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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE


SEARA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA


CATARINA, pelo titular da Promotoria de Justiça de Seara, com base nos
documentos que seguem e no art. 5º, §6º, da Lei nº 7.347/85, requer o
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA E A EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
(art. 461 e 475-I) em face de:

MARCELO JOSÉ MOLOSSI, brasileiro, solteiro, agricultor,


filho de Cláudio Molossi e Salete Somensi Molossi, nascido em 11 de julho
de 1981, CPF nº 007.681.849-75, RG nº 3.815.316, residente na Linha Rio
Claro, Xavantina;

IVAIR GILMAR PINZETTA, brasileiro, solteiro, vendedor,


nascido em 12.5.1974, CPF nº 825.035.759-00, RG nº 2.698.387, filho de
Anareo Pinzetta e Azelinda Biondo Pinzetta, residente na Rua Castelo
Branco, 89, Xavantina.

1. Competência

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A composição civil homologada por sentença no TC nº


068.08.001054-4, cuja obrigação de quantia certa se pretende agora
executar, foi firmada em Seara. A obrigação de fazer nele constante
deveria ter sido cumprida em Seara.

Logo, a competência para a presente execução é da Comarca


de Seara.

2. Requisitos da Execução

2.1. Título

Em 7 de julho de 2008, perante o Juizado Especial Criminal da


Comarca de Seara, o Ministério Público do Estado de Santa Catarina
celebrou composição civil com os requeridos. Homologada, a composição
civil passou a ser título executivo judicial (art. 74 da Lei nº 9.099/95).

Cópia do termo de audiência segue anexa.

2.2. Inadimplemento

Como comprova a certidão datada de 28 de janeiro de 2008


(fl. 48) até a presente data os executados não apresentaram em juízo,
como haviam se comprometido, a matrícula de seus imóveis rurais com
averbação da reserva legal nem tampouco as licenças ambientais para
operação das atividades de suinocultura.

Além disso, conforme documento de fl. 43, em 22 de outubro


de 2008 os executados ainda desenvolviam atividade de suinocultura sem
licença ambiental.

3. Atributos do direito representado pelo título


3.1. Certeza
Dentre as obrigações assumidas pelos executados no acordo
de composição civil estavam: “a) averbação da reserva legal nas
propriedades rurais dos autores, no prazo de 6 meses; [...] c) paralisação

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imediata das atividades em 10 dias, sendo autorizado o reinício das


atividades apenas após a obtenção de licença ou autorização ambiental”.

A multa pactuada em caso de descumprimento de qualquer


das cláusulas foi assim fixada: “incidirá multa de R$ 500,00 por mês de
descumprimento, ou R$ 2.000,00 por ocorrência, a critério do Ministério
Público”.

O direito representado no título executivo judicial, portanto, é


dotado de certeza.

3.2. Exigibilidade

Desde o dia 7 de janeiro de 2009 (cláusula “a”) e desde o dia


17 de julho de 2008 (cláusula “c”) o título executivo passou a ser exigível.

Até 7 de janeiro de 2009 deveriam os executados apresentar a


matrícula dos imóveis com a averbação da reserva legal.

Até 17 de julho de 2008 devem os executados paralisar as


atividades.

Assim, o direito representado no título executivo extrajudicial


é dotado de exigibilidade.

3.3. Liquidez

Desde o dia 7 de janeiro de 2009, portanto, a obrigação


constante da Cláusula ‘a’ vem sendo descumprida pelos executados.

E desde 17 de julho de 2008 a Cláusula ‘c’ vem sendo


descumprida pelos executados.

Como a multa pactuada entre as partes é de R$ 500,00 por


mês ou R$ 2.000,00 por ocorrência, a critério do Ministério Público, incidiu
a multa de R$ R$ 2.000,00 pela primeira ocorrência (descumprimento da

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cláusula ‘a’) e R$ 2.000,00 pela segunda ocorrência (descumprimento da


cláusula ‘c’)1.

O total da dívida é de R$ 4.000,00.

O valor total corrigido da primeira multa é de R$ 2.000,00,


porque não há índices disponíveis para atualização até o momento.

O valor total corrigido da primeira multa é de R$ 2.118,46,


conforme tabela da Corregedoria-Geral da Justiça, anexa.

O total da dívida, atualizado, é de R$ 4.118,46.

4. Pedidos

Diante do exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE


SANTA CATARINA requer, nos termos do art. 461 e 475-I do Código de
Processo Civil:

a) o recebimento e autuação da presente execução;

b) sejam intimados os devedores para efetuarem o pagamento


de R$ 4.118,46 (quatro mil, cento e dezoito reais e quarenta e seis
centavos) em quinze dias, sob pena de multa de 10% e expedição de
mandado de penhora e avaliação de tantos bens quantos bastem à
satisfação do crédito;

c) sejam intimados os devedores a apresentarem licença


ambiental e matrícula dos imóveis averbada, sob pena de incidência
contínua da multa prevista na composição civil;

d) após a penhora, a intimação do executado, na pessoa de


seu advogado, para querendo oferecer impugnação, no prazo de quinze
dias, limitado às matérias do art. 475-L, do Código de Processo Civil;

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Veja-se que, caso se aplique a multa mensal, o valor será maior (R$ 3.000 pela cláusula
‘c’ e R$ 2.000,00 pela cláusula ‘a’, no total de R$ 5.000,00).
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e) ao final, a expropriação dos bens penhorados, revertendo o


valor apurado para o Fundo de Recuperação de Bens Lesados do Estado
de Santa Catarina2.

f) a fixação de honorários advocatícios (estes conforme art. 4º


do Decreto Estadual nº 2.666/04, em favor do Fundo de Recuperação de
Bens Lesados do Estado de Santa Catarina).

Dá-se à causa o valor de R$ 4.118,46.

Seara, 4 de fevereiro de 2009

Eduardo Sens dos Santos


Promotor de Justiça

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Guia de Recolhimento Judicial (GRJ), grupo 3, Conta Corrente nº 058.109-0, BESC,
Agência 068-0.
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