção entre


brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos na Constituição.
Vejamos: Segundo a CF, é vedado ao legislador infraconstitucional criar
distinções entre brasileiros natos e naturalizados, porém, tais distinções
poderão acontecer se tiverem respaldo constitucional.
Desta Forma, embora tenhamos uma regra de que a lei não fará distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, esta regra não é absoluta, não se podendo
falar em "garantia de qualquer distinção".

QUAIS SÃO OS CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO?

São 3 grupos:
a) "Presidente da República, ou alguém que possa algum dia vir a exercer tal
função" (Vice-Presidente, Presidente da Câmara, Presidente do Senado,
Ministro do STF).
b) "Oficiais das forças armadas e Ministro da Defesa"; e
c) "Carreira Diplomática".
O MINISTRO DO STJ PRECISA SER BRASILEIRO NATO?
Não, no Judiciário, o único cargo originário que precisa ser ocupado por
brasileiro nato é o de Ministro do STF.
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA É UM
BRASILEIRO NATO?

Sim, pois o Presidente do CNJ é o Presidente do STF, logo é um brasileiro


nato.
O MINISTRO DA FAZENDA PRECISA SER UM BRASILEIRO NATO?

Não, o único Ministro de Estado que precisa ser nato é o Ministro da Defesa.

A CONSTITUIÇÃO OBRIGA A TODOS QUE EXERÇAM CARREIRA


DIPLOMÁTICA SEREM BRASILEIROS NATOS, COMO DECORRÊNCIA
DISSO, PODEMOS DIZER QUE O MINISTRO DAS RELAÇÕES
EXTERIORES NECESSITA SER BRASILEIRO NATO?

Não. Os Ministros de Estado são de livre nomeação pelo Presidente da


República não constituindo, assim, cargo de carreira que possa se confundir
com “carreira diplomática”, e se a Constituição não impõe essa restrição, não
poderá fazê-la a lei, pois a Constituição ordena: a lei não fará distinção entre o
nato e o naturalizado.
Lembrando: O único Ministro de Estado que precisa ser nato é o Ministro
da DEFESA!

O OFICIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITARES PRECISA SER


BRASILEIRO NATO?

Não. A Constituição ordenou que os oficiais das "forças armadas" sejam


brasileiros natos. Forças Armadas = Marinha + Exército + Aeronáutica.

UM JAMAICANO NATURALIZADO BRASILEIRO PODE EXERCER O CARGO


DE DEPUTADO FEDERAL?

Sim. Ele só não poderá ser presidente da Câmara, mas não há impedimento
para o cargo de Deputado.

EM QUE CASOS UM BRASILEIRO PODERÁ PERDER A SUA


NACIONALIDADE?

 Se naturalizado - perde por sentença judicial caso pratique atividade nociva ao


interesse nacional;
 Se nato ou naturalizado - perde ao adquirir outra nacionalidade, salvo se de
forma originária ou por condição para permanecer no país ou exercer direitos
civis.
A CONSTITUIÇÃO EM VIGOR ADMITE QUE UM BRASILEIRO DISPONHA
DE DUPLA NACIONALIDADE?

Sim. Isso é possível, desde que a segunda nacionalidade tenha sido adquirida
por motivo de aquisição originária no país estrangeiro ou por necessidade de
exercício de algum direito em tal país. Vide art. 12, §4º II da CF.

PODEMOS DIZER QUE ASSIM COMO NÃO HÁ MAIS NO BRASIL UMA


"RELIGIÃO OFICIAL", A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 NÃO
PREVIU EXPRESSAMENTE QUAL A LÍNGUA QUE SERIA O "IDIOMA
OFICIAL" DO BRASIL?

Não. A Constituição previu expressamente no art. 13: A língua portuguesa é o


idioma oficial da República Federativa do Brasil.

QUAIS SÃO OS SÍMBOLOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL?

Segundo a CF, art. 13, § 1º: são símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
A CONSTITUIÇÃO PERMITE QUE OS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E
MUNICÍPIOS TENHAM SÍMBOLOS PRÓPRIOS, A PAR DOS JÁ
EXISTENTES PARA A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL?

Sim. Isso é permitido pelo art. 13, §2º da Constituição Federal.

SEGUNDO A DOUTRINA, QUAL A DIFERENÇA ENTRE SUFRÁGIO E


VOTO?

 Sufrágio - Direito a participar do pleito eleitoral, ele será universal, não


havendo restrições de cunho econômico ou intelectual.
 Voto - Meio pelo qual se exerce o sufrágio.

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO VOTO, PREVISTAS NO ART. 14 DA


CONSTITUIÇÃO?

O voto é direto, secreto, periódico, e com valor igual para todos (estas
características, bem como a universalidade, são cláusula pétreas, não podendo
ser abolidas por emenda constitucional).

O VOTO OBRIGATÓRIO É UMA CLÁUSULA PÉTREA?

A Constituição diz que o voto é obrigatório para aqueles que estiverem entre 18
e 70 anos de idade, e não forem analfabetos ou conscritos no serviço militar
obrigatório. O voto obrigatório, no entanto, não é uma cláusula pétrea, poderá
ser modificado, desde que haja uma emenda constitucional.
A SOBERANIA POPULAR É EXERCIDA INDIRETAMENTE PELOS
REPRESENTANTES ELEITOS E DIRETAMENTE PELO SUFRÁGIO E PELO
VOTO. PORÉM A CONSTITUIÇÃO, NO ART. 14, ESTABELECE OUTROS 3
MEIOS PARA QUE A SOBERANIA POPULAR SEJA EXERCIDA
DIRETAMENTE. QUE MEIOS SÃO ESSES?

I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE PLEBISCITO E REFERENDO?

Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere


sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa
ou administrativa. Temos a seguinte diferença entre eles:
 Plebiscito - é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
submetido.
 Referendo - é convocado com posterioridade a ato legislativo ou ad-
ministrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS E


NEGATIVOS?

Direitos políticos positivos são as normas que falam sobre a ação do


cidadão na política do país. Ou seja, o sufrágio, o voto, o referendo, o
plebiscito, a iniciativa popular e as condições de elegibilidade.
Direitos políticos negativos são aquelas disposições normativas
que inviabilizam a participação da pessoa na vida política - são os casos de
perda e suspensão de direitos políticos e os casos de inelegibilidades.

O QUE É CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA?

É a capacidade que o cidadão possui de votar.

O QUE É CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA?

É a capacidade de ser votado.

COMO SE ADQUIRE A CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA?

Através do "alistamento eleitoral".


COMO SE ADQUIRE A CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA?

Através do cumprimento das condições de elegibilidade.

É CORRETO DIZER QUE A CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA É


PRESSUPOSTO PARA SE CONSEGUIR A CAPACIDADE ELEITORAL
ATIVA?

Não! O correto é o contrário. A capacidade eleitoral ativa (poder de votar) é


pressuposto para se conseguir a capacidade eleitoral passiva (poder ser
votado).

QUAIS SÃO AS HIPÓTESES, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, EM QUE O


ALISTAMENTO ELEITORAL E O VOTO SERÃO FACULTATIVOS?

Segundo o art. 14 §1º, II da Constituição, o alistamento eleitoral e o voto são


facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, QUEM NÃO PODERÁ REALIZAR O


ALISTAMENTO ELEITORAL?

Segundo o art. 14 §2º, não podem alistar-se como eleitores: os estrangeiros e


os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.

SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, QUEM SÃO CONSIDERADOS INELEGÍVEIS?

Os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos.

QUEM POSSUI A OBRIGATORIEDADE DO VOTO?

Aqueles maiores de 18 anos (mas menor de 70, pois a partir desta idade é
facultativo).

PODEMOS DIZER QUE SÃO, AO MESMO TEMPO, INALISTÁVEIS E


INELEGÍVEIS, OS ESTRANGEIROS, OS ANALFABETOS E OS
CONSCRITOS?
Não, ao mesmo tempo, inelegíveis e inalistáveis, somente os estrangeiros e os
conscritos, os analfabetos são inelegíveis mas não são inalistáveis (eles podem
votar, embora facultativamente).

A CONSTITUIÇÃO É EXPRESSA AO ELENCAR A NACIONALIDADE


BRASILEIRA COMO CONDIÇÃO PARA ELEGIBILIDADE?

Sim (CF, art. 14 §3º).


CITE 3 CONDIÇÕES GENÉRICAS DE ELEGIBILIDADE, CONFORME
PREVISTO NO ART. 14 §3º DA CONSTITUIÇÃO.

Segundo o art. 14 §3º da Constituição, são condições de elegibilidade, na


forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de acordo com o cargo.

PODERÁ SER CONSIDERADO ELEGÍVEL O BRASILEIRO QUE ESTEJA


SUBMETIDO À SUSPENSÃO OU À PERDA DE DIREITOS POLÍTICOS?

Não, pois a Constituição ao trazer os requisitos para elegibilidade em seu art.


14 §3º, dispõe no inciso II que é requisito para se eleger: o pleno exercício dos
direitos políticos.

QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SE OCUPAR O CARGO DE PRESIDENTE E


VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA?

Trata-se de um cargo de "sabedoria" que requer 35 anos de idade.

QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SE OCUPAR O CARGO DE SENADOR?

Senador, também é um cargo de "sabedoria" que requer 35 anos de idade.

QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SE OCUPAR O CARGO DE GOVERNADOR


DE ESTADO OU DO DISTRITO FEDERAL?

30 anos. É o única cargo que requer a idade de 30 anos.


COM 18 ANOS DE IDADE, A PESSOA PODERÁ EXERCER QUAIS CARGOS
POLÍTICOS?

Somente o cargo de Vereador. Pois é o único que requer somente 18 anos de


idade mínima.
QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SE OCUPAR O CARGO DE DEPUTADO
FEDERAL? E DEPUTADO ESTADUAL?

Ambos precisam de 21 anos... é "a regra" para as idades mínimas.

QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SE OCUPAR O CARGO DE PREFEITO E


VICE-PREFEITO?

21 anos... é "a regra" para as idades mínimas.

QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SE OCUPAR O CARGO DE JUIZ DE PAZ?

21 anos... é "a regra" para as idades mínimas.


QUANTAS VEZES UM CHEFE DO EXECUTIVO (PRESIDENTE,
GOVERNADOR OU PREFEITO) PODE SE REELEGER?

Somente 1 vez, se o período for subsequente.

A VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL PARA A REELEIÇÃO PARA MAIS DE UM


PERÍODO SUBSEQUENTE AO MANDATO, QUE CONSTA NO ART. 14 §5º,
SE APLICA AOS DEPUTADOS E SENADORES?

Não! Somente aos chefes do Executivo (Presidente, Governador ou Prefeito).

É CORRETO DIZER QUE PARA CONCORREREM A OUTROS CARGOS, O


PRESIDENTE DA REPÚBLICA, OS GOVERNADORES DE ESTADO E DO
DISTRITO FEDERAL E OS PREFEITOS DEVEM RENUNCIAR AOS
RESPECTIVOS MANDATOS ATÉ SEIS MESES ANTES DO PLEITO?

Sim. É o que chamamos de desincompatibilização, ou seja, desvencilha-se do


cargo para não incorrer em inelegibilidade.
PARA CONCORREREM AOS MESMOS CARGOS, O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, OS GOVERNADORES DE ESTADO E DO DISTRITO FEDERAL
E OS PREFEITOS DEVEM RENUNCIAR AOS RESPECTIVOS MANDATOS
ATÉ SEIS MESES ANTES DO PLEITO?
Não, no caso de reeleição, não há necessidade de desincompatibilização (CF,
art. 14 §6º), essa só é necessária para candidatura a outros cargos.

O QUE SE ENTENDE POR "INELEGIBILIDADE REFLEXA"?

É a inelegibilidade indireta, se aplica aos parentes (até o segundo grau) de


um chefe do Executivo(ou de quem houver substituído nos 6 últimos meses),
os quais não podem se candidatar para nenhum cargo político no território da
jurisdição deste chefe, a não ser que seja para uma reeleição. (CF, art. 14,
§7º).

ATÉ QUAL GRAU DE PARENTESCO TEMOS A INCIDÊNCIA DA


INELEGIBILIDADE REFLEXA?

Até o segundo grau.

O IRMÃO DE UM PREFEITO PODE SE CANDIDATAR A VEREADOR


DENTRO DO SEU MUNICÍPIO?

Só se for caso de reeleição. Se for candidatura a primeiro mandato ele não


poderá se candidatar pois estará incorrendo em inelegibilidade reflexa.

O IRMÃO DE UM PREFEITO PODE SE CANDIDATAR A VEREADOR DE


OUTRO MUNICÍPIO OU ESTARÁ INCORRENDO EM INELEGIBILIDADE
REFLEXA?

Sim. A inelegibilidade reflexa (CF, art. 14 §7º) só alcança os cargos dentro da


jurisdição do chefe do Executivo.

O FILHO DE UM GOVERNADOR DE ESTADO, PODERÁ CONCORRER AO


CARGO DE DEPUTADO FEDERAL POR ESTE ESTADO?

Não. Ele estará inelegível por inelegibilidade reflexa (CF, art. 14 §7º). Embora o
cargo seja de "deputado federal" a circunscrição da votação é no Estado de
seu pai.
Lembrando que nenhuma inelegibilidade reflexa ocorreria se fosse caso de
"reeleição".

O IRMÃO DE UM DEPUTADO ESTADUAL PODERÁ SE CANDIDATAR AO


CARGO DE GOVERNADOR DE TAL ESTADO?

Sim! Os parentes que são inelegíveis de forma reflexa (CF, art. 14 §7º) são
apenas aqueles parentes de chefes do Executivo (Presidente, Governador e
Prefeito).
PODE-SE DIZER QUE O INSTITUTO DA INELEGIBILIDADE REFLEXA
APLICA-SE AOS PARENTES TANTO CONSANGUÍNEOS COMO POR
ADOÇÃO DOS CHEFES DO EXECUTIVO?

Sim. Está de acordo com o art. 14 §7º.

O MILITAR, SALVO AQUELE CONSCRITO NO SERVIÇO MILITAR


OBRIGATÓRIO, É ALISTÁVEL E ELEGÍVEL. A CONSTITUIÇÃO, NO
ENTANTO, DIFERENCIA AQUELES QUE POSSUEM MAIS DE DEZ ANOS
DE SERVIÇO, PARA OS QUE POSSUEM MENOS DE DEZ ANOS DE
SERVIÇO. QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?

Ao se candidatar, o militar:
 Se tiver menos de 10 anos de serviço - deverá afastar-se da atividade;
 Se tiver mais de 10 anos de serviço - será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL ESTABELECEU DIVERSOS CASO DE


INELEGIBILIDADE. PODEM SER CRIADOS OUTROS CASOS DE
INELEGIBILIDADE FORA DO TEXTO CONSTITUCIONAL OU SOMENTE A
CONSTITUIÇÃO FEDERAL PODERÁ ESTABELECÊ-LOS?

Podem ser criados, isso se fará por "lei complementar".


Assim diz o art. 14 § 9º da Constituição: Lei complementar estabelecerá outros
casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

LEI ORDINÁRIA PODERÁ PREVER OUTROS CASOS DE INELEGIBILIDADE


FORA DAQUELES PREVISTOS NO TEXTO CONSTITUCIONAL?

Não, somente a lei complementar ou, porventura, uma emenda constitucional.

O MANDATO DE ALGUM POLÍTICO ELEITO PODERÁ SER


IMPUGNADO PERANTE A JUSTIÇA ELEITORAL. SEGUNDO A
CONSTITUIÇÃO, QUAL O PRAZO E A DATA INICIAL DA SUA CONTAGEM,
PARA QUE SE POSSA FAZER ESSA IMPUGNAÇÃO?

O prazo é de 15 dias contados da diplomação.


SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, PARA SER ACEITA, A AÇÃO DE
IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO PRECISARÁ SER INSTRUÍDAS
COM QUAIS PROVAS?

A ação deverá ser instruída com provas da ocorrência de:


 - abuso do poder econômico;
 - corrupção ou;
 - fraude.

QUALQUER ELEITOR PODERÁ TOMAR CONHECIMENTO DA


PROPOSITURA E DOS PROCESSOS DAS AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO DE
MANDATO ELETIVO?

Não. Segundo o art. 14 § 11: a ação de impugnação de mandato tramitará em


segredo de justiça.

EM QUE CASOS A CONSTITUIÇÃO PERMITE A CASSAÇÃO DE DIREITOS


POLÍTICOS?

Em nenhum! A Constituição veda a cassação de direitos políticos, admite tão


somente a perda ou suspensão de tais direitos.

A PESSOA PODERÁ PERDER OS SEUS DIREITOS POLÍTICOS NO CASO


DE CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA
ADMINISTRATIVA?

Não. A Constituição estabelece, no art. 15, I, como caso de perda dos direitos
políticos: o cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado (judicial, não administrativa).

NO CASO DE INCAPACIDADE CIVIL, A PESSOA DEVERÁ TER SEUS


DIRETOS POLÍTICOS SUSPENSOS?

Somente se for incapacidade civil absoluta, no caso de incapacidade civil


relativa, não.

CITE 3 CASOS DE PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS,


PREVISTOS NO ART. 15 DA CONSTITUIÇÃO.

ao todo são 5, acertou se citou 3 dentre esses:


I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

A LEI QUE ALTERA O PROCESSO ELEITORAL RECEBEU UM


TRATAMENTO ESPECIAL, COM PREVISÃO NO ART. 16 DA
CONSTITUIÇÃO. SEGUNDO TAL DISPOSITIVO, EM QUE MOMENTO A LEI
QUE ALTERA O PROCESSO ELEITORAL ENTRA EM VIGOR, E EM QUE
MOMENTO ELA PODE SER APLICADA?

Segundo a Constituição há uma clara separação dos termos:


 entrada em vigor - Na data de sua publicação;
 aplicação - Somente nas eleições que ocorram após 1 ano do início da sua
vigência.

PODEMOS DIZER QUE, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, OS PARTIDOS


POLÍTICOS DEVEM TER SUA ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO E
FUNCIONAMENTO ESTABELECIDOS PELO TRIBUNAL SUPERIOR
ELEITORAL?

Não. Eles são livres para estabelecer sua estrutura, organização e


funcionamento.

A CONSTITUIÇÃO GARANTE DIVERSOS DIREITOS AOS PARTIDOS


POLÍTICOS, PORÉM, TAMBÉM ESTABELECE OBRIGAÇÕES. PODEMOS
ELENCAR COMO UMA DESSAS OBRIGAÇÕES A NECESSIDADE DE QUE
AS COLIGAÇÕES E AS CANDIDATURAS SEJAM VINCULADAS EM ÂMBITO
NACIONAL, ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL?

Não. Segundo a Constituição, os partidos têm autonomia para definir sua


estrutura interna, organização e para adotar critérios de escolha e o regime de
suas coligações eleitorais, não precisando vincular as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.

É CORRETO QUE DIGAMOS QUE, EMBORA OS PARTIDOS POLÍTICOS


GOZEM DE ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E TELEVISÃO, TAL DIREITO
NÃO FOI PREVISTO EXPRESSAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
MAS SOMENTE PELAS LEIS ELEITORAIS?

Não. A Constituição previu expressamente tal direito aos partidos políticos.


OS PARTIDOS POLÍTICOS SÃO OBRIGADOS A POSSUIR CARÁTER
NACIONAL?

Sim. Todo partido deve ser de âmbito nacional, é vedado a existência de


partidos somente estaduais ou municipais.

PODEMOS DIZER QUE OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM REGISTRAR


SEUS ESTATUTOS NO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO NO
QUAL FUNCIONAR A SUA SEDE?

Não. O registro é feito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

PODEMOS DIZER QUE O REGISTRO DOS ESTATUTOS DOS PARTIDOS


POLÍTICOS NO TSE É O ATO ATRAVÉS DO QUAL ELES ADQUIREM SUA
PERSONALIDADE JURÍDICA?

Não, embora eles devam registrar seus estatutos no TSE, eles só podem fazer
isso quando já tiverem a personalidade jurídica adquirida conforme a lei civil.

SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, PODEMOS DIZER QUE OS PARTIDOS


POLÍTICOS NÃO PODERÃO UTILIZAR ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR E
NEM RECEBER RECURSOS FINANCEIROS DE GOVERNOS ES-
TRANGEIROS, MAS PODERÃO RECEBER RECURSOS DE ENTIDADES
NÃO GOVERNAMENTAIS ESTRANGEIRAS?

Não. Partido político não pode receber qualquer recurso de governo ou


entidade estrangeira.

A CONSTITUIÇÃO PREVIU QUE AOS PARTIDOS POLÍTICOS O


FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR DE ACORDO COM A LEI?

Sim. CF, art. 17.

POR SEREM AUTÔNOMOS FINANCEIRAMENTE, PODEMOS DIZER QUE


SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO, OS PARTIDOS NÃO SE SUJEITAM À
PRESTAÇÃO DE CONTAS À JUSTIÇA ELEITORAL, SALVO QUANDO
HOUVER INDÍCIOS DE CORRUPÇÃO.

Não. Em regra os partidos políticos se sujeitam a prestação de contas à justiça


eleitoral, essa não é uma medida excepcional.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIU A LIVRE CRIAÇÃO DOS PARTIDOS


POLÍTICOS, ALÉM DISSO, TAMBÉM PODEMOS DIZER QUE TAMBÉM
PERMITIU A SUA LIVRE FUSÃO OU INCORPORAÇÃO?

Sim. Os partidos políticos são de livre criação, fusão, incorporação e extinção,


devendo, no entanto, sempre resguardar a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
NO ENTENDIMENTO DO STF, A QUEM PERTENCE O CARGO POLÍTICO
OBTIDO NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS: AO PARTIDO POLÍTICO OU AO
CANDIDATO ELEITO?

No entendimento do STF, o cargo político que for obtido nas eleições


proporcionais (Deputados Federais, Estaduais e Vereadores) pertence ao
partido político e não ao candidato eleito.
Para o STF, o povo vota em candidatos que foram escolhidos por um
determinado partido, candidatos estes que estão ali para, se eleitos,
concretizarem os ideais partidários.
O candidato eleito possui a liberdade de se desfiliar, não pode ser impedido de
tal. Porém, a desfiliação imotivada acarreta a perda automática do
cargo (assegurada a ampla defesa). Isso não é uma sanção por ato ilícito, mas
apenas a consequência lógica do exercício deste ato lícito.

SABEMOS QUE O BRASIL ADOTA COMO FORMA DE ESTADO A


FEDERAÇÃO, OU SEJA, O MODO DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO
PODER POLÍTICO SE DÁ COM A FORMAÇÃO DE ENTIDADES
AUTÔNOMAS, SEGUNDO O ART. 18 DA CONSTITUILÇÃO.

QUAIS SÃO ESSAS 4 ENTIDADES?

União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

O TERRITÓRIO FEDERAL É UMA ENTIDADE AUTÔNOMA DA


FEDERAÇÃO?

Território federal (que não tem nada a ver com "Distrito Federal") federal não é
autônomo, pois integra à União. Assim diz o art. 18, § 2º da Constituição: Os
Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado
ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

A CONSTITUIÇÃO ATRIBUIU SOMENTE AO ENTE FEDERATIVO "UNIÃO" O


PODER DA SOBERANIA?

A Constituição não atribuiu à União e a nenhum ente federativo a soberania. A


soberania, que a Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamento da
República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o Estado
Brasileiro possui nos limites do seu território, não se sujeitando a nenhum outro
poder de igual ou superior magnitude e tornando-se um país independente de
qualquer outro no âmbito internacional) irá se manifestar apenas na pessoa da
República Federativa do Brasil, entendida como a união de todos os entes
internos, representando todo o povo brasileiro, povo este que é o verdadeiro
titular da soberania. O ente federativo "União" não possui soberania, apenas
autonomia tal como os Estados, Distrito Federal e Municípios. A República
Federativa do Brasil é a única soberana e que se manifesta internacionalmente
como pessoa jurídica de direito internacional.
A UNIÃO É UM ENTE FEDERATIVO DESPIDO DE SOBERANIA,
POSSUINDO APENAS AUTONOMIA. É CORRETO QUE SE DIGA QUE,
AINDA QUE DESPIDO DE SOBERANIA, CABERÁ À UNIÃO REPRESENTAR
A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS?

Sim. A União é a única que pode "falar em nome" da República Federativa do


Brasil ao tratar de assuntos internacionais. Veja que ela não está agindo como
a entidade União (Pessoa Jurídica de Direito Público Interno), mas sim em
nome da República Federativa do Brasil (Pessoa Jurídica de Direito Público
Externo).

QUAIS SÃO AS FACETAS QUE CARACTERIZAM A AUTONOMIA DOS


ENTES FEDERATIVOS?

São a "GOLA", ou seja, o auto-governo, a auto-organização, a auto-legislação


e a auto-administração. OBS.: Para alguns doutrinadores não haveria a
separação entre auto-organização e autolegislação.

O QUE SIGNIFICA AUTOGOVERNO?

É a capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de


outros entes.

O QUE SIGNIFICA AUTO-ORGANIZAÇÃO?

É a capacidade de os entes instituírem suas próprias constituições (no caso


dos estados) ou leis orgânicas (no caso dos municípios e do DF).

O QUE SIGNIFICA AUTO-LEGISLAÇÃO?

É a capacidade de os entes elaborarem suas próprias leis através de um


processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do processo em
âmbito federal.

O QUE SIGNIFICA AUTO-ADMINISTRAÇÃO?

É a capacidade de os entes se administrarem de forma independente, tomando


suas próprias decisões executivas e legislativas.

O QUE SÃO PRINCÍPIOS SENSÍVEIS?

São aqueles presentes no art. 34, VII da Constituição Federal, que se não
respeitados poderão ensejar a intervenção federal.

O QUE SÃO PRINCÍPIOS FEDERAIS EXTENSÍVEIS?


São aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria
federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do
processo legislativo, dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos.

O QUE SÃO PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS?

São aqueles que estão expressamente ou implicitamente no texto da


Constituição Federallimitando o poder constituinte do Estado-membro.

SEGUNDO O DISPOSTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, O DISTRITO


FEDERAL É A CAPITAL DO BRASIL?

Não, segundo a Constituição, art. 18, § 1º - Brasília é a Capital Federal! E não


o Distrito Federal. Até a Constituição de 1969, tínhamos a disposição "O
Distrito Federal é a Capital da União". Com a Constituição de 1988 mudou-se o
texto para "Brasília é a Capital Federal". Essa mudança feita há mais de 20
anos ainda gera muitas discussões nos concursos. Pelo fato de o Distrito
Federal não poder ser dividido em municípios, a banca ESAF considera que
Brasília e Distrito Federal são a mesma coisa. Por outro lado, o CESPE
considera que são coisas distintas, justificando a mudança do texto. DICA: Use
a literalidade da Constituição - Brasília é a Capital Federal.

ESTÁ CORRETO DIZER QUE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-


ADMINISTRATIVA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
COMPREENDE A UNIÃO, OS ESTADOS, OS MUNICÍPIOS E O DISTRITO
FEDERAL, SENDO QUE SOMENTE O ÚLTIMO NÃO POSSUI AUTONOMIA?

Não. O DF é autônomo, ele possui todas as facetas da autonomia


(autogoverno, auto-organização, autolegislação e auto-administração). Os
territórios federais é que não são autônomos, não confunda isso.

SABEMOS QUE OS TERRITÓRIOS FEDERAIS INTEGRAM A UNIÃO, MAS


ATUALMENTE NÃO EXISTEM EM NOSSA FEDERAÇÃO. PRECISA-SE DE
UMA EMENDA CONSTITUCIONAL PARA CRIÁ-LOS?

Não. Basta uma lei complementar.

NO EXERCÍCIO DE SUA AUTONOMIA POLÍTICA, OS ESTADOS PODEM


ADOTAR O REGIME PARLAMENTAR DE GOVERNO?

Não. Os entes da federação devem observar os princípios federais extensíveis,


que são aqueles princípios básicos de organização federal que, por simetria
federativa, devem ser respeitados também pelos demais entes em seu
exercício de organização. Desta forma, como a Constituição estabeleceu o
Presidencialismo na esfera federal, o Estado-membro deve seguir um sistema
simétrico, sendo vedado a instituição de um regime parlamentar.
O QUE SIGNIFICA UMA CISÃO OU SUBDIVISÃO DE ENTES
FEDERATIVOS?

Um ente subdivide o seu território dando origem a outros entes. O ente inicial
deixa de existir.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE DESMEMBRAMENTO-FORMAÇÃO E


DESMEMBRAMENTO-ANEXAÇÃO, PARA FINS DA REORGANIZAÇÃO
TERRITORIAL DE ENTES FEDERATIVOS?

Desmembramento-formação - Uma parte de um ente se desmembra


formando um novo ente. O ente inicial continua existindo e agora temos um
ente completamente novo.
Desmembramento-anexação - Uma parte de um ente se desmembra, porém,
ao invés de formar um novo ente, ela é anexada por outro existente. O ente
inicial continua existindo e não temos a formação de um ente novo, mas um
aumento territorial de outro.

PODE OCORRER UMA FUSÃO ENTRE DOIS MUNICÍPIOS?

Sim, a fusão ocorrer quando dois ou mais entes se agregam e assim formam
um ente novo. Os entes iniciais deixam de existir.

QUAIS SÃO OS REQUISITOS, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL,


PARA QUE HAJA REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DE ESTADOS E
TERRITÓRIOS FEDERAIS?

Os requisitos são:
Aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito; e
Elaboração de uma lei complementar pelo Congresso Nacional.

SEGUNDO O STF, A EXPRESSÃO “POPULAÇÃO DIRETAMENTE


INTERESSADA” PARA FINS DE REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DE
ESTADOS, DEVE SER CONSIDERADA TODA A POPULAÇÃO DO ESTADO
OU SOMENTE A PARTE EFETIVAMENTE AFETADA COM A
REORGANIZAÇÃO?

O STF decidiu que na reorganização territorial de Estados, o termo “população


diretamente interessada” deve ser entendido como “toda a população do
Estado”.

PARA QUE OCORRA A REORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DO ESTADO,


O CONGRESSO NACIONAL IRÁ CONVOCAR O PLEBISCITO. SE A
CONSULTA FOR DESFAVORÁVEL, NÃO HÁ PROSSEGUIMENTO DOS
PROCEDIMENTOS, NÃO SE PASSANDO PARA FASE SEGUINTE. PORÉM,
SE A CONSULTA FOR FAVORÁVEL À REORGANIZAÇÃO, O PROCESSO
SERÁ ENVIADO ÀS RESPECTIVAS ASSEMBLÉIAS PARA QUE ESTAS
OPINEM PELA SUA APROVAÇÃO OU REJEIÇÃO.PARA QUE O
PROCEDIMENTO DA REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL CONTINUE, É
ESSENCIAL QUE A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA SE POSICIONE PELA
APROVAÇÃO DO ATO?

Não. Essa manifestação da assembleia legislativa é meramente opinativa, não


se constituindo em uma manifestação vinculativa (Lei 9709/98, art. 4º, §3º),
nem mesmo essencial, podendo as mesmas inclusive, se abster da
manifestação.

QUAIS SÃO OS REQUISITOS, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL,


PARA QUE HAJA REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DE MUNICÍPIOS?

Segundo a Constituição, a reorganização de Municípios precisa de: Lei


estadual no período de lei complementar federal; Aprovação, por plebiscito, da
população envolvida; Deve-se apresentar e publicar, na forma da lei, Estudos
de Viabilidade Municipal.

A CONSTITUIÇÃO VEDA A TODOS OS ENTES FEDERATIVOS


ESTABELECER CULTOS RELIGIOSOS OU IGREJAS, SUBVENCIONÁ-LOS,
EMBARAÇAR-LHES O FUNCIONAMENTO?

Sim. São vedações feitas a todos os entes pelo art. 19, I da Constituição.

QUALQUER RELAÇÃO OU COLABORAÇÃO DE ENTES PÚBLICOS COM


ENTIDADES RELIGIOSAS É VEDADA PELA CONSTITUIÇÃO?

Não. A Constituição permite, na forma da lei, a colaboração de interesse


público.

A CONSTITUIÇÃO VEDA EXPRESSAMENTE QUE OS ENTES PÚBLICOS


RECUSEM FÉ AOS DOCUMENTOS PÚBLICOS?

Sim. Essa vedação está no art. 19, II da Constituição.

A CONSTITUIÇÃO VEDA QUE TODOS OS ENTES PÚBLICOS CRIEM


DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS E ESTRANGEIROS OU
PREFERÊNCIAS ENTRE SI?

Não, o que a Constituição veda é somente que os entes públicos criem


distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Não se incluem nessa proibição a criação de "distinção entre estrangeiros".

CF, Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...) III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

- Veja que não tem "estrangeiros".

AS TERRAS DEVOLUTAS SÃO AQUELAS QUE NUNCA TIVERAM


PROPRIETÁRIOS OU FORAM DEVOLVIDAS, FICANDO SEM DONO,
PASSAM ENTÃO A INTEGRAR O PATRIMÔNIO PÚBLICO. EM REGRA, AS
TERRAS DEVOLUTAS PERTENCEM AO ESTADO-MEMBRO, PORÉM, EM
ALGUNS CASOS PODERÃO PERTENCER À UNIÃO. QUE CASOS SÃO
ESSES?

Elas serão da União, se indispensáveis:


 - À defesa das fronteiras, fortificações e construções militares ou vias federais;
ou
 - À preservação ambiental.

A CONSTITUIÇÃO DEFINIU EM SEU TEXTO O QUE SERIA FAIXA DE


FRONTEIRA. SOBRE ELA PERGUNTA-SE:

1- QUAL É SUA DEFINIÇÃO?

É a faixa até 150km de largura ao longo das fronteiras terrestres. Essa "faixa
de fronteira" é considerada fundamental para defesa do território nacional.

2- PODEMOS DIZER QUE A SUA OCUPAÇÃO E UTILIZAÇÃO DEPENDERÁ


DE UMA LEI COMPLEMENTAR?

Não. A sua ocupação e utilização serão reguladas em lei (ordinária), não


precisa de lei complementar.

Desta forma, guarde isso = Faixa de Fronteira:


- 150km;
- fronteiras TERRESTRES;
- regulada por lei (ordinária);
- é considerada fundamental para defesa do território nacional.

PODEMOS DIZER QUE AS TERRAS DEVOLUTAS QUE ESTIVEREM NAS


FRONTEIRAS DO BRASIL, PERTENCERÃO À UNIÃO?
Não. Somente se elas forem "indispensáveis à defesa das fronteiras", não são
todas aquelas que estiverem nas fronteiras.

A CONSTITUIÇÃO, EM REGRA. ATRIBUIU AO DOMÍNIO PÚBLICO AS


ILHAS, SEJAM ELAS FLUVIAIS, LACUSTRES, OCEÂNICAS OU
COSTEIRAS. ALGUMAS PORÉM PODEM PERTENCER A TERCEIROS
(PARTICULARES), QUAIS POSSUEM ESSA PARTICULARIDADE?

As ilhas oceânicas e costeiras.

A QUE ENTE FEDERATIVO PERTENCERÃO AS ILHAS FLUVIAIS E


LACUSTRES?

Regra - Estados;
Exceção - União, se fizer limite com outros países.

A QUE ENTE FEDERATIVO PERTENCERÃO AS ILHAS COSTEIRAS E


OCEÂNICAS?

Para responder a esta pergunta, precisamos combinar dois dispositivos


constitucionais, o art 20, IV e o art. 26, II. Coligindo-os, podemos inferir que as
ilhas costeiras e oceânicas podem pertencer:
Ao estado-membro - Quando estiverem em seu domínio.
Ao Município - Quando for sede do Município, salvo se for afetada por serviço
público ou unidade ambiental federal (nestes casos será da União);
À União - As demais, inclusive o caso acima;
Lembrando que também poderão pertencer a terceiros.

Vide os disposivitos citados:


Art. 20, IV. São bens da União as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II;
Art. 26, II – Pertencem aos Estados as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras,
que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;

A QUE ENTE FEDERATIVO PERTENCE AS PRAIAS MARÍTIMAS, OS


TERRENOS DE MARINHA E SEUS ACRESCIDOS?

União.
A QUE ENTE FEDERATIVO PERTENCE OS POTENCIAIS DE ENERGIA
HIDRÁULICA?

União.

A QUE ENTE FEDERATIVO PERTENCE AS ÁGUAS SUPERFICIAIS OU


SUBTERRÂNEAS, FLUENTES, EMERGENTES E EM DEPÓSITO?

Regra - Estados;
Exceção - União, se na forma da lei, decorrerem de obras da União.

TODOS OS RECURSOS NATURAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL E DA


ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA SÃO DA UNIÃO, OU SOMENTE OS
RECURSOS MINERAIS?

Todos os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica


exclusiva são da União. Os do subsolo, porém, serão da união todos os
recursos minerais.
Assim, todos os recursos minerais são propriedade da União e, em se tratando
da plataforma continental e da zona econômica exclusiva, também o serão
todos os demais recursos naturais além dos minerais.

SABEMOS QUE OS RECURSOS MINERAIS SÃO PROPRIEDADE DA


UNIÃO. A CONSTITUIÇÃO GARANTIU EXPRESSAMENTE UMA
COMPENSAÇÃO POR PARTE DA UNIÃO AOS ENTES FEDERATIVOS EM
CUJO TERRITÓRIO HOUVER A EXPLORAÇÃO DE TAIS RECURSOS?

Sim. Segundo a Constituição é assegurado, nos termos da lei, aos entes


federativos bem como aórgãos da administração direta da União, participação
no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no
respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

A QUEM PERTENCEM AS CAVIDADES NATURAIS SUBTERRÂNEAS E OS


SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PRÉ-HISTÓRICOS?

À União.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL GARANTIU AOS ÍNDIOS AS TERRAS


TRADICIONALMENTE OCUPADAS POR ELES?

Não, tais terras pertencem à União.


OS LAGOS, RIOS E DEMAIS ÁGUAS CORRENTES, EM REGRA
PERTENCEM AOS ESTADOS-MEMBROS. PORÉM, EM ALGUNS CASOS
PODERÃO PERTENCER À UNIÃO. QUE CASOS SÃO ESSES?

Serão da União, se: Se banharem mais de um Estado; Se fizerem limite com


países ou se deles provierem ou se estenderem; OBS. Também o são os
terrenos marginais destes e as praias fluviais.

QUAIS OS ERROS DA FRASE: A FAIXA DE FRONTEIRA DEVE OBSERVAR


A MEDIDA DE ATÉ CENTO E OITENTA QUILÔMETROS DE LARGURA AO
LONGO DAS FRONTEIRAS AÉREAS E TERRESTRES.

O correto seria faixa até 150km de largura, e isso é somente ao longo das
fronteiras terrestres.

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