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Qual é o Tribunal competente: tribunal coletivo da comarca, de 1ª instância, mais precisamente o juízo central criminal de Aveiro (Águeda

pertence a Aveiro).
Para determinar qual é o tribunal competente, tendo em conta o princípio do juiz natural ( 32º/9 CRP), Quer
dizer este que nenhuma causa pode ser subtraída ao tribunal cuja competência esteja fixada em Lei anterior.
A competência dos tribunais, encontra-se regulada nos artigos 8º e ss. CPP, na LOSJ e no DL 49/2014, de 27
de março. Quanto à competência funcional, será da competência do STJ, de um Tribunal da Relação ou de
um Tribunal de Comarca (1ª instância).

Tanto o STJ (11º cpp), como os da Relação (12º cpp), estão mais associados a questões de recurso ou crimes
praticados por pessoas que têm “poderes especiais” (ex.: crimes cometidos pelo Presidente da República).
Neste caso (#), tratando-se de um primeiro conhecimento dos factos, não se trata de recurso nem de
nenhum agente especial ou uma situação de conflito de competências, pelo que não cabe ao STJ nem à
Relação. Os tribunais de comarca (1ª instância) vão julgar os processos que não cabem nem à Relação nem
ao STJ, tendo assim, competência residual. Determinado que é da competência de um tribunal de 1ª
instância, temos de olhar para a competência material. Isto porque os tribunais de 1ª instância estão
divididos em três. Pode ser um tribunal de júri, pode ser um tribunal coletivo ou um tribunal singular . Toda a
atribuição de competência para os tribunais é feita com base em critérios quantitativos e qualitativos. Nos
casos em que falamos de tipos de crimes, estamos perante um critério qualitativo, quando falamos na
competência com base na moldura penal prevista, falamos do critério quantitativo. O tribunal de júri (13º
CPP e 136º e ss. da LOSJ). O tribunal de júri tem uma particularidade, prende-se com o facto de apenas
haver intervenção de júri mediante um requerimento pelo MP, do assistente ou do arguido. Portanto, tem de
haver sempre um requerimento para que o tribunal de 1ª instância funcione como um tribunal de júri.
Mesmo havendo requerimento por parte de um desses 3 sujeitos processuais, o tribunal de júri só pode
acontecer mediante determinadas matérias (13º cpp). Para alem disso, para ser requerido, tem um prazo
(13º/3 CPP), sendo ainda, que este requerimento é irretratável. Uma vez feito, não há volta a dar, não é
possível revogar este requerimento. Mediante requerimento, a competência pode passar para o tribunal
coletivo (14º CPP e 133º ss LOSJ), mas apenas se estiverem preenchidos os requisitos. Quanto ao tribunal
singular (art.16º cpp). Ele tem uma competência residual. Vai cair na sua competência o julgamento de
todos os processos que não couberem na competência dos tribunais coletivos ou dos tribunais de júri. Para
além desta competência residual, ele tem, ainda uma competência própria, ou seja, um critério qualitativo
no art 16º/2 a) CPP e no art.16/2 b) CPP temos um critério quantitativo. Segundo o art. 16nº3 cpp há
situações em que temos um crime punível com pena máxima superior a 5 anos e que, por isso, caberia na
competência do tribunal coletivo (14º/2, b) CPP), acaba por cair no tribunal singular. Ou seja, o juiz podia
aplicar uma pena superior a 5 anos, mas o MP entende que a pena a aplicar naquele crime, naquele caso,
não deve superar os 5 anos. Então, não seria a competência do tribunal coletivo, mas do tribunal singular,
por força deste artigo 16º/3 CPP. (#)

NOTA: à partida, for competente um tribunal singular, por força do artigo 16º/2, b) CPP. Ainda temos de
olhar para a competência do tribunal coletivo. Em particular, temos de olhar para o 14º/2, a) CPP, que
estabelece que compete, ainda, ao tribunal coletivo, não devendo ser julgados pelo tribunal singular, crimes
dolosos ou agravados pelo resultado, quando for elemento do tipo a morte de uma pessoa. Ou seja, sempre
que nos depararmos como um crime que tem como elemento do tipo a morte de uma pessoa – sobretudo,
crimes de homicídio – e se eles forem dolosos, podemos atribuir a competência ao tribunal coletivo. Isto
porque o critério quantitativo do artigo 16º/2, b) CPP vai ser superado, pelo critério qualitativo do artigo
14º/2, a) CPP. O critério qualitativo prevalece sobre um critério quantitativo. Portanto (#). Em vez de ser
competente o tribunal singular, vai ser competente um tribunal coletivo. Quanto à competência territorial,
temos de atender ao artigo 19º e ss. do CPP. Estabelece que é competente para conhecer de um crime o
tribunal em cuja área se tiver verificado a consumação. (#). NOTA: Tratando-se de crime que compreenda a
morte de uma pessoa como elemento do tipo, é competente o tribunal da área onde o agente atuou ou, em
caso de omissão, onde deveria ter atuado (19º/2 CPP). Seria competente para conhecer o nosso caso o

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