Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
[CTT nova] Em Março de 2021 foi publicada no BTE uma convenção coletiva de trabalho
celebrada entre o Sindicato Têxtil do Norte e a Associação de Empregadores do Vale do Ave,
cujo conteúdo se analisava nas seguintes cláusulas:
1. Remuneração mínima de 750 €
2. O período de férias mínimo de 24 dias úteis. –( art.238ºCT)
3. Institui-se o dia 1 de Março como feriado da empresa, pelo aniversário de mesma. (arts.
234º e 236º CT)
4. SN (subsidio de Natal) apenas calculado com base em 50% da retribuição. (Art. 263,º e
262.ºdo CT).
5. Trabalhador com direito a transporte para o local de trabalho. (cláusula nova).
6. Trabalho noturno pago com acréscimo remuneratório de 40% relativamente ao trabalho
prestado durante o dia. (Art.266 do CT);
7. Período experimental de 30 dias para a generalidade dos trabalhadores. (Art.112 ºCT)
8. A CCT aplica-se a todos os trabalhadores que trabalhem no Sector têxtil na Zona Norte.
9. Trabalho suplementar prestado em dia de descanso ou dia feriado pago com acréscimo
de 120%. (art. 268.ºCT ).
[CTT antiga] Suponha agora que a CCT anteriormente exposta veio substituir uma CCT de 2015
em que:
1. Remuneração mínima fixada em 700€.
2. O período de férias mínimo de 25 dias úteis.
3. Trabalho noturno pago com acréscimo remuneratório de 35% relativamente ao trabalho
prestado durante o dia.
4. Trabalho suplementar prestado em dia de descanso ou dia feriado pago com acréscimo
de 90%.
a) A CCT de 2021 contém uma cláusula em que se afirma o seu carácter globalmente
mais favorável.
b) A CCT de 2021 não contém uma cláusula em que se afirma o seu carácter
globalmente mais favorável.
Suponha ainda que Alexandre e Bernardo são trabalhadores de uma empresa que está inscrita na
Associação empregadora outorgante do CCT . Alexandre, diferentemente de Bernardo, está
sindicalizado no Sindicato Têxtil do Norte. Dos seus contratos constam as seguintes cláusulas:
1. Remuneração de 800€
2. O período experimental está fixado em 120 dias.
3. Trabalho noturno pago com acréscimo de 30%
Como se trata de um progresso social, aplica-se o n.1 do artigo 503º do CT, logo, a Convenção
Coletiva de Trabalho nova revoga a Convenção anterior.
Ainda no numero 1 de ambas as Convenções, seguimos para a resolução dos restantes conflitos,
neste caso, temos o conflito entre a Lei e a Convenção Coletiva de Trabalho.
1º Passo – qualificar a norma: neste caso, perante a letra da lei, sabemos que se trata de uma
norma imperativa relativa, também designada como semi-imperativa.
Isto significa que nos termos do artigo 3º n.1 do Código do Trabalho resultou o contrario, ou seja,
a Lei pode ser afastada desde que a Convenção Coletiva de Trabalho seja mais favorável. Desta
forma, conclui-se que a Convenção se irá sobrepor à Lei.
Para finalizar o numero 1 do caso prático, passemos agora à situação do Alexandre e do Bernardo.
No caso concreto do Alexandre, encontramo-nos perante um conflito entre o Contrato de
Trabalho e a Convenção Coletiva de Trabalho.
Alexandre Sindicalizado Neste conflito, como o Contrato de
Trabalho se encontra mais favorável,
segundo o artigo 476º do Código do
800€ 750€ Trabalho, prevalece o Contrato de
Trabalho para o Alexandre.
Dispõe que a nova convenção revogue a anterior, salvo se as partes não estiverem de acordo, no entanto existe neste
caso um Retrocesso Social – artigo 503º n.3 do Código do Trabalho.
Desta forma, a revogação não é automática dado que, de acordo com a lei, é necessário que a nova convenço possua
uma clausula de favorabilidade, e assim teremos duas hipóteses.
Significa que o requisito do artigo 503º Significa que, com base no artigo 503º n.1
n.3 do Código do Trabalho está e n.3 do Código do Trabalho não há
preenchido e a nova convenção revoga revogação, logo a nova convenção não
a anterior. prevalece, mantendo-se a antiga.
Vamos agora resolver o conflito entre a Lei e a Convenção Coletiva de Trabalho – artigo 3º n.1 do Código
de Trabalho.
Norma Imperativa Absoluta [caso raro uma vez que a imperatividade absoluta não protege o
trabalhador.
Feriados Obrigatórios Artigo 234º do Código do Trabalho
Feriados Facultativos Artigo 235º do Código do Trabalho
Assim, estamos perante um conflito entre a Lei e a Convenção Coletiva de Trabalho – artigo
3º n.1 do Código do Trabalho.
Seguir os passos:
1º Letra da lei – não refere a natureza da norma;
2º Preceito Anexo – artigo 236º – determina que esta norma é imperativa absoluta
Presunção de Supletividade
Nesta situação, estamos perante o designado Apelo à Autorregulamentação dos Interesses, própria da contratação
coletiva, logo, à partida, esta clausula seria válida pois não entre em conflito com qualquer outro regime.